sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cães conseguem detectar câncer de pulmão com o olfato

Animais foram capazes de identificar 70% dos casos durante estudo; cientistas pretendem criar uma espécie de "nariz eletrônico" para o diagnóstico precoce da doença
AFP | 06/12/2012 09:38:22 - Atualizada às 06/12/2012 09:51:47
Pesquisa mostrou que cachorros são capazes de identificar 70 % dos casos de câncer
Os cães têm uma grande capacidade para detectar o câncer de pulmão com seu olfato apurado, uma descoberta que abre caminho para um diagnóstico precoce desta doença, afirma um estudo realizado na Áustria e publicado nesta quarta-feira (5).
"Os cachorros não têm qualquer problema para identificar os pacientes com tumores cancerígenos", explica Peter Errhalt, chefe do departamento de pneumologia do hospital de Krems, na Áustria, e um dos autores da descoberta.
Os cães do estudo sentiram o cheiro de 120 amostras com o hálito de pessoas doentes e saudáveis e conseguiram identificar em 70% dos casos as que sofriam com câncer de pulmão.
Este resultado é tão promissor que está previsto um novo estudo de dois anos com amostras de 1.200 pessoas, indicou Peter Errhalt em coletiva de imprensa.
Os resultados do estudo austríaco coincidem com outros testes realizados nos Estados Unidos e Alemanha.
O objetivo em longo prazo é determinar quais são exatamente os odores que os cachorros são capazes de detectar, explica Michael Muller, do hospital Otto Wagner de Viena, que colaborou com o estudo.
Se for alcançado este objetivo, os cientistas poderão construir uma espécie de "nariz eletrônico" para diagnosticar o quanto antes o câncer de pulmão e aumentar assim as possibilidades de sobrevivência dos pacientes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Portugueses criam tecnologia que aumenta eficácia contra câncer de mama

25/12
Pesquisadores portugueses desenvolveram uma nanotecnologia que aumenta a eficácia terapêutica da quimioterapia para pacientes com câncer de mama, além de evitar alguns efeitos colateiras provocados pelo tratamento.

A nanopartícula usada para levar o medicamento às células cancerígenas foi desenvolvida no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Na semana passada, a Universidade de Coimbra conseguiu reconhecer nos Estados Unidos a patente da nanopartícula registrada com o nome de Pegasemp™.

Segundo a universidade, a tecnologia transporta o medicamento que mata as células cancerígenas e destrói os vasos sanguíneos que alimentam o tumor - o que impede o câncer de se alastrar no organismo e diminui riscos de reincidência. Por causa de sua composição, a nanopartícula consegue chegar com mais facilidade às células doentes e, ao encontrá-las, libera o medicamento de tratamento.

A nanotecnologia é uma das áreas em que o Brasil tem interesse em manter um programa de cooperação com Portugal. Conforme divulgado em setembro passado pelo Itamaraty, uma comissão mista de ciência, tecnologia e inovação entre os dois países irá discutir cooperação nas áreas de nanotecnologia assim como biotecnologia e biocombustíveis.

A Universidade de Coimbra é o principal local de acolhimento de estudantes brasileiros que participam do Programa Ciência sem Fronteira em Portugal, e o CNC tem reconhecimento internacional.

Recentemente o centro anunciou o desenvolvimento de uma vacina oral contra a Hepatite B, considerada a mais perigosa das hepatites - segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 600 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo por causa da doença.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Técnica 'Cavalo de Troia' elimina câncer em camundongos

21 de Dezembro de 2012 13h31 atualizado às 13h51
James Gallagher
Da BBC News
Um tratamento experimental usando uma técnica de "Cavalo de Troia" eliminou totalmente o câncer de próstata em camundongos. O estudo, realizado na Grã-Bretanha, enviou uma espécie de agente invasor disfarçado ao interior de células doentes. 

A equipe escondeu uma série de diferentes vírus capazes de matar células cancerígenas dentro do sistema imunológico dos roedores com o objetivo de introduzí-los dentro de tumores. Uma vez no interior, dezenas de milhares de cepas destes vírus foram liberados para tentar "matar o câncer".

Os resultados, publicados no periódico científico Cancer Research, mostram que o grupo foi bem sucedido. Embora analistas tenham classificado a pesquisa como "animadora", testes em humanos ainda são necessários antes de qualquer posicionamento definitivo. O nome da técnica faz referência à mítica batalha em que os gregos adentraram o território inimigo da cidade de Troia escondidos no interior de um grande cavalo.

'Surfando na onda'
A técnica de "Cavalo de Troia" no tratamento médico não é nova. Cada vez mais cientistas têm-se valido deste recurso mas, segundo eles, o principal desafio é a profundidade necessária dentro do tumor para que os vírus sejam eficazes o suficiente.

"O problema é a penetração", diz Claire Lewis, professora da Universidade de Sheffield. Ela lidera um estudo em que glóbulos brancos são usados como "Cavalos de Troia" para abrigar os vírus em sua jornada ao interior dos tumores. Ela explica que seu grupo também trabalha com a lógica de uma "onda".

Após tratamentos com radioterapia e quimioterapia, os tecidos do paciente ficam danificados, e uma grande quantia de glóbulos brancos é enviada ao local para ajudar a reparar o estrago. "Estamos surfando nesta onda para introduzir o número maior possível de glóbulos brancos levando os vírus capazes de explodir os tumores até o coração desses tumores", explica a cientista.

Sua equipe injetou glóbulos brancos contendo poucos de vírus nos camundongos dois dias após um ciclo de quimioterapia. Após entrarem no tumor, os vírus se replicam e em apenas 12 horas os glóbulos brancos explodem e expelem mais de 10 mil vírus cada, infectando e matando as células cancerígenas.

Eliminação dos tumores
Ao final do ciclo de 40 dias do estudo, todos os camundongos que receberam o tratamento ainda estavam vivos e sem sinais dos tumores. Em comparação, aqueles sob outros esquemas de tratamento viram seu câncer se espalhar e depois morreram.

"(O tratamento) elimina completamente o tumor e impede que ele volte a crescer", diz a cientista Claire Lewis, acrescentando tratar-se de um conceito "revolucionário". Mas ela lembra que outros avanços do tipo acabaram sendo completamente inúteis quando testados em humanos. Ela espera começar os testes em pacientes no próximo ano.

Radioterapia e quimioterapia
Para Emma Smith, do Cancer Research UK (Instituto de Pesquisas do Câncer do Reino Unido), o estudo mostra que a quimioterapia e a radioterapia, tratamentos tradicionais contra o câncer, podem tornar-se mais eficientes com a ténica do "Cavalo de Troia". "Equipar o próprio sistema imunológico do corpo para levar um vírus mortal aos tumores é uma tática animadora que muitos cientistas estão pesquisando. Este estudo mostra que tem o potencial de transformar a quimioterapia e a radioterapia em armas mais eficientes contra o câncer", diz.

Kate Holmes, chefe de pesquisas do Prostate Cancer UK, diz que se os estudos em humanos forem bem-sucedidos a técnica pode vir a ser um "divisor de águas" no tratamento do câncer de próstata. "Se este tratamento tornar-se um sucesso em humanos, poderia se revelar um progresso substancial em encontrar melhores tratamentos para homens com câncer de próstata, quando este já se espalhou pelos ossos", avalia.