quarta-feira, 21 de junho de 2023

Tratamento revolucionário contra câncer de medula óssea tem 90% de sucesso

8 de junho de 2023 - 

Por Vitor Guerra

Um tratamento revolucionário para pacientes com câncer de medula óssea. Com a técnica CAR-T, os pesquisadores conseguiram o índice de 90% de remissão nos mais de 74 pacientes tratados. Vitória da ciência!

A conquista sem precedentes vem da Hadassah University Medical Center, em Jerusalém, em Israel, que usou a técnica que treina e fortalece as células de defesa do paciente, fazendo com que elas combatam o câncer mais efetivamente.

O câncer de medula óssea, ou mieloma múltiplo, é a segunda doença hematológica mais comum, atrás apenas do linfoma. A doença se manifesta em células do sangue chamadas plasmócitos, produzidas na medula.

Como é o tratamento inovador

Na pesquisa, foi aplicada a técnica chamada de CAR-T, bastante utilizada em tecnologia de engenharia genética, apresentando ótimos resultados no combate ao câncer.

A Chimeric Antigen Receptor T-Cell Therapy, estimula o próprio sistema imunológico do paciente para destruir o câncer que acomete o corpo.

Depois de coletar células saudáveis do paciente, os pesquisadores programam os glóbulos brancos (responsáveis pela defesa do organismo) e separaram as células T, que são as responsáveis ativamente pelo sistema imunológico.

Separar os glóbulos vermelhos dos brancos é um processo complexo: pode levar de duas a quatro horas e se assemelha à doação de sangue. Com as células separadas, é realizado um processo de engenharia genética.

Essas células T, que agora foram modificadas, são injetadas novamente no paciente e ajudam a destruir o câncer.

“Os resultados do tratamento CAR-T são impressionantes, garantindo aos pacientes mais anos e muita qualidade de vida”, disse a professora Polina Stepensky, chefe do Departamento de Imunologia.

Fila de espera

O mieloma múltiplo é uma doença que foi considerada por muitos médicos incurável, mas o resultado apresentado pela Universidade de Hadassah pode mudar esse diagnóstico.

A série de experimentos realizados no departamento levou a uma fila de espera grande.

“Temos uma lista de espera de mais de 200 pacientes de Israel e de várias partes do mundo”, disse Polina.

A pesquisadora ainda acrescentou que por ser um tratamento mais complexo, podendo ser realizado apenas com um paciente por semana, acaba dificultando um pouco o processo.

O mieloma múltiplo

O mielo é um tipo de câncer que aparece na medula óssea.

A doença tem esse nome porque normalmente o câncer costuma afetar várias áreas do corpo, como o crânio, pelve, costelas e a coluna.

O mieloma é também um câncer silencioso em seu estágio inicial, mas à medida que vai evoluindo pode fazer com que o paciente sinta falta de ar, dor óssea e fadiga.

Sendo mais comum em pessoas com mais de 60 anos, a doença acomete mais homens do que mulheres. Em 2021, a jornalista Cristiana Lôbo foi vencida pela doença. Ela morreu aos 63 anos.

Tratamento sofisticado

A disponibilidade do CAR-T ainda é baixa. Hoje, somente dois países possuem o tratamento, China e Estados Unidos.

O custo é alto, próximo de US$ 400.000 (R$ 2 milhões de reais), mas o tratamento contra o câncer de medula que levou a remissão de 90% dos pacientes em Hadassah é diferente.

“O tratamento é mais sofisticado e avançado do que o oferecido no mundo. A ideia é avançar no desenvolvimento e permitir que o CAR-T seja benéfico e acessível para pacientes com outros tipos de câncer”, disse Polina.

Com informações do The Jerusalem Post

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Por que câncer de pâncreas entrou para a lista dos que mais matam no Brasil

 Article information

 

Legenda da foto,

Mortes por câncer de pâncreas no Brasil subiram mais de 50% na última década, mostram as estatísticas

 

A cada dois ou três anos, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) publica um documento em que faz projeções sobre os números de casos e mortes relacionados aos tumores mais comuns na população brasileira.

“E pela primeira vez na série histórica, o Inca incluiu o câncer de pâncreas como um dos mais frequentes no país”, informa a oncologista clínica Mariana Bruna Siqueira, da Oncologia D’Or, no Rio de Janeiro.

“O aumento da incidência desse tumor acontece nas regiões economicamente mais desenvolvidas, e ele já aparece entre os dez tumores que mais acometem as mulheres das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, complementa a especialista, que também integra o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

O Inca estima que, em 2023, serão diagnosticados 10.980 casos de câncer de pâncreas no país.

As mortes também estão em ascensão. Entre 2011 e 2020, os óbitos por ano relacionados a essa enfermidade saltaram de 7,7 mil para 11,8 mil — um incremento de mais de 50%.

Em números absolutos, o Inca calcula que em 2020 essa doença matou 5.882 homens e 6.011 mulheres. Isso faz com que esse tumor seja o sétimo mais mortal para eles e o quinto para elas.

Vale lembrar que o pâncreas é uma glândula responsável por produzir a insulina, um hormônio essencial no aproveitamento da glicose como fonte de energia para as células trabalharem.

E a tendência de subida não é apenas nacional: nos Estados Unidos, cientistas apontam que o câncer de pâncreas se tornará o segundo tipo mais letal, atrás apenas dos tumores de pulmão. Os números de casos também se elevarão em mais de 65% entre os americanos nas próximas duas décadas.

Mas o que justifica essa mudança de cenário? Por trás desse aumento, há pelo menos quatro motivos: o envelhecimento da população, o estilo de vida, os sintomas tardios e a agressividade do quadro.

Longevidade e hábitos inadequados

O médico Duílio Rocha, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, destaca que o câncer de pâncreas é uma condição que costuma aparecer em indivíduos de idade mais avançada.

“Portanto, o próprio envelhecimento da população contribui para esse aumento”, raciocina.

“A idade média do diagnóstico é 70 anos. E o Brasil só superou uma expectativa de vida acima das setes décadas a partir do ano 2000”, complementa o especialista, que também é chefe da Unidade de Oncologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza.

Ou seja: se as pessoas vivem mais, é natural que um número maior delas desenvolva um tumor na glândula.

O segundo fator tem a ver com o estilo de vida adotado, especialmente nos lugares mais desenvolvidos.

“Boa parte da comunidade científica acredita que o aumento de casos está diretamente relacionado a mudanças de hábitos nas gerações que nasceram a partir de 1970, como o maior consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em gorduras saturadas, e o aumento na proporção de pessoas sedentárias e obesas”, lista Rocha.

Todas essas alterações estão relacionadas a um aumento geral de enfermidades crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, o diabetes e diversos tipos de câncer, como aqueles que acometem o pâncreas.

Falando em diabetes, os pesquisadores têm muitas dúvidas sobre qual a relação entre os dois quadros. Afinal, pacientes com diabetes possuem um risco mais elevado de câncer de pâncreas? Ou é o tumor na glândula produtora de insulina que provoca um descontrole nos níveis de açúcar no sangue?

“Ainda não está certo se o diabetes é causa ou consequência nesse cenário. Mesmo assim, encaramos essa enfermidade como um fator de risco adicional para o câncer de pâncreas”, responde Siqueira.

 

Silenciosa e agressiva

Para completar, uma das grandes barreiras quando o assunto é tumor no pâncreas está no diagnóstico tardio.

“Apenas 15 a 20% dos pacientes são identificados quando a doença está localizada na glândula e não se espalhou para outras partes do corpo”, calcula Siqueira.

Em linhas gerais, detectar o quadro nas primeiras etapas de desenvolvimento é a principal maneira de garantir tratamentos menos invasivos e com maior potencial de cura.

Essa, porém, não é a realidade na maioria das vezes. “Os sintomas do câncer de pâncreas só costumam aparecer numa fase avançada e são muito genéricos, ou seja, se confundem com uma série de outras enfermidades possíveis”, caracteriza Rocha.

Entre as principais manifestações desse tumor, os médicos destacam a perda de peso, a dor no abdômen ou nas costas e mudanças na coloração da pele e dos olhos, que ganham um aspecto amarelado.

Esse último sinal tem a ver com o crescimento do tumor e o aperto de estruturas ao redor, como os ductos que ligam a vesícula biliar ao fígado.

Também não há um exame de rotina que possa flagrar a enfermidade de forma precoce, em moldes parecidos aos da mamografia para câncer de mama e do papanicolau para o de colo de útero.

O último fator por trás da ascensão dos tumores de pâncreas tem a ver com as próprias características dessa condição.

“Ela é uma doença mais agressiva. Mesmo os pacientes que são operados têm uma sobrevida menor em comparação a outros tipos de câncer”, diz Siqueira.

“No câncer de intestino localizado tratável com a cirurgia, por exemplo, há uma chance de cura que supera os 80%. Num tumor de pâncreas que reúne condições parecidas, essa taxa fica em 30%”, completa a oncologista.

 

O contra-ataque da medicina

Mas nem tudo são más notícias quando o assunto é câncer de pâncreas.

“Durante muito tempo, tivemos a ideia que esse era um tumor contra o qual podíamos fazer muito pouco”, lembra Rocha.

“Mas, nos últimos anos, tivemos uma série de avanços que melhoraram esse cenário. Hoje, a chance de cura é seis vezes maior do que há duas décadas, principalmente quando somos capazes de usar as melhores ferramentas para diagnosticar e tratar de forma precoce”, complementa.

Quando o tumor na glândula é detectado nos estágios iniciais, a cirurgia costuma ser a primeira alternativa para lidar com o problema.

Agora, se a doença já evoluiu ou se espalhou para outras partes do organismo, os profissionais de saúde apelam para a quimioterapia ou para a radioterapia.

Em alguns casos, a própria químio consegue diminuir o tumor, o que abre a possibilidade de fazer uma cirurgia para remover as lesões localizadas na glândula.

Opções mais avançadas também começam a entrar em jogo. Uma delas é a imunoterapia, uma classe de medicamentos que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater as células cancerosas.

“Por ora, esses remédios só estão disponíveis para indivíduos com uma mutação genética específica, o que corresponde a cerca de 1% dos casos”, aponta Siqueira.

Outra novidade recente é o uso das CAR-T Cells, um método já aprovado como tumores de sangue que consiste em extrair células imunológicas do próprio paciente, modificá-las em laboratório e reintroduzi-las no organismo, para que reconheçam e ataquem o tumor.

“Esse, porém, ainda é um tratamento experimental, que precisa ser mais estudado”, pondera a oncologista clínica.

Embora o transplante de pâncreas seja uma opção para os pacientes com diabetes que têm complicações graves, ele não está disponível como tratamento contra o câncer. Isso porque essa cirurgia exige o uso de medicamentos de inibem o sistema imunológico — que, num paciente com esse tumor, fariam as células cancerosas se espalharem mais rapidamente para outras partes do corpo.

Se as perspectivas terapêuticas contra o câncer de pâncreas evoluem, as orientações para prevenir a doença continuam as mesmas.

“A nossa principal recomendação para evitar uma doença dessas é buscar hábitos de vida saudáveis”, sugere Rocha.

“Isso inclui manter um peso adequado, uma alimentação baseada em fontes vegetais e com pouca gordura saturada, praticar atividade física e evitar o tabagismo”, conclui o médico.

 

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0jl1w5xeppo

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Câncer de esôfago: conheça os fatores de risco e tratamentos

Abril é o mês dedicado à conscientização sobre esse tipo de tumor. Segundo dados do

Instituto Nacional do Câncer (INCA), são quase nove mil mortes por ano no Brasil

Guilherme Sillva Repórter do HZgusilva@redegazeta.com.br

Vitória

Publicado em 28/04/2022 às 07h00

 

O principal sintoma de câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. Crédito: Seva Levitsky/ Freepik

 

O câncer de esôfago é uma lesão maligna que começa nas células que revestem o interior do esôfago, que é um órgão tubular, oco. Ele é igual um tubo de mais ou menos 25 centímetros de comprimento, que faz parte do sistema digestivo e liga a faringe na região do pescoço até no estômago. É por esse órgão que passa os alimentos sólidos, pastosos e os líquidos até chegar ao estômago.

Abril é o mês dedicado à conscientização sobre esse tipo de câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são mais de oito mil mortes por ano no Brasil por conta da doença e 11.390 novos casos estimados para 2022. 

O tumor é classificado de acordo com as células que sofreram mutações e se multiplicaram desordenadamente. Existem dois tipos principais, o adenocarcinoma, que começa nas glândulas desse órgão e está associado à doença do refluxo e ao esôfago de Barrett, e o carcinoma de células escamosas, associado ao fumo e ao consumo de álcool. "O tipo mais frequente é o carcinoma de células escamosas ou epidermóide. Ele é responsável por mais de 90% dos casos tumores de esôfago, no terço superior e no terço médio", explica a oncologista Cintia Elaine Givigi, da Oncoclínicas ES.

Menos comum, o outro tipo é o adenocarcinoma. Ele surge principalmente na região da porção mais inferior do esôfago. Está mais relacionado com esofagite de refluxo, esôfago de Barrett.

 

"O principal fator de risco é a irritação crônica do esôfago, que acaba mudando a células que revestem o órgão e facilita o aparecimento de tumores malignos. Outro fator de risco disparado é o fumo. O tabagismo e a bebida alcoólica, que quando associados, aumentam o risco, principalmente do carcinoma epidermóide"

Cintia Givigi

 

SINTOMAS E TRATAMENTO

A oncologista clínica Juliana Alvarenga Rocha conta que o principal sintoma de câncer de esôfago é a dificuldade para engolir. "Na fase inicial, essa dificuldade acontece com os alimentos sólidos. Em seguida, com os pastosos e, finalmente, com os líquidos. Por isso, grande parte das pessoas com a doença perde peso e apresenta anemia e desidratação". 

O diagnóstico do câncer de esôfago só é possível por meio de uma biópsia. Geralmente, ela é feita durante uma endoscopia digestiva alta. "Se o diagnóstico do câncer de esôfago for confirmado, outros exames podem ser solicitados, como tomografia, broncoscopia, ecoendoscopia e PET scan, para verificar se o câncer se espalhou para os linfonodos e outros órgãos", diz Juliana Alvarenga Rocha.

 

"O tipo de tratamento é definido a partir do estágio em que a doença se apresenta. Nas lesões mais iniciais, quando os tumores estão confinados à camada superficial do esôfago, a doença é altamente curável por meios cirúrgicos que podem incluir a cirurgia endoscópica, robótica, vídeo laparoscópica ou aberta"

Juliana Alvarenga Rocha

Já para aqueles com doença mais avançada, é utilizado preferencialmente o tratamento trimodal, que combina a radioterapia e quimioterapia neoadjuvante e, posteriormente, complementa com o tratamento cirúrgico. Em determinados pacientes, é possível usar imunoterapia adjuvante após a cirurgia.

As médicas ressaltam que a prevenção se faz diretamente com os bons hábitos de vida. "A suspensão do tabagismo e do uso abusivo de álcool são as medidas mais importantes", diz Juliana Alvarenga Rocha. Outras medidas preventivas incluem ingestão de dietas ricas em frutas e vegetais, controle do peso e prática de atividade física.


https://www.agazeta.com.br/hz//viver-bem/cancer-de-esofago-conheca-os-fatores-de-risco-e-tratamentos-0422

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Feliz Natal e Próspero Ano Novo

 


Terapia inovadora faz leucemia agressiva entrar em remissão em jovem de 13 anos

11 de dezembro de 2022 - 

Por Rinaldo de Oliveira

Que notícia sensacional! Uma terapia inovadora aplicada em Londres fez a leucemia entrar em remissão em uma jovem de 13 anos. A doença no sangue dela era agressiva e considerada “incurável” pelos médicos.

Mas a garota britânica recebeu células T de doador saudável modificadas geneticamente e um novo horizonte se abriu. A notícia do tratamento pioneiro e vencedor foi dada neste domingo, 11, pelo o Great Ormond Street Hospital for Children (GOSH) de Londres durante a reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia.

O hospital informou que Alyssa foi a primeira paciente no mundo a receber essa terapia celular e disse que ela está em casa, se recuperando do tratamento.

“Depois que eu fizer isso, as pessoas saberão o que precisam fazer, de uma forma ou de outra, então fazer isso ajudará as pessoas”, disse Alyssa.

O vídeo

O hospital divulgou um vídeo contando a história da adolescente, identificada como Alyssa, e a sua batalha contra a leucemia linfoblástica aguda de células T – uma forma agressiva de câncer de sangue.

De acordo com o hospital, Alyssa foi diagnosticada com a doença em 2021 e recebeu todas as terapias convencionais atuais, incluindo quimioterapia e um transplante de medula óssea.

Nenhum dos tratamentos funcionou e não havia outros disponíveis sob os protocolos convencionais.

Participou do teste

Alyssa tornou-se então o primeiro paciente a participar de um ensaio clínico em maio deste ano para receber células imunes “geneticamente modificadas” de um doador saudável.

Após 28 dias, Alyssa estava em remissão e recebeu um segundo transplante de medula óssea para ajudar a restaurar seu sistema imunológico, disse o hospital.

Sem este tratamento experimental, a única opção da Alyssa seria o tratamento paliativo.

Robert Chiesa, um consultor do GOSH, disse que embora a reviravolta do seu estado de saúde era “bastante notável”, os resultados ainda precisam ser monitorados e confirmados nos próximos meses.

Como é o tratamento

As equipes médicas do hospital usaram uma técnica de edição de genoma chamada base-editing – método que modifica partes do código DNA das células T de um doador saudável.

As células T são glóbulos brancos e parte crítica do sistema imunológico.

As células T editadas são então aplicadas no paciente, que em seguida atacam e destroem as células T cancerígenas do corpo, sem se destruírem umas às outras.

“É nossa engenharia celular mais sofisticada até agora e abre caminho para outros novos tratamentos e, em última instância, para melhores futuros para as crianças doentes”, disse Waseem Qasim, professor de terapia celular e genética da GOSH.

Novos pacientes

Os médicos agora procuram outros dez pacientes que também esgotaram as opções de tratamento disponíveis, e esperam que esse tratamento possa ser oferecido mais rapidamente às crianças e se tornar uma opção para tratar também outros tipos de leucemia.

O hospital disse que o estudo só aceitaria pacientes elegíveis pelo NHS, o serviço público de saúde do Reino Unido.

domingo, 6 de novembro de 2022

Câncer de intestino: como evitar o 3º tumor mais comum nos brasileiros?

Cerca de 90% dos casos ocorrem devido a fatores externos como obesidade, sedentarismo e dieta rica em alimentos industrializados

Por Antonio Carlos Buzaid Atualizado em 3 Maio 2022, 10h12 - Publicado em 2 Maio 2022, 16h56

O câncer de intestino é o tumor maligno que acomete o intestino grosso (cólon) e o reto (parte final do intestino, imediatamente antes do ânus), também conhecido como câncer colorretal. De acordo com a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são diagnosticados mais de 41 mil novos casos por ano em nosso país. É o terceiro câncer mais comum entre os brasileiros, perdendo apenas para o câncer de próstata nos homens e de mama nas mulheres. Estima-se que o risco de uma pessoa desenvolver esse câncer é de 4% ao longo da vida. Na maioria das vezes, o diagnóstico acontece antes de a doença se espalhar para outros órgãos. A cura é possível para a maioria dos pacientes.

É comum no imaginário da população achar que os principais fatores de risco para o câncer são as doenças genéticas e hereditárias. Entretanto, esse é um mito que precisa ser combatido. Estima-se que cerca de 90% dos casos de câncer de intestino ocorram devido a fatores externos e ambientais, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo exagerado de álcool, dieta rica em alimentos industrializados, principalmente carnes processadas e carnes vermelhas, e dieta pobre em legumes, vegetais, fibras e frutas. Por meio de mudanças simples em nossos hábitos de vida, podemos reduzir bastante o risco desse câncer.

A colonoscopia é fundamental na estratégia de redução do risco de desenvolver o câncer colorretal. Esse exame possibilita a identificação e o tratamento (através da remoção) de lesões iniciais, como os pólipos, que podem evoluir para câncer. Embora a idade média de diagnóstico do câncer de intestino seja aos 67 anos, estudos recentes têm demonstrado um aumento no número de casos novos e de morte por esse tumor entre os jovens (idade inferior a 45 anos).

Por esse motivo, sociedades médicas passaram a recomendar que todas as pessoas realizem uma colonoscopia aos 45 anos, podendo ser necessário realizá-la antes dessa idade a depender do histórico familiar de câncer colorretal. A frequência com que o exame precisará ser repetido vai depender dos achados no exame anterior, podendo ser a cada 5-10 anos (se exame normal) até a intervalos menores (diante do achado de fatores de alto risco). A maioria das sociedades médicas recomendam interromper a realização de colonoscopia aos 75 anos. Após essa idade, ela poderá ser indicada em situações específicas.

Portanto, se você quer reduzir ao risco de desenvolver câncer de intestino, pratique exercícios físicos regulares (30 minutos por dia), combata a obesidade, evite bebidas alcoólicas em excesso, consuma menos carnes vermelhas, evite os alimentos processados, embutidos e enlatados, coma mais frutas, legumes e fibras e realize uma colonoscopia aos 45 anos.

A prevenção e a informação ainda são as melhores armas na luta contra o câncer.

Com a colaboração de Dr. Ricardo Carvalho – oncologista clínico

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Estudo promissor melhora tratamento para certos tipos de câncer de mama

 


Cientistas constataram que a descoberta precoce de uma mutação genética nos tumores pode facilitar a adaptação da terapia

30/09/2022 - 11H43 (ATUALIZADO EM 30/09/2022 - 13H00)

Tratamentos podem ser adaptados a partir de uma mutação genética dos tumores

REPRODUÇÃO

Um estudo publicado nesta sexta-feira (30) mostrou que é possível frear a progressão de certos tipos de câncer de mama com a descoberta precoce da mutação genética no centro dos tumores e, a partir disso, adaptar o tratamento.

O relatório, publicado no Lancet Oncology, uma das principais revistas sobre o câncer, é o primeiro do tipo "a mostrar um benefício clínico significativo depois de, anteriormente, direcionar a mutação bESR1", resumem os autores.

Em um câncer de mama, as células do tumor evoluem com o tempo e, dependendo de certas mutações, podem se tornar resistentes aos tratamentos utilizados.

Os autores desse estudo, organizado em dezenas de hospitais franceses pelo oncologista François Clément Bidard, avaliaram que é importante detectar a mutação bESR1 a tempo e agir em conformidade.

Para detectar essa mutação, utilizaram uma técnica que vem sendo promissora nos últimos anos dentro dos estudos de câncer: a "biópsia líquida".

Diferentemente da biópsia clássica, uma operação potencialmente complexa e com consequências para a paciente, o objetivo é estudar o conteúdo dos tumores sem precisar extrair tecido da própria mama.

Em seu lugar, basta uma simples coleta de sangue. O sangue das pacientes contém uma pequena parte do DNA vindo das células cancerígenas. Isso torna cada vez mais fácil isolar e estudar a doença.

Formaram-se dois grupos de aproximadamente 80 pacientes com essa mutação. Uma parte seguiu recebendo o tratamento original, já a outra mudou para o medicamento fulvestrant.

No segundo grupo, a progressão do câncer foi interrompida por uma duração média maior, por vários meses.

 

Além da mutação única do bESR1, os autores consideram que o uso da biópsia líquida e a rápida troca de tratamento poderia servir de modelo para futuras estratégias terapêuticas.

 

No entanto, esse estudo tem várias limitações. Em primeiro lugar, não avalia se essa mudança de tratamento realmente melhora a sobrevivência da paciente. Por outro lado, a pesquisa só examina um tipo específico de câncer de mama, no qual o tumor é receptivo ao estrogênio.

 

Essa condição é a que permite o funcionamento dos tratamentos hormonais utilizados no estudo. Isso não inclui, por exemplo, os chamados cânceres "triplo negativos", que são os mais mortais porque são os mais difíceis de tratar.

 

https://noticias.r7.com/saude/estudo-promissor-melhora-tratamento-para-certos-tipos-de-cancer-de-mama-30092022