Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 06 de Maio de 2022 às 08h30
claudioventrella/Envato
Segundo estudo publicado na Cell Reports, uma pequena mudança em nosso DNA foi responsável por deixar a humanidade mais sujeita ao câncer, doença relativamente rara em outros primatas. Para descobrir isso, cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (EUA) compararam centenas de genes entre humanos e outras espécies de primatas.
Os pesquisadores descobriram que o
ser humano passou por uma mutação de um gene chamado BRCA2, que está envolvido
na regeneração do DNA. Essa mudança reduziu em 20% a capacidade de reparação do
DNA, em comparação com outras versões primatas do gene. A teoria é que essa
mutação explica as taxas mais altas de câncer.
As informações reforçam teorias de
estudos anteriores, em que pessoas com determinadas variantes do gene BRCA2 têm
um risco ainda maior de desenvolver câncer de mama ou de ovário. Por enquanto,
os autores do estudo ainda não têm uma resposta exata para a causa que levou o
gene a evoluir a ponto de se tornar menos ativo em humanos do que em outros
primatas.
Uma das possibilidades apresentadas pelos
pesquisadores é que a atividade reduzida de BRCA2 tenha sido selecionada em
humanos para aumentar a fertilidade. Acontece que estudos anteriores
relacionaram uma variante desse gene com uma facilidade maior para engravidar.
De qualquer forma, a ideia dos
pesquisadores é que, tendo em mãos o conhecimento dessa mutação no gene BRCA2,
futuras pesquisas possam levar a novos tratamentos contra o câncer.
Em
abril, uma equipe do Cambridge University Hospitals (Reino Unido) conseguiu
mapear o genoma dos tumores de cerca de 12 mil pessoas, o que permitiu a
descoberta de novos padrões genéticos do câncer.
Fonte: Cell Reports, New
Scientist
https://canaltech.com.br/saude/cientistas-descobrem-o-que-tornou-ser-humano-mais-propenso-ao-cancer-215583/
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