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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Guia traz análises e orientações sobre alimentação, nutrição, atividade física e câncer

O Instituto Nacional de Câncer divulgou, recentemente, a publicação “Dieta, nutrição, atividade física e câncer: uma perspectiva global – um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira”. Com o material, o INCA pretende “fornecer subsídios técnicos para fundamentar intervenções individuais e coletivas promotoras de práticas alimentares saudáveis e de atividade física, contribuindo, dessa forma, para o reconhecimento social da relação entre alimentação, nutrição, atividade física e câncer e para a prevenção e o controle do câncer no Brasil”.

O documento é uma tradução adaptada e ampliada do resumo do III Relatório de Especialistas do Fundo Mundial de Pesquisa em Câncer (WCRF – World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em Câncer (AICR –  American Institute for Cancer Research). Traz o posfácio “Alimentação, nutrição, atividade física e câncer: uma análise do Brasil e as recomendações do INCA”, com dados epidemiológicos e recomendações que consideram a realidade nacional, com base no Guia Alimentar para a População Brasileira.

O texto do guia considera que as mudanças no padrão alimentar e no perfil nutricional dos brasileiros têm gerado um cenário preocupante. “O aumento no consumo de alimentos processados e ultraprocessados, frente aos alimentos frescos, às refeições e às preparações tradicionais, vem sendo acompanhado pelo aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade”, ressalta o material.

As recomendações do INCA listam uma série de hábitos que devem ser adotados para a prevenção do câncer no Brasil, entre eles: a manutenção do peso corporal saudável; ser fisicamente ativo como parte da rotina diária; fazer dos alimentos de origem vegetal a base da dieta; evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas e fast food; evitar o consumo de carnes processadas; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não usar suplementos alimentares para prevenção do câncer. 

As orientações também incentivam a amamentação, que protege as mães do câncer de mama e os bebês do sobrepeso e da obesidade ao longo da vida. Uma observação especial é direcionada ao consumo de chimarrão, que não deve ocorrer em temperaturas superiores a 60 °C.

O texto do guia ressalta que “após o diagnóstico de câncer, sempre que possível, o paciente deve seguir as recomendações de prevenção. Durante o tratamento, avaliar, junto ao profissional de saúde responsável, o que é aconselhável”.

Outro apontamento importante chama atenção para o risco de exposição ao tabaco e ao excesso de sol. “Embora cada recomendação individual ofereça benefícios para a proteção contra o câncer, a maior parte do benefício é obtida ao tratar todas as recomendações como um padrão integrado de comportamentos relacionados à alimentação, à atividade física e a outros fatores associados ao modo de vida”, afirma o documento do INCA.

A nutricionista Luísa Nunes, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, concorda que o conjunto de hábitos e comportamentos saudáveis ajudam a prevenir os tumores. “Falamos de estilo de vida e este conceito engloba sono, atividade física, alimentação, controle do estresse, vida social e afetiva, equilíbrio psicológico e saúde mental.

O câncer tem suas preferências e se pode instalar mais facilmente quando encontra, reunido, o maior número possível de fatores de risco, como predisposição genética, obesidade e vida sedentária, alimentação inadequada, excesso de álcool, exposição à radiação e a agentes químicos, consumo de tabaco, estresse e exposição a plásticos, agrotóxicos e aditivos químicos nos alimentos”, completa Luísa. 

“A alimentação tanto pode ajudar quanto atrapalhar a vida de uma pessoa. Uma nutrição bem feita, com alimentos integrais, orgânicos, ricos em polifenóis, fitoquímicos e nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios, é a chave para longevidade. Longevidade é envelhecer com saúde mantendo a capacidade funcional física e cognitiva do indivíduo”, afirma Luísa. A nutricionista exemplifica o impacto da obesidade e vida sedentária sobre o aumento da incidência de câncer de mama, carcinomas de endométrio, tumores malignos de cólon e de adenocarcinoma de esôfago.

 

https://vencerocancer.org.br/cancer/prevencao/analises-sobre-alimentacao-nutricao-atividade-fisica-e-cancer/?catsel=cancer

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

O que pode causar câncer? Veja 35 hábitos associados a essa doença

Na luta contra o câncer no Brasil, mais de 220 mil pessoas vieram a óbito em decorrência da doença, somente em 2018, segundo os dados registrados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer). Embora se use normalmente o nome no singular, é preciso lembrar que "o câncer" representa um conjunto de mais de 100 doenças diferentes que têm em comum, apenas, o crescimento descontrolado de células, invadindo tecidos, formando tumores e alterando o nosso DNA.

Para a ciência, as diferenças entre os tipos de câncer correspondem às diferentes células do corpo humano que elas afetam. Por exemplo, se as células tumorais se desenvolvem na pele ou em tecidos que recobrem órgãos, ossos e glândulas, são chamadas de carcinomas. Outro ponto que os diferencia é a velocidade com a qual se multiplicam e formam metástases — as lesões tumorais que se espalham pelo corpo.

Em um cenário que mais se parece com uma guerra, alguns casos de câncer, realmente, estão fora do controle humano, seja por fatores genéticos ou mudanças genéticas que sofremos ao longo da vida. Entretanto, evidências apontam que alguns comportamentos de risco ou uso de determinadas substâncias podem, sim, aumentar as chances de desenvolvimento de um câncer.

A seguir, você confere 35 agentes cancerígenos já conhecidos pela medicina e alguns suspeitos de causarem essas alterações, que podem ser fatais, no organismo humano.

35 fatores ligados ao aumento do risco de câncer

1. Açúcar: mais do que casos de diabetes, o consumo excessivo de açúcar pode danificar as células do organismo e aumentar o risco de câncer. Pior ainda, estudos recentes apontam que o açúcar pode estimular o crescimento de um tumor, porque as células tumorais usam essa substância como combustível. "O consumo hiperativo de açúcar pelas células cancerosas leva a um ciclo vicioso de estimulação contínua do desenvolvimento e crescimento do câncer", afirma o biólogo molecular Johan Thevelein.

2. Alimentos processados: segundo cientistas na França, há uma ligação entre as pessoas que consomem mais alimentos processados ​com os indivíduos que desenvolvem câncer. Entretanto, não se sabe qual é a origem dessa relação. Poderia ser, por exemplo, a embalagem utilizada ou ainda substâncias que prolonguem sua validade.

3. Fumar: pesquisa apontam há anos que a fumaça do tabaco contém cerca de 70 substâncias químicas cancerígenas. Infelizmente, isso também vale para os fumantes passivos — grupo que não fuma, mas acaba inalando a fumaça pelo ambiente. De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, "os não fumantes expostos ao fumo passivo, em casa ou no trabalho, aumentam o risco de desenvolver câncer de pulmão em 20%-30%".

4. Talvez, o uso de vapes: mesmo que pesquisas nessa área ainda sejam recentes, há alguns sinais de que podem causar complicações no sistema respiratório. "Penso que existe um consenso emergente de que as células imunológicas do pulmão ficam um pouco perturbadas com a vaporização", explica o professor Robert Tarran, que estuda o tema na Universidade da Carolina do Norte.

5. Bronzeamento artificial: o consenso aqui é bastante “popular”. De acordo com a Fundação do Câncer de Pele (SCF), fundado nos EUA, indivíduos que realizam sessões de bronzeamento artificial antes dos 35 anos, aumentam o risco de desenvolver melanoma em 75%.

6. Esquecer o protetor solar: a exposição ao Sol, sem proteção, pode causar riscos para a saúde, como o câncer de pele por causa dos raios UV. Por isso, o Inca recomenda que "durante a exposição ao Sol sejam usados filtros com FPS 15 ou mais e que protejam também contra os raios UV-A".

7. Contato com produtos tóxicos no trabalho: no dia a dia, algumas pessoas lidam com substâncias cancerígenas para a realização de suas atividades profissionais, como pintores, fabricantes de borracha e, eventualmente, cabeleireiros. Dependendo do nível de exposição, da qualidade dos produtos usados e das condições de proteção, o risco de desenvolvimento de um câncer cresce.

8. Turno da noite: segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), parte da OMS, o trabalho noturno pode ser "provavelmente" cancerígeno para os funcionários. Isso porque os cientistas entendem que trabalhar fora do horário considerado normal pode afetar os ciclos circadianos naturais de sono e vigília do corpo.

9. Carvão: ainda nos riscos associados ao trabalho, há maiores chances do aparecimento da doença entre os mineradores de carvão. Entre os tipos mais comuns, estão: câncer nos pulmões; bexiga; e estômago. Uma das possíveis ideias é que isso ocorra por causa do pó de carvão inalado.

10. Arsênico: parte natural da crosta da Terra, é uma substância tóxica em sua forma inorgânica. Nessa formação pode ser encontrado até na água potável contaminada de alguns lugares como Bangladesh, na Ásia, ou em outras regiões onde os sistemas de irrigação para plantações utilizam água com arsênico.

11. Churrasco: carnes assadas em altas temperaturas favorecem a liberação de produtos químicos, como as aminas heterocíclicas (AHCs) e hidrocarbonos policíclicos aromáticos (HPAs). Segundo experimentos feitos em laboratório, esses produtos conseguem desencadear alterações no DNA que, por sua vez, podem aumentar o risco de câncer.

12. Álcool: segundo o Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, "o risco de desenvolver câncer aumenta com a quantidade de álcool que uma pessoa ingere" e alguns dos tipos podem ser o de garganta e o de fígado, por exemplo. Nesse caso, é preciso observar a frequência e a regularidade do hábito, também.

13. Escapamento de motor à diesel: isso porque o óleo diesel é composto por mais de 30 componentes potencialmente cancerígenos, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Um dos riscos está em inalar partículas desse produto, após a combustão.

14. Sal e alimentos em conserva: o consumo excessivo de alimentos em conserva pode aumentar o risco de câncer de estômago, de acordo com a American Cancer Society. Por exemplo, um prato bastante popular na China, o peixe curado com sal, é rico em nitratos e nitritos, conhecidos carcinógenos em animais e que também aumentam o risco em humanos, já que podem danificar o DNA.

15. Carnes processadas: são potencialmente perigosos os alimentos como presunto, bacon e salsicha, segundo a OMS. Inclusive, um levantamento de 15 estudos sobre câncer de mama verificou que pessoas que consomem, com maior frequência, carnes processadas têm um maior risco em desenvolver câncer de mama. Em comparação com quem não consome, o risco está calculado em 9%, de acordo com artigo do International Journal of Cancer.

16. Poeira de madeira: o risco é potencializado para trabalhadores de serrarias e marceneiros, porque respiram com muita frequência essa poeira durante as etapas do trabalho. De acordo com o Inca, “há associação entre exposição a poeira de madeira e câncer de cavidade nasal, seios paranasais, laringe, pulmão, estômago, cólon e reto, leucemia, linfomas e mieloma múltiplo”.

17. Produtos usados no fraturamento hidráulico: pode parecer algo completamente distante, mas este é um método muito comum para a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo. É potencialmente perigoso para a saúde, porque nesse procedimento produtos químicos usados (como benzeno e formaldeído), conhecidamente causadores de câncer, podem ser liberados no ar e nas águas, contaminando a região.

18. Amianto: por muitos anos, o amianto foi utilizado na indústria pela sua abundância e baixo custo, inclusive na indústria da construção civil (como em telhas). Entretanto, passou a ser é classificado como um material reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos, segundo o Inca. Atualmente, seu uso está proibido em uma série de países.

19. Alguns herbicidas usados na agricultura: com a diversa gama de produtos usada nas plantações, cada caso precisa ser analisado em suas particularidades. Entretanto, cada vez mais pesquisas sugerem que determinados produtos químicos, usados na agricultura, podem aumentar as chances do aparecimento de câncer em trabalhadores rurais. Recentemente, houve uma grande disputa judicial nos EUA entre agricultores e a produtora do herbicida glifosato.

20. Estrogênios: o câncer de mama, por exemplo, não tem uma causa única, mas alguns fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, como o estímulo de estrogênio, tanto de dentro do corpo quanto de fora, de maneira não controlada. Vale lembrar que esse é um nome para uma série de hormônios relacionados à ovulação e desenvolvimento de características femininas.

21. Vírus: ser infectado por alguns tipos específicos de vírus podem aumentar, de forma indireta, as chances de um câncer, já que podem desencadear alterações genéticas nas células humanas. São os casos dos vírus da Hepatite B e C, por exemplo.

22. Genética: dessa vez, não adianta fugir. Isso porque o risco de determinados cânceres podem ser transmitidos de uma geração para a outra. Nese sentido, alguns tipos de câncer de mama podem ser considerados genéticos. Para esses casos, o importante é o acompanhamento rotineiro do estado de saúde da pessoa.

23. Obesidade: pessoas com obesidade podem ter um aumento significativo no risco de desenvolverem alguns tipos de câncer, como os de reto, esôfago, mama, tireoide, rim e pâncreas. No total, são 13 tipos de câncer associados a essa condição, segundo o Inca.

24. Formaldeído: conhecido também pelo nome de formol, o formaldeído é potencialmente cancerígeno. Isso porque o formol evapora em condições normais de temperatura e o contato direto com grandes concentrações é altamente perigoso à saúde humana. Inclusive, no Brasil, a Anvisa propõe a substituição desse agente por vários produtos.

25. Impantes: introduzir objetos estranhos em seu corpo, como um implante mamário de silicone, pode elevar os riscos de câncer, segundo a IARC. Inclusive, pacientes norte-americanas já iniciaram uma ação coletiva contra uma empresa de próteses, após desenvolveram câncer supostamente ligado a operação de implante.

26. Gases tóxicos: respirar um ar contaminado com gases tóxicos durante anos pode levar ao desenvolvimento de um câncer. Isso porque podem contaminar, gradualmente, o sistema respiratório das pessoas e outros órgãos.

27. Fuligem: o mais perigoso nessa questão é a inalação de fuligem e outras partículas poluentes vindas de queimadas, associada a alguns tipos de câncer, como de pulmão, esôfago e bexiga. O risco, no entanto, é maior para aqueles que têm contato diário com esse ar contaminado, como limpadores de chaminé.

28. Sílica: esse mineral é natural e pode ser encontrado na composição de pedras e da areia, por exemplo. Entretanto, o problema é quando trabalhadores da construção civil e de mineradores inalam partículas de sílica cortando, serrando ou perfurando uma rocha. De acordo com o Inca, "trabalhadores expostos à sílica, quando comparados com a população em geral, possui risco 2 a 3 vezes maior a câncer de pulmão".

29. Radiação: os raios X e os raios gama são conhecidos por sua capacidade cancerígena. Essa ligação entre radiação e risco de câncer fica ainda mais clara, quando se pensa nas pessoas que foram expostas a altas doses de radiação em um acidente nuclear, como o Chernobyl. Por outro lado, há tratamentos contra cânceres usando altas doses de radiação. Aqui, tudo depende da forma e da exposição.

30. Inflamações crônicas: infecções de longo prazo e doenças intestinais que se prolongam para longos períodos, por exemplo, podem danificar, de forma singnificativa, o DNA de uma pessoa e, consequentemente, elevar as chances desse paciente desenvolver algum tipo de câncer.

31. Alguns plásticos: eles realmente são perigosos, especialmente, quando aquecidos com alimentos. Isso porque esse aquecimento pode liberar substâncias nocivas e, potencialmente, cancerígenas, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos. Como é difícil ter segurança quanto à presença ou não dessas substâncias nos plásticos, a recomendação, por exemplo, é nunca aquecer alimentos neles, muito menos fazer mamadeiras para crianças em recipientes com BPA. Muitos fabricantes já colocam nas embalagens de vasilhas, copos, garrafas e mamadeiras a inscrição "BPA Free", associando-a ao uso seguro do utensílio.

32. HPV: entre as infecções virais, o papilomavírus humano é uma família comum de vírus sexualmente transmissíveis e pode colaborar com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o peniano, o vaginal e o anal. Por esse motivo o CDC, nos EUA, recomend a vacinação contra o HPV para os jovens.

33. Refrigerantes: embora sejam um produto muito consumido, especialmente por crianças, alguns refrigerantes podem representar riscos para saúde. Isso porque contêm a substância 4-MI, classificada como possivelmente cancerígena pela IARC. É encontrada no corante Caramelo IV, muito usado nos processos de fabricação dessas bebidas.

34. Bebidas quentes: mais do que queimar a língua de uma pessoa, o consumo intenso de bebidas quentes pode elevar os riscos de câncer na garganta. Pesquisas realizadas na América do Sul e no Irã avaliaram os riscos desse consumo e confirmaram a hipótese. Entretanto, esse é um risco relativamente pequeno e bem simples de contornar.

35. Acrilamida: é uma substância que se forma quando alguns alimentos (como pães, biscoitos, batatas e café) são fritos, grelhados ou torrados em altas temperaturas. Ainda se discute se a substância e esses produtos, após passarem por esse processo, são realmente cancerígenos. De acordo com a IARC, são "carcinógenos prováveis".

 

Nem tudo está acabado

Embora haja uma lista consideravelmente grande de hábitos que possam se relacionar com o aparecimento do câncer, a boa notícia é que as taxas de sobrevivência ao câncer estão aumentando anualmente. Isso porque a detecção ocorre de forma muito mais precoce, há mais esforços de prevenção e melhores tratamentos disponíveis.

Nesse cenário, companhas contra o uso de tabaco e a favor do uso do protetor solar, incluindo uma série de exames preventivos, como o autoexame para câncer de mama, são eficazes para reduzir o número de casos fatais da doença. Além disso, acompanhamento médico regular é um importante fator para melhorar as chances de sobrevivência.

Mesmo que hábitos diários, como consumo de alimentos e comportamentos, possam contribuir para o desenvolvimento de determinados tipos de câncer, vale lembrar que os cientistas vivem uma busca constante por novas terapias e tratamentos contra uma das pelo menos 100 variações de câncer conhecidas.

Fonte: Business InsiderBBCCDCSCFIARCIncaAmerican Cancer Society     

https://canaltech.com.br/saude/o-que-pode-causar-o-cancer-veja-35-habitos-associados-a-essa-doenca-171028/

terça-feira, 15 de maio de 2018

12 mitos e verdades sobre hábitos de vida relacionados ao câncer


Excesso de açúcar, sedentarismo e tabagismo são alguns dos fatores que podem aumentar o risco da doença
access_time14 maio 2018, 15h04
https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/12-mitos-e-verdades-sobre-habitos-de-vida-relacionados-ao-cancer/

São Paulo – É fato que os hábitos de vida que você tem podem ou não contribuir para o surgimento de algumas doenças, entre elas, o câncer. Um estudo recente divulgado pelo Observatório de Oncologia apontou que a doença é a principal causa de morte em mais de 500 cidades brasileiras e – coincidentemente ou não – a maioria delas está localizada em regiões desenvolvidas, onde a expectativa de vida é maior, mas o estilo de vida costuma ser mais frenético.

No país, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima a ocorrência de 600.000 casos novos a cada ano para o biênio 2018-2019. Entre os mais jovens, de acordo com o Inca, o câncer já é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 a 29 anos, perdendo apenas para “causas externas”, que envolvem óbitos por acidentes e violência.

Segundo Cristiano Guedes Duque, oncologista da Oncoclínica, um dos aspectos mais importantes para a prevenção do câncer diz respeito ao nível de evidências científicas que atribuem hábitos de vida ou exposição a substâncias ao desenvolvimento da doença.

 “A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde, estabelece uma série de critérios antes de classificar uma substância como carcinogênica, ou seja, capaz de provocar ou estimular o aparecimento do câncer em um organismo. Ao adotar hábitos de vidas saudáveis e evitar a exposição às substâncias relacionadas pela agência, evita-se não somente o câncer, mas também uma série de doenças potencialmente graves”, explica o especialista.

Ainda de acordo com Duque, uma dieta rica em açúcar, a obesidade, a exposição à fumaça do cigarro e o sedentarismo estão diretamente ligados ao risco de adoecimento e mortes relacionadas ao sistema cardiovascular, como o infarto agudo do miocárdio. “Em uma sociedade que passa por grandes mudanças relacionadas à alimentação e hábitos de vida, ficar atento aos itens relacionados ao câncer não somente ajuda a evitar essa doença, como também contribui para uma vida mais saudável”, afirma o oncologista.
Predisposição X estilo de vida
Também da Oncoclínica, a oncologista Adriana Scheliga lembra que o câncer é resultado de danos ou mutações genéticas que podem ocorrer no DNA das pessoas. Por isso, alguns tipos estão fora de nosso controle, determinados por defeitos genéticos e predisposições transmitidas de geração para geração, ou estimulados por mudanças genéticas pelas quais passamos ao longo da vida.
“Também sabemos, no entanto, que respirar certas substâncias, comer determinados alimentos e até mesmo usar alguns tipos de plásticos elevam o risco de desenvolver alguns tipos de câncer”, afirma Adriana.
Juntos, os especialistas listaram alguns mitos e verdades sobre hábitos de vida relacionados ao câncer. Confira a seguir:
1 – Tabagismo
Trata-se da principal causa no mundo inteiro de doenças e mortes evitáveis. Estima-se que o cigarro esteja relacionado à morte de quase a metade de seus usuários no longo prazo. Por isso, a recomendação é não fumar e não utilizar nenhuma forma de tabaco. A renúncia do tabaco é a forma mais eficazes na prevenção do câncer, já que ele está relacionado não só ao câncer de pulmão, como também aos de cabeça e pescoço, bexiga, mama, entre tipos.
2 – Tabagismo passivo
Também pode causar câncer e outras doenças crônicas, inclusive em crianças. Não se deve fumar dentro de casa. Devem ser estimuladas, por exemplo, medidas para que todos os ambientes de convívio social fiquem livres da fumaça do cigarro. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Americano (CDC) afirma que os chamados fumantes-passivos, ou seja, aqueles expostos ao fumo passivo em casa ou no trabalho aumentam o risco de desenvolver câncer de pulmão em até 20% a 30%.
3 – Controle do peso
Manter o peso sempre controlado, o que inclui ter uma dieta saudável e praticar atividade física, pode reduzir em até 18% o risco do surgimento de câncer.
4 – Exercícios
O recomendável é que as pessoas se mantenham moderadamente ativas por pelo menos 30 minutos por dia. O tempo gasto na posição assentada deve ser reduzido.
5 – Dieta
De acordo com os especialistas, devem ser evitados alimentos com excesso de calorias (tanto por açúcar como por gorduras). O açúcar refinado branco, presente em doces, biscoitos e muitos produtos industrializados, quando consumido em excesso pode levar à obesidade, a alterações metabólicas e até ao desenvolvimento do diabetes mellitus. A obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de mama, cólon e reto, esôfago, rim e pâncreas.
É importante lembrar, no entanto, que o açúcar está presente em diversos alimentos como componente natural essencial.
Alguns exemplos são a frutose nas frutas e a lactose nos derivados de leite. A utilização de açúcar isoladamente não pode ser considerada um fator de causa e efeito de câncer.
6 – Alimentos processados
Além do açúcar, qualquer alimento que venha em um invólucro de plástico e esteja industrialmente selado foi projetado para durar meses sem estragar. Cientistas na França recentemente demonstraram uma relação entre pessoas que comem mais alimentos processados e aqueles que desenvolvem câncer. Porém, ainda não há certeza se o problema são os ingredientes estabilizadores do produto, a embalagem plástica ou a combinação dos dois. Por isso, mais estudos são necessários para de fato comprovar a correlação de causa e efeito. Já alimentos como os embutidos (linguiças, salsichas, presuntos e apresuntados, entre outros) são apontados como grandes vilões.
7 – Álcool
Se a pessoa já possui esse hábito, deve procurar limitar a quantidade. O melhor para a prevenção do câncer é evitar o consumo de bebidas alcoólicas. O consumo de álcool regular pode aumentar o risco de câncer de cabeça e pescoço, fígado, mama e cólon. E esse risco aumenta conforme a quantidade ingerida, quanto maior o consumo, maior a chance, principalmente quando associado ao habito de fumar.
8 – Exposição ao sol
A luz solar natural é um agente causador de câncer de pele. No Brasil, segundo dados do o Inca, o câncer de pele não melanoma é o tumor mais frequente em ambos os sexos. A exposição excessiva e sem proteção, como aqueles que trabalham ao ar livre ou mesmo a exposição recreativa excessiva em praias e piscinas, deve ser evitada por meio do uso de protetores solares, roupas, chapéus e óculos protetores.
9 – Bronzeamento artificial
Não deve ser realizado também o bronzeamento artificial, pois existe de fato um aumento considerável do risco de desenvolver tumores malignos de pele em pessoas que utilizam a técnica, principalmente se hábito começou antes dos 35 anos.
10 – Carne vermelha
A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que a carne vermelha possa estar ligada ao aumento do risco de câncer colorretal. Além disso, há algumas evidências que indicam que sua contribuição para o câncer pancreático e de próstata, embora essa evidência não seja tão forte.
As carnes defumadas e churrascos provavelmente também aumentam o risco de câncer, porque quando são assadas em fogo muito quente ou são fritas em altas temperaturas eliminam substâncias, como as aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que em contato com as chamas aumentam os produtos químicos cozidos na carne consumida.
Os pesquisadores não estão certos de que esses produtos químicos causem câncer. Contudo, em testes de laboratório, o DNA celular sofre mudanças que podem aumentar o risco de câncer.
11 – Trocar o dia pela noite
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou o trabalho noturno como um provável fator desencadeador de câncer. Os pesquisadores acreditam que trabalhar à noite e ficar durante longas horas na escuridão podem atrapalhar os ciclos naturais de sono e vigília circadianos do corpo e, de alguma forma, estar ligados a um aumento do risco de câncer.
12 – Vacinação
Alguns tipos de vacina, como as contra a hepatite B e HPV, também podem evitar o câncer por isso, quando possível, vale a pena tomá-las.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade


Quinta-feira, 01/06/2017, às 06:00, por Mariza Tavares
http://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/principal-fator-de-risco-para-o-cancer-de-prostata-e-idade.html

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no mundo e a quinta principal causa de morte por câncer na população masculina. O principal fator de risco é a idade: 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. A maioria dos tumores cresce de forma lenta e pode até não dar sinais durante toda a vida, mas o histórico familiar é importante: quem tem pai ou irmão diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 tem de três a dez vezes aumentado o risco de desenvolver a doença.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce de um câncer compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento). No caso da próstata, não há unanimidade em relação ao rastreamento por meio da realização de exames de rotina – geralmente toque retal e dosagem de PSA. Em seu site, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) informa que, “por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o Instituto mantém a recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática”.


No entanto, cientistas e pesquisadores americanos que integram o US Preventive Service Task Forces, órgão de prevenção ligado ao governo dos EUA, 
recentemente voltaram atrás em sua contraindicação para o exame do PSA. O teste é capaz de detectar a elevação de uma proteína produzida pela próstata, que é um indicativo de câncer. A principal crítica é porque o resultado pode ser um falso-positivo (a alteração pode ser causada por uma infecção ou pelo crescimento exagerado, mas benigno, da próstata), levando a procedimentos e cirurgias que poderiam ser evitados. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem conversar com seus urologistas sobre os exames de detecção precoce e que homens com fatores de risco (casos na família, negros e obesos) devem fazer essa consulta aos 45 anos.


Em seu estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, ou eles se assemelham aos do crescimento benigno do órgão: dificuldade de urinar ou necessidade de urinar mais vezes. Somente com o avanço da doença surgem problemas de ereção; sangue na urina; dor ou desconforto nos quadris, costas, peito ou outras áreas (no caso de metástase, ou seja, quando o câncer se espalhou para os ossos); fraqueza ou dormência nos pés ou pernas; perda do controle da bexiga ou do intestino. Há uma clara interferência no trabalho, no sono e na mobilidade, com impacto nas atividades diárias. É da maior importância consultar regularmente o médico e relatar qualquer alteração, para que ele avalie as melhores alternativas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Linguiça, bacon e presunto são cancerígenos, diz OMS

BBC Brasil James Gallagher
26/10/201510h27

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o consumo de carne processada - como bacon, salsichas e presunto - causa câncer. Segundo o documento, 50 gramas de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%.
De forma mais branda, pela falta de provas mais contundentes, a organização também reforçou o alerta em relação à carne vermelha, dizendo que ela seria "provavelmente cancerígena".
De acordo a correspondente da BBC em Genebra, Imogene Foulkes, no caso da carne vermelha o "quadro não é tão claro". "O estudo mostra provas limitadas de que comer carne bovina, carne de porco ou cordeiro pode causar câncer, mas outras explicações não podem ser descartadas", afirmou.
A correspondente da BBC afirmou ainda que a OMS destaca que o consumo baixo de carne traz benefícios à saúde. Mas os consumidores precisam saber que também existem riscos no baixo consumo, sendo o mais recomendável comer carne com moderação.

A carne vermelha é uma grande fonte de ferro, zinco e vitamina B12.

Aditivos

Carne processada é a carne que foi modificada para aumentar seu prazo de validade ou manipular o gosto. São as carnes defumadas, curadas ou que recebem aditivos, como sal ou conservantes. São estes aditivos que podem aumentar o risco de desenvolver câncer.
A OMS chegou a essas conclusões após aconselhamento de sua Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, que avalia os melhores dados científicos disponíveis. 
Com isso, a carne processada passa a estar na mesma categoria que plutônio e bebidas alcoólicas, substâncias que comprovadamente causam câncer.

No entanto, isso não significa que consumir bacon, por exemplo, seja tão ruim quanto fumar.

"Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal (no intestino) por causa do consumo de carne processada continua pequeno, mas este risco aumenta com a quantidade de carne consumida", disse Kurt Straif, da OMS.

Para o professor da Universidade de Oxford Tim Key, que também é membro da organização beneficente britânica voltada para pesquisa do câncer Cancer Research UK, é uma questão de moderação.

"Esta decisão não significa que você precisa parar de comer qualquer tipo de carne vermelha ou processada, mas se você come muito, há boas razões para pensar em diminuir. Comer bacon de vez em quando não vai causar muito dano - uma dieta saudável é baseada na moderação", afirmou.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sete em cada 10 mulheres descobrem câncer de ovário "tarde demais"

Do UOL, em São Paulo
08/05/201410h14

De acordo com levantamento recente do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), 70% das mulheres com câncer de ovário chegam ao hospital com a doença avançada, o que pode comprometer o sucesso do tratamento. 

Mensalmente são realizados mais de 800 atendimentos no serviço de ginecologia do instituto. Do total de pacientes, cerca de 20% têm entre 45 e 54 anos e 70% das mulheres estão acima dos 55 anos, período em que é mais frequente o desenvolvimento do tumor. 

Entre os fatores de risco para o câncer de ovário estão o histórico familiar e a obesidade. Mulheres que fazem terapia de reposição hormonal e tratamento para a fertilidade também estão mais propensas a desenvolver a doença.

O tumor é considerado "silencioso", e os poucos sintomas apresentados costumam ser ignorados pela maioria das mulheres, uma vez que são confundidos com desconfortos comuns como inchaço (aumento) do volume abdominal, menstruação irregular e indigestão. Também podem ocorrer dores abdominais e na região pélvica, perda do apetite e náuseas.

Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam aproximadamente seis mil novos casos da doença para esse ano no Brasil, incidência relativamente baixa se comparada aos 60 mil novos casos de tumor de mama.

Entretanto, o câncer de ovário é o tipo de tumor ginecológico com maior índice de mortalidade, chegando a 50%. Por isso é importante que as mulheres estejam atentas a mudanças no corpo, bem como a incômodos e dores constantes.

Para a coordenadora da oncologia clínica do Icesp, Maria Del Pilar Estevez Diz, a visita anual ao ginecologista e a procura por médicos em casos de alguma anormalidade podem ajudar a antecipar o diagnóstico, aumentando as chances de sucesso do tratamento.