quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Avanço da cura do câncer está nas mãos de 2,5 mil pacientes

Em quatro hospitais, voluntários ajudam no teste de drogas mais potentes e até vacinas para proteger da doença

Fernanda Aranda, iG São Paulo
30/11/2011 11:01

Se a cura do câncer ainda não é uma certeza, hoje ele já não é mais uma sentença de morte. Os testes que diagnosticam a doença estão mais precisos, os tratamentos mais efetivos e as cirurgias menos mutiladoras.

Por trás dos passos já dados em todas estas conquistas – e os ainda necessários para que os tumores deixem de ocupar o posto de segunda causa de morte dos brasileiros – existe uma legião de pacientes voluntários.

São eles que emprestam seus corpos, suas biópsias e seus efeitos colaterais para que as pesquisas avancem em direção ao controle da doença.

Levantamento feito pelo iG Saúde em quatro centros de pesquisas em oncologia mostra que os voluntários de pesquisas oncológicas somam ao menos 2,5 mil pessoas. Gente que, mesmo sem nunca ter estudado medicina, contribui para o desenvolvimento de medicamentos mais potentes, terapêuticas mais personalizadas para amenizar os danos da quimioterapia e até de vacinas contra câncer de próstata, pulmão e rim.

Todas estas novidades previstas para os próximos anos estão nas mãos de quem se dispõe a contribuir com a ciência, sem receber contribuição financeira em troca.

“Sem estes pacientes, nós não conseguiríamos avançar um milímetro”, define Carlos Gil, coordenador de pesquisa clínica e inovação tecnológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), entidade que, anualmente, recruta 400 novas pessoas que convivem com a doença, participantes de 700 estudos já em andamento (cada paciente pode participar de mais de uma pesquisa).

“Os caminhos mais efetivos para o tratamento do câncer são os personalizados, ou seja, definidos após testes genéticos que avaliam, individualmente, o perfil de cada tumor”, complementa Gil.

“Precisamos, por isso, contar com o maior número de características mapeadas. É o que vai garantir maiores índices de sucesso de tratamento de uma população tão miscigenada como a brasileira.”

Olhos claros, ruiva, paulistana

Um dos perfis de tumor que já faz parte do banco de dados das pesquisas em câncer do País é o que acometeu uma mulher paulistana, 52 anos, cabelos ruivos e de olhos claros. Maria Madalena da Silva teve um tumor maligno nas mamas diagnosticado no mês de junho e em uma fase muito precoce, com menos de três meses de existência. Logo após fazer a cirurgia para a retirada do tumor, já começou a fazer parte de um dos 800 ensaios clínicos em andamento no Hospital AC Camargo, em São Paulo, que englobam 1.500 voluntários.

“Fico muito satisfeita em contribuir até porque sei que sou uma paciente diferenciada”, diz Maria Madalena. Ela não fuma (nunca fumou) e também não bebe, dois hábitos de riscos presentes em quase 60% dos diagnosticados com câncer, chegando a 90% em alguns tipos de tumores como os de cabeça e pescoço (como foi o caso do ex-presidente Lula).

Outro diferencial desta paciente é que ela fazia mamografias anuais desde os 40 anos e, por isso, não está no grupo de 52% das mulheres que recebem a notícia do câncer de mama já em estágio extremamente avançado, conforme mapeou a Federação Brasileira de Saúde das Mamas (Femama).

“Estou fazendo quimioterapia (o cabelo caiu, mas quem olha nem suspeita que é peruca) e ainda não dá para falar que estou 100% curada. Mas com certeza já dá para dizer que eu contribuo para o tratamento de pessoas que ainda nem sequer receberam a notícia da doença”, define ela.

As novidades

São muitas as linhas de pesquisas para novos tratamentos e detecção do câncer. Entre as novidades mais próximas, pontua Célia Tosello de Oliveira, coordenadora de pesquisas do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), estão as drogas que diminuem os efeitos colaterais acarretados pela quimioterapia e pela radioterapia, como náuseas, vômitos e também queda de cabelo.

“Temos ainda projetos para o tratamento do câncer de próstata sem quimioterapia (o que pode ser um antídoto para sequelas importantes na potência sexual masculina)”, exemplifica Célia.

No IBCC são 20 novos projetos de pesquisa iniciados por ano, que envolvem – em média – 8 pacientes em cada (160 voluntários no total).

Luiz Fernando Lima Reis, diretor do Instituo de Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, afirma que lá são 50 pessoas com diagnóstico de câncer que auxiliam no desenvolvimento de novas drogas. Também são pesquisados aparelhos cirúrgicos com uma melhor “pontaria”, para que retirem o tumor de forma que o entorno do órgão não seja tão afetado.

No AC Camargo – que concentra quase 60% de todos os ensaios clínicos brasileiros – além de drogas mais eficazes, também estão em testes vacinas terapêuticas para o câncer de pulmão.

“Elas têm como objetivo principal evitar a reincidência do tumor, situação que ocorre em 30% dos casos pulmonares”, afirma o diretor do Hospital, Jeferson Luiz Gross. No Inca, além de doses terapêuticas, também são testadas – ainda de forma embrionária – imunização preventiva para câncer de rim.

Futuro

Os ensaios clínicos, os especialistas reforçam, têm anos de duração e demoram em média uma década para chegar à população. Nem sempre os resultados são os esperados. “Temos muitos dados promissores, como a possibilidade de a longo prazo, detectar alguns cânceres por meio de exames de sangue”, pontua Gross.

“Mas nem sempre a ciência atende às expectativas médicas. Precisamos ter os pés no chão. O que já está consagrado é a importância da prevenção primária. Em todas as pesquisas não há dúvida de que uma dieta saudável, a prática de exercícios físicos, não fumar e não beber estão relacionados a uma incidência muito menor de tumores.”

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

País deve ter mais de 1 mi de novos casos de câncer em 2 anos

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5486976-EI306,00-Pais+deve+ter+mais+de+mi+de+novos+casos+de+cancer+em+anos.html
24 de novembro de 2011 • 12h52 • atualizado às 13h27

O Brasil deve registrar nos próximos dois anos mais de 1 milhão de novos casos de câncer, aponta estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo a publicação, estimativas feitas com base nos registros da doença apontam a ocorrência de aproximadamente 518.510 casos de câncer no País em 2012, número válido também para 2013.

Na divisão por gênero, são esperados um total de 257.870 casos novos para o sexo masculino e 260.640 para o sexo feminino em 2012. Os cinco tumores mais incidentes entre homens serão o câncer de pele não lemanoma (63 mil casos novos), próstata (60 mil), pulmão (17 mil), cólon e reto (14 mil) e estômago (13 mil). Nas mulheres, destacam-se, entre os 5 mais incidentes, os tumores de pele não melanoma (71 mil casos novos), mama (53 mil), colo do útero (18 mil), cólon e reto (16 mil) e pulmão (10 mil).

Segundo as estimativas do Inca, as regiões Sul e Sudeste, de maneira geral, apresentam as maiores taxas de novos casos de câncer, enquanto as regiões Norte e Nordeste, as menores. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.

Prevenção do Câncer Infantojuvenil.

Boa notícia, 322 moradores da comunidade da Rocinha, que fazem parte do programa Saúde da Família, serão capacitados na prevenção do câncer infantojuvenil, até junho de 2012. A iniciativa, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com outras duas instituições, aplicará as aulas no Centro de Cidadania local. O câncer infantojuvenil é uma das primeiras causas de morte de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos de idade

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gianecchini passará por transplante de medula em dezembro

http://odia.ig.com.br/portal/brasil/html/2011/11/gianecchini_passara_por_transplante_de_medula_em_dezembro_207434.html

Rio - Depois de se submeter a seis sessões de quimioterapia para tratar um câncer no sistema linfático, Reynaldo Gianecchini vai passar por um transplante de medula no mês de dezembro. A afirmação foi feita pelo próprio ator, durante entrevista para o Fantástico na noite deste domingo.

Giane contou, durante a reportagem, que acredita totalmente no sucesso da cirurgia. "Eu me sinto curado desde o primeiro dia. Não jogo com a possibilidade de perder", afirmou o ator, que contou à apresentadora Patrícia Poeta sobre o momento em que descobriu a doença.

"Tem sido um processo de muito entendimento desde o primeiro momento", revelou Gianecchini, acrescentando que descobriu o linfoma em julho deste ano, por causa do aumento no tamanho dos gânglios. "Os sintomas poderiam ser de doenças banais. Eu comecei com alergia e a garganta começou a ficar com alguns gânglios e como sempre tive muitos problemas de garganta, resolvi fazer alguns exames", contou.

Com a chegada do diagnóstico, o ator revelou que a primeira reação foi a negação. "Minha primeira reação foi dizer 'Mãe, eu não tenho isso não. Isso não é possível".

Giane confessa que apesar da força que tem demonstrado ao longo do tratamento e da certeza da cura, alguns momentos são mais difíceis do que outros. "Eu tenho um câncer raro, é um linfoma muito raro, muito mais difícil de diagnosticar", disse.

Queda de cabelos

O ator revelou que resolveu cortar os cabelos por achar que seria mais prático, durante o dia-a-dia, não ter que se preocupar com a "cabeleira". No momento em que optou por raspá-los, a primeira imagem que veio à sua cabeça foi a cena onde a personagem Camila, interpretada pela atriz Carolina Dieckmann na novela "Laços de Família", passava pelo mesmo drama. Na trama, Gianecchini interpretava o marido de Camila.
Apoio dos fãs

Reynaldo contou que o que mais o tem emocionado durante o tratamento é o carinho dos fãs, que escrevem, mandam mensagens e se dizem confiantes na sua recuperação.

"Essa é a única coisa que me faz chorar, mas de felicidade", disse.

Cura espiritual

Por intermédio do pai, Reynaldo tomou conhecimento de cirurgias espirituais e chegou a passar por uma delas. "Na verdade o meu pai estava muito em contato com amigos espíritas que fazem essas curas espirituais. Existem tratamentos, operações espirituais feitas pelos espíritos. E fizeram comigo", revelou. "Fisicamente eu não senti nada. Eu sinto muita força, uma corrente muito boa de amor".

Internação

Durante as sessões de quimioterapia, Gianecchini contraiu uma bactéria e teve que passar por um período de internação.

Essa minha jornada no hospital foi particularmente interessante, porque eu conheci muita gente com leucemia ou com linfomas. E cada vez que tem uma superação, é uma festa. todo mundo se junta, canta parabéns com bolo e tudo, porque a pessoa está renascendo.

Emoção

Ao final da entrevista, o ator revela um desejo: após a recuperação total, a primeira coisa que quer fazer é entrar no mar. E no Rio.

Bastante emocionado, Giane agradece o apoio e o carinho dos fãs e não contém o choro. "Agradeço a todo mundo. Eu não tenho palavras pra descrever, nem pra agradecer todo esse carinho, todo esse amor. E eu espero um dia poder retribuir tudo isso".

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pesquisas curiosas sobre o diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer – Parte 3

Veneno de Serpente

Um tipo de proteína presente no veneno de algumas serpentes, denominado desintegrina, pode ser capaz de deter a metástase, migração desenfreada de células tumorais cancerosas para outras partes do corpo.

A descoberta é resultado de uma pesquisa realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Os cientistas observaram que diferentes desintegrinas purificadas do veneno de cobras são capazes de reduzir a capacidade de ativação e a migração de células de um tipo de melanoma - o câncer de pele mais letal - em camundongos.

Entretanto, um dos grandes desafios de utilizar o veneno de serpentes em pesquisa é o alto custo.

Curcuma

Uma pesquisa realizada na Irlanda sugere que um componente encontrado na cúrcuma, condimento presente no tempero curry, pode matar células cancerosas. A curcumina já era vista como um extrato com aplicações medicinais e já estava sendo testada para tratamento de artrite e até demência.

Testes de laboratório realizados pelo Centro de Pesquisa do Câncer de Cork mostraram que a substância também pode matar células de câncer de esôfago. A descoberta pode ajudar médicos a elaborar novos tratamentos para a doença.

Toupeira Pelada

A partir da análise das defesas do rato-toupeira-pelado, um tipo de mamífero roedor, cientistas acreditam que podem desenvolver técnicas para impedir o crescimento de tumores.

Os pesquisadores descobriram que em uma solução feita com células da pele das toupeiras, as mesmas deixaram de se proliferar quando atingiram uma densidade relativamente baixa. Este mecanismo também ocorre em humanos, mas o câncer é capaz de driblar esta defesa, mantendo o crescimento celular de tumores.

Os cientistas esperam aprender com as toupeiras como estimular a barreira natural.

Chá de Papaya

O chá do extrato de folha de papaia contém propriedades que combatem com grande poder os vários tipos de câncer e não deixa sequelas de nenhuma toxidade, como ocorre com outras terapias, segundo uma pesquisa da Universidade da Flórida.

Cientistas documentaram os poderosos efeitos anticancerígenos da papaia sobre o câncer de útero, de mama, fígado, pulmão e pâncreas, através de testes em laboratório com uma ampla variedade de tumores. Eles utilizaram 10 tipos diferentes de células cancerígenas e as expuseram a quatro graus de concentração de extrato de papaia durante 24 horas, medindo seus efeitos após esse tempo.

A concentração reduziu o crescimento dos tumores em todos os cultivos, segundo o estudo.

Salmonela

Cientistas descobriram que a bactéria que causa a doença salmonela pode provocar uma reação imunológica que mata células cancerígenas, o que pode levar à criação de vacinas para serem injetadas em vítimas do câncer.

"Fizemos experimentos primeiro em ratos e depois, em células com câncer e células imunológicas de pacientes humanos, e descobrimos que a salmonela estava fazendo exatamente o mesmo trabalho", disse Maria Rescigno, do Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, que participou do estudo.

A equipe descobriu que a salmonela aumentava a quantidade da proteína connexin 43, que "marca" as células doentes para que o sistema imunológico possa atacá-las.

Ecstasy

Cientistas britânicos acreditam que a droga ecstasy poderia ser usada no tratamento de diferentes tipos de câncer de sangue, como leucemia, linfoma e mieloma. Há seis anos, pesquisadores já sabem que psicotrópicos como ecstasy, remédios para emagrecer e antidepressivos têm efeitos sobre células cancerígenas, e agora eles buscam uma fórmula para alterar o ecstasy e utilizá-lo em tratamentos.

Por enquanto, o maior problema é que a quantidade de ecstasy necessária para eliminar as células cancerígenas seria fatal para o paciente. O que os pesquisadores da universidade de Birmingham querem fazer é isolar as propriedades benéficas do ecstasy que não causem efeitos colaterais.

Ouro

Utilizando nanopartículas de ouro, cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) conseguiram levar medicamentos contra o câncer a partes específicas do corpo de forma controlada.

As partículas se dissolvem quando expostas a diferentes níveis de luz infravermelha e, com isso, os cientistas poderiam fazer com que elas liberassem a droga apenas nos locais desejados.

Semente de Uva

Cientistas da Universidade de Kentucky realizaram experiências de laboratório e mostraram que, em 24 horas, 76% de células de leucemia expostas a altas doses de extrato de sementes de uva foram mortas em um processo de apoptose (digamos que elas "cometeram suicídio"), enquanto que as células saudáveis ficaram intactas.

A pesquisa abre caminho para novos tratamentos contra o câncer, mas os especialistas disseram que ainda é muito cedo para recomendar que as pessoas comam uvas como forma de evitar a doença.

As sementes de uva contêm alta concentração de antioxidantes, conhecidos por suas propriedades contra os radicais livres. O extrato pode ser eficaz no combate a células cancerígenas da pele, mama, intestino, pulmão, estômago, próstata e leucemia.

Anticorpos de Tubarão

Como os tubarões possuem um sistema imunológico semelhante ao humano, mas com anticorpos mais resistentes, pesquisadores da Universidade La Trobe, nos Estados Unidos, acreditam que podem aproveitar essa resistência para ajudar a tornar mais lento o desenvolvimento de doenças como o câncer.

Utilizando anticorpos retirados do sangue de tubarões, cientistas esperam retardar a proliferação do câncer de mama, por exemplo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pesquisas curiosas sobre o diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer – Parte 2

Flor Egípcia

Um novo remédio feito com uma flor que já tinha usos medicinais no Egito antigo pode destruir células de câncer, segundo uma pesquisa realizada por cientistas britânicos. A nova droga produzida a partir do açafrão-do-prado (Colchicum autumnale) circula na corrente sanguínea, mas só é ativada por uma substância química emitida por tumores malignos.

Ela atacaria então as células cancerígenas, mas deixaria intactos os tecidos saudáveis. O remédio foi testado com sucesso em camundongos contra câncer de mama, intestino, pulmão e próstata, mas deve ser eficiente contra qualquer tipo de tumor sólido.

Vírus

Curar uma doença com um vírus parece pouco sensato, mas cientistas canadenses descobriram que um vírus modificado é capaz de combater apenas as células cancerígenas, deixando incólume o tecido saudável.

A pesquisa ainda não é conclusiva, já que apenas 23 pacientes foram submetidos aos testes. No grupo de oito pessoas que recebeu alta dosagem, o tratamento teve resultados positivos em sete pacientes.

A terapia viral no combate ao câncer não é novidade. Até agora, no entanto, o vírus era diretamente aplicado no tumor, e não na corrente sanguínea.

Maconha

Os componentes ativos da maconha e seus derivados poderiam reduzir o crescimento do câncer de mama e a aparição de metástases, constatou uma equipe de cientistas espanhóis que testou os efeitos da droga em camundongos.

Os pesquisadores da Universidade Autônoma de Madri afirmaram que os cannabinoides podem deter e mesmo eliminar as células derivadas desse tipo de tumor. Os cientistas concluíram que a propriedade antitumoral surge do receptor de cannabinoides CB2, enquanto os efeitos psicotrópicos da maconha surgem do receptor CB1.

A maconha mostrou ter o mesmo efeito em câncer de próstata, em outro estudo realizado em Madri, na Universidade de Alcalá de Henares. Mas a diretora da organização "Cancer Research UK", Lesley Walker, adverte aos pacientes sobre os malefícios de fumar maconha e garante: ninguém vai combater o câncer fumando a droga.

Suco de Romã

Componentes do suco de romã podem inibir o crescimento de células cancerosas e a metástase do câncer de próstata, de acordo com pesquisadores da Universidade Riverside, nos Estados Unidos.

Cientistas aplicaram o suco de romã em células de câncer de próstata resistentes a outros tratamentos e constataram que houve diminuição da metástase, já que as células ganharam mais adesão e passaram a se separar menos. Agora, os pesquisadores trabalham para identificar as substâncias da romã que causam o efeito benéfico e criar novos medicamentos

Calor

Cientistas acreditam que a termoterapia pode ser uma alternativa à quimioterapia no combate ao câncer, segundo um estudo apresentado na American Physical Society.

O tratamento consiste em aquecer apenas o tumor a uma temperatura de 56ºC, o que destrói o tecido cancerígeno enquanto mantém o tecido em volta sadio, a não mais de 41ºC.

Até o momento, foram realizados apenas experimentos 'in vitro', mas está prevista a continuação do estudo com animais.

Veneno de Escorpião

Médicos cubanos já trataram mais de 10 mil pacientes de câncer com um medicamento homeopático feito a partir do veneno do escorpião azul. O produto teve "resultados positivos na melhora da qualidade de vida e detenção" do tumor, disse Isabel González, diretora de Pesquisas e Desenvolvimento do Grupo Empresarial Labiofam.

O medicamento é indicado como um auxiliar a outras terapias e tem propriedades analgésicas e antiinflamatórias.

Transplante de Tumor

Quando o americano Mark Gregoire foi diagnosticado com câncer de pâncreas, os médicos lhe deram poucas semanas de vida. Mas pesquisadores da Universidade John Hopkins conseguiram curar o paciente após transplantar células de seu tumor a camundongos. Quando os animais ficaram doentes, os cientistas puderam testar neles diversas possibilidades de tratamento até descobrir qual seria a melhor para Mark.

Quando conseguiram curar um camundongo com uma determinada droga, aplicaram a mesma ao paciente, que hoje está recuperado.

Abelhas

Cientistas de St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveram um método que usa veneno de abelhas para matar células de tumores, ao mesmo tempo em que deixa células saudáveis intactas. Os pesquisadores acoplaram a toxina melitina, presente no veneno, a moléculas, ou nanopartículas, que foram introduzidas em ratos que possuíam tumores.

De acordo com os pesquisadores, as partículas pousam na superfície das células e depositam sua carga de melitina, que rapidamente se funde com as células-alvo. "Mostramos que a toxina da abelha é levada para as células, onde faz furos em suas estruturas internas", afirmou um dos autores do estudo, Samuel Wickline.

Após algumas aplicações das "nanoabelhas", os tumores dos ratos teriam encolhido ou parado de crescer, de acordo com os cientistas.

Óleo de Peixe

Um ácido graxo Ômega 3, encontrado em óleos provenientes de peixes, pode reduzir o tamanho de tumores e aumentar os efeitos positivos do remédio cisplatina, usado na quimioterapia, afirmam cientistas egípcios da Universidade de Mansoura.

A equipe estudou os efeitos do ácido graxo DHA em tumores sólidos em ratos e concluiu que o DHA eliminou efeitos colaterais da quimioterapia, como cancelar os danos que o medicamento costuma causar nos rins. O estudo ainda não passou da fase de testes.

Erva Brasileira

Uma erva comum no Brasil e que cresce na mata pluvial da costa litorânea pode se tornar futuramente uma aliada dos especialistas na luta contra o câncer. Análises feitas por uma equipe de pesquisadores de Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, demonstraram que compostos isolados da erva-de-são-simão (Vernonia scorpiodes) são capazes de destruir vários tipos de células tumorais, sem causar efeitos expressivos às células não tumorais.

Testes em camundongos mostraram bons resultados, mas Tania Mari Bellé Bresolin, coordenadora do estudo, afirma que existe um longo caminho a percorrer para saber se a planta pode servir como fonte de um medicamento.

Ela também alertou sobre os riscos da ingestão da erva-de-são-simão devido à sua toxicidade, que pode ser nociva ao ser humano se usada na alimentação. As substâncias benéficas só podem ser processadas em laboratório.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O SUS, Lula e as redes sociais

Maria Falcão

QUINTA, 3 DE NOVEMBRO DE 2011, 07H53
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5450425-EI6582,00-O+SUS+Lula+e+as+redes+sociais.html

É uma pena o rumo tomado pelas discussões em torno da polêmica gerada pelos posts no Facebook, sugerindo que o ex presidente trate sua doença pelo SUS. Mais uma vez, estamos perdendo a chance de uma discussão rica. Ficamos presos nos pontos, na minha opinião, secundários. O mais relevante, que seriam as críticas positivas e negativas ao nosso Sistema Público de Saúde, ficou perdido, sem vez em meio a um lamaçal podre de politicagem, rancor, pobreza de espírito e outras baixarias, de ambos os lados da discussão.

Assim dito, quero aqui propor uma limpeza nas apelações dos debates e dar a minha contribuição à polêmica, na ótica do que julgo ser relevante. E faço isso pensando nos vários e vários pacientes que chegam a mim com cânceres diversos e "intratáveis", simplesmente porque não conseguem fazer suas quimioterapias em tempo hábil. Aliás, escrevo esse artigo em homenagem a um paciente de 14 anos (e sua família), que faleceu com um tumor cerebral depois de nem sequer ter conseguido vencer a fila do único hospital oncológico vinculado ao SUS em Salvador.

Quando li os posts de linchamento (ou quase) de Lula, pouco me interessou saber quais eram as reais motivações de quem os criou: se fazer uma brincadeira, uma ironia, ou se desejavam mesmo o pior para Lula. Vi ali uma forma de protesto, até certo ponto compreensível, e ponto final. Mas aí vieram as respostas, com mensagens que pareciam colocar a sugestão do tratamento pelo SUS como uma sentença de morte. A elas, se seguiram textos de pessoas contando experiências de tratamentos bem sucedidos feitos na rede pública, relatos emocionados que até nos fazem pensar que é assim com todo mundo. Até a competência do INCA foi trazida para a discussão.

Alguém, indignado, escreveu linhas em defesa da assistência prestada na instituição, dizendo ser exemplar. E é mesmo. Pena que para alguns poucos felizardos. Mas aqui há um erro de interpretação grosseiro: quem está questionando a competência do INCA? O que se questiona é a incapacidade que essa e outras instituições do SUS encontram para absorver e tratar os milhares de pacientes portadores de câncer, que morrem antes mesmo de terem uma única consulta com um oncologista. Se o serviço de assistência é excelente ou não, pouco importa para o doente que não consegue sequer ter acesso a esse serviço.

Xingamentos, boas e más intenções e suas consequências à parte, quero focar aqui no que entendo como o que há de mais válido nos posts do Facebook: trazer o assunto do problema da saúde pública à tona, para protestar. Afinal, não é também para isso que servem as redes sociais? É em momentos como esse que a denúncia se faz ouvida. Ou será que alguém aí pararia para reclamar se tirássemos a figura do Lula e colocássemos a do Seu Zé? Pois saibam que morrem Zés aos montes, todos os dias, e é contra isso que as pessoas deveriam se indignar. Experimentem passar um dia na porta de um hospital público e aí sim vão ter motivos reais pra encherem seus perfis virtuais de mensagens de repúdio.

Por que só agora, com Lula, e não antes com José Alencar, Roseana Sarney, Ana Maria Braga, o Hebe, é questionamento secundário. Talvez por ter sido ele a representação máxima do poder público e do descaso com a saúde nos últimos anos, sei lá. Obviamente, isso não justifica as mensagens rancorosas, de mau agouro, preconceituosas e discriminatórias que pululam na internet.

Obviamente também, não desejo a Lula ou a qualquer pessoa que veja sua vida dependente do SUS. Não pelo potencial do sistema, que é enorme, principalmente quando pegamos como exemplo instituições sérias, bem geridas e com profissionais comprometidos; mas pela incapacidade do SUS de, como está, garantir uma assistência no mínimo suficiente. Condeno e me envergonho com o rumo das discussões. Pois, enquanto nossos argumentos forem passionais, continuaremos sujeitos a propostas passionais eleitoreiras que, como vemos, desaguarão em desapontamento e raiva. Mas apoio o protesto e acho que a iniciativa foi válida em sua origem, ainda que tenha servido apenas para criar polêmica. Mas o SUS vai continuar deficitário e o Seu Zé vai continuar sem acesso ao Sírio Libanês.

Maria Falcão é médica e mestre em jornalismo científico pela universidade de Londres.

Fale com Maria Falcão: falcaomaria@terra.com.br

Lula pressentia câncer e temia exame, diz Carvalho

Ex-presidente comentou que desconfiava da doença e que estava com receio de fazer os exames
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/lula-pressentia-cancer-e-temia-exame-diz-carvalho/n1597350447602.html
AE | 02/11/2011 12:12

Na viagem que fez a convite da presidente Dilma Rousseff, a Manaus, na segunda-feira da semana passada, dia 24 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confidenciou a ela que estava sentindo dores na garganta e que não queria fazer exames porque temia ser um câncer, porque a doença já havia atingido seu irmão mais velho. "Não quero fazer exame porque desconfio que seja câncer", disse Lula a Dilma, durante a viagem.

Anteontem, no Hospital Sírio-Libanês, Lula relembrou esta conversa, durante a visita que recebeu da presidente Dilma e dos ministros Gilberto Carvalho e Guido Mantega, quando citou o pressentimento que já tinha, falou sobre o medo da doença e da sua resistência em fazer consultas médicas e exames para evitar surpresas desagradáveis. "Ele é muito medroso", afirmou Gilberto ao Estado.

Depois de relatar a disposição de Lula de não interromper totalmente suas atividades, Gilberto Carvalho contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia disse que terá de reorganizar o seu apartamento em São Bernardo do Campo para que o local possa ser palco de muitas reuniões políticas, a partir de agora, já que o ex-presidente precisará estar mais recolhido.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho, Lula estava "com muita disposição" e estava conversando muito e normalmente. "O médico disse que não tem problema ele falar", afirmou Carvalho, salientando que embora a biópsia tenha provocado um ferimento na sua garganta ele não parava de falar sobre o G-20, sobre a importância dos BRICs e que estava preocupado demais com os problemas que estão sendo enfrentados pela Comunidade Europeia por causa da crise econômica nos países da zona do euro.