sexta-feira, 27 de maio de 2011

Câncer de boca causado por sexo oral avança no Brasil

CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/920597-cancer-de-boca-causado-por-sexo-oral-avanca-no-brasil.shtml
25/05/2011 - 10h52

Em uma década, dispararam no país os casos de câncer de boca e orofaringe relacionados à infecção por HPV (papilomavírus humano), transmitidos por sexo oral.
O índice de tumores provocados pelo vírus é três vezes superior ao registrado no fim da década de 1990. Não há um aumento do número total de casos, mas sim uma mudança no perfil da doença.

Antes, cânceres de boca e da orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas) afetavam homens acima de 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.
Hoje, atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.

Uma recente análise publicada no periódico "International Journal of Epidemiology" mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV.

MAIS CASOS

No Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, 80% dos tumores de orofaringe têm associação com o papilomavírus. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos.
O HPV já está presente em 32% dos tumores de boca em pacientes abaixo dos 45 anos ""antes, o índice era de 5%. Por ano, o hospital atende 160 casos desses tumores.

"O aumento dos tumores por HPV é real, e não porque houve melhora do diagnóstico. Os casos relacionados ao tabaco vêm caindo, mas o HPV está ocupando o lugar", diz o cirurgião Luiz Paulo Kowalski, do A.C. Camargo.

No Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), 60% dos 96 casos de câncer de orofaringe atendidos em 2010 tinham relação com o HPV. As mulheres respondem por 20% dos casos.

"Começa-se a notar um maior número de mulheres com esse câncer, por causa do sexo oral desprotegido", diz o oncologista Gilberto de Castro Júnior, do Icesp.
No Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista, casos ligados ao HPV respondem por 30% dos cânceres da orofaringe, um aumento de 50% em relação à década passada, segundo o cirurgião André Lopes Carvalho.

"A maioria dos nossos pacientes tem o perfil clássico, de homens mais velhos que bebem e fumam. Mas estamos percebendo uma virada." O Inca (Instituto Nacional de Câncer) desenvolve seu primeiro estudo sobre o impacto do HPV nos tumores orais. Segundo o cirurgião Fernando Dias, coordenador da área de cabeça e pescoço do instituto, o HPV de subtipo 16 é o que mais provoca câncer da orofaringe.

"O HPV está criando um novo grupo de pacientes. Por isso, é preciso reforçar a necessidade de fazer sexo oral com preservativo." O Inca estima que, por ano, o país registre 14 mil novos casos de câncer de boca.

Segundo os especialistas, a boa notícia é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo.
Paulo Kowalski afirma que eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.

VACINA

A vacina contra o HPV não é aprovada para homens no Brasil. Nos EUA, onde foi liberada, a imunização masculina não protege contra o HPV 16, o tipo que mais causa câncer de boca e de orofaringe.

No Brasil, só mulheres entre 9 e 26 anos têm indicação para a vacina contra quatro tipos de HPV, entre eles o 16. Mas a imunização só existe na rede privada, ao custo médio de R$ 900.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Código de Defesa do Consumidor vale para plano de saúde

http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2010/12/codigo_de_defesa_do_consumidor_vale_para_plano_de_saude_130993.html
Superior Tribunal de Justiça publica súmula

Rio - O Superior Tribunal de Justiça publicou a súmula 469, que determina a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) para os contratos de plano de saúde. O relator, ministro Aldir Passarinho, deixou claro que a medida vale para os contratos anteriores a 1991, data da instituição do CDC.

“Tratando-se de contrato de plano de saúde de particular, não há dúvidas de que a convenção e as alterações ora analisadas estão submetidas ao regramento do Código de Defesa do Consumidor, ainda que o acordo original tenha sido firmado anteriormente à entrada em vigor, em 1991, dessa lei”, explica o documento.

Com isso, consumidores passam a ter direito à proteção do CDC. “Entre outras regras, a garantia de que obrigatoriedade de informação sobre o preço dos serviços e quanto às práticas abusivas ‘prevalecer-se da fraqueza do consumidor, tendo em vista sua idade e saúde’ ou ’exigir vantagens manifestamente excessivas’”), explica o advogado Alexandre Gaiofato de Souza.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ambientes sem cigarro ligados à menor incidência de câncer

http://delas.ig.com.br/saudedamulher/ambientes+sem+cigarro+ligados+a+menor+incidencia+de+cancer/n1596821761657.html
The New York Times

Mulheres que moram ou trabalham em locais sem cigarro estão menos propensas a desenvolver ou morrer de câncer de mama, diz uma recente pesquisa.

Um grupo de pesquisadores norte-americanos comparou os índices de mortalidade e incidência da doença em casas e escritórios sem cigarro aos índices estaduais daquele país. Os estados com o maior número de locais sem fumantes apresentaram um índice significantemente menor de mortes por câncer de mama, especialmente entre as mulheres jovens na pré-menopausa.

A estimativa dos pesquisadores é que em torno de 20% da mudança nos índices de mortalidade por câncer de mama seja justificada por novas práticas e políticas de casas e escritórios sem cigarros.

Conduzido pelo departamento de comportamento de saúde do Roswell Park Cancer Institute de Buffalo, Nova York, o estudo foi publicado este mês em uma prévia da edição impressa do periódico Tobacco Control.

“Mesmo que as evidências da relação tabagismo passivo e riscos de câncer de mama continuem controversas, este estudo mostra uma correlação inversa bastante forte. Estados americanos com maior incidência de mulheres que trabalham ou vivem em ambientes sem cigarro apresentam menores índices de câncer de mama”, disse Andrew Hyland, autor do estudo.

Seu colega K. Michael Cummings complementou a idéia: “Este estudo fornece mais uma razão para que as pessoas deixem o cigarro e evitem o tabagismo passivo”.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Em estudo com filhos de pais fumantes, níveis de carcinogênicos surpreendem

Agentes foram encontrados na urina de 90% das crianças que moram com ao menos um fumante
New York Times 22/11/2010 15:15

Um novo estudo mostrou que agentes carcinogênicos presentes no tabaco foram encontrados na urina de 90% das crianças que moram em uma casa onde pelo menos um dos pais é fumante.

A análise de amostras de urina de 70 crianças norte-americanas, de um mês a 10 anos de idade, também mostrou que o nível médio de agentes cancerígenos presentes foi de cerca de 8% do nível encontrado nos fumantes.

“Essa descoberta é surpreendente, pois, mesmo que todos os pesquisadores envolvidos no estudo esperassem algum nível de exposição a agentes carcinogênicos, os níveis médios encontrados foram acima do esperado”, disse Janet L. Thomas, professora assistente de medicina comportamental da Universidade de Minnesota e pesquisadora chefe do estudo, em uma publicação da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR).

“Ninguém sabe qual será o impacto em longo prazo da exposição cumulativa a estes agentes químicos. Isso poderia afetar o organismo de alguma forma que levaria a mudanças do DNA nas células, o que poderia contribuir para danos aos pulmões e a um câncer em potencial nestes órgãos”, disse Thomas.

Dentre outras descobertas, foi apresentada uma correlação direta entre o número de cigarros que os adultos fumam diariamente em casa e o nível de carcinogênicos do tabaco presentes nas crianças. Também observou-se que as crianças negras apresentaram os mais altos níveis de carcinogênicos do tabaco presentes na urina, mesmo se os pais fumavam comparativamente menos. Este resultado sugere que elas metabolizam o tabaco de forma diferente.

“Aproximadamente um terço das crianças americanas nos primeiros anos de vida mora em uma casa onde há pelo menos um fumante. Minha preocupação é que os pais e membros da família talvez não entendam por completo o risco que apresentam às crianças”, disse a pesquisadora.

O estudo deve ser apresentado na Conferência da AACR de Pesquisa e Prevenção do Câncer, a ser realizada na Filadélfia.
(Tradução: Claudia Batista Arantes)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Desnutrição atinge 60% dos pacientes com câncer, diz estudo

http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2011/03/10/desnutricao-atinge-60-dos-pacientes-com-cancer-diz-estudo/


Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, apontou que cerca de 60% dos pacientes atingidos pela doença apresentam risco nutricional. Segundo a secretaria, o estudo mostrou que grande parte desses pacientes já chega para tratamento com quadro de desnutrição.

De acordo com o estudo, as chances de um paciente oncológico apresentar problemas com a alimentação é três vezes maior do que o observado em portadores de outras doenças. Isso acontece por vários fatores, como o estágio da enfermidade e fase do tratamento, que pode causar efeitos colaterais como a diminuição do apetite e alterações no paladar.

O Icesp atende pessoas já diagnosticadas com câncer e, por isso, grande parte dos pacientes admitidos chega ao hospital em estado de desnutrição ou com risco nutricional. Nas UTIs, este índice alcança 78% dos pacientes. Os números são semelhantes aos da unidade de pronto atendimento, que registra 72%. Nas enfermarias cirúrgicas, observou-se uma média de 20% de pacientes desnutridos, índice menor do que os 59% apresentados nas enfermarias da Oncologia-Clínica geral.

A detecção da desnutrição no início do tratamento oncológico e ação nutricional imediata estão significativamente associadas à cura da doença. Para conter e reverter esse quadro, o Instituto do Câncer utiliza ferramentas de triagem nutricionais, que vão desde a identificação do risco, o acompanhamento durante todo o tratamento e a disponibilização de suplementos alimentares.

Thais Cardenas, coordenadora do setor de Nutrição e Dietética do Icesp, explica que a indicação de complementos alimentares logo no início do tratamento reduz em cerca de 10% a taxa de mortalidade. "É fundamental que as pessoas tenham uma boa alimentação durante a vida para evitar problemas como esses".