quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vírus pode combater o câncer, afirmam pesquisadores

Pesquisadores usaram adenovírus modificado e eliminaram tumores na pele e no pâncreas em ratos

BBC Brasil
A cura do câncer é o sonho de muitos pesquisadores e nos últimos anos uma técnica que pode revolucionar o tratamento da doença vem se aperfeiçoando: a virusterapia, o uso de vírus geneticamente modificados para atacar as células tumorais.
A Fundação Instituto Leloir, da Argentina, anunciou recentemente dois importantes avanços. Junto a colegas de Chile, Grã-Bretanha e Estados Unidos, os cientistas da instituição conseguiram adaptar um vírus que causa problemas respiratórios e conjuntivite, o adenovírus, para atacar com sucesso o câncer de pele e de pâncreas em camundongos.
O diretor da equipe do Leloir, Osvaldo Podhajcer, chefe do Laboratório de Terapia Celular e Molecular e pesquisador sênior do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet), disse à BBC Mundo que foi possível reduzir ou eliminar tumores sem danificar outros tecidos.
Isso ocorreu porque os cientistas modificaram o DNA de modo que o vírus só possa se reproduzir em células cancerosas.
A técnica representa um grande avanço em relação aos tratamentos convencionais para o câncer, como a quimioterapia ou radioterapia, que deixam sequelas graves.
Além disso, o trabalho pode ter um enorme impacto sobre a cura do melanoma e do câncer de pâncreas, duas das doenças mais mortais.
"Esses dois tipos de câncer são os menos propensos a receber tratamento não-cirúrgico", disse à BBC o oncologista Eduardo Cazap, presidente da União Internacional de Controle do Câncer (UICC, na sigla em Inglês).
Riscos
Quando se fala de um vírus geneticamente modificado, há sempre o temor de que esses avanços científicos representem um grande risco no futuro, a possibilidade de causarem uma pandemia.
Essa é a premissa do filme de 2007 Eu Sou a Lenda, com Will Smith, em que um cientista consegue curar o câncer, modificando o vírus da varíola, mas a mutação do vírus acaba convertendo todos os seres humanos — menos o personagem de Smith — em zumbis.
Neste sentido, os especialistas do Instituto Leloir disseram à BBC que optaram por trabalhar com o adenovírus porque é um vírus pouco perigoso, muito estável, o que exclui qualquer risco de mutação.
Na verdade, Podhajcer explicou que trabalhou com essas duas formas de câncer pela falta de tratamentos conhecidos e pela alta incidência na população.
O trabalho sobre o câncer de pâncreas foi feito em parceria com duas universidades do Chile, Concepción e Andrés Bello, o que é raro na América Latina.
Os cientistas estabeleceram um marco ao compactarem o ADN para fazer com que o vírus se multiplique mais rápido.
O estudo foi publicado na revista Molecular Therapy , da Associação Americana de Terapias Celulares e Genéticas.
Enquanto isso, a pesquisa sobre o câncer de pele foi feita em conjunto com as universidades de Londres, Birmingham e St. Louis, onde também houve progresso.
"Pela primeira vez que conseguimos mudar geneticamente um vírus para tirar vantagem das características das células cancerosas e as atacar", disse Podhajcer.
Segundo o especialista, isto deu ao vírus 40% mais de eficácia.
O trabalho foi publicado no Journal of Investigative Dermatology.
Apesar da importância destes estudos, os autores ressaltaram que ainda é muito cedo para estabelecer se o impacto real será a cura para o câncer.
Primeiro, é preciso percorrer todas as etapas de testes pré-clínicos e clínicos, um longo processo que leva anos e exige grande financiamento.
Se tudo der certo, o Instituto Leloir estima que o tratamento estaria disponível em cerca de cinco anos.
No entanto, Cazap adverte que muitos casos de sucesso em roedores não funcionam em testes em humanos.
"O potencial dessas descobertas é muito interessante, mas você tem que ver se funcionam", disse ele.

Proteína extraída de planta inibe crescimento e migração de tumores

27/08
Uma proteína extraída da semente de árvores da espécie Enterolobium contortisiliquum – popularmente conhecida como tamboril ou orelha-de-macaco – demonstrou em ensaios pré-clínicos potente ação antitumoral, anti-inflamatória, anticoagulante e antitrombótica.

Os testes in vitro e em animais foram realizados no âmbito de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP e coordenado por Maria Luiza Vilela Oliva, professora na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os resultados foram apresentados durante a 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Caxambu (MG) entre os dias 21 e 24 de agosto.

Nomeada de EcTI (Enterolobium contortisiliquum inibidor de tripsina, na sigla em inglês), a proteína foi isolada por Oliva ainda durante seu doutorado, no fim dos anos 1980.

“Estávamos buscando moléculas capazes de inibir a ação de proteases – enzimas cuja função é quebrar as ligações peptídicas de outras proteínas. Essas moléculas estão envolvidas em inúmeros processos fisiológicos e patológicos no organismo; um inibidor poderia ter efeitos terapêuticos interessantes”, explicou Oliva.

A ação antitumoral foi identificada no início dos anos 2000, durante outro projeto de pesquisa e em 2004 a molécula foi patenteada.

“Denominamos o EcTI como inibidor de tripsina porque essa foi a enzima modelo que começamos a estudar, por ser mais barata. Mas ele está patenteado como inibidor de várias proteases. Também patenteamos sua ação contra o câncer”, contou Oliva.

O efeito antitumoral do EcTI já foi testado em linhagens celulares de câncer de mama, próstata, colorretal, leucemia e melanoma (pele). Em todos os modelos, a molécula inibiu in vitro a proliferação celular. Parte dos resultados foi divulgada em artigo publicado na revista Biological Chemistry.

Em uma linhagem de células de câncer gástrico, os pesquisadores verificaram que o EcTI impediu a adesão da célula cancerosa ao tecido conjuntivo e, consequentemente, bloqueou a invasão e a migração celular. Os resultados foram publicados no The Journal of Biological Chemistry.

“Antes de migrar para outros tecidos, a célula tumoral precisa aderir ao tecido conjuntivo que lhe dá suporte. O EcTI bloqueia proteases presentes na matriz extracelular e a via de sinalização usada pelo tumor nesse processo sem afetar os fibroblastos, que são as células sadias desse tecido conjuntivo”, explicou Oliva.

Em uma linhagem celular de melanoma, os pesquisadores testaram um tratamento que associava o EcTI ao quimioterápico 5-Fluoracil. “A dose de quimioterápico necessária para matar a célula cancerígena foi cem vezes menor quando associado ao EcTI. Caso esse efeito seja comprovado também in vivo, vai representar uma enorme redução dos efeitos colaterais do tratamento do câncer”, disse a pesquisadora.

Nos testes feitos com camundongos, os pesquisadores induziram o desenvolvimento de um melanoma e, paralelamente, trataram os animais com injeções subcutâneas de EcTI durante 20 dias.

O grupo controle, que recebeu apenas placebo, desenvolveu tumores. Já no grupo tratado com EcTI, o crescimento do tumor foi inibido em pelo menos 90%. “Alguns animais nem chegaram a desenvolver o tumor”, contou Oliva.

No mesmo modelo animal de melanoma, acrescentou a pesquisadora, o EcTI se mostrou capaz de impedir a metástase pulmonar.

Antitrombótico

Também em testes com roedores, os pesquisadores observaram que o EcTI bloqueou o processo de trombose – uma complicação comum entre pacientes com câncer submetidos à quimioterapia.

“Essa proteína inibe a ação da calicreína, enzima que desencadeia o processo de coagulação sanguínea e também ativa a agregação plaquetária. O efeito foi verificado tanto em um modelo de trombose arterial, em ratos, como de trombose venosa, em camundongos”, contou Oliva.

Em um projeto coordenado pela pesquisadora Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a ação do EcTI sobre a inflamação pulmonar vem sendo testada com resultados animadores em modelos animais de asma e de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

“Agora estamos estudando diversos peptídeos derivados dessa proteína para ver se eles mantêm a ação inibidora de protease e se têm outros efeitos ainda não conhecidos. Um desses peptídeos mostrou em testes in vitro a capacidade de impedir que o parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, invada as células do hospedeiro. Agora pretendemos testar esse efeito em animais”, disse a professora da Unifesp.

Segundo a pesquisadora, até o momento, o EcTI não apresentou nenhum efeito tóxico nos roedores, que receberam doses em torno de 4 miligramas por quilo. Mas ainda precisam ser feitos estudos toxicológicos mais aprofundados antes de testar a proteína em humanos.

“Para fazer estudos de toxicidade são necessárias grandes quantidades da proteína, além de muitos recursos financeiros. Um ensaio clínico só seria possível por meio de uma parceria com a indústria farmacêutica”, disse Oliva.

Enquanto isso não ocorre, o grupo estuda diversas estratégias de obtenção do EcTI em larga escala e de administração da molécula às cobaias. “Precisamos avaliar, por exemplo, se é mais vantajoso cultivar a planta e isolar a proteína ou produzi-la na forma recombinante (usando bactérias ou outros microrganismos como vetores) em laboratório.

Também estamos firmando uma parceria para que seja possível inserir a proteína em
nanocápsulas e testar sua administração via oral ou por gavagem (diretamente no esôfago) aos roedores”, contou.

Outros inibidores

Outros dois inibidores de proteases foram identificados pelo grupo de Oliva – durante um Projeto Temático FAPESP – em uma planta popularmente conhecida como pata-de-vaca (Bauhinia bauhinioides).

“São duas proteínas diferentes extraídas da mesma planta e batizadas de BbCI (Bauhinia bauhinoides inibidor de cruzipaína) e BbKI (Bauhinia bauhinioides inibidor de calicreína). Elas atuam por vias diferentes e estamos comprovando efeitos terapêuticos em modelos animais de câncer, trombose, inflamação e diabetes”, contou. 

Agência Fapesp

Volta à seleção coroa superação de Walewska após tumor no pescoço

No mês de julho, central retirou um nódulo maligno. Agora, ela retorna ao time de José Roberto Guimarães cinco anos depois de encerrar ciclo
Por GLOBOESPORTE.COM Campinas, SP
30/10/2013 09h30 - Atualizado em 30/10/2013 09h30

Há cinco anos, Walewska conquistava a medalha de ouro com a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim, na China. Logo depois do seu título mais significativo sob o comando de José Roberto Guimarães, a central encerrou seu ciclo com a camisa amarela. Na última terça-feira, porém, a relação entre a jogadora e a seleção ganhou um novo capítulo. A insistência de Zé Roberto surtiu efeito, e a atleta aceitou a convocação para a Copa dos Campeões, no Japão, entre os dias 12 e 17 de novembro.

O retorno à Seleção foi muito comemorado por Walewska. Ainda mais pelo recente drama pessoal que ela precisou superar. Em jullho deste ano, a central do Campinas foi diagnosticada com um tumor maligno na região do pescoço e passou por cirurgia. A campeã olímpica deixou o hospital dois dias depois do procedimento e se recuperou em casa, na companhia dos familiares. Como a doença foi descoberta em sua fase inicial - durante os exames de rotina de início de temporada -, não foi preciso se submeter a nenhum tipo de quimioterapia.

Walewska chega para ocupar uma das vagas deixada por Thaísa e Juciely, que pediram dispensa alegando problemas físicos. A outra vaga também será ocupada por uma outra veterana de Seleção Brasileira, Carol Gattaz, sua companheira na equipe de Campinas. A central relatou que um convite de Zé Roberto Guimarães teve peso em seu retorno ao grupo.

- Com a dispensa das atletas, o Zé Roberto veio conversar comigo e disse que gostaria que eu fizesse parte do grupo que vai ao Japão. É uma viagem curta, mais tranquila, e eu ponderei muitas coisas para tomar minha decisão. Confesso que foi uma surpresa, mas pelo pedido do Zé, aceitei a proposta e estou contente por ter voltado - disse Walewska, que já treina com o time em Saquarema, no Rio de Janeiro.
Se este é um retorno em definitivo para mais um ciclo olímpico ou apenas um torneio isolado, nem a própria Walewska sabe dizer.

- Irei por etapas, ou seja, não tenho planos para o futuro. E isso significa dizer que não posso dizer sim, muito menos não. Mas estou feliz por, mesmo após cinco anos fora, ter condições e estar em forma para defender a Seleção Brasileira e ajudar com o meu melhor - completou a capitã do Campinas.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

JUSTIÇA DETERMINA QUE UNIÃO CONTRATE TÉCNICOS PARA SUPRIR FALTA DE PROFISSIONAIS DO INCA

A Justiça Federal determinou nesta terça-feira que a União (governo federal) contrate 30 técnicos no prazo de 20 dias para regularizar o serviço de radioterapia do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, que enfrenta déficit de profissionais. Se a determinação da juíza Fabíola Utzig Haselof não for cumprida, está prevista multa diária individual de R$ 1 mil à Coordenadora-geral de Gestão de Pessoas, ao Secretário de Atenção à Saúde e à Secretária Executiva do Ministério da Saúde.

A decisão acatou uma ação movida pelo Ministério Público Federal reivindicando a contratação de técnicos em regime de urgência para a área de radioterapia até a posse dos novos concursados. O Ministério Público identificou fila de espera de 430 pacientes aguardando início de tratamento urgente no Inca devido ao déficit de técnicos. A Lei nº 12.732/2012 estabelece o prazo de até 60 dias para que o paciente seja submetido ao primeiro tratamento (cirurgia, quimioterapia ou radioterapia) no SUS, contado a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do paciente.

Observação do Vida com Câncer: Enquanto isso está em execução o Programa Mais Médicos do Governo Federal, que não vai consertar este tipo de coisas e tem uma conotação meramente eleitoreira em municípios onde não existe nada hoje em dia. Ou seja, vamos colocar médicos onde nunca teve nada, mas vai continuar a faltar médicos e profissionais de saúde nos grandes centros urbanos, além de equipamentos e remédios.

Congresso livra planos de saúde de cobrança bilionária

03/10/201309h03
Brasília - Com apoio do governo, o Congresso Nacional livrou as administradoras de planos de saúde de uma cobrança bilionária do PIS/Cofins, graças a um dispositivo incluído na Medida Provisória (MP) 619, aprovada na noite de terça-feira, 1. Além de ser liberado de pagamentos sobre o passado, o setor ganhou outro benefício, que terá impacto daqui em diante: a base sobre a qual os tributos incidem foi reduzida em 80%.

Desde 2003, a Receita Federal e os planos de saúde travavam uma batalha na esfera administrativa sobre a cobrança de PIS/Cofins do setor. A MP decidiu a disputa a favor das empresas.
Uma fonte graduada da equipe econômica comentou ao Estado que, dessa forma, será permitido "limpar o passivo tributário que era questionado pela Receita, sendo discutido em tribunal administrativo".

Como as alterações foram negociadas pelo governo, a presidente Dilma Rousseff não deverá vetar esses dispositivos. Com a sanção da MP, o passivo administrativo entre planos e Receita deixa de existir.

Não há cálculos precisos sobre quanto esse "perdão" pode representar. Uma fonte da área econômica estima que a Receita deixará de cobrar perto de R$ 4 bilhões dos planos de saúde. Mas há quem diga que é "muito mais" e quem diga que é menos.

A MP também cortou em cerca de 80% a base de incidência do PIS/Cofins, cobrado sobre o faturamento das empresas. Ela exclui da base de cálculo do tributo todos os "custos assistenciais" das operadoras com seus clientes e, também, com os clientes de outras operadoras. Nessa lista, estão despesas com hospitais e com funcionários dos planos, por exemplo.

Divergência

O entendimento do Fisco, que originou a disputa tributária, era de que na base de cálculo do imposto deveriam ser incluídos esses atendimentos. As empresas sempre entenderam o contrário, e essa parte do tributo nunca foi recolhida.

Por outro lado, a MP 619 também eleva, em 1 ponto porcentual, a alíquota da Cofins que incide sobre o faturamento das empresas. Com a sanção da medida provisória, a Cofins passará a ser de 4%. No entanto, por causa do enxugamento da base de incidência do tributo, as companhias pagarão mais sobre uma parte menor do faturamento. A vantagem da redução da base de cálculo foi tão grande que as próprias operadoras aceitaram essa elevação da alíquota da Cofins nas negociações com a equipe econômica do governo.

A "anistia" para os planos de saúde causou indignação na área técnica da Receita Federal. A inclusão da emenda na MP 619 foi costurada pelo próprio governo. A presidente Dilma chegou a se encontrar com dirigentes das maiores operadoras de planos de saúde para tratar deste assunto, no primeiro semestre.

"É um escândalo", disse Lígia Bahia, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ, e um das maiores especialistas em saúde do País. De acordo com Lígia, as empresas "já recolhiam uma alíquota baixa, e agora foram beneficiadas ainda mais". A pesquisadora lançou dúvidas quanto à motivação por trás da medida de estímulo fiscal às empresas.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que as companhias do ramo de saúde suplementar vinham, há pelo menos dois anos, pressionando fortemente o governo para obter a vantagem tributária. Mas somente agora conseguiram. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) foi procurada, mas não quis comentar.

Colaborou Lígia Formenti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Planos de saúde passam a cobrir 37 medicamentos contra o câncer

Medida anunciada pelo governo começa a valer a partir de 2 de janeiro.
Consumidores também terão acesso a 50 novos procedimentos médicos.
Do G1, em Brasília 21/10/2013 10h43

Os planos de saúde no Brasil terão de cobrir o custo de 37 medicamentos orais (veja lista) contra o câncer a partir de 2 de janeiro de 2014, segundo anunciaram nesta segunda-feira (21) o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A LISTA DOS 37 MEDICAMENTOS
Acetato de Abiraterona
Anastrozol
Bicalutamida
Bussulfano
Capecitabina
Ciclofosfamida
Clorambucila
Dasatinibe
Dietiletilbestrol
Cloridrato de Erlotinibe
Etoposídeo
Everolimus
Exemestano
Fludarabina
Flutamida
Gefitinibe
Hidroxiureia
Imatinibe
Ditosilato de Lapatinibe
Letrozol
Acetato de Megestrol
Melfalano
Mercaptopurina
Metotrexato
Mitotano
Nilotinibe
Pazopanibe
Sorafenibe
Malato de Sunitinibe (SUTENT da Pfizer)
Citrato de Tamoxifeno
Tegafur - Uracil
Temozolamida
Tioguanina
Cloridrato de Topotecana
Tretinoína (ATRA)
Vemurafenibe
Vinorelbina


De acordo com o governo, a principal vantagem da garantia dos remédios via oral para o câncer é que parte dos pacientes poderão ser tratados em casa, sem ter de ir a clínicas e hospitais, minimizando riscos e infecções.

Esta é a primeira vez que os planos de saúde terão de cobrir o custo de medicamentos usados de forma oral no combate ao câncer.

Os remédios que terão de ser assegurados aos clientes das operadoras de saúde servem para 54 indicações de tratamentos contra a doença – o remédio Vinorelbina. por exemplo, é indicado para o tratamento do câncer de mama e de pulmão.

Quem já recebe o remédio ou tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderá escolher em continuar com o governo ou optar a ser coberto pelo plano.

Outros procedimentos
Além dos remédios para o câncer, outros 50 novos procedimentos relacionados ao tratamento de outras doenças devem entrar para a lista de cobertura obrigatória.

Na nova cobertura, estão incluídos, por exemplo, 28 cirurgias por videolaparoscopia, radiofrequência para tratar dores crônicas nas costas, o uso de medicina nuclear para tratar tumores neuroendócrinos, uma nova técnica de radioterapia para tumores de cabeça e pescoço e o implante de esfíncter artificial para conter incontinências urinárias de homens que tiveram de retirar a próstata.

A iniciativa vai beneficiar cerca de 42,5 milhões de pessoas que contrataram planos de saúde e assistência médica depois do dia 1º de janeiro de 1999 e os beneficiários de adaptações à Lei 9.656/98, segundo o governo.

Quem tem plano odontológico (aproximadamente 18,7 milhões de consumidores no país) também vai ser beneficiado com a inclusão de procedimentos da área.

A obrigatoriedade da adição dessas novas ações no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, sob responsabilidade da ANS, vai ser publicada no "Diário Oficial da União" nesta terça (22) na forma de uma resolução normativa.

Outros 44 procedimentos já presentes na obrigatoriedade de cobertura pelas operadoras serão ampliados. Um é o "pet scan", espécie de tomografia, que poderá ser usado também para detectar nódulo no pulmão solitário, câncer de mama metastático, de cabeça e pescoço, de esôfago e melanoma. Antes, o procedimento era permitido apenas para detectar tumor pulmonar para células não-pequenas, linfoma e câncer colorretal.

Segundo o presidente da ANS, André Longo, a medida não deve ter impacto no preço dos planos individuais, familiares e coletivos.

A agência controla diretamente os reajustes dos dois primeiros tipos de planos, mas não tem poder sobre o último. Sobre os reajustes coletivos, a agência pode apenas sugeri-los, o que deve acontecer somente no ano que vem.

Durante entrevista, Longo afirmou que, historicamente, mudanças na lista de procedimentos e eventos não geram impactos significativos na recomposição dos preços das operadoras de saúde.

"O maior reajuste foi de 1,1%, em 2010. As empresas têm um poder de barganha em relação às operadoras. Não deve ter um reajuste abusivo. Não acreditamos que seja expressivo, muito menos abusivo", comentou.

A cada dois anos, a ANS faz uma revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. A última alteração foi em 2012. Ao todo, as medidas anunciadas nesta segunda pelo governo vão atingir 1.090 operadoras no âmbito médico-hospitalar e 407 no odontológico.

Atualmente, 246 planos de 26 operadoras estão suspensos por causa de irregularidades ou descumprimentos e negativas de exames e consultas.

A revisão para 2014 foi feita a partir de uma consulta pública entre junho e agosto deste ano e recebeu 7.340 contribuições, recorde de participação segundo a ANS.

"O que nós estamos entregando hoje para a sociedade é com segurança, pois houve uma ampla participação, com garantia de mais acesso e qualidade para a população beneficiários de planos de saúde".
Longo ainda declarou que a agência deve implantar um comitê permanente de análise destas mudanças em 2014 a fim de preparar melhor as próximas alterações com mais apuração técnica.

Obsevação do Vida com Câncer: "Antes tarde do que nunca." Quanto a lista de medicamentos incluídos, observamos que os planos e o próprio governo já vinham sendo obrigados a fornecer através de mandatos judiciais, ou seja, a ANS está apenas sacramentando uma coisa que a justiça já vem garantindo há vários anos. Eu, por exemplo, faço quimioterapia via oral pago pelo Plano de Saúde, com um remédio constante da lista, desde 2007. Em relação aos 50 novos procedimentos, vários já são feitos também através de mandato judicial. Entretanto, queremos ver a conta de reajuste que sairá no ano que vem por conta destes novos procedimentos, pois as operadoras de Plano de Saúde já estão pleiteando isso junto à ANS.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Blogueira faz sucesso com dicas de beleza para pessoas com câncer



Laura Cannon, blogueira britânica de 23 anos, dá dicas de beleza para outras mulheres que enfrentam o câncer
BBC | 17/10/2013 16:09:40
Uma britânica de 23 anos, diagnosticada com câncer de mama, ganhou sucesso na internet com um blog em que dá dicas de dicas de beleza para pessoas que enfrentam a mesma doença.
O blog de Laura Cannon, Laura Louise and her Naughty Disease , já tem mais de 150 mil seguidores. Nele, além de dar conselhos sobre como ficar bonita, ela fala sobre o seu tratamento.
Cannon passou por quimioterapia e uma mastectomia dupla e diz que queria ajudar outras jovens com a doença, ao mesmo tempo que tornava sua batalha "o mais divertida possível".
Ela foi diagnosticada com câncer de mama no dia 22 de novembro do ano passado e logo depois começou a escrever o blog.
As postagens incluem fotos dela cortando o que cabelo após o início da quimioterapia, quando ela já estava começando a ficar careca.
"Eu fiz diferentes estilos de corte, inclusive um moicano", lembra.
"Eu queria olhar para o que aconteceu e rir, e não ter a lembrança de um dia triste."
"Foi libertador, e foi muito bom ser honesta e contar a história a partir de um ponto de vista positivo"
 
Agora seu cabelo já cresceu de volta, e ela tem escrito sobre maquiagem no blog.
"Foi um dia muito bom, pude passar delineador e rímel", disse ela. "É algo que eu sentia falta quando não tinha cílios."
Outras postagens lidam com o lado grave dos efeitos da doença.
"Quando eu fui diagnosticada fiz uma pesquisa na internet e percebi que não havia muita coisa escrita para pacientes jovens com câncer, por isso quis escrever algo para elas."
"Foi libertador, e foi muito bom ser honesta e contar a história a partir de um ponto de vista positivo", disse Cannon.
"Houve momentos em que eu não estava (otimista), mas eu queria abordar o problema de forma positiva."
 
Formada em biologia, Cannon adora fazer compras pela internet e disse que o blog tem sido uma terapia para ela.
"É algo para se concentrar, uma boa distração."
O retorno que ela recebe dos leitores do blog tem sido positivo, inclusive quando ela fala sobre os altos e baixos de seu tratamento.
Em postagens recentes, Cannon está refletindo sobre as próximas cinco semanas que enfrentará de radioterapia.
"Sendo honesta, a única coisa que está me incomodando sobre isso é o fato de que não vou poder tomar um banho quente durante, e um pouco depois, do tratamento. "

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estudo propõe técnica para detectar câncer de ovário em estágio precoce

26/08/2013 - 03h15
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO

Uma nova estratégia de rastreamento do câncer de ovário pode ajudar no diagnóstico precoce da doença, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Cancer".

Hoje, não há exame que rastreie esse tipo de tumor precocemente do mesmo modo que, por exemplo, o papanicolaou identifica câncer do colo do útero. Além disso, a doença costuma não ter sintomas no início, o que faz com que 75% dos casos sejam diagnosticados em estágios avançados, segundo o Instituto Nacional de Câncer.

A proposta do novo estudo, feito pelo MD Anderson Cancer Center (EUA), é usar dados de exames de sangue simples, aplicados a um algoritmo, para classificar mulheres em faixas de risco baixo, intermediário ou alto. Dependendo dessa classificação, as pacientes, mesmo sem sintomas, seriam encaminhadas à ultrassonografia transvaginal e, se necessário, à cirurgia.

A pesquisa foi feita com 4.051 mulheres que já tinham feito a menopausa, quando o câncer é mais comum. Em 11 anos de acompanhamento, foram descobertos quatro casos da doença, um no estágio mais inicial.

"Já é um avanço em relação ao que temos hoje", diz o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein. "É um câncer raro, com sintomas que podem ser relacionados a outras doenças. Esse método é barato e pode evitar a realização de ultrassonografias desnecessárias."

MARCADOR

A estratégia do estudo é baseada em um cálculo que considera a variação do nível da proteína CA125 no sangue. A substância, que aumenta na presença de tumores malignos, é um marcador já usado no diagnóstico de câncer, mas de forma isolada, o que tem se mostrado pouco efetivo.

"O nível de CA125 pode subir por outras doenças que não câncer, como endometriose, e pode continuar normal em tumores em estágio inicial", diz Glauco Baiocchi Neto, cirurgião oncologista do A.C.Camargo Cancer Center. Ao considerar a variação da proteína a partir de duas medições, o rastreamento ficou mais preciso. "Estudos já relataram que a variação da substância, mesmo dentro da normalidade, pode indicar risco aumentado do câncer."

Para Kaliks, a pesquisa não traz novidade: é uma validação de um modelo já proposto em outros trabalhos e não justifica uma mudança na forma de rastrear a doença.

"De qualquer forma é interessante. Acho que já vale a pena o ginecologista pensar em comparar o CA125 ano a ano, colocando nesse modelo que o estudo usou", diz.

Na opinião do oncologista Jesus Paula Carvalho, do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), a estratégia só faz sentido se tiver impacto na redução da mortalidade. "Ainda precisa ser provado em um estudo grande que isso teria um impacto na sobrevida a longo prazo", diz. "Ao que parece, os casos foram diagnosticados mais precocemente, mas não tanto quanto gostaríamos."

O estudo definitivo sobre o modelo, segundo os próprios autores do trabalho, será publicado em 2015 e está sendo feito com mais de 200 mil mulheres no Reino Unido.