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terça-feira, 4 de outubro de 2022

Estudo promissor melhora tratamento para certos tipos de câncer de mama

 


Cientistas constataram que a descoberta precoce de uma mutação genética nos tumores pode facilitar a adaptação da terapia

30/09/2022 - 11H43 (ATUALIZADO EM 30/09/2022 - 13H00)

Tratamentos podem ser adaptados a partir de uma mutação genética dos tumores

REPRODUÇÃO

Um estudo publicado nesta sexta-feira (30) mostrou que é possível frear a progressão de certos tipos de câncer de mama com a descoberta precoce da mutação genética no centro dos tumores e, a partir disso, adaptar o tratamento.

O relatório, publicado no Lancet Oncology, uma das principais revistas sobre o câncer, é o primeiro do tipo "a mostrar um benefício clínico significativo depois de, anteriormente, direcionar a mutação bESR1", resumem os autores.

Em um câncer de mama, as células do tumor evoluem com o tempo e, dependendo de certas mutações, podem se tornar resistentes aos tratamentos utilizados.

Os autores desse estudo, organizado em dezenas de hospitais franceses pelo oncologista François Clément Bidard, avaliaram que é importante detectar a mutação bESR1 a tempo e agir em conformidade.

Para detectar essa mutação, utilizaram uma técnica que vem sendo promissora nos últimos anos dentro dos estudos de câncer: a "biópsia líquida".

Diferentemente da biópsia clássica, uma operação potencialmente complexa e com consequências para a paciente, o objetivo é estudar o conteúdo dos tumores sem precisar extrair tecido da própria mama.

Em seu lugar, basta uma simples coleta de sangue. O sangue das pacientes contém uma pequena parte do DNA vindo das células cancerígenas. Isso torna cada vez mais fácil isolar e estudar a doença.

Formaram-se dois grupos de aproximadamente 80 pacientes com essa mutação. Uma parte seguiu recebendo o tratamento original, já a outra mudou para o medicamento fulvestrant.

No segundo grupo, a progressão do câncer foi interrompida por uma duração média maior, por vários meses.

 

Além da mutação única do bESR1, os autores consideram que o uso da biópsia líquida e a rápida troca de tratamento poderia servir de modelo para futuras estratégias terapêuticas.

 

No entanto, esse estudo tem várias limitações. Em primeiro lugar, não avalia se essa mudança de tratamento realmente melhora a sobrevivência da paciente. Por outro lado, a pesquisa só examina um tipo específico de câncer de mama, no qual o tumor é receptivo ao estrogênio.

 

Essa condição é a que permite o funcionamento dos tratamentos hormonais utilizados no estudo. Isso não inclui, por exemplo, os chamados cânceres "triplo negativos", que são os mais mortais porque são os mais difíceis de tratar.

 

https://noticias.r7.com/saude/estudo-promissor-melhora-tratamento-para-certos-tipos-de-cancer-de-mama-30092022

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Conheça a luta de Anne Carrari contra o câncer e a desinformação

 

Aos 40 anos, Anne Carrari se assustou ao saber que apenas 20% das mulheres diagnosticadas com câncer de ovário vivem mais que cinco anos

Gabriela Marçal

12/08/2022 2:00,atualizado 15/08/2022 16:41

Reprodução

São Paulo – Anne Carrari recebeu aos 40 anos, em 2015, o diagnóstico de câncer de ovário metastático, ou seja, a doença estava em estágio avançado e já tinha atingido outros órgãos. A única queixa que ela tinha era um inchaço constante na barriga.

“Eu sabia que aquele inchaço não era normal para mim, as minhas calças não fechavam. Eu acabei sendo diagnosticada em um pronto-atendimento, já em estágio avançado com metástase no peritônio, no fígado, no baço, na bexiga, na vesícula”, disse Anne.

Ela já tinha passado por três partos vaginais, fazia acompanhamento com um ginecologista e estava com os exames preventivos em dia. A paciente passou por três médicos que não encontraram a doença e, segundo ela, sinalizaram que os sintomas seriam apenas gases.

Há sete anos ela está em tratamento e criou o perfil no Instagram Sobrevivi ao câncer de ovárioReprodução

Anne Carrari recebeu aos 40 anos, em 2015, o diagnóstico de câncer de ovário metastáticoReprodução

Além do ovário, o câncer já tinha atingido o peritônio, o fígado, o baço, a bexiga e a vesículaReprodução

Publicidade do parceiro Metrópoles

Aos 40 anos, Anne Carrari se assustou ao saber que 20% das mulheres diagnosticadas com a doença vivem mais que cinco anosReprodução

Há sete anos ela está em tratamento e criou o perfil no Instagram Sobrevivi ao câncer de ovárioReprodução

Dificuldade para diagnosticar

“Fiquei muito indignada porque eu não sabia nada sobre esse câncer e eu me achava super esclarecida sobre a minha saúde. Sempre me cuidei muito e eu me senti até culpada. Fui acometida por um câncer que ninguém fala, não tem exame de rastreamento, nunca foi motivo de conversa nas minhas consultas médicas”, contou a paciente.

Segundo o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer (Ivoc), o câncer de ovário é o sétimo câncer que atinge as mulheres no Brasil. O médico explicou que ainda não existe um exame específico para encontrar a doença, como uma mamografia ou um papanicolau.

terça-feira, 15 de março de 2022

Câncer de colo de útero pode começar de forma silenciosa; saiba como evitar



Campanha do Março Lilás faz alerta sobre a prevenção da doença, que está entre as principais causas de morte por tumor entre mulheres no Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer)

SAÚDE | Hysa Conrado, do R7

15/03/2022 - 02H00

 

Infecção por HPV pode ser identificada antes de causar o câncer de colo de útero

Infecção por HPV pode ser identificada antes de causar o câncer de colo de útero

FREEPIK

 

O câncer do colo de útero pode ser uma doença silenciosa no início, mas ocupa a quarta posição no ranking de tumores que mais matam mulheres no Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Além disso, com exceção do câncer de pele, é o terceiro mais comum entre as mulheres.

 

A alta incidência está associada ao HPV, vírus sexualmente transmissível responsável pela infecção que causa o câncer na região, que infecta pelo menos 80% das mulheres com vida sexual ativa, de acordo com o Inca.

 

O ginecologista Alexandre Pupo, do Hospital Sírio Libanês e do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, explica que, apesar de ser o principal responsável pela doença, nem todos os tipos de HPV são considerados oncogênicos, isto é, com potencial para causar o câncer.

 

“Como qualquer vírus, ele inclui seu material genético na célula e utiliza os aparelhos internos da célula para produzir novos vírus. Alguns desses HPVs – existem mais de 200 tipos diferentes – acabam alterando a forma como as células lêem o DNA e essa alteração pode transformá-la em uma célula de câncer que passa a se replicar de maneira desordenada”, explica o médico.

 

Pupo destaca que o simples fato de ter o vírus no corpo não quer dizer que a mulher possa desenvolver o câncer. Para isso, é necessário, além de que esse HPV seja do tipo oncogênico, que a infecção seja recorrente e persista ao longo de anos.

 

Cólicas menstruais intensas podem ser sintoma de endometriose

Além disso, se identificada em estágio inicial por meio de exames preventivos como o Papanicolau, a infecção pode ser tratada antes que se transforme em um tumor.

 

“Com o tempo, esse HPV causa uma pequena alteração celular, muitas vezes identificada pelo Papanicolau, que é uma lesão não visível a olho nu. Em um primeiro momento, não é necessário fazer nada, apenas acompanhá-la e esse quadro pode se reverter sozinho. Se isso não acontecer em um prazo de um a dois anos, é possível cauterizar ou de alguma forma fazer uma destruição dessas células”, explica o ginecologista.

 

No entanto, se nada for feito para tratar essa lesão ou mesmo se ela passar despercebida pelos exames preventivos, ela pode evoluir ainda para dois estágios antes de se transformar em um tumor maligno com potencial para invadir outras células.

 

“O [terceiro estágio] já é considerado um carcinoma e é obrigatoriamente cirúrgico. O médico deve remover o fragmento do colo do útero que está doente e examinar no laboratório para confirmar se não há outro lugar em que a célula já não esteja invadindo”, explica Pupo.

 

Sintomas e tratamento

Os principais sintomas do câncer de colo do útero são sangramento durante e após a relação sexual, e corrimento com odor fétido e de aspecto sanguinolento. No entanto, antes dessas manifestações, as pequenas lesões causadas pelo HPV são possíveis de identificar por meio do exame de Papanicolau.

 

Caso o diagnóstico seja feito de forma tardia e a lesão já tenha se transformado em um câncer, o tratamento vai depender da evolução do tumor e do tamanho em que ele se encontra. Além da remoção da parte adoecida do colo – ou mesmo de todo o útero – por meio da cirurgia,  também pode ser necessário que a paciente passe por tratamentos quimioterápicos.

 

“Há os estadiamentos do câncer, que vai de um a quatro. No estágio três, ele está indo para o sistema linfático, no quarto ele já está acometendo órgãos ao redor, como a bexiga, o reto e os ligamentos que seguram o útero no lugar. Conforme o câncer cresce nessa região e se espalha, ele se torna não operável, a cirurgia é menos eficaz do que usar o tratamento com quimio e radioterapia”, ressalta Pupo.

 

Prevenção

A principal forma de prevenir este tipo de câncer é a vacina contra o HPV, disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para meninas de 9 a 14 anos, e meninos na faixa etária entre 11 e 14 anos. O imunizante protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero, segundo o Inca.

 

“Quem é vacinado tem o risco praticamente próximo de zero em relação ao desenvolvimento de câncer do colo do útero. Então a vacinação é fundamental e é uma campanha mundial, porque se todo mundo se vacinar é possível erradicar este tipo câncer”, afirma o ginecologista.

 

O Inca destaca que o tabagismo e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais também podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer. Além disso, o uso de preservativo durante as relações sexuais também é importante para frear a circular e a contaminação pelo HPV.

 

Somado a isto, o Ministério da Saúde recomenda a realização dos exames ginecológicos preventivos, como o Papanicolau, para mulheres a partir dos 25 anos de idade.

 

“Abaixo dessa idade é um período ainda muito precoce para que o HPV cause alguma alteração que leve ao câncer. Temos casos esporádicos de pacientes que evoluem para uma lesão cancerígena antes dos 25 anos, como mulheres imunossuprimidas, seja por transplantes, seja por tratamentos quimioterápicos, seja por HIV, por exemplo, então é importante iniciar o acompanhamento mais cedo nesses casos”, explica Pupo. Para este grupo citado pelo médico, a vacina também é recomendada até os 45 anos.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Estudo da UFU pretende identificar tumores de mama e próstata com maior eficácia



Pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Biotecnologia do campus Patos de Minas/UFU (Foto: Thaise Araújo/Arquivo Pessoal)

Pesquisa inédita desenvolvida no campus Patos de Minas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) busca nortear métodos de tratamento para o câncer.

Por Caroline Aleixo, G1 Triângulo Mineiro
15/10/2017 09h14  Atualizado há 2 horas

Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Genética e Biotecnologia no campus Patos de Minas, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), busca identificar com maior eficácia os tumores a fim de orientar os procedimentos corretos no tratamento do câncer de mama e próstata.
O estudo, coordenado pela professora e pesquisadora Thaise Gonçalves de Araújo, utiliza os fundamentos da Oncologia Molecular e conta com o apoio de cerca de 20 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado do curso de Biotecnologia.
O foco principal está voltado ao estudo do câncer de mama. Os trabalhos são desenvolvidos inicialmente com 200 pacientes de hospitais especializados no tratamento de câncer em Uberlândia, Barretos e interior de São Paulo.
São desenvolvidas três linhas de pesquisa que buscam entender o funcionamento do tumor e fazer o controle de anticorpos e uso de peptídeos para manipular o material genético para, depois, estabelecer o perfil dos pacientes.
“A gente trata as células com nossos fitoterápicos e vamos acompanhando se estão entrando ou não em morte celular. A partir da identificação do perfil e do agrupamento das pacientes, podemos modelar o crescimento ou a redução tumoral”, explicou Thaise.
De acordo com a pesquisadora, separar as pacientes em grupos é importante para direcionar as terapias, já que cada uma tem um perfil estabelecido conforme estágio da doença.
Mas ela reforça que ainda não se trata de uma cura para o câncer, mas de uma metodologia capaz de tipificar a doença (biomarcadores) para que os pacientes tenham melhor resposta aos tratamentos. “Nosso objetivo é fazer uma comunicação direta com a clinica. Tentar dizer para o médico qual o melhor tratamento terapêutico para o paciente, com melhores estratégias”, reforçou.
Em 2015, a pesquisa inédita com uso de uma das moléculas trabalhadas pelo grupo da UFU foi premiada em um concurso promovido pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp).

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Atezolizumabe: aprovada imunoterapia contra câncer de mama


Tratamento beneficiou mulheres que têm um dos tipos mais agressivos do tumor
16/05/2019 - 14h13minAtualizada em 20/05/2019 - 10h31min
Droga é usada em combinação com a quimioterapiareprodução / reprodução
Um novo tratamento para combater um dos mais agressivos tipos de câncer de mama foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana. O atezolizumabe, do laboratório Roche, é destinado ao tratamento do câncer de mama triplo-negativo. Agora, o medicamento passa pelo processo de precificação, feito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que dura cerca de três meses antes de chegar ao mercado.
A terapia, explica Carlos Barrios, diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS e médico do grupo Oncoclínicas, foi desenvolvida porque nem todas as pacientes têm o mesmo tipo de câncer: 
— Depois do diagnóstico, precisamos classificar essas pacientes com o subtipo, pois o tratamento depende disso. 
O triplo-negativo é denominado a partir da ausência da expressão de três biomarcadores comumente empregados na classificação da doença: receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2. Segundo Barrios, o triplo-negativo é o que tem pior prognóstico e é mais agressivo, pois se prolifera com facilidade para outras partes do corpo como pulmões, ossos, cérebro e fígado.  
— Esse grupo de pacientes se trata exclusivamente com quimioterapia. E foi nesse nicho que se fez o estudo — completa o médico. 
Todas as pacientes selecionadas para a pesquisa tinham este subtipo de câncer. Elas foram divididas em dois grupos: um que foi tratado só com quimioterapia e outro que recebeu quimio e o novo medicamento. Na comparação entre as duas amostras, as que receberam a imunoterapia tiveram sobrevida de 25 meses, contra 15 meses das que só fizeram quimio. 
— Mas o que é a imunoterapia? Este remédio faz com que o sistema imunológico "acorde" e reaja contra o tumor. Assim, ele reconhece o tumor e o ataca, pois uma das formas que, eventualmente, o câncer se desenvolve é se escondendo desse sistema. 
Entre as pacientes com câncer triplo-negativo, o tratamento se mostrou mais benéfico para o grupo de mulheres que tinham o biomarcador chamado de proteína PDL-1, que representa 41% dos casos. 
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que o câncer de mama é o que mais acomete as brasileiras, representando 29,5% da incidência da doença no país entre as mulheres e quase 60 mil novos casos ao ano. O triplo-negativo representa em torno de 15% deste total. 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Novo medicamento contra câncer de mama aumenta taxas de sobrevivência


Pesquisa realizada com mulheres jovens mostra aumento na sobrevivência de mulheres com câncer de mama — Foto: Pixabay

Sobrevivência de mulheres jovens chegou a 70% das pacientes contra 46% das que receberam o tratamento padrão.
Por France Presse
01/06/2019 19h44  Atualizado há um dia

Um novo medicamento melhora drasticamente as taxas de sobrevivência de mulheres jovens com a forma mais comum de câncer de mama, afirmaram cientistas neste sábado (1), citando os resultados de um teste clínico internacional.
As descobertas, apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago, mostraram que a adição de um medicamento conhecido como inibidor de ciclinas no tratamento elevou as taxas de sobrevivência a 70% contra 46% das mulheres que receberam o tratamento padrão.
A taxa de mortalidade foi 29% menor do que quando as pacientes receberam um placebo.
A autora principal do estudo, Sara Hurvitz, disse à AFP que o estudo se centrou no câncer de mama com receptores hormonais positivos, que representa dois terços de todos os casos de câncer de mama entre as mulheres mais jovens e que no passado foi geralmente tratado com terapias que bloqueiam a produção de estrogênio.
"Realmente, pode-se obter uma sinergia ou uma resposta melhor, uma eliminação melhor do câncer, ao acrescentar um destes inibidores no ciclo celular", além da supressão hormonal, disse Hurvitz.
O tratamento é menos tóxico do que a quimioterapia tradicional porque ataca de forma mais seletiva as células cancerosas, bloqueando sua capacidade de se multiplicar.
O teste, que analisou mais de 670 casos, incluiu apenas mulheres com menos de 59 anos, que tinham câncer avançado (na etapa 4), para os quais não tinham recebido tratamento de bloqueio hormonal prévio.
"Estas são pacientes que tendem a ser diagnosticadas mais tarde, em uma etapa posterior de sua doença porque não temos grandes modalidades de detecção para as mulheres jovens", disse Hurvitz.
"Isso é o que nos emociona tanto, porque é uma terapia que afeta muitas pacientes com a doença avançada", acrescentou.
O oncologista Harold Burstein, do Instituto de Câncer Dana-Farber, em Boston, e que não participou da pesquisa, disse que este é "um estudo importante", que estabeleceu que o uso de inibidores de ciclinas "se traduz em um benefício significativo para a sobrevivência das mulheres".
A pesquisa recebeu recursos da farmacêutica Novartis.
"Esperamos que estes dados permitam o acesso deste produto a mais mulheres em todo o mundo", acrescentou Burstein.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Nova vacina contra câncer de ovário prolonga a vida de pacientes



Participantes que receberam a vacina apresentaram maiores taxas de sobrevivência. (iStock/Getty Images)
Tratamento em fase de testes usa parte do tumor das mulheres diagnosticadas. A ideia é estimular a resposta do sistema imunológico
Por Da Redação
access_time12 abr 2018, 18h10 - Publicado em 12 abr 2018, 17h25
Mais um tratamento contra o câncer está em fase de testes clínicos. Desta vez, o alvo do estudo é o câncer de ovário. A pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine, explica como os resultados de uma vacina personalizada podem prolongar a vida de pacientes com a doença. Segundo o estudo, no período de dois anos os participantes que foram vacinados mostraram melhores resultados de “sobrevida global” – tempo entre o diagnóstico e a morte – quando comparados aos que não receberam a dose.

Câncer de ovário
O câncer de ovário, também conhecido como “assassino silencioso”, costuma ser diagnosticado nos estágios avançados da doença (cerca de 80% dos casos). No momento do diagnóstico, 60% dos cânceres de ovário já se espalharam para outras partes do corpo, reduzindo a taxa sobrevivência para 30% nos primeiros cinco anos. De acordo com o médico Ronny Drapkin, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a razão do diagnóstico acontecer tardiamente é a sua localização. “A pelve é como uma tigela, então um tumor pode crescer bastante antes de se tornar perceptível”, disse Drapkin ao Daily Mail Online.

Normalmente, os primeiros sintomas do câncer de ovário são gastrointestinais porque os tumores começam a fazer pressão na área acima de sua localização. No entanto, quando um indivíduo se queixa de desconforto gastrointestinal, os médicos costumam priorizar uma mudança alimentar, desconsiderando a possibilidade da doença.
Apenas quando os sintomas se tornam persistentes o paciente passa por uma triagem que revela o câncer. A doença é tratada com cirurgia e quimioterapia, mas por causa da demora no diagnóstico – e consequentemente no tratamento -, 85% dos pacientes têm recaídas e acabam desenvolvendo resistência à quimioterapia, deixando-os sem opções de tratamento.
Vacina
A médica Lana Kandalaft, principal autora do estudo, acredita que a vacina pode ser capaz de impulsionar o sistema imunológico e aumentar as taxas de sobrevivência dos pacientes. De acordo com a American Cancer Society, a equipe de pesquisadores analisou os resultados de 25 mulheres com câncer de ovário epitelial avançado, que tem taxa de sobrevida média de 17% dentro do período de cinco anos.

A vacina personalizada criada pelos cientistas consiste em usar o tumor do paciente (armazenado e preservado antes da cirurgia) e as células do sangue. Essas células têm a missão de identificar e capturar invasores e levá-los até os nódulos linfáticos, onde as células T são acionadas e iniciam um ataque na tentativa de destruir os invasores. “Os pacientes que receberam a vacina criaram uma resposta imune contra seus próprios tumores”, disse Lana em comunicado. Ainda segundo ela, os resultados são significativos porque o corpo aumentou o número de células T específicas capazes de destruir os tumores em pacientes cujo sistema imunológico não consegue reagir  sozinho.
A taxa de sobrevivência no período de dois anos avaliados pela equipe entre as mulheres que receberam a vacina foi de 78% contra 44% para as que não foram vacinadas.
Precauções
O diretor médico da American Cancer Society, Otis Brawley, afirmou-se esperançoso com a ideia da imunoterapia ser usada como tratamento para o câncer de ovário. Apesar de não estar envolvido na pesquisa, ele se disse cauteloso com as vacinas personalizadas. “A análise de sobrevivência é propensa a alguns preconceitos que podem induzir ao erro até mesmo em avaliadores clínicos mais experientes”, disse ao Daily Mail Online.
Os pesquisadores garantem que pretendem fazer mais estudos com a vacina. A pesquisa atual focou na segurança do tratamento.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Câncer de mama: fase inicial pode não precisar de quimio, indica estudo


Em 70% dos casos, o índice de sobrevivência de mulheres tratadas sem quimioterapia chega a mais de 90%
Por Da Redação  https://veja.abril.com.br/saude/cancer-de-mama-fase-nao-precisa-de-quimioterapia-afirma-estudo/
access_time4 jun 2018, 20h53 - Publicado em 4 jun 2018, 18h05

Exame de rotina: a mamografia pode reduzir o número de mortes em mulheres com câncer de mama (Thinkstock/VEJA/VEJA)
Cerca de 70% das mulheres diagnosticadas nos estágios iniciais do câncer de mama podem não precisar de quimioterapia, de acordo com estudo publicado no New England Journal of Medicine. Segundo os pesquisadores, o tratamento hormonal atinge um percentual de sobrevivência de mais de 90%, sendo tão eficiente quanto a quimioterapia na maioria dos casos de tumores mamários que ainda não se espalharam pelo corpo.
O estudo foi apresentado neste fim de semana, em encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), que aconteceu nos Estados Unidos. “Poderemos poupar centenas de milhares de mulheres de um tratamento tóxico e agressivo que, na realidade, não as beneficia”, disse Ingrid A. Mayer, autora do estudo, ao The New York Times.

Muitas mulheres que passam pela quimioterapia convivem com efeitos colaterais, como anemia, enfraquecimento do sistema imunológico, perda de cabelo, diarreia, fadiga e perda de memória. Além disso, outros sintomas menos comuns  porém mais graves  podem acontecer, como perda óssea, osteoporose, problemas cardíacos e visuais.

Câncer de mama
Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelou que o câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta faixa etária a incidência aumenta progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Segundo o Fundo Internacional para Pesquisa do Câncer Mundial, este é o tipo de câncer mais comum em mulheres, representando cerca de 12% de todos os novos casos de câncer e 25% de todos os cânceres no grupo feminino, além de ser a quinta causa mais comum de morte por câncer em mulheres no mundo. No Brasil, é o tumor que mais leva a óbito as pessoas do sexo feminino.
O Grupo de Estudos do Câncer de Mama revelou que cerca de 52.680 novos casos de tumor de mama são diagnosticados anualmente; e 13.000 pacientes morrem por ano. Outro dado mostra que 52 mulheres em cada 100.000
Tratamentos: estágios do câncer
O uso da quimioterapia é geralmente determinado por testes genéticos realizados em amostras de tumores da mama  retirados na cirurgia  que identificam o nível de risco do câncer. “O que esse teste faz é olhar para 21 genes diferentes para ver se cada um está ligado ou desligado e, em seguida, se é sobre-expressa ou não. Então, temos duas respostas sim-não para cada gene. Ele examina todas as 21 respostas e dá a esse câncer uma pontuação recorrente entre 0 e 100”, explicou Otis Brawley, diretor médico e científico da American Cancer Society, à CNN.
As mulheres com baixo risco podem utilizar apenas drogas que bloqueiam a produção de estrogênio como forma de tratamento. Já as que recebem nota alta precisam passar pela quimioterapia, por se tratar de tumores mais agressivos. Para a maioria das pacientes com resultados intermediários recomenda-se a quimioterapia  associada ao tratamento hormonal  como forma de precaução.
No entanto, de acordo com o novo estudo, chamado de TAILORx, essas mulheres têm a mesma chance de sobrevivência, independente do tratamento utilizado: depois de nove anos, o percentual de sobrevivência é de 93,9% sem quimioterapia e de 93,8% com quimioterapia.
Recomendação: estágio inicial
O resultado do estudo indica a opção de tratamento com terapia hormonal somente para os casos de câncer de mama no estágio inicial. Isso porque nesse período os tumores geralmente não atingiram os nódulos linfáticos e não houve mutação no gene HER2, que causa crescimento acelerado do tumor. Além disso, as pacientes precisam ter recebido nota entre 11 e 25 em teste que mede a atividade dos genes presentes no tumor.
“Todos os dias, mulheres com câncer de mama se veem diante do terrível dilema de decidir se vão ou não fazer a quimioterapia, sem ter dados suficientes e assertivos sobre os resultados. [Essa pesquisa] é transformadora e uma ótima notícia, já que poderá liberar milhares de mulheres da agonia da quimioterapia”, comentou Rachel Rawson, da ONG Breast Cancer Care, voltada a pesquisas e tratamentos de câncer.
No entanto, é importante ressaltar, por exemplo, que dados sobre mulheres na pré-menopausa e com menos de 50 anos que pontuaram na faixa mais alta de risco intermediário (16 a 25) foram analisados separadamente. Os resultados mostraram que há pequenos benefícios no uso quimioterapia. “Os tumores crescem de forma mais agressiva em mulheres na pré-menopausa, não apenas em mulheres com menos de 50 anos”, disse Brawley, da American Cancer Society.
Por isso é necessário examinar cada caso com cuidado para indicar o melhor tratamento e não colocar em risco a vida das pacientes.


domingo, 4 de novembro de 2018

Após terapia experimental, médicos dizem que mulher em estágio terminal está livre do câncer



Direito de imagemARQUIVO PESSOAL Image caption Judy Perkins recebera o prognóstico de que viveria apenas três meses, mas tratamento experimental lhe permitiu não apenas sobrerviver, mas viajar e praticar canoagem (Foto: Arquivo Pessoal)

Judy Perkins havia recebido o prognóstico de que viveria apenas três meses mais; dois anos depois, ela vive com saúde graças a dose de 90 bilhões de suas próprias células, uma iniciativa que ainda precisa ser testada em grande escala.
Por BBC
04/06/2018 18h22  Atualizado há 13 horas

A vida de uma mulher com câncer de mama em estágio considerado terminal foi salva por um tratamento pioneiro, que consiste na aplicação de 90 bilhões de células imunológicas cujo objetivo é combater o tumor.

Segundo pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, o tratamento ainda é experimental, mas pode ter efeito transformador em todas as terapias de combate ao câncer.

A mulher em questão é a americana Judy Perkins, 49 anos, que havia recebido, dois anos atrás, o prognóstico de que teria apenas três meses de vida restantes. A moradora da Flórida tinha câncer de mama em estágio avançado, que estava se espalhando - já havia tumores do tamanho de uma bola de tênis em seu fígado e em outras partes do corpo - e não havia mais perspectiva com tratamentos convencionais.

Hoje, porém, não há vestígios do câncer em seu corpo, segundo médicos. E Judy tem aproveitado a vida viajando e praticando canoagem.

"Cerca de uma semana depois (do tratamento pioneiro), eu comecei a sentir algo. Eu tinha um tumor no peito e conseguia senti-lo encolher", diz Judy à BBC. "Uma ou duas semanas depois, ele desapareceu."

Ela lembra que, ao fazer o primeiro exame após passar pelo tratamento, viu a equipe médica "saltitando de empolgação".
Foi quando ela soube que teria uma chance de cura.

'Droga viva'
O tratamento a que Judy foi submetido consiste em uma "droga viva", feita a partir das próprias células dela, em um dos centros de referência de pesquisa de câncer do mundo.

"É o tratamento mais altamente personalizado que se possa imaginar", diz à BBC o médico Steven Rosenberg, chefe de cirurgias no Instituto Nacional do Câncer dos EUA.

A terapia ainda dependerá de uma grande quantidade de testes até que possa ser amplamente usada, mas começa da seguinte forma: o tumor do paciente é analisado geneticamente, para que sejam identificadas as raras mutações que podem tornar o câncer visível ao sistema imunológico do corpo – e que podem, portanto, ser formas de combater os tumores.

No caso de Judy, das 62 anormalidades genéticas do seu câncer, apenas quatro eram potencialmente atacáveis pelo sistema imunológico.

Na verdade, o sistema imunológico já está, naturalmente, combatendo os tumores, mas está perdendo as batalhas.

Por isso, o passo seguinte dos pesquisadores é analisar os glóbulos brancos (as células imunológicas do corpo) para extrair as que são capazes de atacar o tumor.

Essas células serão, então, reproduzidas em enormes quantidades em laboratório.
Judy recebeu 90 bilhões de suas próprias células, junto com medicamentos que "retiram os freios" do sistema imunológico.

Com isso, "as mesmas mutações que provocam o câncer acabam se tornando seu calcanhar de Aquiles", diz Rosenberg.

'Mudança de paradigma'
Vale lembrar, porém, que os resultados animadores vêm por enquanto desse único caso isolado, e pesquisas em populações maiores serão necessárias para confirmar a validade do tratamento.
O desafio, até agora, na terapia imunológica contra o câncer é que ela às vezes funciona muitíssimo bem em alguns pacientes, mas sem beneficiar a maioria dos doentes.

"(O tratamento) é altamente experimental, e estamos apenas começando a aprender a aplicá-lo, mas potencialmente ele vale para qualquer câncer", afirma Rosenberg.

"Ainda há muito trabalho a fazer, mas há potencial para uma mudança de paradigma no tratamento de câncer - uma droga sob medida para cada paciente. É muito diferente de qualquer outro tratamento."

Os detalhes do caso de Judy Perkins foram publicados no periódico "Nature Medicine".
Para o médico Simon Vincent, diretor de pesquisas da organização Breast Cancer Now, os resultados são "extraordinários".

"É a primeira oportunidade de ver esse tipo de imunoterapia (agindo) contra o tipo mais comum de câncer de mama", diz ele.
"Potencialmente, pode-se abrir uma área completamente nova de tratamento para um grande número de pessoas."