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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Sinais de câncer que jornalista lutou para disseminar antes de morrer

 

Crédito: Reprodução/Instagram/bowelbabe

Deborah James trabalhou para que as pessoas entendessem os sinais de alerta do câncer de intestino


A ativista inglesa foi condecorada pela família real em maio por seus esforços incansáveis ​​na conscientização sobre a doença

30/06/2022 - 13:11

Por: Redação

Sinais de câncer que jornalista lutou para disseminar antes de morrer

A ativista inglesa foi condecorada pela família real em maio por seus esforços incansáveis ​​na conscientização sobre a doença

30/06/2022 - 13:11

Por: Redação

 

A jornalista e apresentadora inglesa Deborah James morreu na terça-feira, 28, aos 40 anos, depois de travar uma luta de seis anos contra um câncer de intestino. Nos últimos anos, ela se dedicou a chamar a atenção para os sinais da doença para que as pessoas os conhecessem e fossem capazes de detectar os casos mais cedo possível.

 

Deborah foi diagnosticada com câncer de intestino em 2016, quando tinha 35 anos. Em maio deste ano, após inúmeros tratamentos, ela anunciou que seu estado era terminal e que estava recebendo os cuidados paliativos em casa.

 

O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.

 

As chances de cura são maiores, quando detectado precocemente, antes de se espalhar para outros órgãos.

 

Sinais do câncer de intestino

 

Sangue nas fezes

Um dos principais sinais da doença pode ser observado nas fezes. Quando há sangue é importante fazer uma investigação.

 

Esse sinal foi amplamente divulgado por Deborah James. Em sua campanha de conscientização, ela sempre pedia que todos verificassem seu cocô.

 

Mas é importante dizer, no entanto, que sangramento nas fezes pode ter diferentes causas possíveis, como hemorroidas, verminose e úlcera gástrica. Por isso, é necessária uma investigado para o diagnóstico correto e tratamento especifico.

 

Mudanças nos hábitos intestinais

Outro sinal que é importante informar ao médico é se haver uma alteração nos hábitos intestinais que durem três semanas ou mais, como idas mais ou menos frequentes ao banheiro e fezes mais moles. Isso é especialmente importante quando há sinais de sangue nas fezes.

 

Esse foi um dos primeiros sinais que a apresentadora observou antes de descobrir a doença. Ela atribuía as idas mais frequentes ao banheiro a um consumo maior de vinho, novo emprego e estresse.

 

Os resultados dos primeiros exames de sangue e amostras de fezes levaram o médico a suspeitar que ela tinha síndrome do intestino irritável. Mas os sintomas pioraram com o passar dos meses.

 

Perda de peso

A apresentadora também observou que estava perdendo peso. Foi então que procurou a ajuda de um especialista em colonoscopia, que a diagnosticou com câncer em 2016.

 

Esse sintoma é menos comum que os demais, mas é importante considerar. Se não tiver uma causa aparente, vale  mencionar ao médico.

 

Cansaço e fraqueza

O câncer de intestino que causa sangramento pode causar falta de ferro no corpo. Se a pessoa desenvolve anemia, é provável que sinta cansaço além do normal.

 

Outros sintomas do câncer de intestino

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) cita ainda os seguintes sinais que devem ser observados:

 

alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)

massa (tumoração) abdominal

dor ou desconforto abdominal

 

A detecção precoce, segundo o INCA, pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos.

 

Além do diagnóstico precoce, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que os países realizem o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes.

 

https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/sinais-de-cancer-jornalista-antes-de-morrer/

 

 

 

 

 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Exame de sangue identifica indivíduos com chance de desenvolver câncer de pulmão, diz OMS



Teste detecta proteínas cancerígenas que vão parar na corrente sanguínea e é mais preciso que tomografia, segundo a Organização Mundial de Saúde.


Por G1
16/07/2018 09h55  Atualizado há 1 hora

Raio-x do peito mostra alteração no tamanho dos dois pulmões, o que poderia indicar câncer. Foto: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (Foto: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos)
Um exame de sangue em estudo aumenta a precisão de detecção precoce do câncer de pulmão, diz a Organização Mundial de Saúde. O teste identifica cinco proteínas específicas, chamadas de "biomarcadores", que podem ser encontradas antes da formação dos tumores.
O estudo foi desenvolvido pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, braço da Organização Mundial de Saúde para pesquisas na área de oncologia.
Uma detecção se faz urgente, afirma o estudo, porque o rastreamento atual de câncer de pulmão não diagnostica uma grande fração dos tumores.
Enquanto o teste fez a previsão de 63% de futuros pacientes com câncer, a tomografia conseguiu prever o câncer de pulmão em 42% dos pacientes.
“Esse é o primeiro estudo que demonstra que marcadores melhoram a identificação de casos futuros de câncer de pulmão”, diz Paul Brennan, chefe do departamento de genética da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer.
O estudo também foi publicado no "JAMA Oncology" e mostrou que o teste foi capaz de prever com mais precisão que tomografia cânceres em estágio inicial.
Além da agência da OMS, o estudo teve a colaboração da Universidade do Texas e do MD Anderson Cancer Center, ambos nos Estados Unidos.
Câncer de pulmão no Brasil
O Inca (Instituto Nacional do Câncer) no Brasil diz que, em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
No Brasil, esse tipo de câncer foi responsável por 24.490 mortes em 2013. Pacientes com câncer de 


quinta-feira, 3 de maio de 2018

Exame de sangue para câncer encontra oito tipos de tumores


Cientistas desenvolvem exame de sangue que detecta oito tipos de câncer em estágio inicial

Teste em estudo detectou cânceres nos ovários, no fígado, no estômago, no pâncreas, no esôfago, no reto, no pulmão e na mama.

Por France Presse
19/01/2018 08h19  Atualizado há 59 minutos

Um novo exame de sangue para o câncer se mostrou promissor para detectar oito tipos diferentes de tumores antes de eles se espalharem para outras partes do corpo, oferecendo esperança de detecção precoce, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (18).

Mais estudos são necessários antes de que o teste, chamado CancerSEEK, possa se tornar amplamente disponível por um custo projetado de cerca de US$ 500, disse o estudo publicado na revista científica americana Science.

O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, envolveu 1.005 pacientes cujos cânceres - já pré-diagnosticados com base em seus sintomas - foram detectados com uma taxa de precisão de cerca de 70% no total.

Os cânceres foram detectados nos ovários, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, cólon ou reto, pulmão e mama.

Para cinco desses tipos de câncer - ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago - não há exames de rastreio disponíveis para pessoas de risco médio.

O exame foi capaz de detectar esses cinco tipos com uma faixa de sensibilidade de 69% a 98%.
Em 83% dos casos, o exame foi capaz de delimitar onde o câncer estava anatomicamente localizado.

O teste é não invasivo e baseado na análise combinada de mutações de DNA em 16 genes de câncer, bem como dos níveis de 10 biomarcadores de proteínas circulantes.

"O objetivo final do CancerSEEK é detectar o câncer ainda antes - antes de que a doença seja sintomática", afirmou o estudo.

Reação de especialistas: mais estudos são necessários
Especialistas de fora do estudo disseram que é necessário que haja mais pesquisas para descobrir a verdadeira precisão do teste e se este seria capaz de detectar cânceres antes do aparecimento de sintomas.

"Isso parece promissor, mas com várias ressalvas, e uma quantidade significativa de pesquisa adicional é necessária", disse Mangesh Thorat, vice-diretor da Unidade de Ensaios Clínicos Barts da Universidade Queen Mary de Londres.

"A sensibilidade do teste no câncer de estágio I é bastante baixa, cerca de 40%, e mesmo nos estágios I e II combinados parece ser em torno de 60%. Portanto, o exame ainda vai deixar escapar uma grande proporção de cânceres no estágio em que nós queremos diagnosticá-los".

Nicholas Turner, professor de oncologia molecular no Institute of Cancer Research, em Londres, apontou que a taxa de falso positivo de 1% do teste pode parecer baixa, mas "poderia ser uma preocupação significativa para o rastreamento da população. Poderia haver muitas pessoas que são informadas que têm câncer que talvez não tenham".

No entanto, Turner descreveu o artigo como "um passo ao longo do caminho para um possível exame de sangue para detectar câncer, e os dados apresentados são convincentes a partir de uma perspectiva técnica sobre o exame de sangue".

Muitos outros esforços estão em andamento para desenvolver exames de sangue para o câncer.
"Eu não acho que esse novo teste realmente tenha movido o campo da detecção precoce muito para a frente", disse Paul Pharoah, professor de epidemiologia do câncer na Universidade de Cambridge.

"Continua sendo uma tecnologia promissora, mas que ainda deve ser comprovada".

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A caneta que consegue identificar um câncer em 10 segundos


Dispositivo portátil permitiria que cirurgia para retirada de tumor seja feita de forma mais rápida, segura e precisa.

Por BBC
08/09/2017 06h47  Atualizado há 1 hora

Cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram uma caneta que pode identificar células cancerígenas em dez segundos. Segundo eles, o dispositivo portátil permitiria que a cirurgia para a retirada seja feita de forma mais rápida, segura e precisa.

Os cientistas esperam que a tecnologia seja mais uma ferramenta à disposição dos médicos para evitar a reincidência do câncer.

O estudo foi publicado na revista científica Science Translational Medicine. Testes indicam que a caneta oferece um resultado preciso em 96% das vezes. O MasSpec Pen se aproveita do metabolismo singular das células cancerígenas. A química interna dessas células, que crescem e se espalham muito rápido, é muito diferente da de um tecido saudável.

Como funciona
A caneta toca em um tecido cancerígeno e libera uma minúscula gotícula de água. As substâncias químicas presentes nas células vivas se movem, então, para a gotícula, que é sugada de novo pelo objeto para análise. Em seguida, a caneta é conectada a um espectrômetro de massa - um equipamento que pode medir a massa de milhares de substâncias químicas a cada segundo. O resultado é uma espécie de "impressão digital química", a partir da qual os médicos podem concluir se se trata de um tecido saudável ou de um tumor.

Esse é maior desafio dos cirurgiões: descobrir a fronteira entre um câncer e um tecido normal. Isso porque, apesar de em muitos casos ser fácil detectar um tumor, em outros, o limiar entre o tecido doente e o saudável não é tão visível. Retirar apenas uma parte do tecido pode fazer com que as células cancerosas remanescentes deem origem a um novo tumor. Mas remover muito tecido pode causar graves danos, especialmente em órgãos como o cérebro.

Em entrevista à BBC, Livia Eberlin, professora-assistente de química na Universidade do Texas, em Austin, disse: "O que é emocionante sobre essa tecnologia é o quão claro ela atende a uma necessidade clínica".
"A ferramenta é, ao mesmo tempo, sofisticada e simples. E vai poder ser usada pelos cirurgiões em breve", acrescentou.

Testes
A tecnologia foi testada em 253 amostras como parte do estudo. O plano é continuar os testes para aprimorar o dispositivo antes de usá-lo durante cirurgias no ano que vem. 

Atualmente, o objeto é capaz de analisar um pedaço de tecido de 1,5 mm de diâmetro. Mas os pesquisadores já desenvolveram canetas muito mais aprimoradas e que podem examinar um pedaço de tecido tão pequeno quanto 0,6 mm de diâmetro.

Enquanto a caneta por si só é barata, o espectrômetro de massa é caro e volumoso.

"O obstáculo é o espectrômetro de massa, com certeza", disse Eberlin. "Estamos desenvolvendo um espectrômetro de massa um pouco menor, mais barato e adaptado para este fim, que possa ser transportado dentro e fora dos quartos com relativa facilidade", completou.

Segundo James Suliburk, um dos pesquisadores e chefe de cirurgia endócrina no Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, "sempre estamos em busca de formas de oferecer ao paciente uma cirurgia mais precisa, mais rápida ou mais segura". "Essa tecnologia combina todos esses fatores", afirmou.

O MasSpec Pen faz parte de uma série de dispositivos com o objetivo de melhorar a precisão cirúrgica.
Uma equipe do Imperial College de Londres desenvolveu uma faca que "cheira" o tecido que corta para determinar se está removendo o câncer.

Já uma equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, está usando lasers para analisar quanto de um câncer cerebral pode ser removido.

Para Aine McCarthy, da Cancer Research UK (órgão britânico de pesquisa contra o câncer), "pesquisas emocionantes podem fazer com que os médicos descubram se um tumor é cancerígeno ou não mais rapidamente, além de conhecer suas características". "Com base nessa análise, eles podem decidir sobre o melhor tipo de tratamento".


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Outubro Rosa - Prevenção do Câncer de Mama

Com o objetivo de alertar as pessoas para a importância da detecção precoce do câncer de mama e considerando que estamos no período do Outubro Rosa, o Vida com Câncer publica alguns artigos que tratam desse assunto.

Câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos, diz estudo

Estadão 03/10/2016

Embora o Ministério da Saúde recomende a realização periódica da mamografia somente a partir dos 50 anos, um novo estudo feito pelo A.C. Camargo Cancer Center traz de volta a polêmica sobre a idade a partir da qual as mulheres devem fazer o exame capaz de detectar o câncer de mama.
Levantamento do hospital com 4.527 pacientes mostra que 40% das mulheres que receberam o diagnóstico da doença entre os anos de 2000 e 2010 no centro médico tinham menos de 50 anos e não descobririam o tumor se tivessem seguido a orientação do ministério. Do total de pacientes acompanhadas, 11,4% descobriram a doença até os 39 anos e outras 28,7%, entre os 40 e os 49 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o exame a partir dos 40 anos.
"Não podemos dizer que os dados do A.C. Camargo refletem toda a realidade brasileira, até porque somos um centro de referência em oncologia e isso leva a mais diagnósticos precoces. No entanto, esse estudo mostra que vale a pena investir na mamografia mais cedo. Sabemos que a curva de incidência da doença começa a aumentar a partir dos 40 anos e, quanto mais cedo descoberto o tumor, maior a chance de cura", diz Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e diretora de Mastologia do A.C. Camargo.
Os dados do levantamento provam o quanto o diagnóstico precoce é decisivo no sucesso do tratamento. Do total de mulheres que descobriram a doença no estágio 1, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No grau 2, eram 89,2%. No estágio 3, o índice foi de 71,6%, número que caiu para 30,3% no estágio 4, o mais avançado.
Sinal. Diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos, a supervisora de vendas Patrícia Rosa Moreira, hoje com 40, atribui à sorte a realização da mamografia que a fez descobrir a doença. "Foi por acaso. Eu fui doar sangue e deu uma alteração nas plaquetas. Resolvi fazer um check-up e pedi para a médica uma guia para fazer mamografia. Ela não queria dar de jeito nenhum, disse que eu ainda não estava na idade, mas eu bati o pé e ela deu", conta.
O exame feito em 2014 detectou o tumor no grau 2. A supervisora teve de retirar a mama esquerda, fazer 16 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. "O câncer já estava com 4 centímetros e eu não tinha nenhum sintoma, ele não era palpável. Nunca descobriria sem um exame. Se eu tivesse feito a mamografia aos 50 anos, ele já estaria espalhado pelo corpo."
O tratamento terminou em dezembro de 2015 e, hoje, Patrícia aguarda pela cirurgia de reconstrução mamária, prevista para dezembro ou janeiro. "Enquanto eu estava no hospital, conheci muitas moças, de menos de 30 anos, com a doença. Acho errado passarem a mamografia só a partir dos 50 anos."
O Ministério da Saúde diz que segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de realização da mamografia para fins de rastreamento entre os 50 e 69 anos, porque "essa é a faixa etária com maior efetividade na prevenção e que possui evidência científica de impacto na mortalidade".
A pasta diz ainda que orienta os médicos a solicitarem o exame antes às pacientes que tenham histórico da doença na família, especialmente se uma parente de primeiro grau tenha recebido o diagnóstico antes dos 50 anos. Nesses casos, a recomendação é que as mulheres passem por avaliação médica a partir dos 35 anos para que sejam definidos os exames necessários. Isso porque, no caso de mulheres mais jovens, com estrutura mamária diferente por causa da idade, nem sempre a mamografia é suficiente - podem ser solicitados ultrassom ou ressonância magnética.
Polêmica
Há quem critique a realização de mais mamografias para fins de rastreamento por causa do risco de resultado falso positivo - quando o exame inicial aponta a presença de uma lesão que não se confirma maligna em exames adicionais.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, a recomendação para realização da mamografia periodicamente não resultou em queda da taxa de mortalidade por câncer de mama. Além disso, diz a entidade, o falso positivo pode causar danos às mulheres, como ansiedade, estresse e procedimentos desnecessários.

A oncologista do A.C. Camargo afirma que os benefícios do rastreamento são maiores do que os malefícios. "Por mais que, em alguns casos, a mamografia aponte a suspeita e ela seja descartada depois, em outros casos, o exame vai possibilitar que a mulher descubra mais cedo e tenha mais chances de cura", afirma Fabiana. 
Inclusão de medicamento no SUS aumentaria em dois anos sobrevida de pacientes com câncer de mama
Ministério da Saúde afirma que benefício do Trastuzumabe é muito baixo
16/08/2016 - 14h19min | Atualizada em 16/08/2016 - 16h35min

Foto: Cris B. / Fotolia

O acréscimo de um medicamento à quimioterapia hoje oferecia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderia aumentar em dois anos a sobrevida de pacientes com câncer de mama metastático HER2 Positivo, um tipo comum que atinge 20% das mulheres com a doença. A revelação é parte de um estudo realizado por médicos brasileiros e divulgado neste mês no Journal of Global Oncology, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
O levantamento sugere que o Trastuzumabe, um medicamento considerado essencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), seja oferecido para quem tem a doença em estágio avançado. Desde 2013, essa droga é utilizada no SUS somente em casos câncer de mama inicial e localmente avançado. A terapia foi disponibilizada em 1999 na rede privada.

— Pelo SUS, as mulheres com câncer só têm acesso à quimioterapia geral. O Ministério da Saúde diz que não há custo-benefício no tratamento. Todos os estudos internacionais mostram que é possível alcançar uma sobrevida de dois anos com esse medicamento, em comparação a quem tem a mesma categoria de doença e não usa esse tratamento. Estamos questionando: o custo da vida de uma pessoa é que está sendo levado em conta? — pergunta a chefe do Serviço Médico de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento Maira Caleffi, uma das autoras do estudo.
Para embasar o relatório, o grupo de especialistas utilizou estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) que apontam que, só neste ano, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil, dos quais mais de 73% serão tratados no SUS. Com base nesses dados, os autores calculam que, das 2.008 mulheres diagnosticadas com doenças metastáticas HER2 Positivo neste ano, 808 poderiam ter dois anos a mais de vida se submetidas ao tratamento convencional oferecido atualmente pelo SUS. Com a presença do Trastuzumabe, o número de pacientes com chances alcançar dois anos de sobrevida pularia para 1.408. Já com a combinação da quimioterapia, Trastuzumabe e Pertuzumabe, outro medicamento que não oferecido pela rede pública e considerado o "padrão ouro" de tratamento, 1.576 mulheres poderiam viver dois anos mais.
— Estamos ficando muito defasados entre quem tem acesso a convênio e quem não tem. É comum a pessoa já chegar ao médico em estágio avançado em função da falta de acesso a exames e especialistas. Essas pacientes serão submetidas a uma quimioterapia menos focada — avalia Maira.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde, por meio de nota, informou que "o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa". Ainda segundo a pasta, o medicamento traz mais benefícios do que riscos quando prescrito para casos iniciais da doença, como é feito atualmente.
Leia a íntegra da nota enviada pelo Ministério da Saúde:
"O Ministério da Saúde esclarece que o medicamento Trastuzumabe é /aprovado em bula, como quimioterapia adjuvante do Câncer de Mama HER2 positivo, usado após o tratamento convencional (cirurgia + radioterapia + quimioterapia). O tempo de manutenção do uso nesse caso é de um ano e há evidências que esse tratamento adjuvante traga benefício adicional, pois aumenta o tempo médio em que uma doente fica livre de uma recaída. O medicamento também traz eventos adversos, mas, com o tempo limitado de uso a, no máximo, um ano, minimiza esses prejuízos.
É importante destacar que o trastuzumabe, para essa indicação, tem maior probabilidade de trazer mais benefícios que riscos a essas mulheres. No entanto, o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa. Mesmo assim, a Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec) recomendou a incorporação, e o SUS incorporou o tratamento adjuvante.
O Ministério da Saúde tem atuado no sentido de fortalecer os serviços e as ações que visam qualificar a atenção à saúde das pessoas com câncer. Além do esforço para organização dos serviços assistenciais, a pasta tem apoiado os estados e o Distrito Federal na ampliação do número de hospitais capacitados para tratamento do câncer. Nos últimos 5 anos, na assistência oncológica cresceu quase 63%, passando de R$ 2,1 bilhões em 2010 para R$ 3,5 bilhões em 2015. No período, houve aumento de 34% no número de pessoas com câncer atendidas no SUS, ampliando de 292,9 mil para 393 mil. Nesse mesmo período, o número de procedimentos de tratamento (radioterapia, quimioterapia e cirurgia oncológica) e de prevenção (mamografia e papanicolau) saiu de 21 milhões para 22,9 milhões".

AUTO EXAME


"Lembrem-se de que 80% dos nódulos mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

No Chuveiro ou Deitada: Coloque a mão direita atrás da cabeça. Deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda a mama direita, repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda."

quinta-feira, 28 de julho de 2016

ctDNA é a mais nova esperança para os pacientes com câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o mais comum e um dos mais agressivos tumores malignos que existem. Segundo dados do INCA, estimam-se cerca de 28 mil novos casos no Brasil em 2016. Altamente letal, em 2013 matou mais de 1,4 milhões pessoas em todo o mundo.

Existem dois tipos principais para o câncer de pulmão: de pequenas e não pequenas células, sendo o segundo tipo com maior incidência, cerca de 85% dos casos. Assintomático nos casos iniciais, esse tipo de câncer é geralmente descoberto quando o corpo já está muito debilitado, dificultando o tratamento, que se torna agressivo e de característica paliativa.

O que cientistas e médicos de todo o mundo têm feito, incansavelmente, é buscar soluções para oferecer tratamentos mais efetivos e com maior segurança, impactando positivamente na qualidade de vida desses pacientes. Dentre as inovações mais promissoras, está a biópsia líquida (ctDNA) para detecção de mutação EGRF.

“O ctDNA é uma solução inovadora para ajudar a identificação de mutações nos pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células. O paciente nessa condição está muito debilitado e muitas vezes não suporta uma cirurgia ou mesmo um procedimento invasivo para uma biópsia comum, e esse exame é feito por coleta de sangue”, explica a Dr. Marcelo Horácio, Diretor Médico Executivo da AstraZeneca.

Nem todos os pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células possuem a mutação EGFR, mas a detecção significa que ele é elegível a um tratamento específico que, comparado à quimioterapia, taxa de resposta muito superior.

“A terapia-alvo é muito importante na seleção do melhor tratamento. Os pacientes são diferentes e as doenças agem de forma diferente em cada organismo. Se conseguirmos identificar um biomarcador de prognóstico, teremos maior chance de sucesso no tratamento e poderemos salvar mais vidas, permitindo que o paciente tenha melhor qualidade de vida, que é o que mais nos importa”, completa Dr. Marcelo.

Programa ID.ME

O Programa ID.ME tem o objetivo de fornecer aos médicos e seus pacientes apoio ao diagnóstico molecular no câncer de pulmão não pequenas células, proporcionando agilidade e facilidade na solicitação do exame do EGFR. Nesse portal, é possível encontrar informações sobre os biomarcadores EGFR e BRCA, e ainda solicitar, gratuitamente, um exame de mutação do EGFR para o paciente. www.programaidme.com.br

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Diagnóstico preciso para tratamento caro: biópsia líquida chega ao país

Novidade muda combate ao câncer, mas preços restringem acesso a terapias
POR ANA LUCIA AZEVEDO
20/06/2016 4:30
Células de tumor de câncer no pulmão: estratégia como opção para casos em que não há tratamento disponível - Latinstock

RIO - Começa a chegar ao Brasil um tipo de exame que promete melhorar o tratamento do câncer. Acena com mais eficácia e menos sofrimento. A chamada biópsia líquida é simples e indolor. Basta uma coleta de sangue convencional. Diferente é a análise molecular sofisticada, capaz de identificar fragmentos de DNA de tumores na corrente sanguínea e indicar sua presença antes mesmo destes se tornarem visíveis em análises convencionais, numa fase em que podem ser bloqueados.

A novidade livra pacientes de procedimentos mais caros e invasivos, as biópsias tradicionais, que demandam internação, participação de vários profissionais e têm riscos. Porém, a biópsia líquida é indicadora de terapias caras, inacessíveis para a esmagadora maioria das pessoas com câncer. O exame informa ao médico que droga pode combater determinada mutação genética ligada ao câncer do paciente. São drogas chamadas de terapias-alvo. Têm menos efeitos colaterais justamente porque são específicas.

A biópsia líquida não substitui a biópsia convencional para o diagnóstico inicial do câncer, explica o geneticista Mariano Zalis, diretor técnico da Progenética e pioneiro na técnica no Brasil. Sua aplicação hoje é no acompanhamento do tratamento e no controle do tumor.

Nas palavras do oncologista clínico Carlos Gil, a biópsia líquida é uma potencial revolução tecnológica, com desdobramentos da terapia quase inexplorados.

— Muda a perspectiva de melhora e sobrevida do paciente. E estamos só no início. Todavia, também é uma caixa de Pandora. O custo do exame em si nem é o ponto principal. A grande questão é que, ao revelar mutações, leva o médico à indicação de drogas específicas, muitas ainda experimentais. Esses remédios são impossíveis de pagar — comenta Gil, coordenador do grupo Neotórax e diretor institucional da Oncologia D’Or.

— O Brasil, como os outros países, terá que entrar na discussão. Buscar saídas. Ou teremos um sistema de castas na saúde, em que o câncer será tratável somente para os ricos. Só quem tiver muito dinheiro viverá mais e melhor. Condição financeira não pode ser critério de sobrevida. É um cenário assustador que precisa ser debatido agora.

O médico já viu alguns de seus pacientes se defrontarem com essa situação. Gil é um dos maiores especialistas do país em câncer de pulmão, justamente o único tipo de tumor para o qual a biópsia líquida está disponível no Brasil (existe a expectativa de chegar, em breve, o mesmo exame para outros tumores, como melanoma e cólon).

Como funciona a biópsia líquida, que chega ao Brasil - Editoria de arte/O Globo

Drogas custam milhares de reais
Um desses pacientes é uma profissional liberal de 42 anos, mãe de filhos pequenos. Ela respondeu bem ao tratamento inicial. Porém, após alguns meses, o tumor começou a apresentar resistência e voltou a crescer. Por a mulher nunca ter fumado, o médico supôs que ela poderia ter uma forma de câncer associada a uma mutação chamada T79M. Essa mutação é agressiva, mas responde bem ao tratamento com uma droga nova, uma terapia-alvo.

Inicialmente, Gil a encaminhou para uma biópsia convencional. A mulher se submeteu à internação e à anestesia para a retirada de mais uma amostra do tumor. O exame, no entanto, não encontrou alterações.

— A paciente ficou desesperada. Ela já havia se submetido a um processo sofrido de biópsia, teve complicações e estava com medo da quimioterapia. Porém, na mesma época a biópsia líquida chegou ao Brasil. E esse exame identificou e analisou fragmentos realmente ínfimos de DNA do tumor. Tivemos sorte, o resultado foi positivo — conta o médico. — Esse caso foi particularmente feliz porque houve tempo de incluir a paciente num programa de doação do medicamento pelo laboratório. E só isso viabilizou o tratamento, pois ela não teria condições de pagar. Essas drogas custam milhares de reais por mês e muitas vezes nem chegam ao Brasil.

Outro paciente, um homem de meia-idade, também se beneficiou do mesmo exame. E do tratamento.

— Mas esse caso é diferente. Além de não haver tanto tempo para esperar, se trata de uma família com condições de pagar R$ 75 mil por mês por caixa de remédio. Por tempo indeterminado. Quase ninguém, ninguém mesmo, tem condições de fazer isso. Para mim, como médico, é muito difícil. Por um lado, tenho recursos novos e promissores. Mas corro o risco de dizer a uma pessoa com câncer que o caso dela teria remédio, mas não há dinheiro para pagar porque custa uma fortuna — destaca o médico.

Ele frisa que está mais do que na hora de pensar em meios de democratizar e viabilizar o uso não apenas dessa classe de drogas, mas de outros tratamentos que surgem no horizonte, como as imunoterapias, também extremamente caras.

— Acho que há excessos nos preços, mas não é só isso. Há sempre uma nova droga. Então, é preciso não apenas da negociação de casos isolados, mas de uma política de saúde que reduza os custos e viabilize o acesso. A China tem experiências interessantes nesse sentido. Só recorrer à Justiça para obrigar o SUS ou os planos a pagarem não funciona, porque resolve casos isolados, mas não o problema. Precisamos buscar nosso caminho — afirma Gil.

Fusão de várias técnicas
A biópsia líquida é resultado de décadas de pesquisa sobre a genética do câncer. Ela é uma fusão de técnicas que identificam pedaços muito pequenos de DNA em circulação no sangue. A elas se soma o conhecimento de um número progressivamente maior de mutações associadas a tumores.

— Cada pessoa tem uma forma própria de câncer. Nenhum tumor é igual. A biópsia líquida é capaz de perscrutar essas especificidades. Ela é o avanço mais recente da chamada medicina personalizada. Estudos nos EUA já identificaram mais de 50 tipos de tumores que podem ser analisados dessa forma — explica Mariano Zalis.

A técnica começou a ser usada nos EUA há cerca de um ano e na Europa há seis meses. Hoje, o exame custa, no Rio, cerca de R$ 900 — uma biópsia convencional de pulmão pode chegar a R$ 15 mil, mas tem cobertura. A líquida não é ainda coberta por planos de saúde.

— Essa biópsia é um avanço muito importante, era um sonho antigo dos médicos, um instrumento valioso de acompanhamento. Mas e agora? A tecnologia continua a avançar, mas não as políticas de saúde. O abismo entre a medicina de ponta e o acesso da população a esta aumenta em escala logarítmica. O SUS hoje está cerca de dez anos atrasado em relação ao que existe de moderno no tratamento do câncer. Se nada for feito, esse atraso só vai piorar — alerta Carlos Gil.