terça-feira, 24 de setembro de 2013

Água e sabão podem livrar homens do câncer de pênis, diz especialista


Higiene pode ser a receita simples, mas eficaz, para evitar que os homens sofram com uma doença que, além de incapacitá-los fisicamente, pode terminar aniquilando a sua vida em termos psicológicos. Para prevenir a doença, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) promove de 27 a 29 deste mês a Campanha de Câncer de Pênis Zero, em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida.

O padrinho da campanha é o ex-jogador de futebol Zico, atual técnico do Al Gharafa, do Qatar, que se ofereceu como voluntário. As ações ocorrerão nas cidades de João Pessoa, na Paraíba, Recife e Garanhuns, em Pernambuco; Fortaleza e Reriutaba, no Ceará, além de Teresina, no Piauí. Na próxima semana, cidades da Bahia serão incorporadas à campanha.

Segundo disse hoje (23) à Agência Brasil o presidente da SBU, Aguinaldo Nardi, a maior incidência do tumor ocorre nas regiões Norte e Nordeste e está associada não só à baixa condição socioeconômica das populações locais, mas também à falta de higiene e de conhecimento.

Ele informou que as populações menos favorecidas são as que mais têm câncer de pênis. "São as mais excluídas da informação e aquelas que são mais difíceis de chegar ao médico também". Em geral, os homens moram longe dos centros médicos adequados. "É preciso melhorar o acesso da população ao urologista".

O tumor de pênis é raro, ao contrário do câncer de próstata, que apresenta 60 mil novos casos por ano. Entretanto, a média de 1,6 mil amputações anuais, por câncer de pênis, é considerada elevada pela SBU. "Porque é uma doença que incapacita muito. É uma doença que aniquila o homem na sua concepção exata, não só na sua anatomia, mas na sua vida".

Nardi esclareceu que o câncer de pênis é evitável. Para isso, basta que o homem tenha uma higiene adequada da área genital. "Ou seja, água e sabão. Lavando o pênis todo dia, não há problema de ter câncer de pênis".

Outra providência é evitar doenças sexualmente transmissíveis com o uso de preservativo, a conhecida camisinha. "É sabido que o HPV, que é o vírus do papiloma humano, está ligado ao câncer de pênis". Lembrou, ainda, que a presença de fimose, quando a pessoa não consegue expor a glande, isto é, a cabeça do pênis, é um fator de risco para câncer de pênis.

A prevenção deve começar na infância, recomendou o presidente da SBU. Cabe à família e aos pais, inicialmente e, depois, à escola, orientar os meninos quanto aos procedimentos que devem ser adotados para uma adequada higiene. Nardi destacou que a doença é um problema social e de educação. "A gente precisa concentrar esforços de toda a sociedade organizada ou não, Estado e entidades, para que se possa levar a informação às pessoas mais carentes. Aos excluídos da informação".

Índia, Egito e alguns lugares da África apresentam maior incidência da doença. Na Índia, por exemplo, a taxa é 3,32 casos a cada 100 mil habitantes. A menor incidência, próxima a zero, é encontrada nos judeus nascidos em Israel. Aguinaldo Nardi destacou que no Brasil, algumas cidades do Norte e Nordeste têm incidência semelhante à da Índia, Egito e África.

"Não são poucos os casos da doença. A gente tem muito o que fazer. É que [o problema] é mais concentrado no Norte e no Nordeste do que na Região Sudeste ou no Sul. É importante que a gente atue nestes locais, onde a incidência é tão grande como nos países de maior incidência do mundo".

Participam da campanha 100 urologistas voluntários, que moram nas capitais ou cidades do interior, além de outros especialistas que estão aderindo graças a convênio que a SBU e as Forças Armadas.

"Estão indo para colaborar no atendimento aos pacientes, na informação à população e na realização de cirurgias de fimose".

A campanha deve se estender até o final do ano nos locais de incidência elevada de câncer de pênis. A SBU se prepara para promover nova campanha com o mesmo objetivo, em 2014. "A gente vai insistir nisso, porque sabemos da importância de uma amputação para o brasileiro".

No portal da SBU, os interessados poderão tirar dúvidas sobre a doença. O principal sintoma de alerta é o aparecimento de uma ferida que não cicatriza, disse Nardi. "Toda ferida no pênis que não cicatriza, revela importância de procurar um médico para saber o que é. Pode ser um câncer de pênis".

O presidente da SBU informou que na fase inicial, a doença exige uma cirurgia pequena. Significa que existe uma possibilidade elevada de cura. "Quanto mais cedo fizer o diagnóstico de câncer de pênis, menor é o tratamento, menor é a invasão do tratamento cirúrgico".

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Médicos americanos sugerem mudanças na definição de câncer

TARA PARKER-POPE
DO "NEW YORK TIMES"
29/07/2013

Um grupo de especialistas conselheiros do Instituto Nacional de Câncer dos EUA recomendou mudanças na forma de detectar e tratar o câncer, incluindo alterações na definição da doença e até a eliminação da palavra de alguns diagnósticos comuns.

As sugestões foram publicadas nesta segunda-feira no "Journal of the American Medical Association".

Condições pré-malignas, como o carcinoma ductal in situ na mama --que muitos médicos não consideram como câncer--, deveriam ser rebatizadas sem a palavra carcinoma, dizem os especialistas.

Assim, os pacientes ficariam com menos medo e teriam menos risco de procurar tratamentos desnecessários e com maior risco de efeitos colaterais, como a remoção das mamas.

O grupo, que inclui alguns dos principais pesquisadores da área, também sugeriu que muitas lesões detectadas em exames de mama, próstata, tireoide e pulmão não deveriam ser chamadas de câncer, mas de Idle (a sigla, que quer dizer indolente em inglês, significa lesões indolentes de origem epitelial).

Algumas dessas mudanças devem levar anos para acontecer e parte dos especialistas discorda profundamente delas, mas o relatório pode mudar o tom do discurso sobre o câncer.

"Precisamos de definições de câncer do século 21 em vez das do século 19 que temos usado", afirmou Otis Brawley, da American Cancer Society, não envolvida no relatório.

O motivo por trás do pedido de mudanças é a preocupação com as centenas de milhares de pessoas se submetendo a procedimentos desnecessários e arriscados para tratar lesões pré-malignas ou tumores de crescimento tão lento que podem nunca causar dano.

O advento de exames muito sensíveis nos últimos anos aumentou a chance de achar os chamados "incidentalomas" -lesões encontradas durante exames de imagem que nunca teriam causado problemas.
O problema é que uma vez que a lesão é descoberta, os médicos se sentem obrigados a fazer biópsia, tratar e removê-la. Segundo o Instituto Nacional de Câncer dos EUA, o excesso de diagnóstico e tratamento é um problema nacional de saúde.

"Ainda temos dificuldade de convencer as pessoas que achados em testes como mamografia e PSA nem sempre são doenças malígnas que vão matá-las", afirma Harold Varmus, vencedor do Nobel e diretor do instituto.

O problema em mudar a nomenclatura, segundo Larry Norton, do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, é que os médicos não sabem dizer com certeza aos pacientes quais tumores não vão progredir e quais vão matá-los.

"Qual carcinoma ductal in situ de mama vai se tornar um câncer agressivo e qual não vai? Gostaria que soubéssemos. Não temos uma forma precisa de olhar um tecido e ver com certeza que é um tumor indolente."

Norton afirma, no entanto, que é preciso melhorar a comunicação com o paciente. "A terminologia é só um termo descritivo e precisa ser explicada. Mas não dá para mudar centenas de anos de literatura médica só mudando a terminologia."

O grupo de trabalho do Instituto Nacional de Câncer também pediu mais pesquisas para identificar tumores benignos e de crescimento lento e os agressivos. O sobrediagnóstico e novos testes moleculares para distinguir tumores indolentes dos agressivos também devem ser alvos de mais estudos.

"Nossos pesquisadores não estão só procurando novas formar de diagnóstico precoce, mas pensando sobre quais fatores determinam se um tumor é agressivo ou não uma vez que ele é encontrado. Isso é bem diferente do pensamento de 20 anos atrás, quando achar um câncer significava um risco enorme de morrer", diz Varmus.

Carlos Nascimento se afasta do SBT para tratar câncer


Carlos Nascimento se afastou da bancada do ‘Jornal do SBT’ para tratar de um câncer no reto. O jornalista já deu início ao tratamento quimioterápico. Marcelo Torres está apresentando o telejornal no lugar de Nascimento. A coluna torce pela pronta e rápida melhora do estado de saúde deste grande profissional.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Após esperar 4 meses, criança tem leito para transplantar medula em SP


Pedro Sanchez, de 2 anos, tem leucemia e conseguiu doador na Alemanha.
Cirurgia está marcada para esta quarta-feira (11) em Ribeirão Preto.
Do G1 Ribeirão e Franca

Uma batalha de quase um ano começa a ter um final feliz. Nesta quarta-feira (11), Pedro Lemos Sanchez, de apenas 2 anos, realizará um transplante de medula óssea, único meio de salvá-lo, segundo os médicos, de uma leucemia descoberta em outubro de 2012. O menino, que conseguiu um doador compatível na Alemanha em maio deste ano, precisou esperar quatro meses por um leito de internação no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP) - a unidade possui seis leitos para o procedimento e a fila de espera chega há seis meses. "Ele é guerreiro. Quarta-feira inicia-se o processo de cura do Pedro", diz a mãe, a decoradora Nara Sanchez.

Desde o dia 26 de agosto, Pedro permanece internado em regime de isolamento recebendo medicamentos para eliminar a medula doente. A família se reveza no hospital para acompanhar o quadro de saúde do menino. "Estamos com uma rotina puxada. Ele não fica sozinho, precisa ficar 24 horas com alguma pessoa. Então a gente reveza. Um dia o pai fica no hospital, no outro dia eu fico", explica Nara.

Nos últimos 12 dias, o menino tem realizado sessões de quimioterapia para preparar o organismo para o transplante. "Nessa quimio que ele está fazendo agora, é preciso fazer um eletrocardiograma todos os dias, porque o medicamento é agressivo ao coração. A gente costuma brincar que os adesivos são medalhas. E ele fica todo orgulhoso", conta a mãe.

Nesta terça-feira (10), enquanto o paciente passa pela última sessão de quimioterapia, um médico do HC estará na Alemanha para acompanhar a retirada das células-tronco da medula do doador. O profissional será o responsável pelo transporte do material para o Brasil. A previsão é de que o transplante seja feito nesta quarta-feira (11).

"Ele vai receber a medula através de uma transfusão de sangue. O transplante em si é mais simples. O mais complicado é o decorrer dessa recuperação. A medula precisa 'pegar' no organismo dele,  depois precisa funcionar no organismo. São etapas. Precisamos esperar para ver como são essas reações. A verdade é que quarta-feira inicia-se o processo de cura do Pedro", explica Nara.

Depois de toda a luta pela recuperação do filho, a mãe se diz ansiosa pelas próximas etapas do tratamento. "O Pedro é muito guerreiro, forte. Ele já venceu várias batalhas. Conseguiu ter a doença controlada, conseguiu um doador. Foi um pouco difícil, mas conseguimos o leito para ele. Ele internou e está indo super bem, está tendo poucas reações e espero que continue assim", diz.

Saudade
Enquanto Pedro segue internado, a irmã do menino, Gabriela Lemos Sanchez, recorre a fotos e vídeos para matar a saudade. "Não posso ficar um segundo sem ver ele que minha cabeça já explode. Estou com muita saudade do meu irmão. Por enquanto eu vejo ele pelo skype, vejo fotos, vídeos, falo com ele pelo telefone", diz.

A menina, no entanto, já sabe a primeira coisa que fará quando vir o irmão novamente. "Quando eu encontrar o Pedro de novo, eu vou agarrar ele até sair as 'tripas'. Ele é branquelo e vai ficar 'vermelhésimo'", brinca.

Observação do blog “Vida com Câncer”: O PT está há mais de 10 anos no poder e não realizou nada na área de saúde (bem como em educação). Depois das manifestações de junho o governo do PT criou o “Programa mais Médicos” achando que vai resolver o problema. Precisou o povo ir as ruas para fazer alguma coisa. Segundo consta, a perda de leitos hospitalares na rede pública foi de 13 mil leitos nesse mesmo período do governo petista, acarretando uma falta crescente de leitos para receber pacientes.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

SP vai usar remo na reabilitação de mulheres com câncer

Do UOL, em São Paulo
O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, acaba de lançar projeto pioneiro que usa o remo na reabilitação de mulheres com câncer.

Pacientes passaram por cirurgia ou sessões de quimoterapia poderão iniciar um programa de treinamento com exercícios de remada, realizados no Centro de Reabilitação do Instituto do Câncer (Icesp), e posteriormente, ao ar livre, na Raia Olímpica de Remo da Universidade de São Paulo.

Batizado de projeto "Remama", a iniciativa é uma parceria do Icesp com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro e com o Centro de Práticas Esportivas da USP.

O Remama visa promover a prática regular de atividade física mesmo após o término do período de reabilitação dentro do hospital. O remo é um esporte completo, que trabalha toda a musculatura, inclusive a região peitoral, contribuindo com o ganho de massa muscular e o aumento da capacidade aeróbia.

"A prática de exercícios pode trazer inúmeros benefícios ao paciente oncológico, por melhorar a aptidão física, a autoestima e a saúde mental. O esporte contribui, ainda, para a redução de quadros dolorosos, da fadiga, dos transtornos do humor e dos distúrbios do sono, altamente prevalentes neste grupo de pacientes", ressalta Christina Brito, coordenadora médica do serviço de reabilitação.

Os treinos na Raia Olímpica da USP vão iniciar no barco-escola e, ao longo das aulas, as participantes vão se preparar para pilotar outros tipos de embarcações como canoas individuais e barcos de quatro a oito remos, ao ar livre.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo mundo. No Icesp, a doença a mais de 25% dos atendimentos totais. "Estamos iniciando um movimento nacional. A idéia é ampliar o serviço às demais clínicas médicas do Icesp, ou seja, aos pacientes em tratamento contra outros tipos de tumores e, também, levar a iniciativa para outras unidades públicas de saúde", destaca a especialista.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Bisturi Inteligente Identifica os Tecidos Cancerígenos

Cientistas desenvolveram um bisturi inteligente capaz de identificar imediatamente se um tecido cortado durante uma cirurgia é cancerígeno ou não. No primeiro estudo que testou a invenção, a "iKnife" diagnosticou amostras de tecidos de 91 pacientes com 100% de precisão. Os dados, que são fornecidos de maneira instantânea pelo instrumento, podem demorar até meia hora para serem realizados em laboratório. A descoberta foi realizada por pesquisadores do Imperial College London e publicada nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine.

Em cânceres que envolvem tumores sólidos, a remoção cirúrgica é, normalmente, a melhor alternativa. Ao retirar o tumor, o cirurgião retira também tecidos saudáveis em volta, para ter uma margem de segurança e não deixar para trás células cancerígenas. No entanto, frequentemente é impossível dizer, apenas pela aparência do tecido, se ele é ou não cancerígeno. Uma em cada cinco pacientes com câncer de mama que passam por uma cirurgia, por exemplo, precisa fazer uma segunda operação para remover o câncer por completo. Em casos nos quais não há uma certeza se o tecido na margem de segurança é ou não cancerígeno, amostras são enviadas para exame laboratorial — nesse meio tempo, o paciente permanece sedado.

A "iKnife" foi idealizada com base na eletrocirurgia, uma tecnologia inventada na década de 1920, que é muito usada atualmente. Esses bisturis usam corrente elétrica para aquecer o tecido, o que ajuda a minimizar a perda sanguínea. Ao fazer isso, eles vaporizam amostras do tecido cortado, criando uma fumaça que, normalmente, é sugada por sistemas de extração. Zoltan Takats, idealizador do bisturi, percebeu que essa fumaça poderia ser rica em dados biológicos. Para criar o aparelho, ele conectou um bisturi elétrico a um aparelho que identifica diferentes substâncias químicas presentes em uma amostra. Diferentes tipos de células produzem milhares de metabólitos (substâncias resultantes de reações químicas) em diferentes concentrações. Isso significa que o perfil biológico dos produtos químicos em uma amostra pode revelar informações sobre o estado do tecido em questão.

Para o estudo, os pesquisadores usaram primeiramente a iKnife para analisar amostras de tecidos coletados de 302 pacientes que passaram por cirurgia. Nessa fase, eles coletaram informações sobre as características de milhares de tecidos cancerígenos e não cancerígenos, incluindo tumores cerebrais, de pulmão, estômago, colo e fígado, para criar um volumoso banco de dados. Com a nova biblioteca organizada, a "iKnife" testou 91 tecidos. Em todos o diagnóstico feito pelo dispositivo estava de acordo com o diagnóstico pós-operatório realizado nos tecidos.

Postado por Vitor Vieira às 7/17/2013