domingo, 15 de dezembro de 2019

Feliz Natal e um 2020 com muita paz e amor


Um exemplo positivo
Uma doação ocorrida no último dia 5 de dezembro trouxe esperança aos pacientes do Instituto do Câncer de São Paulo de uma forma diferente
Por Paulo Hoff - 12 dez 2019, 12h58


Casal de mãos dadas Thinkstock/VEJA

No Brasil, ainda estamos longe de ter uma verdadeira cultura de solidariedade. Novas terapias, medicamentos inovadores, esses são geralmente os temas que falamos nas coletivas para a imprensa no Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp). Mas aquela que ocorreu no último dia 05 de dezembro trouxe esperança aos pacientes de uma outra forma.
Na ocasião, foi anunciada uma doação privada no valor de R$ 8,2 milhões para o Icesp. A ação foi fruto da generosidade do advogado Orlando Di Giacomo Filho, que morreu em 2012. Mesmo na época de seu falecimento, o olhar para a solidariedade já estava presente. Nos convites para o seu velório, havia um pedido simples: substituir as eventuais coroas de flores por doações ao Instituto.
Doamos pouco
Infelizmente, atitudes como essa são mais exceção do que regra. No Brasil, a figura do benemérito é rara em comparação com países de cultura anglo-saxã, por exemplo. No ranking dos cidadãos que mais doam, estamos atrás até mesmo de nossos vizinhos latino-americanos e de países menos desenvolvidos.
O Brasil ostenta uma vexatória 67o. posição no ranking de doações conhecido como World Giving Index, desenvolvido pela organização britânica Charity Aid Foundation. Doamos proporcionalmente menos do que pessoas do Paraguai, Uruguai, Kosovo, Vietnã, Nigéria e Quênia.
E caímos para a 74a. posição quando o cálculo leva em conta outras dimensões da solidariedade, como realizar trabalhos voluntários. Fica claro que ainda temos muito o que evoluir no conceito de sociedade.
A cultura do “incentivo fiscal”
Na entrevista coletiva do Icesp, quando anunciamos a doação, uma das perguntas mais esperadas foi sobre o que o governo faria para estimular outras ações parecidas. Em geral, é isso o que associamos a filantropia: trocar impostos por donativos.
Acredito que essa é uma visão incompleta do que significa doar. Ainda que seja louvável destinar parte de um imposto para determinada instituição, isso não cria uma verdadeira cultura de solidariedade.
Fazer o bem e ajudar uma causa, antes de tudo, deveria ser o grande motivador. O que deveria nos mover é a alegria de saber que podemos fazer a diferença, de que é nosso papel ajudar, colocando a mão na massa e no bolso.
Se nenhum desses argumentos for suficiente, diversos estudos mostram que pessoas altruístas vivem mais e melhor. Isso porque ser solidário nos torna mais felizes.
Um estudo feito no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino mostrou que doar para uma instituição ativa no cérebro as mesmos “centros de recompensa” de situações prazerosas – como, por exemplo, comer chocolate, ganhar dinheiro ou receber um elogio.
Pelo bem maior
Não custa lembrar que, em um país como Brasil, não faltam bandeiras e necessidades a serem atendidas. Saúde, educação, moradia, assistência social, as páginas de Veja e de outros veículos de comunicação estão cheias de problemas que não são apenas do Estado, são nossos.
Doações como a do dr. Orlando Di Giacomo Filho nos enchem de alegria e esperança. O valor será utilizado para melhorias na infraestrutura e dos programas de ensino do Icesp, levando o conhecimento que é produzido pela instituição para outros lugares do Brasil, América Latina e África.
Em tempo como esses, em que o fim de ano e o Natal nos despertam para o amor ao próximo, fica nossa esperança de que esta semente germine no coração de todos nós.
https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/um-exemplo-positivo/

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Médicos rebatem notícias falsas sobre segurança de protetor solar


Informações que circulam em redes sociais levaram a Sociedade Brasileira de Dermatologia a emitir um comunicado reafirmando que os filtros são seguros
03/06/2019 - 12h27minAtualizada em 03/06/2019 - 13h16min
Depois de notícias enganosas e perigosas sobre alvejantes que supostamente curariam o autismo e supostos problemas associados a vacinas, chegou a vez dos protetores solares serem alvos e acusados de ser tóxicos. As informações, que circulam em redes sociais, deixaram dermatologistas de cabelo em pé e levaram a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) a emitir um comunicado reafirmando que os filtros solares são seguros e devem ser usados para se proteger contra o câncer de pele.

Segundo a entidade, os rumores mais recentes começaram a surgir a partir de estudo do FDA (agência americana que fiscaliza e regulamenta alimentos e remédios) que apontou a absorção pela pele de componentes dos filtros solares – algo que é normal e esperado.

O estudo, publicado recentemente na revista científica Jama, da Associação Médica Americana, buscava verificar a absorção sistêmica relativa a quatro ingredientes comuns nos filtros solares. Para isso, participaram da pesquisa 24 pessoas que usaram protetor em diferentes formas, como spray e loção, em 75% do corpo quatro vezes por dia.

A conclusão da pesquisa, contudo, não vai além da constatação da absorção. Ou seja, nessas condições de uso máximo de protetores, determinadas substâncias são absorvidas e podem ser detectadas em exames. 

A partir disso, os autores afirmam que mais estudos devem ser feitos para verificar se há alguma significância clínica nessa absorção. Ao mesmo tempo, os pesquisadores são claros ao afirmar que o achado não deve fazer com que as pessoas deixem de usar os filtros solares.

— Esses estudos foram feitos em condições que não são usualmente aplicadas no cotidiano, tanto em termos de aplicação quanto de quantidade aplicada — afirma Sérgio Palma, presidente da SBD. — Não temos dados de segurança que contraindiquem o uso de filtro solar.

De toda forma, diz Hélio Miott, dermatologista da SBD, pesquisas como essa são esforços para melhoria futura de níveis de segurança  – como possibilidade de algum nível de toxicidade dependendo da concentração das substâncias – e evolução de rotulagem dos produtos.

Segundo Miott, os protetores são usados desde 1970 e, logicamente, foram evoluindo e passando por substituições de componentes. No início, por exemplo, era comum que causassem alergias, acne e sensibilidade na pele. Fora isso, não há histórico de problemas graves que sejam causados pelos filtros.

Os especialistas destacam a importância do uso do protetor solar, principalmente ao se levar em conta a elevada incidência solar no Brasil. 

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam o câncer de pele não melanoma como o mais comum no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 30% dos tumores malignos registrados. Já os melanomas são menos comuns – correspondem a 3% dos casos de câncer de pele –, mas mais graves e com potencial de levar à morte.

— A prevenção aos danos solares é a melhor forma de você evitar a progressão ou o surgimento de uma lesão de câncer de pele — diz Palma. 

Além da recomendação de filtros solares para a proteção das áreas do corpo expostas ao sol, os especialistas afirmam que a população pode usar roupas com proteção UV, chapéu, evitar exposição aos raios solares entre as 10h e as 16h e procurar sombras sempre que possível.


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O consolo de uma menina ao irmão de quatro anos com câncer se torna viral


A mãe, Kaitlin Burge, coloca a foto em um 'post' no Facebook no qual relata a crua realidade desta doença e de como afeta toda a família
Foto em que se vê como Audrey (5 anos) consola o irmão mais novo, Beckett.FACEBOOK

A dor de uma família inteira quando um de seus membros tem câncer. A dor dos menorzinhos quando a doença abala a casa. Isso é o que Kaitlin Burge, uma mãe de Princeton (Texas), queria transmitir sobre como sua filha Audrey, de cinco anos, está vivendo desde que o irmão Beckett, de quatro, foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda –um tipo de câncer que começa na medula óssea–, em abril de 2018.
Com esse intuito, e na forma de uma declaração, a mãe postou um texto no Facebook em 3 de setembro com uma foto em que se vê o menino vomitando enquanto a irmã mais velha o acompanha, o apoia e o consola. A imagem, em preto e branco, se tornou viral em poucos dias, com mais de 50.000 curtidas e mais de 35.000 compartilhamentos.
“Uma coisa que não te dizem sobre o câncer na infância é como isso afeta toda a família. Você sempre escuta coisas sobre as questões médicas e econômicas, mas quantas vezes ouvimos sobre os problemas causados por essa doença em famílias com mais filhos?”, pergunta Burge na página Beckett Strong (Beckett forte) sobre o filho caçula. "Para alguns, será muito difícil continuar lendo", prossegue.
Na mensagem, esta mãe diz que tem dois filhos, com uma diferença de 15 meses um do outro, e conta como deixaram de brincar juntos na escola e em casa para ficar sentados em um quarto frio do hospital: “Minha filha teve que ver como o irmão ia da ambulância para a UTI, como lhe davam remédio, como o ajudavam (...) sem entender o que o irmão estava passando. Mas sabia que algo ruim estava acontecendo com o irmão, com seu melhor amigo”.
Depois de um mês internado no hospital, continua, "viu que o irmão mal podia brincar ou andar [...] e ela não entendia por que acontecia tudo isso".
"Por que decidimos que nossa filha nos acompanhasse ou por que ela teve que ver tudo o que estava acontecendo com o irmãozinho?", se pergunta Burge em seu próprio post. Para ela, as crianças precisam de apoio e companhia, e não se afastar da pessoa doente: “Ela está sempre com ele, independentemente da situação. Até hoje, agora estão mais próximos. Ela sempre cuida dele”.
A leucemia é o tumor maligno mais comum entre os menores de 15 anos na Espanha e representa 25% dos cânceres diagnosticados anualmente, de acordo com a Sociedade Espanhola de Hematologia-Oncologia Pediátrica. Nos Estados Unidos, cerca de 3.500 crianças sofrem da doença a cada ano.
A moral da história para essa mãe é: “Vomitar entre as sessões de brincadeira. Ficar e apoiar seu irmão e acariciar suas costas quando ele se sente mal. Passar de 13 quilos para nove. Isso é o câncer infantil. Ou você lida com isso. Ou o abandona.


Exames para diagnóstico de câncer devem ser realizados em até 30 dias


Nova norma acrescenta esse prazo à lei que prevê 60 dias entre diagnóstico e início do tratamento do câncer
31/10/2019 - 14h56minAtualizada em 31/10/2019 - 15h05min
AGÊNCIA BRASIL
AGÊNCIA SENADO

O vice-presidente Hamilton Mourão sancionou lei que prevê que os exames para diagnóstico de câncer devem ser realizados no prazo de 30 dias, após a primeira suspeita do médico, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi publicada nesta quinta-feira (31) no Diário Oficial da União e entra em vigor em 180 dias.
A nova norma foi assinada nessa quarta (30) por Mourão, quando o vice ainda estava no exercício da Presidência, por ocasião da viagem do presidente Jair Bolsonaro.

O dispositivo altera a Lei 12.732/2012, que prevê 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer em pacientes do SUS. Agora, foi acrescentado o prazo máximo de 30 dias para a realização de exames para investigação da condição do paciente, mediante solicitação fundamentada do médico responsável.
O texto foi aprovado pelo Senado no dia 16 de outubro e é fundamentado no fato de que o tempo de identificação da doença impacta no tratamento e na chance de cura do paciente.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Cura de brasileiro cria nova esperança contra o câncer terminal

Brasileiro de 63 anos tem remissão de linfoma não Hodkings avançado após ser submetido a terapia inédita na América Latina. Responsáveis pelo teste, cientistas da USP desenvolvem uma metodologia nacional da técnica há quatro anos

PO Paloma Oliveto
postado em 12/10/2019 07:00 / atualizado em 12/10/2019 16:57


O paciente voltou a engordar e terá alta hoje: análise do tipo de remissão, se foi completa ou parcial, sairá em três meses(foto: Agência Fapesp/Divulgação)

Considerada uma das mais promissoras terapias de combate aos tumores hematológicos dos últimos tempos, as células CAR T foram usadas, pela primeira vez, na América Latina para tratar um paciente terminal de linfoma não Hodkings avançado, com prognóstico de menos de um ano de vida. O procedimento experimental foi realizado por médicos e pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) em setembro e resultou na remissão da doença.

Embora não necessariamente signifique a cura — entre 20% e 30% das pessoas com linfomas e leucemias tratadas com esse tipo de célula, do próprio paciente, têm recidiva em alguns anos —, o homem de 63 anos não apresenta mais os sintomas que tinha ao dar entrada no Hospital das Clínicas da FMRP. Antes de se submeter ao procedimento, ele sofria de perda acentuada de peso, suores noturnos e muitas dores, o que obrigava os médicos a tratá-lo com dose máxima de morfina. Agora, voltou a engordar, não tem mais sudorese nem precisa do forte opioide. Os médicos responsáveis ressaltam que, apenas daqui a três meses, será possível avaliar se a remissão foi completa ou parcial, mas estão otimistas com o tratamento. Hoje, o paciente terá alta.

Células CAR T são retiradas do paciente e modificadas geneticamente para que, quando reintroduzidas no organismo, formem um exército robusto de soldados que mirem um alvo específico do tumor, o destruam e mantenham intactas as estruturas saudáveis do organismo. Mesmo depois de matar as células doentes, elas ficam em alerta na corrente sanguínea para que, ao identificarem uma tentativa do câncer de reaparecer, o ataquem novamente. No Brasil, esse tratamento não está disponível. Nos Estados Unidos e em países que exportaram a tecnologia, o preço pode ultrapassar US$ 1 milhão.

O tratamento bem-sucedido foi realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de uma pesquisa que está sendo realizada na universidade, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com os médicos que desenvolveram a metodologia nacional, o custo foi de apenas R$ 150 mil. Essa terapia, porém, ainda é experimental e não está disponível.

O paciente, diagnosticado em 2017 e sem sucesso nas diversas quimioterapias desde então, foi beneficiado pelo chamado uso compassivo, quando já não há nenhuma opção e, portanto, é possível tratá-lo com métodos experimentais. A equipe da USP, composta por 20 pesquisadores, desenvolve o método nacional de células CAR T há quatro anos.

“Trata-se de uma tecnologia muito recente e de uma conquista que coloca o Brasil em igualdade com países desenvolvidos. É um trabalho de grande importância social e econômica para o país”, afirmou à Agência Fapesp Dimas Tadeu Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular (CTC) da USP. De acordo com Renato Cunha, médico e pesquisador do CTC, a intenção, agora, é ampliar o protocolo do estudo e atender mais voluntários. Ele contou ao Jornal da USP que outros dois pacientes com linfomas graves estão perto de receber a infusão das células reprogramadas.
Entusiasmo
O hematologista Alexandre Caio, do Instituto OncoVida/Oncoclínicas, está entusiasmado com o anúncio do tratamento feito pelos colegas de São Paulo. Ele conta que um de seus pacientes participou de uma pesquisa em Israel com células CAR T, e apenas a infusão saiu por US$ 70 mil, mesmo sendo experimental. “É um procedimento inviável no cenário brasileiro. Quando você tem um tratamento exitoso e célere como o da USP no cenário do Sistema Único de Saúde, isso é fantástico. Dá ao paciente do SUS a esperança de ter essa possibilidade de tratamento. É algo que poderá beneficiar todos os brasileiros. Esse tipo de pesquisa nos dá orgulho do SUS, orgulho da medicina pública e mostra que é preciso investimento nas universidades, nos hospitais universitários”, defende.

Caio ressalta que, mesmo nos Estados Unidos, onde está aprovado desde 2018, o tratamento com células CAR T para linfomas e leucemias não é indicado como primeira linha, ou seja, a primeira opção. Para chegar a ele, a resposta do paciente às linhas à base de quimioterapia têm de ter falhado. O hematologista lembra que, com os quimioterápicos, as chances de cura de tumores hematológicos chegam a 90%, dependendo do estágio da doença. Outra possibilidade das células CAR T, diz Alexandre Caio, é fazer a ponte entre o tratamento padrão e o transplante de medula óssea.

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2019/10/12/interna_ciencia_saude,796890/cura-de-brasileiro-cria-nova-esperanca-contra-o-cancer-terminal.shtml

sábado, 5 de outubro de 2019

OUTUBRO ROSA


Outubro é o mês fixado para lembrar a inportância da prevenção do câncer.
A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença.
  • O objetivo da prevenção primária é impedir que o câncer se desenvolva. Isso inclui evitar a exposição aos fatores de risco de câncer e a adoção de um modo de vida saudável.
  • O objetivo da prevenção secundária é detectar e tratar doenças pré-malignas (por exemplo, lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais.

As 12 dicas para prevenir o câncer indicadas pelo INCA são:

Não fume!
Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer.
Alimentação saudável protege contra o câncer.
Uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas adoçadas, pode prevenir o câncer. A alimentação deve ser saborosa, respeitar a cultura local, proporcionar prazer e saúde e incluir alimentos regionais.
Mantenha o peso corporal adequado.
Umas das principais formas de evitar o câncer é ter uma alimentação saudável, ser fisicamente ativo e manter o peso corporal adequado. Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e realizar atividade física, não há necessidade de serem aquelas modalidades sistematizadas ou que demandem a contratação de serviços como academias, que também podem ser opções.
Pratique atividades físicas.
Você pode, por exemplo, caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim ou buscar modalidades como a corrida de rua, ginástica, musculação, entre outras. Experimente, ache aquela modalidade que você goste, aproveite e busque fazer dessas atividades um momento coletivo, prazeroso e divertido, com a família e amigos, ou faça da atividade física um momento introspectivo no qual você se conecta consigo, enfim, é possível encaixar a atividade física na rotina de cada um, seja através do deslocamento ativo indo ao trabalho ou outras atividades caminhando ou de bicicleta, são diferentes possibilidades.
Amamente.
O aleitamento materno é a primeira ação de alimentação saudável. A amamentação até os dois anos ou mais, sendo exclusiva até os seis meses de vida da criança, protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. A partir de seis meses da criança, deve-se complementar a amamentação conforme a dica sobre Alimentação saudável e proteção contra o câncer.
 
Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero a cada três anos. 
As alterações das células do colo do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica deste exame. Tão importante quanto fazer o exame é saber o resultado, seguir as orientações médicas e o tratamento indicado.
Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos.
A vacinação contra o HPV, disponível no SUS, e o exame preventivo (Papanicolaou) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
Vacine contra a hepatite B.
O câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B e a vacina é um importante meio de prevenção deste câncer. O Ministério da Saúde disponibiliza nos postos de saúde do País a vacina contra esse vírus para pessoas de todas as idades.
Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
Seu consumo, em qualquer quantidade, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
Evite comer carne processada.
Carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru podem aumentar a chance de desenvolver câncer. Os conservantes (como os nitritos e nitratos) podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto) e o sal provocar o de estômago.
Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios.
Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
Evite exposição a agentes cancerígenos no trabalho.
Agentes químicos, físicos e biológicos ou suas combinações são causas bem conhecidas de câncer relacionado ao trabalho, e evitar ou diminuir a exposição a estes agentes seria o ideal e desejável. Mas para que isto ocorra de maneira satisfatória, é necessário o comprometimento de todos os envolvidos nos diversos processos de trabalho, visando a elaboração de planos para evitar o adoecimento dos trabalhadores. Também é fundamental a implementação de leis que obriguem e fiscalizem a substituição dos agentes causadores câncer no trabalho por outros mais saudáveis, quando já houver esta alternativa.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ainda restrita, medicina personalizada é o futuro para o tratamento do câncer



O avanço em estudos de genes proporcionou a criação de tratamentos e medicamentos personalizados para cada paciente. Atualmente, o câncer é uma das principais causas de morte no mundo. De acordo com a OMS, só em 2018, mais de 9,6 milhões morreram por causa da doença.
Com a medicina de precisão, essa realidade pode mudar.
Um conjunto de técnicas e coletas de dados vem revolucionando, aos poucos, o tratamento e atingindo bons resultados. A fonoaudióloga Patrícia Lopes Batista Pinto foi diagnosticada com câncer de pulmão em agosto de 2014 e viu na medicina personalizada uma forma de aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia.
“Comecei o tratamento como uma quimioterapia convencional, como todos fazem. No início do tratamento, não haviam muitos medicamentos que tratassem apenas do câncer de pulmão. A médica que me acompanhou, e me acompanha até hoje, insistiu muito para que eu fizesse um exame específico onde acontece uma pesquisa de mutação genética. Pelo meu perfil ela achava que poderia ter alguma mutação, já que eu não tinha histórico que pudesse justificar tudo isso.”
O material foi enviado para uma análise no exterior e o laboratório identificou uma mutação genética na Patrícia. A partir da descoberta, a fonoaudióloga começou a receber um tratamento específico para o caso dela.
De acordo com o oncologista Marcos André da Costa, esse tipo de personalização é o caminho para tratamentos mais eficazes. “Essas drogas são o futuro da oncologia, temos drogas cada vez mais eficientes dentro de cada categoria.”
A ideia é usar o mapeamento para identificar qual gene é responsável pelo aparecimento de tumores e, a partir disso, saber qual a melhor opção para tratá-lo.
Para Marcelo Oliveira, líder da Foundation Medicine, um banco genético também é importante para tratamentos no futuro. “É pra que com base na jornada de pessoas que já viveram a doença, você ajude tratamentos futuros. O banco de dados é muito mais importante para o futuro do que para o presente.”
No entanto, a medicina de precisão ainda é para poucos. O acesso a esse tipo de tratamento contra o câncer é muito custoso. Apesar disso, Marcelo Oliveira, que lidera uma empresa de testes genéticos, é otimista, e acredita na universalização do tratamento:
“Muitos atores da sociedade hoje olham para a medicina personalizada. Eu posso dizer, sem medo de errar, que todos estão buscando melhores preços, diminuição de custo, para que o sistema seja mais sustentável.”
De acordo com ele, gerenciar melhor os recursos é um dos grandes objetivos de toda a cadeia de saúde, para que mais pessoas tenham acesso a um sistema de qualidade.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Tratamentos do Câncer


Após o diagnóstico da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento, que dependerão do tipo e estágio do tumor, localização, estado de saúde geral do paciente e dos possíveis efeitos colaterais.

Os principais tipos de tratamentos contra o câncer são:
·         Cirurgia. A cirurgia oncológica é o mais antigo tipo de terapia contra o câncer. É o principal tratamento utilizado para vários tipos de câncer e pode ser curativo quando a doença é diagnosticada em estágio inicial. A cirurgia também pode ser realizada com objetivo de diagnóstico, como na biopsia cirúrgica, alívio de sintomas como a dor e em alguns casos de remoção de metástases quando o paciente apresenta condições favoráveis para a realização do procedimento.
 
·         Quimioterapia. O tratamento quimioterápico utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerosas como também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, embora alguns quimioterápicos possam ser administrados por via oral e pode ser feita aplicando um ou mais quimioterápicos. A quimio de acordo com seu objetivo, pode ser curativa (quando usada com o objetivo de obter o controle completo do tumor), adjuvante (quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células cancerígenas remanescentes, diminuindo a incidência de recidiva e metástases à distância), neoadjuvante (quando realizada para reduzir o tamanho do tumor, visando que o tratamento cirúrgico possa ter maior sucesso) e paliativa (sem finalidade curativa, é utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida do paciente).
 
·         Radioterapia. É o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem vários tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as eletromagnéticas (Raios X ou Raios gama) e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta energia). Embora as células normais também possam ser danificadas pela radioterapia, geralmente elas podem se reparar, o que não acontece com as células cancerígenas. A radioterapia é sempre cuidadosamente planejada de modo a preservar o tecido saudável, tanto quanto possível. No entanto, sempre haverá tecido saudável que será afetado pelo tratamento, provocando possíveis efeitos colaterais. Existem vários tipos de radioterapia e cada um deles têm uma indicação específica dependendo do tipo de tumor e estadiamento da doença: radioterapia externa, radioterapia conformacional 3D, radioterapia de intensidade modulada (IMRT), radiocirurgia estereotáxica (Gamma Knife) e braquiterapia. A radioterapia pode ser utilizada como o tratamento principal do câncer, como tratamento adjuvante (após o tratamento cirúrgico), como tratamento neoadjuvante (antes do tratamento cirúrgico), como tratamento paliativo, para alivio de sintomas da doença como dor ou sangramento e para o tratamento de metástases.
 
·         Hormonioterapia. É uma modalidade terapêutica que tem como objetivo impedir a ação dos hormônios em células sensíveis. Algumas células tumorais possuem receptores específicos para hormônios, como os de estrógeno, progesterona e andrógeno e em alguns tipos de câncer, como o de mama e de próstata, esses hormônios são responsáveis pelo crescimento e proliferação das células malignas. Portanto a hormonioterapia é uma forma de tratamento sistêmico que leva à diminuição do nível de hormônios ou bloqueia a ação desses hormônios nas células tumorais, com o objetivo de tratar os tumores malignos dependentes do estímulo hormonal. A hormonioterapia pode ser usada de forma isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas.
 
·         Terapia Alvo. É um tipo de tratamento sistêmico que utiliza medicamentos alvo moleculares que atacam especificamente ou ao menos preferencialmente determinados elementos encontrados na superfície ou no interior das células cancerosas. Cada tipo de terapia alvo funciona de uma maneira diferente, mas todos alteram a forma como uma célula cancerígena cresce, se divide, se auto repara, ou como interage com outras células. Os medicamentos alvo moleculares podem ser utilizados de forma isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas.
 
·         Imunoterapia. É um tratamento biológico cujo objetivo é potencializar o sistema imunológico, utilizando anticorpos produzidos pelo próprio paciente ou em laboratório. O sistema imunológico é responsável por combater infecções, além de outras doenças. Atuando no bloqueio de determinados fatores, a imunoterapia provoca o aumento da resposta imune, estimulando a ação das células de defesa do organismo, fazendo que essas células reconheçam o tumor como um agente agressor.
 
·         Medicina Personalizada. É um conceito que visa tratar a saúde do paciente de maneira exclusiva, analisando cada caso individualmente, levando em conta informações individualizadas em relação à historia e dados clínicos, genéticos (genes), genômicos (DNA) e ambientais do paciente. A medicina personalizada considera cada paciente único e pode ser utilizada para entender a genética de uma pessoa e compreender a biologia do tumor. Com base nessas informações, os médicos esperam identificar estratégias de prevenção, rastreamento e tratamento que possam ser mais eficazes e com menos efeitos colaterais do que seria esperado em tratamentos convencionais.
 
·         Transplante de Medula Óssea. A medula óssea é encontrada no interior dos ossos e contêm as células-tronco, responsáveis pela formação dos componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. O transplante de medula óssea (TMO) é a coleta da medula óssea para o tratamento de alguns tipos de câncer, por exemplo, leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. Após quimioterapia em altas doses, associada ou não à radioterapia, o paciente (receptor) recebe a medula óssea por meio de uma transfusão, provenientes do próprio paciente ou de um doador. O transplante de medula óssea pode ser: alogênico (quando a medula ou as células precursoras provêm de outro indivíduo (doador), o doador e o receptor são pessoas diferentes) ou autólogo (quando a medula ou as células precursoras provêm do próprio indivíduo transplantado, o doador e o receptor são a mesma pessoa).
É importante que todas as opções de tratamento sejam sempre discutidas com o médico, bem como sua eficácia e seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às necessidades de cada paciente.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Estudo da UFU pretende identificar tumores de mama e próstata com maior eficácia



Pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Biotecnologia do campus Patos de Minas/UFU (Foto: Thaise Araújo/Arquivo Pessoal)

Pesquisa inédita desenvolvida no campus Patos de Minas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) busca nortear métodos de tratamento para o câncer.

Por Caroline Aleixo, G1 Triângulo Mineiro
15/10/2017 09h14  Atualizado há 2 horas

Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Genética e Biotecnologia no campus Patos de Minas, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), busca identificar com maior eficácia os tumores a fim de orientar os procedimentos corretos no tratamento do câncer de mama e próstata.
O estudo, coordenado pela professora e pesquisadora Thaise Gonçalves de Araújo, utiliza os fundamentos da Oncologia Molecular e conta com o apoio de cerca de 20 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado do curso de Biotecnologia.
O foco principal está voltado ao estudo do câncer de mama. Os trabalhos são desenvolvidos inicialmente com 200 pacientes de hospitais especializados no tratamento de câncer em Uberlândia, Barretos e interior de São Paulo.
São desenvolvidas três linhas de pesquisa que buscam entender o funcionamento do tumor e fazer o controle de anticorpos e uso de peptídeos para manipular o material genético para, depois, estabelecer o perfil dos pacientes.
“A gente trata as células com nossos fitoterápicos e vamos acompanhando se estão entrando ou não em morte celular. A partir da identificação do perfil e do agrupamento das pacientes, podemos modelar o crescimento ou a redução tumoral”, explicou Thaise.
De acordo com a pesquisadora, separar as pacientes em grupos é importante para direcionar as terapias, já que cada uma tem um perfil estabelecido conforme estágio da doença.
Mas ela reforça que ainda não se trata de uma cura para o câncer, mas de uma metodologia capaz de tipificar a doença (biomarcadores) para que os pacientes tenham melhor resposta aos tratamentos. “Nosso objetivo é fazer uma comunicação direta com a clinica. Tentar dizer para o médico qual o melhor tratamento terapêutico para o paciente, com melhores estratégias”, reforçou.
Em 2015, a pesquisa inédita com uso de uma das moléculas trabalhadas pelo grupo da UFU foi premiada em um concurso promovido pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp).