terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tratamento personalizado muda a história do câncer de mama

Jornal do Brasil http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/02/23/tratamento-personalizado-muda-a-historia-do-cancer-de-mama/
Gilberto Luiz dos Santos Salgado

O câncer da mama é a neoplasia mais frequente no sexo feminino, com estimativa de 52.680 novos casos em 2012, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Sabe-se que uma em cada oito mulheres desenvolverá câncer de mama em alguma fase da vida.

A presença de mutações deletéricas dos genes BRCA 1 e 2 é responsável por 4% dos casos de câncer da mama, constituindo o que chamamos de câncer de mama hereditário.

A grande maioria dos tumores de mama é esporádica. Presença de história familiar de câncer da mama e/ou ovário e de mutações deletéricas constituem pacientes de risco, necessitando um acompanhamento precoce, por meio de mamografias, ultrassonografias e ressonância magnética.

A cirurgia conservadora nos casos iniciais, complementada por radioterapia e quimioterapia - quando indicadas - oferece excelentes resultados estéticos, com percentual elevado de cura.

Nos casos de doença localmente avançada, a quimioterapia primária permite, muitas vezes, a redução da extensão da cirurgia, e posterior complemento, com quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia.

Com a introdução de novos agentes quimioterápicos e, em especial, das terapias alvomoleculares, além do conhecimento dos subtipos de câncer de mama, e em especial nos casos mais avançados, houve grande melhora nos resultados, com prolongamento das sobrevidas e excelente qualidade de vida.

Atualmente, é possível afirmar que o tratamento do câncer de mama é personalizado, o que modificou a história natural da doença.

Gilberto Luiz dos Santos Salgado é médico

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Plano não pode fixar limite para despesa hospitalar, diz STJ

22/02/2012
DE BRASÍLIA

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou ilegal a prática adotada por um plano de saúde que limitou em contrato o valor das despesas com internação hospitalar.

Segundo os ministros da corte, os planos não podem prever limite para a cobertura médica ou o tempo de internação. A decisão do tribunal foi divulgada hoje.

O STJ analisava o caso de uma mulher do Estado de São Paulo que morreu após tratamento de um câncer no útero. À época, ela passou dois meses internada na UTI de um hospital privado.

Durante o tratamento, o plano de saúde suspendeu o pagamento, argumentando que o valor havia atingido o teto máximo, de R$ 6.500, previsto no contrato.

A paciente obteve na Justiça uma decisão liminar, e o plano foi obrigado a cobrir os gastos até o final do tratamento (encerrado quando a paciente morreu).

A empresa responsável pelo plano de saúde recorreu à Justiça. Os tribunais paulistas entenderam que a cláusula que limitava os custos, apresentada com "clareza e transparência", era legal.

Para o STJ, que julgou o recurso, contudo, a cláusula era "abusiva, principalmente por estabelecer montante muito reduzido, R$ 6.500, incompatível com o próprio objeto de contrato do plano de saúde, consideradas as normais expectativas de custo dos serviços hospitalares".

"Esse valor é sabidamente ínfimo quando se fala em internação em UTI", afirmou o ministro do STJ Raul Araújo, que relatou o caso.

Os magistrados ressaltaram que é inviável fixar preço para as despesas com tratamento médico.

Além de pagar os custos do tratamento, o plano de saúde foi condenado a indenizar a família da paciente, em R$ 20 mil, por danos morais.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Saúde vai distribuir remédio para tratamento de leucemia em crianças

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/estado/2012/02/17/saude-vai-distribuir-remedio-para-tratamento-de-leucemia.jhtm

Lígia Formenti
Em Brasília

O tratamento de crianças com leucemia passará a ser feito com remédio distribuído pelo Ministério da Saúde. Portaria publicada no Diário Oficial da União prevê o fornecimento pelo governo de um medicamento, o Glivec, para casos pediátricos de leucemias mieloide crônica e linfoblástica aguda. Anualmente, são registrados cerca de 4.800 novos casos destes dois tipos de câncer em menores de 21 anos.

A compra centralizada deste medicamento para tratamento de pacientes adultos já é feita desde o ano passado. O objetivo da Secretaria de Atenção à Sáude (SAS) é ampliar essa estratégia para outros remédios usados no tratamento da doença. Atualmente, a maior parte do tratamento fica a critério dos médicos das unidades especializas. A compra é feita localmente e o pagamento, feito por reembolso.

A prática, de acordo com secretário da SAS, Helvécio Miranda, dá margem a indicação incorreta da medicação e desvio de recursos. "Indícios de irregularidades foram identificados em alguns processos de compra destas drogas ao longo de 2009 e 2010", disse.

Miranda afirma que a definição do pacote de medicamentos cuja compra deverá passar a ser centralizada deverá ser feita em um ano. A ideia da centralização e de protocolos rígidos não agrada parte de médicos e associações de pacientes, que temem a limitação da oferta de remédios. O receio é que o acesso a drogas mais caras, nas compras centralizadas, seja dificultado. Miranda, no entanto, diz que o problema não vai ocorrer .

Os protocolos - que indicam quais medicamentos devem ser usados e em que situação - servem como orientação básica. "As exceções estão previstas. Isto dá mais controle, evita desperdício." De acordo com Miranda, a centralização da compra do Glivec trouxe em dois anos uma economia de R$ 400 milhões. "Como a compra é feita em escala, a margem de negociação para redução de preço é grande." Ele afirma também que parte dos recursos foi poupada com indicação correta e sem desperdícios.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Novidades no tratamento de alguns tipos de câncer

http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=71&id=327&menu=54

Câncer de rim:
Novos dados mostram que a combinação de uma medicação denominada de Bevacizumabe, associada a Interferon (medicação utilizada há algumas décadas inclusive para câncer de rim) pode manter o tumor renal sob controle por um período mais prolongado. Estes dados se juntam aos já publicados um ano antes, que mostravam que três outras medicações, Sunitinibe (Sutent da Pfizer), Sorafenibe e Temsirolimus, também prolongam o controle da doença com potencial de prolongar a vida dos doentes. São, portanto quatro novas possibilidades de tratamento descritas num intervalo de dois anos, para uma doença que anteriormente tinha poucas possibilidades terapêuticas.

Câncer de fígado:
O câncer de fígado, que se desenvolve geralmente em pacientes com cirrose ou hepatite crônica, é um tumor extremamente agressivo. Novas descobertas mostram pela primeira vez que uma medicação oral, denominada Sorafenibe, que impede diretamente o crescimento de novos vasos de sangue que alimentariam o tumor, pode prolongar a sobrevida destes pacientes. A partir desta publicação, a medicação passou a ser o tratamento de escolha, sempre que possível, para pacientes com esta doença. Acredita-se que outras medicações com mecanismo de ação similar poderão em breve entrar na lista de medicações com eficácia no tratamento desta doença, assim como ocorreu com o câncer de rim.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Cientistas apresentam tratamento promissor contra leucemia

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
11/08/2011 | 08h05 | Esperança

A modificação genética das células T, tipo de glóbulos brancos que integram o sistema imunológico, demonstrou ser eficaz contra a leucemia linfocítica crônica, a forma mais comum de câncer do sangue, segundo estudo experimental publicado esta quarta-feira.

Segundo cientistas da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia (leste dos Estados Unidos), este tratamento permitiu que a doença recuasse no prazo de um ano em dois dos três pacientes pesquisados que sofriam de leucemia em estágio avançado.

O terceiro sofreu uma recorrência da doença depois de quatro meses, mas de forma atenuada.

Esta terapia poderia ser aplicada também em outros cânceres, como o de pulmão, de ovário e o melanoma, afirmaram os cientistas.

O tratamento consistiu em eliminar as células T nos pacientes doentes e modificá-las geneticamente para que atacassem seletivamente as células cancerosas, todas portadoras de uma determinada proteína, e salvar a grande maioria das células saudáveis do corpo.

Os cientistas também programaram as células T para acelerar sua multiplicação. Em seguida, injetaram estas células modificadas em seus pacientes, que foram tratados previamente com quimioterapia.

"Em três semanas, os tumores foram destruídos com uma eficácia nunca vista até agora", disse o doutor Carl June, professor de patologia no Centro Oncológico Abramson da Universidade da Pensilvânia, autor principal deste trabalho, publicado nas revistas New England Journal of Medice e Science Translational Medicine.

"Foi muito mais eficaz do que esperávamos", disse o cientista, destacando que as células T modificadas geneticamente, as quais chamou de "assassinas em série", destruíram quase um quilo (910 gramas) de tumor em cada paciente.

Segundo os autores do estudo, os resultados deste teste clínico piloto contrastam fortemente com os tratamentos existentes para o tratamento deste tipo de leucemia.

Estes três pacientes tinham poucas chances de tratamento. Outra alternativa era um transplante de medula óssea, um procedimento que requer uma longa hospitalização e tem risco de mortalidade de 20%.

Além disso, o transplante não oferece mais do que 50% de chances de recuperação.

"Este novo tratamento tem o potencial de oferecer as mesmas possibilidades de cura, mas com muito menos risco", resumiu David Porter, professor de Medicina da Universidade de Pensilvânia e co-autor do estudo.

Da AFP Paris