quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Exame de sangue identifica indivíduos com chance de desenvolver câncer de pulmão, diz OMS



Teste detecta proteínas cancerígenas que vão parar na corrente sanguínea e é mais preciso que tomografia, segundo a Organização Mundial de Saúde.


Por G1
16/07/2018 09h55  Atualizado há 1 hora

Raio-x do peito mostra alteração no tamanho dos dois pulmões, o que poderia indicar câncer. Foto: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (Foto: Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos)
Um exame de sangue em estudo aumenta a precisão de detecção precoce do câncer de pulmão, diz a Organização Mundial de Saúde. O teste identifica cinco proteínas específicas, chamadas de "biomarcadores", que podem ser encontradas antes da formação dos tumores.
O estudo foi desenvolvido pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, braço da Organização Mundial de Saúde para pesquisas na área de oncologia.
Uma detecção se faz urgente, afirma o estudo, porque o rastreamento atual de câncer de pulmão não diagnostica uma grande fração dos tumores.
Enquanto o teste fez a previsão de 63% de futuros pacientes com câncer, a tomografia conseguiu prever o câncer de pulmão em 42% dos pacientes.
“Esse é o primeiro estudo que demonstra que marcadores melhoram a identificação de casos futuros de câncer de pulmão”, diz Paul Brennan, chefe do departamento de genética da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer.
O estudo também foi publicado no "JAMA Oncology" e mostrou que o teste foi capaz de prever com mais precisão que tomografia cânceres em estágio inicial.
Além da agência da OMS, o estudo teve a colaboração da Universidade do Texas e do MD Anderson Cancer Center, ambos nos Estados Unidos.
Câncer de pulmão no Brasil
O Inca (Instituto Nacional do Câncer) no Brasil diz que, em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
No Brasil, esse tipo de câncer foi responsável por 24.490 mortes em 2013. Pacientes com câncer de 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Câncer de mama: fase inicial pode não precisar de quimio, indica estudo


Em 70% dos casos, o índice de sobrevivência de mulheres tratadas sem quimioterapia chega a mais de 90%
Por Da Redação  https://veja.abril.com.br/saude/cancer-de-mama-fase-nao-precisa-de-quimioterapia-afirma-estudo/
access_time4 jun 2018, 20h53 - Publicado em 4 jun 2018, 18h05

Exame de rotina: a mamografia pode reduzir o número de mortes em mulheres com câncer de mama (Thinkstock/VEJA/VEJA)
Cerca de 70% das mulheres diagnosticadas nos estágios iniciais do câncer de mama podem não precisar de quimioterapia, de acordo com estudo publicado no New England Journal of Medicine. Segundo os pesquisadores, o tratamento hormonal atinge um percentual de sobrevivência de mais de 90%, sendo tão eficiente quanto a quimioterapia na maioria dos casos de tumores mamários que ainda não se espalharam pelo corpo.
O estudo foi apresentado neste fim de semana, em encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), que aconteceu nos Estados Unidos. “Poderemos poupar centenas de milhares de mulheres de um tratamento tóxico e agressivo que, na realidade, não as beneficia”, disse Ingrid A. Mayer, autora do estudo, ao The New York Times.

Muitas mulheres que passam pela quimioterapia convivem com efeitos colaterais, como anemia, enfraquecimento do sistema imunológico, perda de cabelo, diarreia, fadiga e perda de memória. Além disso, outros sintomas menos comuns  porém mais graves  podem acontecer, como perda óssea, osteoporose, problemas cardíacos e visuais.

Câncer de mama
Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelou que o câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, mas acima desta faixa etária a incidência aumenta progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Segundo o Fundo Internacional para Pesquisa do Câncer Mundial, este é o tipo de câncer mais comum em mulheres, representando cerca de 12% de todos os novos casos de câncer e 25% de todos os cânceres no grupo feminino, além de ser a quinta causa mais comum de morte por câncer em mulheres no mundo. No Brasil, é o tumor que mais leva a óbito as pessoas do sexo feminino.
O Grupo de Estudos do Câncer de Mama revelou que cerca de 52.680 novos casos de tumor de mama são diagnosticados anualmente; e 13.000 pacientes morrem por ano. Outro dado mostra que 52 mulheres em cada 100.000
Tratamentos: estágios do câncer
O uso da quimioterapia é geralmente determinado por testes genéticos realizados em amostras de tumores da mama  retirados na cirurgia  que identificam o nível de risco do câncer. “O que esse teste faz é olhar para 21 genes diferentes para ver se cada um está ligado ou desligado e, em seguida, se é sobre-expressa ou não. Então, temos duas respostas sim-não para cada gene. Ele examina todas as 21 respostas e dá a esse câncer uma pontuação recorrente entre 0 e 100”, explicou Otis Brawley, diretor médico e científico da American Cancer Society, à CNN.
As mulheres com baixo risco podem utilizar apenas drogas que bloqueiam a produção de estrogênio como forma de tratamento. Já as que recebem nota alta precisam passar pela quimioterapia, por se tratar de tumores mais agressivos. Para a maioria das pacientes com resultados intermediários recomenda-se a quimioterapia  associada ao tratamento hormonal  como forma de precaução.
No entanto, de acordo com o novo estudo, chamado de TAILORx, essas mulheres têm a mesma chance de sobrevivência, independente do tratamento utilizado: depois de nove anos, o percentual de sobrevivência é de 93,9% sem quimioterapia e de 93,8% com quimioterapia.
Recomendação: estágio inicial
O resultado do estudo indica a opção de tratamento com terapia hormonal somente para os casos de câncer de mama no estágio inicial. Isso porque nesse período os tumores geralmente não atingiram os nódulos linfáticos e não houve mutação no gene HER2, que causa crescimento acelerado do tumor. Além disso, as pacientes precisam ter recebido nota entre 11 e 25 em teste que mede a atividade dos genes presentes no tumor.
“Todos os dias, mulheres com câncer de mama se veem diante do terrível dilema de decidir se vão ou não fazer a quimioterapia, sem ter dados suficientes e assertivos sobre os resultados. [Essa pesquisa] é transformadora e uma ótima notícia, já que poderá liberar milhares de mulheres da agonia da quimioterapia”, comentou Rachel Rawson, da ONG Breast Cancer Care, voltada a pesquisas e tratamentos de câncer.
No entanto, é importante ressaltar, por exemplo, que dados sobre mulheres na pré-menopausa e com menos de 50 anos que pontuaram na faixa mais alta de risco intermediário (16 a 25) foram analisados separadamente. Os resultados mostraram que há pequenos benefícios no uso quimioterapia. “Os tumores crescem de forma mais agressiva em mulheres na pré-menopausa, não apenas em mulheres com menos de 50 anos”, disse Brawley, da American Cancer Society.
Por isso é necessário examinar cada caso com cuidado para indicar o melhor tratamento e não colocar em risco a vida das pacientes.