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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Vacina contra câncer tem sucesso em testes com animais



Vacina obteve sucesso em testes pré-clínicos com animais. Pesquisadores da Austrália acreditam que proteção pode funcionar para diversos tipos da doença
Por Tamires Vitorio
Publicado em: 09/07/2020 às 17h06

Cientistas do Translational Research Institute e da Universidade de Queensland, ambos na Austrália, tiveram sucesso em um estudo pré-clínico de uma vacina contra o câncer. Segundo a líder da pesquisa, Kristen Radford, a expectativa é que a vacina possa ser usada para o tratamento de doenças sanguíneas, como a leucemia mielogênica aguda, bem como linfomas não Hodgkin, mieloma múltiplo, câncer de mama, renal, de ovários e de pâncreas.

A vacina foi feita com anticorpos humanos e proteínas dos tumores. Agora, o estudo busca pesquisar a capacidade de ela atingir as células humanas para ativar a memória das células. Um estudo pré-clínico acontece antes das fases 1, 2 e 3 de uma vacina e é realizado com animais para testar a toxicidade e os efeitos gerais de uma provável proteção. Os pesquisadores afirmam estar prontos para iniciar os testes em humanos.

O estudo foi publicado na prestigiada revista científica Clinical and Translational Immunology.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Nova vacina contra câncer de ovário prolonga a vida de pacientes



Participantes que receberam a vacina apresentaram maiores taxas de sobrevivência. (iStock/Getty Images)
Tratamento em fase de testes usa parte do tumor das mulheres diagnosticadas. A ideia é estimular a resposta do sistema imunológico
Por Da Redação
access_time12 abr 2018, 18h10 - Publicado em 12 abr 2018, 17h25
Mais um tratamento contra o câncer está em fase de testes clínicos. Desta vez, o alvo do estudo é o câncer de ovário. A pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine, explica como os resultados de uma vacina personalizada podem prolongar a vida de pacientes com a doença. Segundo o estudo, no período de dois anos os participantes que foram vacinados mostraram melhores resultados de “sobrevida global” – tempo entre o diagnóstico e a morte – quando comparados aos que não receberam a dose.

Câncer de ovário
O câncer de ovário, também conhecido como “assassino silencioso”, costuma ser diagnosticado nos estágios avançados da doença (cerca de 80% dos casos). No momento do diagnóstico, 60% dos cânceres de ovário já se espalharam para outras partes do corpo, reduzindo a taxa sobrevivência para 30% nos primeiros cinco anos. De acordo com o médico Ronny Drapkin, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a razão do diagnóstico acontecer tardiamente é a sua localização. “A pelve é como uma tigela, então um tumor pode crescer bastante antes de se tornar perceptível”, disse Drapkin ao Daily Mail Online.

Normalmente, os primeiros sintomas do câncer de ovário são gastrointestinais porque os tumores começam a fazer pressão na área acima de sua localização. No entanto, quando um indivíduo se queixa de desconforto gastrointestinal, os médicos costumam priorizar uma mudança alimentar, desconsiderando a possibilidade da doença.
Apenas quando os sintomas se tornam persistentes o paciente passa por uma triagem que revela o câncer. A doença é tratada com cirurgia e quimioterapia, mas por causa da demora no diagnóstico – e consequentemente no tratamento -, 85% dos pacientes têm recaídas e acabam desenvolvendo resistência à quimioterapia, deixando-os sem opções de tratamento.
Vacina
A médica Lana Kandalaft, principal autora do estudo, acredita que a vacina pode ser capaz de impulsionar o sistema imunológico e aumentar as taxas de sobrevivência dos pacientes. De acordo com a American Cancer Society, a equipe de pesquisadores analisou os resultados de 25 mulheres com câncer de ovário epitelial avançado, que tem taxa de sobrevida média de 17% dentro do período de cinco anos.

A vacina personalizada criada pelos cientistas consiste em usar o tumor do paciente (armazenado e preservado antes da cirurgia) e as células do sangue. Essas células têm a missão de identificar e capturar invasores e levá-los até os nódulos linfáticos, onde as células T são acionadas e iniciam um ataque na tentativa de destruir os invasores. “Os pacientes que receberam a vacina criaram uma resposta imune contra seus próprios tumores”, disse Lana em comunicado. Ainda segundo ela, os resultados são significativos porque o corpo aumentou o número de células T específicas capazes de destruir os tumores em pacientes cujo sistema imunológico não consegue reagir  sozinho.
A taxa de sobrevivência no período de dois anos avaliados pela equipe entre as mulheres que receberam a vacina foi de 78% contra 44% para as que não foram vacinadas.
Precauções
O diretor médico da American Cancer Society, Otis Brawley, afirmou-se esperançoso com a ideia da imunoterapia ser usada como tratamento para o câncer de ovário. Apesar de não estar envolvido na pesquisa, ele se disse cauteloso com as vacinas personalizadas. “A análise de sobrevivência é propensa a alguns preconceitos que podem induzir ao erro até mesmo em avaliadores clínicos mais experientes”, disse ao Daily Mail Online.
Os pesquisadores garantem que pretendem fazer mais estudos com a vacina. A pesquisa atual focou na segurança do tratamento.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vacina contra HPV reduz riscos de câncer anal em mulheres

Estudo mostrou que a vacina reduziu em 62% o risco de desenvolver a doença em comparação com quem não a recebeu
AFP 23/08/2011 10:11

Uma vacina, rotineiramente empregada na prevenção do câncer de colo do útero causado pelo papilomavírus humano (HPV), também reduz os riscos de câncer anal entre as mulheres, destacou um estudo publicado na edição desta terça-feira da revista científica The Lancet Oncology.

O teste foi realizado com 4.210 mulheres saudáveis com idades entre 18 e 25 anos na Costa Rica, imunizadas aleatoriamente, com a vacina Cervarix contra o HPV e uma vacina contra a hepatite para comparação.

Quatro anos depois, as mulheres foram submetidas a testes de infecção cervical e anal para os subtipos 16 e 18 do HPV, notoriamente relacionados ao câncer. As mulheres que tomaram Cervarix demonstraram ter um risco 76% menor de desenvolver infecção cervical e 62% menor de infecção anal quando comparadas com outras que não tomaram a vacina.

A proteção foi ainda maior em um subgrupo de mulheres com mais propensão de não ter sido exposto ao HPV. Nesta categoria, a vacina demonstrou ser quase 89% protetora contra a infecção cervical para as duas cepas virais e quase 84% contra as infecções anais.

Embora o câncer anal seja raro – segundo algumas estimativas, a ocorrência é de apenas dois casos em 100.000 pessoas ao ano na população em geral –, as mulheres são duas vezes mais propensas a ter a doença do que os homens.

A razão para esta incidência maior é desconhecida, embora a relação anal passiva possa ser um fator. Uma condição denominada neoplasia cervical também pode predispor as mulheres ao risco de desenvolver infecção anal por HPV, independente de ter havido relação anal.

Na população em geral, os grupos com maior risco de desenvolver câncer anal são os homens que fazem sexo com outros homens. Entre os gays não infectados pelo HIV, a incidência é de 40 casos por 100.000 indivíduos ao ano e entre os soropositivos, de 80 por 10.000.

Segundo uma pesquisa anterior, o HPV é a causa da maior parte dos cânceres anais. Quase quatro em cada cinco casos de câncer no ânus causados pelo HPV são provocados pelos subtipos 16 ou 18.

Em um comentário também publicado na The Lancet Oncology, os especialistas americanos Diane Harper e Stephen Vierthaler, da Escola de Medicina da Universidade do Missouri-Kansas City, afirmaram que o custo-benefício da vacina de HPV contra o câncer anal é nebuloso. A grande pergunta é por quanto tempo a vacina se mantém eficaz, afirmaram os cientistas.

"Sem duração de eficácia de pelo menos 15 anos, não se evitará, apenas se adiará o câncer em mulheres ou homens que fazem sexo com outros homens", escreveram.

"Faltam testes de eficácia e a incidência do câncer anal é rara. Vamos usar nossos recursos sabiamente", concluíram.