terça-feira, 30 de julho de 2013

Hospital para ratos é esperança para homens com câncer de próstata

Por The New York Times | 08/07/2013 06:00
Animais recebem genes que os levam a desenvolver tumores nos mesmos órgãos dos humanos e são estudados com escâneres em miniatura
No Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston (EUA), um rato preto está sobre uma mesa para exame clínico em miniatura, com a cauda pendurada para fora.
Um tubo plástico leva anestésico ao nariz e à boca. Ele está dormindo. Antes de nascer, o rato recebeu uma injeção com dois genes que sofreram uma mutação comumente encontrada no câncer de próstata humano.
Enquanto está deitado na mesa, um técnico mede o tumor de próstata de dois milímetros com uma pequena máquina de ultrassom – o mesmo exame que um homem faria, só que numa escala de casa de bonecas.
"Eis o tumor", afirma o técnico, Bhavik Padmani, deslizando o aparelho sobre o rato enquanto uma forma com jeito de ameba branca brilhante se torna visível.
O animal está no que se chama de "hospital para ratos", uma nova maneira de utilizar roedores no estudo do câncer . Embora ratos sejam estudados em laboratórios comuns há anos, os resultados costumam ser decepcionantes. Em geral, o câncer é implantado sob a pele do rato, não nos órgãos em que se originariam. E as drogas que parecem funcionar nos ratos costumam ser inúteis em humanos.
O hospital para ratos do Beth Israel Deaconess e de alguns outros lugares estão na linha de frente de uma nova abordagem para o estudo do câncer humano. Os ratos recebem genes que os levam a desenvolver tumores nos mesmos órgãos dos humanos, ou seja, os pesquisadores necessitavam de escâneres para acompanhar o crescimento dos tumores dentro do organismo.
Assim, os hospitais para ratos contam com máquinas de ultrassom minúsculas, tomógrafos computadorizados, tomógrafos PET e aparelhos de ressonância magnética com macas pequeninas para colocar dentro os diminutos bichos.
Também existem farmácias capazes de manipular remédios em doses para ratos e laboratórios de exames clínicos criados especialmente para examinar as pequenas gotas de sangue e as ínfimas quantidades de urina. Assim é possível acompanhar o crescimento do câncer e respostas ao tratamento.
Além disso, com os avanços genéticos nos estudos dos tumores humanos, os pesquisadores não precisam implantar células de câncer humano em toda sua complexidade nos ratos para estudá-los; em vez disso, são capazes de dar a eles apenas alguns genes que sofreram mutação que parecem estimular o tumor.
Eles modificam geneticamente os ratos antes do nascimento e, então, com escâneres, observam o que acontece enquanto o câncer se desenvolve no órgão esperado – nesse caso, na próstata. Depois, podem experimentar drogas projetadas para atacar tais mutações genéticas e os cânceres causados por elas.
Por enquanto, o resultado tem sido assombroso. Os ratos com alguns genes cancerígenos desenvolveram a enfermidade na próstata ao crescer. O câncer reagiu ao tratamento padrão – castração ou, no caso dos pacientes, castração química com um remédio que inibe a produção de testosterona durante os testes. A seguir, como costuma acontecer em homens com câncer de próstata na fase avançada, os tumores nos ratos voltaram a crescer, resistindo ao tratamento via castração.
Porém, como tão poucos genes estavam envolvidos no câncer de próstata do rato, os investigadores, incluindo Andrea Lunardi, do Beth Israel Deaconess, podiam localizar com precisão as raízes genéticas da resistência ao tratamento. Pesquisadores já estudaram tumores na próstata, tentando descobrir como e por que se tornam resistentes ao tratamento, mas eram impedidos pelas centenas de mutações em células cancerosas, incapazes de desvendar quais eram importantes para o tratamento da resistência.
Em retrospecto, a solução parece óbvia, disse Pier Paolo Pandolfi, diretor científico do Beth Israel Deaconess Medical Center. Ao gerar ratos com somente uma ou duas mutações suspeitas por vez, os cientistas avançaram em meio à caótica confusão genética.
"Os dados embaixo de nossos olhos, mas não víamos porque havia muitas outras coisas acontecendo nos pacientes", explicou Pandolfi.
Ao compreender a origem da resistência ao tratamento em ratos, os investigadores poderiam testar formas racionais de evitá-los nos animais, baseados nos insights genéticos. Acabou que se tornou necessário utilizar mais de uma droga. O trabalho foi noticiado pela "Nature Genetics".
Muitos pesquisadores de câncer sugeriram que a melhor maneira de tratar a doença será com mais de uma medicação, fechando as rotas de fuga do tumor. Porém, o problema era escolher quais combinações medicamentosas experimentar.
"Se começarmos de forma aleatória jogando todas as combinações juntas, não existem pacientes suficientes no mundo para testá-las", afirmou Lewis C. Cantley, diretor do centro de câncer da Faculdade de Medicina Weill Cornell e do New York-Presbyterian Hospital que trabalhou com Pandolfi no estudo do câncer de próstata.
"Nós precisamos de fundamentação científica para escolher determinada combinação de medicamentos."
Os investigadores começaram uma pesquisa médica para saber se os estudos com ratos conseguem prever o que acontecerá aos pacientes e estão prestes a começar outra.
Segundo eles, talvez nunca tivessem avançado tanto sem os ratos com genes do câncer humano e o hospital para ratos para estudá-los.
"É uma forma muito inteligente e inovadora de tentar aprimorar o tratamento do paciente", declarou Scott Eggener, diretor do programa de câncer de próstata da Universidade de Chicago, que não participou da pesquisa. "Agora cabe a eles provar que funciona em humanos."
Logicamente, esse é o objetivo dos dois estudos clínicos.
Cada participante será comparado com coleções de ratos substitutos, com cada grupo de ratos produzidos para carregar combinações diferentes de alguns dos principais genes do câncer de próstata humano. Os ratos vão desenvolver tumores, da mesma forma que os homens, e receberão os mesmos tratamentos que os homens.
Contudo, como cada rato terá somente uma ou mais das mutações fundamentais da enfermidade, os pesquisadores poderão ver se um tratamento está agindo como deveria e analisar o motivo da resistência, caso ocorra. Segundo Pandolfi, os estudos serão os primeiros a testar tratamentos em ratos e homens ao mesmo tempo.
Os pacientes serão homens cujo câncer avançado se tornou resistente ao tratamento padrão com a castração química. Para fugir da droga, os cânceres ativam genes que lhes permitem produzir a própria testosterona. Alguns chegam até a fabricar uma versão mais poderosa do hormônio, a di-hidrotestosterona.
"Para nossa surpresa, ao longo do tempo, as células do câncer de próstata se tornam quase órgãos endócrinos miniatura", disse Glenn J. Bubley, diretor de oncologia médica geniturinária do Beth Israel Deaconess.
As células do câncer também têm um jeito de sobreviver ainda que o fornecimento de hormônio seja cortado. Elas inativam os genes que normalmente os fariam se suicidar quando privados de testosterona ou de sua prima mais potente.
No estudo recém-começado, homens com câncer de próstata avançado receberão Zytiga, fabricado pela Janssen Biotech, que impede os tumores de produzir testosterona, em conjunto com uma droga experimental feita pela Novartis que impede as células cancerígenas de inativar o programa suicida – pelo menos nos ratos com os genes do câncer de próstata humano.
No outro estudo, a ser iniciado em breve, eles testarão uma mistura de medicamentos – Avodart, da GlaxoSmithKline PLC, para inibir a produção de di-hidrotestosterona e outra droga, a embelina, substância natural, para impedir as células de desativar os genes suicidas.
Don De Grandis, 58 anos, é o paciente número um do primeiro estudo. Ele descobriu em outubro que tinha câncer de próstata quando o que julgava ser uma distensão muscular nas costas se revelou dor óssea causada pelo câncer já espalhado na medula.
Ex-funcionário de um depósito em North Easton, Massachusetts, De Grandis logo sofria dores excruciantes, mesmo com as doses pesadas de narcóticos. O câncer estava num estágio avançado demais para ser curado, e o medicamento padrão para impedir a produção de testosterona parou de funcionar.
Ele entrou para o estudo em março. Algumas semanas depois, a esposa, Kathleen, viu que algo estava acontecendo.
"Ele preparou o jantar para mim. Estava muito bom: macarrão com champignon, carne de peru moída e queijo. Com uma salada linda."
Segundo a esposa, antes ele sentia dores e cansaço demais para sair da cama.
O médico, Bubley, percebeu que seus níveis de PSA, um indicador do crescimento do câncer de próstata, haviam começado a cair.
De Grandis passou a usar bengala em vez de andador e reduziu os narcóticos pela metade. Contudo, alertou Bubley, trata-se de um estudo clínico em fase inicial, interessado principalmente nas dosagens das drogas e na segurança de seu uso. Ainda existem muitas coisas desconhecidas e nenhuma garantia.
Por enquanto, alguns dos ratos substitutos recebendo as mesmas medicações do paciente também estão reagindo, asseguram Bubley e outros pesquisadores. O câncer – e sua resposta ao tratamento – se espalha rapidamente em ratos, assim os animais podem antecipar o que deve ocorrer aos homens aos quais estão ligados.
Agora, os pesquisadores vão acompanhar De Grandis e os ratos que estão reagindo para ver quanto tempo duram os efeitos positivos. Eles farão análises similares dos outros homens que vão participar do estudo para saber o quanto os ratos espelham os homens e se a combinação de remédios também funciona com outros.
Enquanto isso, De Grandis disse esperar mais um bom ano de vida.
"Quero apenas passar mais tempo com a minha família."

terça-feira, 23 de julho de 2013

ANS autoriza reajuste de 9,04% para planos de saúde individuais e familiares

22/07/201312h07
São Paulo - A Agência Nacional de Saúde (ANS) divulgou, nesta segunda-feira (22), que estão autorizados reajustes de até 9,04% para planos de saúde individuais e familiares.
O porcentual, aprovado pelo Ministério da Fazenda, é o teto válido para o período entre maio de 2013 e abril de 2014 para os contratos de cerca de 8,4 milhões de beneficiários, o que representa 17,6% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil, segundo a agência.

As operadoras esperam a autorização do reajuste desde maio. Conforme informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em março, porém, fontes de seguradoras e operadoras de saúde mostravam preocupação de que a alta da inflação em 2013 pudesse fazer com que a autorização de reajustes nos planos individuais atrasasse. Isso porque a aprovação depende não só da ANS, mas também de um aval do Ministério da Fazenda. Em 2012, já havia ocorrido atraso e a aprovação saiu ao final de junho. Neste ano, a demora foi um pouco maior.

As companhias de saúde estão autorizadas, porém, a cobrar a diferença entre as mensalidades antigas e novas retroativamente, de acordo com a data de aniversário dos contratos. É permitida a cobrança de valor retroativo caso a defasagem entre a aplicação e a data de aniversário seja de, no máximo, quatro meses.

Diferentemente dos planos coletivos, nos quais operadoras negociam preços com empresas contratantes livremente, os planos individuais têm reajuste controlado pela ANS. O porcentual autorizado leva em consideração a média do aplicado pelas operadoras aos planos coletivos com mais de 30 beneficiários.

Em nota, a ANS informou que, neste ano, foi considerado também o impacto de fatores externos como a utilização dos 60 novos procedimentos incluídos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde ao longo de 2012.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Guilherme Leme luta contra câncer na garganta


Do UOL, no Rio
15/07/201313h31

O ator Guilherme Leme, de 51 anos, está internado no hospital A.C. Camargo, em São Paulo, por conta de um tratamento contra um câncer na garganta. De acordo com a assessoria de imprensa do ator, ele está fazendo sessões de radioterapia mensais e deve ter alta  ainda esta semana.

Por causa do tratamento, Guilherme – que atualmente está em cartaz em "Rock In Rio – O Musical" na capital paulista – está sendo substituído pelo ator Claudio Lins. A assessoria do ator garantiu, contudo, que não deixará o elenco do espetáculo e só se ausentará quando tiver outra sessão de radioterapia.

Em 2011, Guilherme fez uma participação especial na novela "Insensato Coração", da Globo. Atualmente, tem dirigido peças teatrais e interpretou Meursault no monólogo baseado na obra de Albert Camus, "O Estrangeiro".

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Guru-mirim de maquiagem morre de câncer aos 13

A guru-mirim de maquiagem, Talia Castellano, morreu nesta terça-feira (16) após lutar contra o câncer por seis anos. Na sua página do Facebook, seus familiares escreveram: "É com pesar que contamos para vocês que Talia ganhou asas às 11h22".

A norte-americana começou a fazer vídeos sobre maquiagem aos 12 anos após ficar careca por causa do tratamento contra o câncer. Com o nome "Maquiagem é a minha peruca", ela conquistou milhares de visitantes no seu canal do YouTube.

Ela começou a gravar os vídeos porque queria falar sobre a doença, diagnosticada quando ela tinha sete anos, contou sua mãe, Desirée Castellano, à revista "People" em 2012. O enfoque mudou após a menina conhecer uma outra paciente.

"Logo que fui diagnosticada fui conversar com uma amiga da minha mãe... Ela também tinha câncer. Ela fez minha maquiagem e eu achei muito legal", contou.

Sua fama na web - cada vídeo tem, em média, meio milhão de visitantes - lhe rendeu o título honorário da marca de maquiagem CoverGirl. Na sua fanpage, a marca homenageou a menina e escreveu "Obrigado por nos mostrar a beleza e a força".

"Eu passo maquiagem para me sentir melhor e toda vez que eu faço isso, não preciso de uma peruca", disse Talia à "People".

VÍDEOS
Nos seus tutorias, há dicas sobre como usar sombra azul ou verde, maquiagens para o Dia dos Namorados, para sair à noite ou mesmo como fazer maquiagem sem usar espelho.

Apesar da muito nova, ela fala com propriedade nos seus vídeos sobre como fazer contorno no rosto ou um olho esfumado.

"Os médicos me disseram para deixá-la fazer o que quiser para ela se sentir melhor. Ela acha que as pessoas não estão olhando para ela pois ela é careca, mas elas estão olhando para o seu lindo rosto", disse a mãe, em 2012, à revista norte-americana.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

"A reposição hormonal causou meu câncer", alerta a atriz Joana Fomm sobre tumor nas mamas

Do UOL, em São Paulo

Diagnosticada com câncer de mama aos 69 anos, a atriz Joana Fomm alertou as mulheres sobre o uso de hormônios – segundo ela causador de seu câncer de mama - e afirmou em entrevista ao UOL que se soubesse das chances de desenvolver um tumor também optaria por retirar as mamas, como fez a atriz Angelina Jolie.

"A reposição hormonal causou meu câncer, por isso as mulheres precisam ficar atentas e devem fazer exames de mamografias com frequência. É muito doído. Se a pessoa pode retirar antes de descobrir a doença, vale a pena".

Conhecida por interpretar a beata Perpétua da novela "Tieta" (1989), a atriz teve que retirar as duas mamas e durante três anos teve que fazer quimioterapia.  "É diferente você retirar por opção e ter que tirar porque precisa. Fiz uma cirurgia para retirar dois nódulos do lado direito e logo depois descobriram mais três no lado esquerdo. Foram duas etapas muito difíceis e até hoje estou consertando esteticamente", afirmou a atriz, que anualmente vai ao oncologista.

Em um artigo publicado no jornal americano "The New York Times", na última terça-feira (13), a atriz Angelina Jolie contou que se submeteu a uma mastectomia dupla (retirada dos seios) para reduzir suas chances de desenvolver câncer de mama.

Com 37 anos, Jolie disse que os médicos estimaram que ela tinha um risco de 87% de desenvolver câncer de mama e de 50% de ter câncer de ovário. "Decidi ser proativa e reduzir o risco o máximo que eu podia", afirmou a atriz, mãe de seis filhos.

O processo de retirada dos seios começou em fevereiro e foi completado em abril, com a reconstrução dos seios usando implantes. "Houve muitos avanços nesse procedimento nos últimos anos, e os resultados finais podem ficar bonitos", escreveu a atriz em seu artigo.
Joana elogiou o ato de Angelina e alertou as mulheres sobre os riscos da doença.

"Se meu caso fosse parecido com o da Angelina Jolie, se eu soubesse da possibilidade de desenvolver um câncer, tiraria. Achei legal a atitude dela. É tão ruim essa experiência com o câncer, que se a pessoa puder evitar, evite", declarou Joana.

Afastada da TV desde 2010, Joana afirmou que seu maior desejo é voltar a interpretar. Por conta do câncer de mama e da disautonomia, doença que afeta o sistema nervoso e compromete os movimentos, a atriz ficou afastada dos folhetins.

Em entrevista ao UOL em 2010, Joana contou que quebrou uma costela durante uma queda, ocasionada pela disautonomia. "Minha pressão foi a três e brinquei com os médicos que fui ressuscitada".

É tão ruim essa experiência com o câncer, que se a pessoa puder evitar, evite   aconselha Joana Fomm
Outros atores também manifestaram seu apoio à Angelina Jolie e o ator Brad Pitt também elogiou a atitude da mulher. "Ao ter testemunhado sua decisão em primeira mão, eu achei a decisão de Angie, assim como tantas outras como ela, realmente heroica. Eu agradeço a equipe médica por seu cuidado e atenção".

terça-feira, 9 de julho de 2013

Vinagre é aliado eficaz na detecção do câncer de colo de útero

02/06/201312h25

CHICAGO, 02 Jun 2013 (AFP) - A detecção do câncer de colo de útero com vinagre é uma técnica simples e barata que pode salvar milhares de mulheres que vivem nos países mais pobres, segundo um vasto estudo clínico realizado na Índia cujos resultados foram apresentados neste domingo nos Estados Unidos.

O método de detecção do câncer de colo de útero através do vinagre testado na Índia é chamado de detecção visual. Ele consiste no uso de vinagre, de gaze e de uma lâmpada de halogêneo e exige uma formação básica para enfermeiros ou profissionais da área de saúde.

No exame, o profissional de saúde esfrega o colo do útero da mulher com vinagre, o que faz com que os tumores pré-cancerígenos fiquem brancos. Os resultados são apresentados um minuto depois, quando a luz da lâmpada é utilizada para inspecionar visualmente o colo do útero.

Além da grande redução de custos, os resultados instantâneos são uma grande vantagem para as mulheres em áreas rurais que precisam viajar durante horas para receber atendimento médico.

Este estudo foi conduzido durante 15 anos com 150.000 mulheres indianas de 35 a 64 anos, examinadas a cada dois anos. Segundo os responsáveis pela pesquisa, os testes indicaram uma redução de 31% na taxa de mortalidade provocada pelo câncer de colo de útero graças a este exame.

Os resultados foram apresentados durante a conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, em inglês).

Os pesquisadores estimam que este simples teste seria capaz de salvar anualmente 22.000 vidas na Índia e 73.000 em outros países em desenvolvimento, onde o câncer de colo de útero é uma das principais causas de mortalidade nas mulheres.

Nestes países há pouco ou nenhum acesso ao teste papanicolau, procedimento mais utilizado para detecção desta doença. O papanicolau consiste em detectar as mudanças das células do colo do útero que poderiam se tornar cancerígenas.

"Esperamos que os resultados deste estudo tenham um efeito importante na redução do número de casos de câncer de colo do útero na Índia e no mundo", disse Surendra Srinivas Shastri, médico e professor de oncologia preventiva do hospital Tata Memorial de Mumbai, principal autor do estudo.

De acordo com Shastri, o exame desenvolvido por sua equipe "permite reduzir a mortalidade e pode ser facilmente colocado em prática em larga escala na Índia e nos demais países em desenvolvimento".

As 150.000 mulheres recrutadas para este estudo não tinham antecedentes da doença. A metade foi submetida a um exame a cada dois anos com o vinagre e a outra metade não fez nenhum teste, situação mais comum na Índia.

A incidência de câncer de colo do útero foi similar nos dois grupos, ocorrendo 26,5 para 100.000 casos nas mulheres submetidas aos testes de detecção e 26,7 para 100.00 nas outras. Mas o teste permitiu uma redução de 31% na taxa de mortalidade.

O câncer de colo de útero, para o qual existe prevenção, é responsável por 275.000 mortes por ano no mundo, sendo 80% dos casos registrados nos países em desenvolvimento.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Estudo vincula atividade física a menor risco de câncer na pós-menopausa


A atividade física afeta a decomposição do hormônio estrogênio e contribui para diminuir o risco de câncer de mama nas mulheres na pós-menopausa, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira na reunião anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR).

As conclusões do estudo ampliam o conhecimento dos mecanismos biológicos potenciais que vinculam a atividade física ao menor risco de tumores cancerígenos.

Estudos anteriores já indicaram que o aumento da atividade física poderia reduzir o risco de câncer de mama nas mulheres na pós-menopausa e que esta relação poderia estar ligada ao fato de que os exercícios diminuem os níveis de estrogênio endógeno.

No entanto, durante a conferência, Cher Dallal, um especialista em prevenção oncológica no Instituto Nacional do Câncer, afirmou que "poucos estudos avaliaram a influência da atividade física na decomposição de estrogênios nas mulheres na pós-menopausa".
Este processo, chamado metabolismo do estrogênio, resulta em uma variedade de moléculas chamadas metabólitos.

"Este é o primeiro estudo que considerou a relação entre a atividade física, medida por um acelerômetro, e um conjunto de metabólitos de estrogênio medidos na urina", explicou Dallal.

"Esperávamos que, a partir do uso de medições diretas para examinar esta relação, poderíamos entender melhor como estes fatores influem no risco de câncer entre as mulheres depois da menopausa", acrescentou.

Dallal e outros pesquisadores analisaram os casos de 540 mulheres sãs e na pós-menopausa no estudo Polonês de Câncer de Mamas, conduzido pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA entre 2000 e 2003. Nenhuma das participantes recebia tratamento hormonal pela menopausa.

Neste contexto, os pesquisadores mediram a atividade física com um acelerômetro, um pequeno aparelho que as mulheres levavam na cintura durante as horas de atividade física por sete dias.

Segundo Dallal, os acelerômetros proporcionam leituras objetivas da atividade física, ao contrário dos relatórios, um fator determinante para medição dos estudos anteriores.

Os pesquisadores analisaram as mostras de urina para detectar estradiol e estrona, dois estrogênios "mãe", além de 13 metabólitos diferentes de estrogênio, empregando um novo tipo de análise desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer.

Dallal explicou que esta inovadora análise pôde detectar múltiplos estrogênios na urina, enquanto os usados em estudos anteriores só mediam um ou dois metabólitos individualmente.

Os pesquisadores também descobriram que a atividade física está vinculada com níveis mais baixos dos estrogênios "mãe". Além disso, os níveis mais altos de atividade física são vinculados com níveis mais baixos de quatro metabólitos de estrogênio específicos.