terça-feira, 25 de março de 2014

Uma a cada três mulheres com câncer tem tumor de mama

Do UOL, em São Paulo
07/03/201409h49
Levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista, aponta que 52% dos pacientes do Icesp são do sexo feminino. Dessas mulheres, 28% (quase uma a cada três) têm diagnóstico de câncer de mama e quase 22% apresentam tumores em órgãos digestivos.

A neoplasia da mama continua sendo a principal vilã dentro e fora do instituto. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ela corresponde a 22% dos novos casos de tumores por ano. No Icesp, o grupo de Mastologia realiza mais de 1,2 mil atendimentos por mês, entre consultas médicas e cirurgias.

Os cânceres do aparelho digestivo representam juntos uma grande fração dos tumores humanos. São exemplos de neoplasias apresentadas nessa região: o câncer de esôfago, de estômago, de fígado e o colorretal (cólon e reto), este o último apontado entre os cinco mais comuns entre as mulheres.

"Quando a prevenção primária não é possível, o diagnóstico precoce é fundamental na busca pela cura e por uma boa qualidade de vida", destaca o oncologista e diretor geral do Icesp, Paulo Hoff.

No intuito de obter esse diagnóstico precoce, medidas simples devem ser adotadas após a primeira relação sexual. Incluir na agenda o hábito de realizar uma visita anual ao ginecologista, garante a realização de consultas e exames que serão essenciais para a prevenção e/ou diagnóstico de diversos tipos de câncer.

São exames de rotina fundamentais: o papanicolau, usado para detectar a neoplasia de colo de útero, além de identificar lesões que antecedem o tumor, permitindo o tratamento antes que a doença se desenvolva; a mamografia, capaz de mostrar lesões mamárias, recomendada para pacientes com mais de 50 anos ou a critério médico, dependendo dos fatores de risco.

terça-feira, 18 de março de 2014

Musicoterapia ajuda jovens com câncer a lidar com tratamento

28/01/201409h11
BBC
Jovens que fizeram musicoterapia enquanto recebiam tratamento para câncer mostraram-se mais aptos a tolerar os rigores do tratamento, de acordo com um estudo publicado na revista científica Cancer.

Pesquisadores da Indiana University School of Nursing, em Indianapolis, nos Estados Unidos, acompanharam um grupo de pacientes com idades entre 11 e 24 anos enquanto participavam de um projeto que envolvia escrever letras, gravar música e selecionar imagens para fazer um videoclipe.

A equipe concluiu que os pacientes tornaram-se mais resilientes e melhoraram seus relacionamentos com a família e amigos.

O termo resiliência, nesse contexto, se refere à capacidade dos participantes de se ajustarem positivamente aos estresses e efeitos adversos do tratamento que estavam recebendo.

Segundo o site da American Music Therapy Association, a musicoterapia é uma prática terapêutica em que profissionais qualificados usam música para auxiliar indivíduos a lidar com questões físicas, emocionais, cognitivas e sociais.
Efeito positivo

Os participantes foram orientados por musicoterapeutas profissionais. O projeto, que durou três semanas, culminou na produção de videoclipes que, quando prontos, foram compartilhados com amigos e familiares.

Os pesquisadores concluíram que o grupo que participou do projeto de musicoterapia demonstrou mais resiliência e capacidade de suportar o tratamento do que um outro grupo que não recebeu musicoterapia.

Cem dias após o tratamento, o mesmo grupo relatou que a comunicação na família e os relacionamentos com amigos tinham melhorado.

"Esses 'fatores protetores' influenciam a forma como adolescentes e jovens adultos lidam (com o câncer e o rigoroso tratamento), ganham esperança e encontram sentido (para suas vidas) durante a jornada do câncer", disse a líder do estudo, Joan Haase.

"Adolescentes e jovens que são resilientes têm a capacidade de superar sua doença, sentem-se com controle e autoconfiantes pela forma como lidaram com o câncer e mostram um desejo de ajudar o outro".

Entrevistas com os pais dos pacientes revelaram aos pesquisadores que os videoclipes tinham produzido um benefício adicional, oferecendo aos pais uma melhor compreensão sobre como é a experiência de crianças que sofrem de câncer.
Estresse e ansiedade

Uma das musicoterapeutas envolvidas no estudo, Sheri Robb, explicou por que música pode ter um efeito tão positivo sobre jovens lutando contra o câncer:

"Quando tudo parece incerto, canções que eles conhecem e com as quais se identificam fazem com que se sintam conectados".

Segundo a ONG britânica Cancer Research UK, musicoterapia pode diminuir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de câncer. A terapia também pode ajudar a aliviar alguns sintomas do câncer e efeitos colaterais do tratamento - mas não pode curar, tratar ou evitar doenças, inclusive o câncer.

Estudos anteriores que investigaram os efeitos da musicoterapia sobre crianças com câncer concluíram que a atividade pode ajudar a diminuir o medo e a angústia, além de melhorar os relacionamentos da criança com a família.

A porta-voz de uma entidade que oferece apoio a adolescentes com câncer e suas famílias - o Teenage Cancer Trust - disse que é muito importante incentivar crianças com câncer a se comunicar e cooperar umas com as outras.

"Sabemos que ser tratado ao lado de outros (pacientes) da mesma idade faz uma diferença imensa, especialmente em um ambiente que permita que jovens com câncer ofereçam apoio uns aos outros".

terça-feira, 11 de março de 2014

Desenganado por médicos, adolescente surpreende e se recupera de câncer e leucemia

BBC Brasil 12/02/201406h36
Um adolescente britânico ouviu dos médicos há dois meses que tinha apenas três dias de vida, mas surpreendeu a todos com sua recuperação.

O caso de Deryn Blackwell, de 14 anos, é o único conhecido no mundo de uma pessoa a ser diagnosticada com leucemia e sarcoma de células de Langerhans, um câncer raro.

O diagnóstico foi feito há três anos e, durante o tratamento, em dezembro de 2013, ele contraiu outra doença que atacava seu sistema imunológico debilitado pelos dois tipos de câncer.

Foi então que Deryn ouviu dos médicos que morreria antes do Ano Novo. Ele foi para uma casa de repouso para pacientes terminais, onde se preparou, junto a sua família, para o pior.

"Ele tinha aceitado e nós tínhamos aceitado. Deryn até pediu para conhecer o quarto onde ficavam os corpos para saber para onde seria levado quando morresse", disse sua mãe, Callie Blackwell, à BBC.

Perspectiva
Sabendo que não teria muito tempo de vida, o garoto escreveu uma lista das coisas que gostaria de fazer.

Ele conheceu celebridades, andou em carros velozes e até experimentou uma bebida alcoólica pela primeira vez.

Deryn também planejou seu funeral e o destino que teriam suas cinzas - parte seria colocada em fogos de artifício, outra parte em um canhão e a terceira parte seria atirada de uma montanha na Grécia.

Mas seu corpo começou, inexplicavelmente, a lutar contra as infecções e produzir hemácias - células vermelhas do sangue - saudáveis novamente.

"Os médicos não sabem explicar, então nem conseguem nos dar uma ideia do que pode acontecer nas próximas semanas", diz Callie Blackwell.

"No início foi difícil passar da aceitação de que eu iria perder o meu filho e não vê-lo crescer para de repente pensar 'na verdade, talvez eu veja'."

O garoto, que chegou a precisar tomar 35 medicamentos diferentes por dia, agora toma apenas um.
Deryn saiu da casa de repouso e agora frequenta uma academia para melhorar sua resistência física.

"É preciso colocar as coisas em perspectiva. Se você começa a tossir e reclamar, tem que ver que há outras pessoas, como eu, que estão em uma situação pior e não estão reclamando. Então a sua tosse não é assim tão ruim", disse o garoto à BBC.

Ele continua em tratamento, porque seu câncer ainda pode retornar.

Mas seus pais querem criar uma instituição de caridade em seu nome, na esperança de que ela seja não somente seu legado, mas o seu projeto de vida.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Nova droga aprovada pela Anvisa trata câncer de mama sem queda de cabelo

UOL 06/02/201411h19
Do Estadão Conteúdo, em São Paulo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou um medicamento para o tratamento do câncer de mama que não causa queda de cabelo e provoca menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional. A ação é possível porque o remédio atua diretamente no tumor, em vez de afetar todas as células do corpo. De acordo com os organizadores do estudo, trata-se da primeira droga com esse mecanismo aprovada no país.

O medicamento trastuzumabe entansina (também chamado de T-DM1) é indicado para um tipo de câncer de mama avançado, identificado como HER2 positivo, que corresponde a 20% de todos os casos da doença. Seu uso deve ocorrer quando o tratamento convencional não apresentar mais resultados. Além de evitar os efeitos colaterais da quimioterapia, ele aumenta em 50% o tempo de sobrevida.

"A droga tem um efeito casado. Ela possui um anticorpo e um quimioterápico. Por ser extremamente potente, esse quimioterápico não poderia ser aplicado sozinho porque seria muito tóxico ao organismo. O que acontece é que o anticorpo conduz o quimioterápico até o interior da célula tumoral e libera o medicamento lá dentro", explica José Luiz Pedrini, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e um dos coordenadores do estudo do medicamento no Brasil. O mecanismo do remédio é conhecido como "cavalo de troia".

Segundo o médico, a pesquisa, realizada em vários países, incluiu cerca de 100 brasileiras. "Há pacientes que começaram a participar do estudo em 2011 e seguem vivas. "Sem essa opção, elas sobreviveriam por cerca de seis meses porque não teriam outra alternativa de tratamento"", explica.

Uma das razões para o melhor prognóstico é que o novo medicamento pode ser usado por mais tempo do que a quimioterapia tradicional. "Os medicamentos já existentes podem ser aplicados por, no máximo, oito sessões, por causa da toxicidade. Por ser menos agressiva, a trastuzumabe entansina pode ser utilizada por tempo indeterminado", afirma o médico. A aplicação da droga é feita a cada 21 dias.Embora o remédio possa aumentar a sobrevida das pacientes, o tumor de mama do tipo HER2 positivo continua sendo incurável.

Nova opção
Coordenadora da oncologia clínica do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), Maria del Pilar Estevez Diz classificou a droga como uma opção "interessante" de tratamento e afirmou que o Icesp passará a utilizá-la. ""A gente ganha uma linha de tratamento com menos efeitos colaterais, que propicia maior qualidade de vida às pacientes"", diz.
A aprovação da trastuzumabe entansina foi publicada pela Anvisa no mês passado. O medicamento deverá estar disponível no mercado em três meses. Novos estudos vão verificar se o medicamento também é eficaz e seguro se utilizado em fases iniciais da doença.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.