sexta-feira, 20 de junho de 2014

Cientistas descobrem proteína capaz de ‘frear’ câncer de mama


Estudo provou que após o bloqueio da substância R-Ras 2 os tumores crescem, mas não se transformam em metástase nos pulmões

O GLOBO (Email · Facebook · Twitter)

Publicado: 14/05/14 - 12h12

Pesquisadores também constataram que a proteína R-ras2 também é capaz de desfazer bloqueios, desenvolvendo mecanismos alternativos Agência O Globo

MADRI (ESPANHA) - Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas pesquisadores espanhóis demonstraram confiança quanto a descoberta de uma nova proteína que, quando bloqueada, retarda o crescimento de tumores de mama para os pulmões. O grupo já está, inclusive, trabalhando em possíveis alvos terapêuticos para que testes sejam realizados, informa o jornal “El Mundo”.

A novidade é assinada por Xosé Bustelo, pesquisador do Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca (CIC), e por Balbinus Alarcón, do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa, em Madrid. Os resultados foram relatados na revista “Nature Communications”.

O estudo analisou a proteína R-Ras2 (também chamado TC21) - que é muito semelhante a outra estrutura muito conhecida dos oncologistas, o gene Ras, que sofre frequentes mutações em muitos tumores humanos. Embora ambas sejam semelhantes estruturalmente - ao ponto de muitos cientistas acharem que têm papéis complementares -, os pesquisadores descobriram que R-Ras 2 desempenha papel importante na evolução do câncer de mama.

Tanto em linhagens celulares quando em modelos de ratos que foram submetidos ao enxerto de tumores humanos, Bustelo e seus colegas descobriram que ao bloquear a R-Ras 2, os canceres apenas cresciam, mas não resultavam em metástase nos pulmões - um dos locais favoritos das células do câncer de mama, uma vez que elas deixam o peito.

No entanto, nem tudo são boas notícias. Tal como nós seres humanos, os tumores sem R-ras2 também foram capazes de desfazer esse “freio” ao longo do tempo, desenvolvendo mecanismos alternativos. Segundo Bustelo, conhecer esses mecanismos é importante para que se crie uma estratégia de duplo freio

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sete em cada 10 mulheres descobrem câncer de ovário "tarde demais"

Do UOL, em São Paulo
08/05/201410h14

De acordo com levantamento recente do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), 70% das mulheres com câncer de ovário chegam ao hospital com a doença avançada, o que pode comprometer o sucesso do tratamento. 

Mensalmente são realizados mais de 800 atendimentos no serviço de ginecologia do instituto. Do total de pacientes, cerca de 20% têm entre 45 e 54 anos e 70% das mulheres estão acima dos 55 anos, período em que é mais frequente o desenvolvimento do tumor. 

Entre os fatores de risco para o câncer de ovário estão o histórico familiar e a obesidade. Mulheres que fazem terapia de reposição hormonal e tratamento para a fertilidade também estão mais propensas a desenvolver a doença.

O tumor é considerado "silencioso", e os poucos sintomas apresentados costumam ser ignorados pela maioria das mulheres, uma vez que são confundidos com desconfortos comuns como inchaço (aumento) do volume abdominal, menstruação irregular e indigestão. Também podem ocorrer dores abdominais e na região pélvica, perda do apetite e náuseas.

Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam aproximadamente seis mil novos casos da doença para esse ano no Brasil, incidência relativamente baixa se comparada aos 60 mil novos casos de tumor de mama.

Entretanto, o câncer de ovário é o tipo de tumor ginecológico com maior índice de mortalidade, chegando a 50%. Por isso é importante que as mulheres estejam atentas a mudanças no corpo, bem como a incômodos e dores constantes.

Para a coordenadora da oncologia clínica do Icesp, Maria Del Pilar Estevez Diz, a visita anual ao ginecologista e a procura por médicos em casos de alguma anormalidade podem ajudar a antecipar o diagnóstico, aumentando as chances de sucesso do tratamento.