Pesquisa realizada com mulheres jovens mostra aumento na sobrevivência de mulheres com câncer de mama — Foto: Pixabay
Sobrevivência
de mulheres jovens chegou a 70% das pacientes contra 46% das que receberam o
tratamento padrão.
Por
France Presse
01/06/2019 19h44 Atualizado há um dia
Um novo medicamento melhora drasticamente as taxas de sobrevivência de
mulheres jovens com a forma mais comum de câncer de mama, afirmaram cientistas
neste sábado (1), citando os resultados de um teste clínico internacional.
As descobertas, apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de
Oncologia Clínica em Chicago, mostraram que a adição de um medicamento
conhecido como inibidor de ciclinas no tratamento elevou as taxas de
sobrevivência a 70% contra 46% das mulheres que receberam o tratamento padrão.
A taxa de mortalidade foi 29% menor do que quando as pacientes receberam
um placebo.
A autora principal do estudo, Sara Hurvitz, disse à AFP que o estudo se
centrou no câncer de mama com receptores hormonais positivos, que representa
dois terços de todos os casos de câncer de mama entre as mulheres mais jovens e
que no passado foi geralmente tratado com terapias que bloqueiam a produção de
estrogênio.
"Realmente, pode-se obter uma sinergia ou uma resposta melhor, uma
eliminação melhor do câncer, ao acrescentar um destes inibidores no ciclo
celular", além da supressão hormonal, disse Hurvitz.
O tratamento é menos tóxico do que a quimioterapia tradicional porque
ataca de forma mais seletiva as células cancerosas, bloqueando sua capacidade
de se multiplicar.
O teste, que analisou mais de 670 casos, incluiu apenas mulheres com
menos de 59 anos, que tinham câncer avançado (na etapa 4), para os quais não
tinham recebido tratamento de bloqueio hormonal prévio.
"Estas são pacientes que tendem a ser diagnosticadas mais tarde, em
uma etapa posterior de sua doença porque não temos grandes modalidades de
detecção para as mulheres jovens", disse Hurvitz.
"Isso é o que nos emociona tanto, porque é uma terapia que afeta
muitas pacientes com a doença avançada", acrescentou.
O oncologista Harold Burstein, do Instituto de Câncer Dana-Farber, em
Boston, e que não participou da pesquisa, disse que este é "um estudo
importante", que estabeleceu que o uso de inibidores de ciclinas "se
traduz em um benefício significativo para a sobrevivência das mulheres".
A pesquisa recebeu recursos da farmacêutica Novartis.
"Esperamos que estes dados permitam o acesso deste produto a mais
mulheres em todo o mundo", acrescentou Burstein.