terça-feira, 28 de dezembro de 2010
HUMILDADE DO VICE-PRESIDENTE JOSÉ ALENCAR
"A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome".
Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, deu início a mais uma batalha contra o câncer. É o 11º tratamento ao qual se submete.
*Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é incurável?
JA - Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos e logo me contaram. E não poderia ser diferente, pois sempre pedi para estar plenamente informado. A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar.
Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público. Ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
*O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra, que estava empatado. E, agora, qual é o placar?
JA - Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.
*Como a doença alterou a sua rotina?
JA - Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a mudar nos últimos meses. Ando cansado. O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso.
Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever.
Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia.
Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem drama nenhum.
*O senhor não passa por momentos de angústia?
JA - Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.
*O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
JA - A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia.
A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida. Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí e não teria entrado na política.
*É penoso para o senhor praticar a humildade?
JA - Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim.
Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem.
Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.
*Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
JA - Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a seguinte oração:
"Livrai-nos da morte repentina".
O que significa isso?
Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a oportunidade de refletir.
*O senhor tem medo da morte?
JA - Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos. A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor.
Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu paciente. Isso cabe a Deus, exclusivamente.
*Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
JA - Abraçaria minha esposa, Mariza e diria:
"Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".
O Girassol está sempre voltado para o lado do Sol, ainda que ele esteja escondido atrás de uma nuvem, procura sempre a Luz para continuar sempre belo e vivo.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Michael Douglas fala sobre a luta contra o câncer
http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2010/12/01/michael-douglas-fala-sobre-a-luta-contra-o-cancer/
LOS ANGELES - O ator Michael Douglas afirmou à imprensa americana que o câncer o apresentou a uma "pequena perspectiva sobre a mortalidade". Michael Douglas - que teve um câncer na garganta diagnosticado em agosto - falou sobre a doença em uma entrevista à revista Hollywood Reporter.
"O nível de quimioterapia, combinado com as radiações, era máximo", disse o astro. "É incrível ver como eles têm quase que tentar matar você para depois te trazer de volta", disse o ator, 66 anos, que foi entrevistado ao lado da mulher, a também atriz Catherine Zeta-Jones.
Ele disse ainda que o tratamento é um "inferno". "Realmente agora está na curva ascendente", garantiu Zeta-Jones, 41 anos.
"Não pensei em termos de vida ou morte, vi o câncer como uma doença que tinha que combater. Não submergi no fundo da minha alma para ver o que podia ver", disse Douglas. "Mas com certeza isto dá uma pequena perspectiva sobre a mortalidade", completou.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Presidente Lugo do Paraguai e Vice Presidente do Brasil internados.
30/11/2010
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2010/11/30/presidente-lugo-internado-de-novo-em-sao-paulo.jhtm
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, viajou nesta terça-feira para São Paulo e se encontra internado no Hospital Sírio Libanês, onde foi submetido a exames clínicos em função de seu câncer linfático.
O chefe de Estado também foi internado para realizar sua quinta e última sessão de quimioterapia, informou Alfredo Boccia, médico pessoal de Lugo.
Os primeiros exames realizados hoje não detectaram outros tumores, segundo dr. Boccia, enfatizando, no entanto, que não se pode falar que o presidente tenha curado totalmente seu câncer linfático. Segundo ele, Lugo deverá ser submetido a um tratamento que poderá durar um longo período.
Lugo tem previsto voltar para seu país nesta quarta-feira, quando retomará normalmente suas atividades oficiais.
Alencar passa por hemodiálise e permanece na UTI
Vice-presidente da República apresentou piora da função renal em meio à recuperação da cirurgia realizada dia 27
iG São Paulo 30/11/2010 18:29
Boletim médico divulgado às 18h05 desta terça-feira pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informa que o vice-presidente José Alencar passou por hemodiálise após apresentar, desde a véspera, piora da função renal. A hemodiálise foi feita hoje e transcorreu bem, segundo o hospital.
Alencar segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Cardiológica do Sírio, recuperando-se de cirurgia no intestino realizada no último dia 27. As equipes que o acompanham são coordenadas pelos médicos Raul Cutait, Ademar Lopes, Paulo Hoff, Roberto Kalil Filho e Paulo Ayroza Galvão.