24/06/2012 - 07h01 | da Folha.com
CLÁUDIA COLLUCCI
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
"Cure o seu câncer ou receba seu dinheiro de volta". Polêmico, o sistema de pagamento baseado na resposta a remédios oncológicos já é uma realidade na Europa.
Desde o ano passado, a Roche oferece a hospitais e seguradoras da Alemanha a garantia de devolução do dinheiro (entre R$ 8.000 e R$ 16,4 mil por paciente) se o tumor continuar crescendo após o uso do Avastin (empregado contra câncer de pulmão avançado, entre outros).
Na Itália, o acordo entre a Onyx e a Pfizer e o governo envolveu as drogas Nexavar (para câncer de rim e fígado) e Sutent (câncer de rim). O sistema de saúde italiano paga parcialmente os medicamentos nos três primeiros meses de uso.
Depois disso, o reembolso só é feito para os pacientes que apresentam um nível de resposta ao tratamento previamente acordado.
Em 2007, a Janssen Cilag fez um negócio semelhante com o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (Nice, França) para o reembolso do custo do Velcade (para o tratamento do câncer ósseo) se os resultados do tratamento fossem fracos.
Dois anos depois, no entanto, um estudo publicado no "British Medical Journal" mostrou que a doença havia progredido mais rapidamente em pacientes que tomaram a droga do que entre aqueles que não a utilizaram.
Agora, a ideia de "dividir os riscos" está em discussão nos EUA como uma forma de aliviar os altos custos dos medicamentos oncológicos.
Em seu livro "O Preço da Saúde Global", Ed Schoonveld identifica sete tipos de negócio que poderiam ser feitos entre a indústria farmacêutica e os sistemas de saúde. Mas ele afirma que o problema desse tipo de acordo é o foco em resultados de curto prazo, o que é complicado quando se trata de câncer.
Para Arthur Caplan, do Centro de Bioética da Universidade da Pensilvânia, há questões ainda mais sérias. "Nos cuidados de saúde, o mais necessário são evidências sólidas e comprovadas em ensaios clínicos sobre o que funciona. Não precisamos de programas de desconto, garantia ou um vale. Isso é praticar a má medicina."
Desde o ano passado, a Roche oferece a hospitais e seguradoras da Alemanha a garantia de devolução do dinheiro (entre R$ 8.000 e R$ 16,4 mil por paciente) se o tumor continuar crescendo após o uso do Avastin (empregado contra câncer de pulmão avançado, entre outros).
Na Itália, o acordo entre a Onyx e a Pfizer e o governo envolveu as drogas Nexavar (para câncer de rim e fígado) e Sutent (câncer de rim). O sistema de saúde italiano paga parcialmente os medicamentos nos três primeiros meses de uso.
Depois disso, o reembolso só é feito para os pacientes que apresentam um nível de resposta ao tratamento previamente acordado.
Em 2007, a Janssen Cilag fez um negócio semelhante com o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (Nice, França) para o reembolso do custo do Velcade (para o tratamento do câncer ósseo) se os resultados do tratamento fossem fracos.
Dois anos depois, no entanto, um estudo publicado no "British Medical Journal" mostrou que a doença havia progredido mais rapidamente em pacientes que tomaram a droga do que entre aqueles que não a utilizaram.
Agora, a ideia de "dividir os riscos" está em discussão nos EUA como uma forma de aliviar os altos custos dos medicamentos oncológicos.
Em seu livro "O Preço da Saúde Global", Ed Schoonveld identifica sete tipos de negócio que poderiam ser feitos entre a indústria farmacêutica e os sistemas de saúde. Mas ele afirma que o problema desse tipo de acordo é o foco em resultados de curto prazo, o que é complicado quando se trata de câncer.
Para Arthur Caplan, do Centro de Bioética da Universidade da Pensilvânia, há questões ainda mais sérias. "Nos cuidados de saúde, o mais necessário são evidências sólidas e comprovadas em ensaios clínicos sobre o que funciona. Não precisamos de programas de desconto, garantia ou um vale. Isso é praticar a má medicina."