terça-feira, 25 de junho de 2013

Remédio reduz em 38% risco de ter câncer de mama

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Uma revisão de estudos com dados de mais de 83 mil mulheres apontou que moduladores hormonais reduzem em 38% o aparecimento do tumor em mulheres saudáveis com alto e médio risco de desenvolver a doença.

Trata-se da primeira análise de estudos clínicos envolvendo esses remédios, que evitam que o estrogênio faça as células da mama se multiplicarem no caso de tumores de mama hormonais. Cerca de 70% dos tumores têm esse perfil.

As drogas podem ser indicadas se a mulher, mesmo saudável, tiver histórico importante de doença na família, lesões precursoras do câncer e/ou mutações genéticas que aumentam a chance de desenvolvê-lo.

Em geral, o tratamento é oferecido a mulheres que estão na pós-menopausa.

Segundo os autores da pesquisa, publicada hoje na revista médica inglesa "Lancet", já se sabia que esses remédios reduziam o risco de câncer de mama em mulheres com risco elevado da doença, mas a duração do efeito protetor das drogas era desconhecida.

O novo trabalho agora confirma o benefício por pelo menos cinco anos depois do fim do tratamento.

Neste mês, o US Preventive Services Task Force, grupo de pesquisadores ligado ao governo americano, recomendou que os médicos ofereçam esses remédios a mulheres com alto probabilidade de ter câncer e baixo risco de desenvolver derrames e coágulos --possíveis efeitos colaterais dessa drogas.

No Brasil, segundo Max Mano, oncologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), esse tratamento é pouco usado, ainda que sua frequência seja maior do que na Europa.

No setor privado, porém, a profilaxia é discutida rotineiramente, segundo Artur Katz, coordenador de Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.

"Com mulheres que têm alto risco de ter a doença, temos a obrigação de discutir, caso a caso, os prós e contras do tratamento."

Ele afirma que há quem prefira usar a medicação, ser acompanhada de perto ou até fazer a retirada das mamas.

EFEITOS TÓXICOS
Apesar da conhecida eficácia das drogas, há um receio em prescrever os moduladores hormonais por causa dos seus efeitos colaterais.

O novo estudo aponta que mulheres que usaram a mais conhecida dessas drogas, o tamoxifeno, tiveram uma incidência maior de câncer de endométrio do que as que receberam placebo.

Além disso, os quatro medicamentos analisados aumentaram a ocorrência de trombose.

"O risco do câncer de útero é estatisticamente real, mas é o fator que menos assusta porque a doença tende a ser pouco agressiva e é descoberta precocemente. Um derrame ou uma trombose preocupam mais porque não mandam aviso", diz Katz.

Mas, segundo Max Mano, a quimioprevenção ainda é controversa.

"O remédio não dá a garantia de prevenção, ele reduz a chance. E, para isso, você expõe uma mulher saudável ao risco de ter outras doenças como efeito colateral. Tem que colocar na balança pra ver se vale a pena."

terça-feira, 18 de junho de 2013

Cientistas descobrem gene por trás de câncer agressivo de próstata

Pacientes de câncer de próstata que carregam gene mutante BRCA2 têm menos chances de sobreviver à doença
BBCBrasil.com

Homens que sofrem câncer de próstata e que carregam um gene mutante podem desenvolver a forma mais agressiva da doença, alertam especialistas britânicos. O gene BRCA2 está geralmente relacionado a formas hereditárias de câncer de mama, próstata e ovário.

Agora, os pesquisadores do Institute of Cancer Research, em Londres, e do Royal Marsden NHS Foundation Trust acreditam que, além de terem mais probabilidade de ter câncer de próstata, homens que carregam o gene BRCA2 têm menos chances de sobreviver a formas agressivas do tumor.

O câncer de próstata pode se desenvolver devagar ou rapidamente, algo difícil de prever nos estágios iniciais da doença. Muitos homens convivem com o tumor a vida inteira sem manifestar sintomas. Muitos nem precisam de tratamento.

Mas os cientistas alertam que os que sofrem de câncer de próstata e têm o gene defeituoso devem ser tratados o mais rapidamente possível porque neles há probabilidade maior de o tumor se espalhar.

Tratamento imediato
O professor Ros Eeles e seus colegas analisaram pacientes de câncer de próstata, incluindo 61 homens com o gene BRCA2, 18 com uma mutação genética similar conhecida como BRCA1 e outros 1.940 sem mutações genéticas.

Eles concluíram que os pacientes com a mutação BRCA2 tinham menor chance de sobreviver ao câncer, vivendo cerca de seis anos e meio após o diagnóstico. Já os pacientes com a mutação BRCA1 e os que não apresentavam qualquer mutação viveram quase 13 anos após o tumor ser detectado.

Os cientistas observaram que os pacientes com o gene BRCA2 ainda tinham mais chance de apresentar a forma mais avançada da doença já na época do diagnóstico. Na avaliação do professor Eeles, "faz sentido começar a tratar esses pacientes com cirurgia ou radioterapia imediatamente, ainda nos primeiros estágios da doença".

A médica Julie Sharp, da organização Cancer Research UK, diz que o estudo sugere que os médicos devem considerar tratar este grupo de pacientes muito antes do que fazem atualmente.

"Este é o maior estudo já feito sobre a relação entre câncer de próstata e o gene mutante, mostrando que os médicos devem começar tratamento logo, em vez de aguardar para ver como a doença se desenvolve", diz Sharp

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Cientistas identificam novos marcadores para o risco de câncer

Descoberta ajudará a indicar quem tem mais chances de desenvolver tumores de mama, ovário e próstata
AP * | 28/03/2013 11:18:31
Um enorme esforço internacional, envolvendo mais de 100 instituições e testes genéticos em 200.000 pessoas, descobriu dezenas de marcadores no DNA que podem ajudar a revelar ainda mais o risco de uma pessoa para desenvolver câncer de ovário , mama ou próstata .
Trata-se da mais recente megaoperação conjunta entre cientistas para aprender mais sobre os intrincados mecanismos que levam ao câncer. Enquanto o progresso parece significativo em muitos aspectos, a recompensa potencial para as pessoas comuns é principalmente esta: no futuro, testes genéticos poderão ajudar a identificar quais mulheres se beneficiam mais fazendo a mamografia periódica e quais homens poderiam se beneficiar mais dos testes de PSA e das biópsias da próstata. Talvez, num futuro ainda distante, essas pistas genéticas também possam levar a novos tratamentos contra a doença.
“Isso acrescenta mais peças ao quebra-cabeça”, afirmou Harpal Kumar, presidente-executivo da Cancer Research UK, o fundo que financiou grande parte da pesquisa.
Entre os homens cuja história familiar lhes dá cerca de 20% de risco de ter câncer de próstata, os novos marcadores genéticos poderiam identificar aqueles cujo verdadeiro risco de ter a doença é de 60%.
Os novos marcadores também podem fazer a diferença para as mulheres com mutações do gene BRCA – tê-los, coloca a mulher em risco elevado para câncer de mama. Nestes casos, os pesquisadores podem, no futuro, ser capazes de separar aquelas cujo risco excede 80% das mulheres com risco mais baixo, entre 20% e 50%. Com essa precisão, algumas mulheres podem escolher monitorar a própria saúde com exames periódicos em vez de tomar a medida drástica de ter os seios saudáveis removidos para evitar o surgimento da doença.
Especialistas que não participaram do estudo afirmam que os resultados são encorajadores, mas que são necessárias mais pesquisas para ver como toda essa informação seria útil para orientar o atendimento ao paciente.
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum entre as mulheres em todo o mundo, com mais de 1 milhão de novos casos por ano. O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum em homens, depois do câncer de pulmão, com cerca de 900 mil novos casos a cada ano. O câncer de ovário é responsável por cerca de 4% de todos os cânceres diagnosticados em mulheres, causando cerca de 225.000 casos em todo o mundo.
Os novos resultados foram divulgados em 13 trabalhos publicados nas revistas científicas Nature Genetics e Genetics PLOS, entre outras. Eles vêm de uma colaboração que envolve mais de 130 instituições nos Estados Unidos, Europa e outros lugares do globo. A pesquisa foi financiada pela Cancer Research UK, pela União Europeia e pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.
Os cientistas usaram exames de DNA de mais de 200.000 pessoas para procurar os marcadores, pequenas variações nas 3 bilhões de “letras” do código do DNA que estão associados com risco de doença. Foram descobertos 49 novos marcadores de risco para câncer de mama, mais um par de outros que modificam o risco de câncer de mama a partir de raros genes mutados, 26 marcadores de câncer de próstata e oito para o câncer de ovário.
Individualmente, cada marcador tem apenas um impacto pequeno na estimativa de risco, muito pequeno para ser útil por si só, disse Douglas Easton, da Universidade de Cambridge, da Inglaterra, um dos autores do estudo.
“Eles seriam combinados e adicionados a marcadores previamente conhecidos para ajudar a revelar risco de uma pessoa”, explicou ele.
* Por Malcolm Ritter

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Cientistas dizem ter descoberto origem do câncer de mama

BBC - 06/06/201307h00 
Em sua essência, o câncer é uma célula entre milhões de outras que começa a funcionar mal. No caso do câncer de mama, na maioria das vezes essa célula maligna fica nos ductos que levam o leite da glândula mamária até o mamilo. Mas, por que ali e não em outra parte? O que há nesta região?

David Gilley, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Connie Eaves, do Laboratório Terry Fox da Agência para o Câncer em Vancouver, no Canadá, ficaram perplexos ao descobrir a resposta.

Em seu estudo, publicado na revista especializada Stem Cell Reports, eles explicam como descobriram que todas as mulheres - propensas ou não a desenvolver câncer de mama - têm uma classe particular de células-mãe com telômeros (estruturas que formam as extremidades do cromossomo) extremamente curtos.

Os cientistas se deram conta de que estes cromossomos, com as extremidades tão pequenas, fazem com que as células fiquem mais propensas a sofrer mutações que podem desenvolver o câncer.

Diferentemente de muitos estudos sobre o câncer, a investigação se deu em mulheres normais que doaram seus tecidos após terem se submetido a uma operação de redução de seios por razões estéticas.

"O que procurávamos eram possíveis vulnerabilidades em células normais que fizeram com que se tornassem malignas", explicou Gilley à BBC Mundo.

Prevenção

Eles explicam que as células-mãe se dividem em células chamadas de diferenciadas ou finais, que, por sua vez formam o ducto mamário. E é nessas células em que se origina o câncer de mama, afirmam os especialistas.

Eles observaram que quando os telômeros dessas células finais perdem sua função - que é a de manter a estrutura do cromossomo, evitando que suas extremidades se juntem ou combinem com os outros - pode ocorrer é "um verdadeiro caos" no ciclo celular que se segue.

Apesar de todas as mulheres terem células com telômeros bem curtos, nem todas desenvolvem câncer de mama. Em alguns casos, porém, a multiplicação dessas células pode funcionar mal e produzir uma célula maligna, explica Gilley.

Para os especialistas, o estudo lhes permite entender o que está por trás do início do câncer de mama e estabelecer marcadores que sirvam de parâmetros para exames a partir de amostras de tecidos e sangue, e poder monitorar todas as mulheres, especialmente as que têm alto risco de desenvolver o câncer.

O que tentamos fazer foi olhar o câncer de uma forma distinta, nos focando em como começa", explica Gilley.

"Porque uma vez que o tumor se desenvolve, particularmente em alguns tipos de câncer de mama, não há muito o que se pode fazer".

terça-feira, 4 de junho de 2013

India nega patente a farmacêutica Novartis e 'salva' genérico contra câncer

Suprema Corte rejeita pedido de empresa suíça Novartis por nova patente de remédio que vinha sendo usado em tratamento de leucemia
BBC | 01/04/2013 09:54:12 - Atualizada às 01/04/2013 11:18:50
A Suprema Corte da Índia rejeitou o pedido da empresa farmacêutica Novartis para patentear uma versão atualizada do seu remédio Glivec, usado no tratamento de câncer.
Na prática, a decisão significa que os fabricantes de genéricos poderão continuar a vender a sua versão, bem mais barata, do medicamento na Índia, um dos mercados de farmacêuticos que mais cresce no mundo.
O Glivec é usado contra a leucemia crônica mieloide e o tratamento mensal custa cerca de US$ 2.600 (cerca de R$ 5.200). Já o tratamento com o genérico custa na Índia US$ 175 (R$ 350).
Segundo a Justiça do país, a nova versão do Glivec tinha diferenças muito pequenas em relação à anterior.
A Novartis, com base na Suíça, diz que a decisão "desencoraja futuramente a inovação na Índia".
"A decisão é um passo atrás para os pacientes. Irá dificultar a evolução dos medicamentos para doenças sem opção de tratamentos efetivos", diz Ranjit Shahani, vice-presidente da Novartis Índia.
Havia temores de que a eventual concessão da patente pudesse ter impacto negativo no tratamento de doentes de câncer em países pobres.
A Associação de Auxílio aos Pacientes com Câncer comemorou a decisão. O advogado Anand Grover, que representa a associação, disse que estava "em êxtase com a decisão". Segundo ele, o tratamento aos mais pobres estará garantido por mais um tempo.
Batalha longa
A Novartis entrou com o pedido da patente em 2006, argumentando que a nova versão era mais fácil de ser absorvida.
As autoridades indianas rejeitaram o pedido com base em uma lei que impede farmacêuticas de conseguir renovar patentes fazendo apenas pequenas mudanças na fórmulas dos medicamentos.
A Novartis entrou com um apelo contra a decisão três anos depois, que foi novamente rejeitado, e, após um novo apelo, o caso foi parar na instância máxima de Justiça no país.
Segundo a agência de notícias AFP, a Suprema Corte considerou que a versão atualizada do Glivec "não passou no teste de novidade e criatividade".
A Novartis, com base na Suíça, diz que a decisão "desencoraja futuramente a inovação na Índia".
A obtenção de patentes garante às farmacêuticas 20 anos de vendas exclusivas. Depois deste período, outras empresas podem fazer cópias baratas do medicamento.
Estima-se que vários medicamentos - que geram vendas anuais de até US$ 150 bilhões - terão suas patentes expiradas em 2015.
A indústria de genéricos na Índia será uma das mais beneficiadas quando isto ocorrer, mas há temores de que a concessão de patentes para versões atualizadas poderá prejudicar não somente a distribuição de remédios baratos para os mais pobres, como também os produtores de genéricos na Índia.
Pratibha Singh, advogado da Cipla, fabricante indiana de genéricos, diz que a decisão abre precedente que irá prevenir companhias farmacêuticas de obter nas patentes na Índia a partir de versões atualizadas de medicamentos.
* Por James Gallagher

Anvisa suspende importação e venda de remédio contra câncer de mama

27/05/201312h04
Paula Laboissière
Da Agência Brasil, em Brasília - UOL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a importação, a distribuição, o comércio, a divulgação e o uso em todo o país do remédio Anastrol 1 miligrama (mg), usado no tratamento contra o câncer de mama. A resolução foi publicada nesta segunda-feira (27) no Diário Oficial da União.

De acordo com o texto, a decisão foi tomada depois que a agência registrou o descumprimento de normas regulamentares no processo de fabricação do produto, o que provocou o indeferimento da renovação de registro do Anastrol 1 mg.
A resolução entra em vigor na data da publicação.

'Sexo oral causou meu câncer', diz Michael Douglas

Reporter perguntou se ele havia se arrependido de ter fumado. Ator surpreendeu ao declarar que tumor vem de prática sexual
O Dia
Estados Unidos - O ator americano Michael Douglas surpreendeu com uma declaração feita durante uma entrevista ao jornal britânico The Guardian , publicada neste domingo. O astro de Hollywood revelou que o câncer na garganta, diagnosticado há três anos, foi consequência de sexo oral. 
 

'Este tipo de câncer é causado pelo HPV, que vem do sexo oral', disse o ator de 68 anos
Foto:  Reprodução Internet

O repórter, sem saber que o tumor foi causado pelo HPV (papilomavírus humano), perguntou se a estrela de Hollywood estava arrependida de ter fumado e bebido durante tantos anos. E a resposta de Douglas foi direta.

"Não. Porque sem querer ser muito específico, este tipo de câncer é causado pelo HPV, que na verdade vem do sexo oral", disse o ator de 68 anos que foi diagnosticado com o tumor há três anos.
A doença foi descoberta após o ator sentir desconforto oral. O problema demorou para ser detectado e em decorrência, o câncer já estava em estágio avançado (4 numa escala de 5).

Douglas perdeu 20 kg por se recusar a usar um tubo de alimentação, já que sua dieta era baseada em líquidos. O tratamento funcionou e o ator disse que está há dois anos livre do câncer.