Pesquisadores da Universidade de Stanford criaram, por bioengenharia, um peptídeo que permita o imageamento de meduloblastomas (um dos mais agressivos tumores cerebrais infantis) em ratos de laboratório.
Como uma "lanterna molecular", a substância adere aos tumores e os distingue do tecido saudável, permitindo a detecção e remoção do tecido doente.
Como meduloblastomas são comumente tratados cirurgicamente e têm limites difíceis de identificar, a detecção precisa da abrangência do tumor é crucial para o prognóstico do paciente.
"Com tumores cerebrais, é fundamental remover o tumor por completo e deixar tanto tecido saudável intacto quanto possível", disse Jennifer Cochran, uma das autoras do estudo, divulgado nesta semana pela Universidade. "Se não forem removidos corretamente, podem voltar muito agressivos, e sua localização torna possíveis sequelas cognitivas.
A lanterna molecular carrega uma tintura infravermelha e reconhece biomarcadores em tumores humanos, aderindo ao tecido doente e permitindo sua detecção por ressonância magnética. O processo todo é muito rápido e, também por isso, oferece vantagens a outros métodos de detecção, já que o cérebro é plástico e se modifica entre o momento dos exames preliminares e a cirurgia.
Para criar a substância, os pesquisadores realizaram bioengenharia sobre cadeias de aminoácidos extraídas das sementes do pepino-bravo, ou pepino-de-São-Gregório, uma planta nativa da Europa e do norte da África. O resultado são peptídeos do tipo knottin, reconhecidos por serem altamente estáveis, suportando fervuras e químicos fortes. Além de iluminar tumores, os knottins podem ser usados para levar drogas a locais específicos no corpo, o que os torna valiosos para outras áreas da medicina molecular, inclusive no tratamento de outros tipos de tumores.
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