terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Estudo aponta relação entre depressão e mortalidade por câncer


Resultados se somam a vários indícios que apontam a existência de interações entre a saúde física e a saúde mental.

Por France Presse
26/01/2017 09h32  Atualizado há 1 hora

As pessoas que sofrem de depressão ou ansiedade podem ter mais probabilidades de morrer de alguns tipos de câncer, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (26).

A análise da ficha clínica de mais de 160 mil adultos na Inglaterra e em Gales mostrou que os que declararam que sofriam problemas psicológicos eram mais propensos a morrer de câncer de cólon, próstata e pâncreas.

Os pesquisadores ressaltaram que se trata de uma constatação estatística e que isso não significa que exista um vínculo causa-efeito entre o estado psíquico de uma pessoa e o câncer.

Mas estes resultados se somam a vários indícios que apontam a existência de interações entre a saúde física e a saúde mental, afirmou o artigo publicado na revista "British Medical Journal" (BMJ).

Várias pesquisas já apontaram a existência de uma relação entre os sintomas da depressão e os transtornos de ansiedade e a incidência de doenças cardiovasculares.

Mas até agora as tentativas de demonstrar um possível vínculo com o câncer tiveram resultados pouco claros, explicaram os especialistas, um grupo de cientistas do University College de Londres, da Universidade de Edimburgo e de Sydney.

Mais de 160 mil pessoas acompanhadas
A equipe, dirigida por David Batty, epidemiologista da University College de Londres, analisou 16 estudos que realizavam um acompanhamento de uma determinada população no longo prazo, uma dezena de anos.

Do total de 163.363 pessoas acompanhadas, um grupo composto por indivíduos de mais de 16 anos e que não tinham câncer no início do estudo, 4.353 morreram por esta patologia durante as observações.

Os pesquisadores centraram seu estudo nos casos de câncer que dependem dos hormônios ou que estão ligados ao estilo de vida.

Vários estudos sugerem que, efetivamente, o desequilíbrio hormonal que gera a depressão conduz a uma produção mais elevada de cortisol e inibe os mecanismos naturais de reparação do DNA, o que enfraquece as defesas diante do câncer.

Também há dados de que entre as pessoas depressivas é mais comum o tabagismo, o consumo de álcool e a obesidade, três fatores de risco para o câncer.

Segundo a análise realizada, as pessoas que sofriam sintomas de depressão e ansiedade tinham uma incidência 80% mais alta de morrer de câncer de cólon, e eram duas vezes mais propensas a falecer de um câncer de próstata, de pâncreas ou de esôfago.

Os pesquisadores ajustaram estatisticamente os efeitos de distorção atribuídos ao modo de vida, sexo, idade, peso e situação socioeconômica.

Os especialistas indicaram que também não é possível excluir uma causalidade inversa, ou seja, que a depressão seja provocada pelos sintomas de um câncer que ainda não foi diagnosticado.

É preciso realizar outras pesquisas para entender mais sobre a relação do câncer e suas possíveis causas, disse Batty.


sábado, 28 de janeiro de 2017

'Estou curada', diz menina que teve câncer e comoveu a web com vídeo

Lorena, da Careca TV, recebeu alta da quimioterapia nesta quinta-feira (26).
Youtuber fez sucesso ao publicar vídeo falando sobre doença e sonho.
Heloísa CasonatoDo G1 Bauru e Marília


 “Hoje eu posso dizer: eu estou curada”, publicou em sua página do Facebook a menina de Jaú (SP) que comoveu a web com sua história de superação de um câncer no cérebro. Lorena Reginato criou um canal no youtube e realizou o sonho de conseguir mais de 1 milhão de inscritos. Nesta quinta-feira (26), ela realizou mais um sonho ao retornar ao médico e ter a notícia que estava livre das sessões de quimioterapia.

“Foi um alívio. Foram quase 2 anos assim e isso foi muito chato. O médico falou que minha saúde estava perfeita e que deu tudo certo”, diz a youtuber da Careca TV, em entrevista ao G1.

Lorena conta que a notícia tornou seu dia ainda mais feliz e já faz planos para a vida sem precisar ir ao hospital regularmente. Agora a menina de 13 anos diz que irá focar no tratamento para voltar a andar e a falar normalmente.

Em seu primeiro vídeo, Lorena explica que tem a voz pausada e fragilizada devido ao tratamento de um câncer na parte posterior do cérebro. O tumor, diagnosticado em 2015, também afetou seus movimentos. "Eu ainda não estou andando, mas irei andar novamente. Só não sei quando, mas eu vou", afirma no vídeo.

Lorena contou que estava curada em sua página no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook/Careca TV)

Para Fiorella Reginato, mãe da youtuber, a notícia que as duas receberam nesta quinta-feira resume o quanto valeu lutar contra a doença durante todo este tempo e um sonho que se realizou. “Quando entramos nesse mundo da doença parece que nunca vai ter fim e que vamos viver a dor pelo resto da vida. Mas hoje teve um fim. Foi um alívio e a família toda está muito contente”, desabafa.

A próxima fase da vida da youtuber será de reabilitação. Ainda segundo Fiorella, Lorena passou a retomar a vida social. Ela passou a frequentar aulas de hidroginástica e retomou as idas ao cinema, que havia parado quando a saúde dela ficou fragilizada com a queda de neutrófilos.

Sucesso na web

Lorena garante que vai manter seu canal no Youtube atualizado e que pretende contar aos inscritos no Careca TV as novidades sobre sua saúde. “Os médicos, meus amigos e também as pessoas da internet me deram muita força e foram muito importantes para mim. Então eu quero explicar direitinho como eu soube que fiquei curada”, afirma.

A menina também contou que ficou muito feliz com a repercussão de seu primeiro vídeo em pouco tempo. “Eu passei para agradecer todas as pessoas que curtiram, compartilharam, se inscreveram, comentaram. Muito obrigada. Eu nunca imaginei que ia ter tudo isso.” 

Apesar de sempre sonhar em fazer vídeos, a moradora de Jaú (SP) nunca imaginou que faria sucesso. “Era só para me divertir, nunca achei que ia ‘bombar’. Agora que fez sucesso vou fazer mais e mais”, conta.
Irmã de Lorena criou um canal no YouTube
(Foto: Reprodução/Youtube/Careca TV)

No primeiro vídeo, postado com a ajuda da irmã Larissa, a mais youtuber falou com bom humor sobre sua condição física após tirar um tumor da cabeça. Ela faz questão de explicar que a voz fina e as "tremidinhas" são consequências da cirurgia que fez. 

O vídeo fez tanto sucesso que ela já está sendo reconhecida na rua. “Na escola foi bem legal. Cheguei e o pessoal começou a tirar foto, pedir autógrafo. Saí para almoçar e já me reconheceram, vieram falar comigo. Pensei: Gente, eu já estou assim?”, brinca Lorena.

Familiares da menina estão surpresos com a fama repentina. “Eu ainda não acredito. Acho que o sucesso é devido ao carisma dela, à determinação. Antes dela ficar doente, sempre teve essa vontade de falar de esporte, mas na cama acabou vendo muitos vídeos e isso foi um incentivo. O canal foi uma forma de passar para as pessoas a luz que ela tem”, acredita a mãe, Fiorella Reginato.


Fiorella contou que quando o vídeo começou a fazer sucesso, ela e as filhas passaram a madrugada respondendo mensagens dos internautas. Lorena diz que se sente muito feliz em ajudar as pessoas. "Já teve gente que respondeu que a vida mudou depois do vídeo. Que o meu sorriso alegrou o dia delas", comemora.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O câncer de mama em homens


Por falta de conhecimento sobre a doença, os homens demoram a procurar ajuda médica

http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/o-cancer-de-mama-em-homens/
Por Antônio Frasson  14 dez 2016, 13h00

A maioria das doenças mamárias masculinas é de caráter benigno, sendo a ginecomastia a mais comum, englobando 85% das consultas. O câncer de mama em homens acomete cerca de 1% deles. Um levantamento realizado pela Unicamp (Revista Brasileira de Mastologia, em 2013, revelou doze pacientes (0,57%) masculinos atendidos na instituição entre janeiro de 2005 e dezembro de 2009, num total de 2100 doentes com neoplasia mamária.

Em decorrência do desconhecimento da maior parte da população sobre a possibilidade de ocorrência em homens, esses pacientes demoram mais a procurar auxílio médico, o que causa atraso no diagnóstico e apresentação em estágios clínicos mais avançados, impactando negativamente nas chances de cura da doença.

Os sintomas
  
A grande maioria dos tumores de mama masculino apresenta-se como nódulo palpável. A partir de uma queixa clínica, o paciente busca o atendimento médico para avaliação, usualmente após um grande intervalo de tempo entre a detecção do problema e a consulta médica. Em geral, esse tempo é de quatro meses, podendo chegar a dezoito meses.

Não existe um programa de rastreamento específico para os homens. Os pacientes que apresentam fatores de risco importantes como alterações do perfil hormonal (causada pela cirrose, uso de esteroides e alterações testiculares), história familiar relevante, história pessoal de CM ou mutação genética (sendo a mutação no gene BRCA2 a mais comumente identificada), são avaliados individualmente, e não a nível populacional.


O tratamento é realizado de acordo com os mesmos protocolos de tratamento do CM feminino, sendo primordialmente cirúrgico e pode ser complementado com quimioterapia (neoadjuvante ou adjuvante), radioterapia e hormonioterapia, se indicada.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Após vencer metástase, jovem cria jogo para ajudar crianças com câncer

Pedro Henrique nasceu em Jacarezinho (PR) e mora nos Estados Unidos.
Renda do jogo será para compra de leite especial, fralda e água de coco.
Bibiana DionísioDo G1 PR


Pedro Henrique Filho decidiu criar o jogo após vencer uma metástase (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de superar um câncer de testículo seguido por uma metástase na região abdominal, o paranaense Pedro Henrique Filho, de 32 anos, decidiu criar um jogo para smartphones e reverter parte da renda para ajudar crianças que lutam contra a doença em Maringá, no norte do Paraná.

O jogo está disponível para as plataformas IOS e Android ao custo de US$ 0,99. O game foi lançado em novembro de 2016 e neste mês de janeiro 300 pessoas haviam aderido à brincadeira. Com o dinheiro, serão comprados leite especial, fraldas e água de coco.

“Como em Maringá as crianças estão sendo encaminhadas para atendimento em Curitiba, a ideia é utilizar a arrecadação do jogo para ajudá-las com o deslocamento até a capital”, disse Pedro Henrique, que nasceu em Jacarezinho, também no norte do estado.

Eu tive muitas dúvidas. Sempre fui um cara que bebeu pouco, nunca usei drogas e achava que me alimentava bem, logo me questionei por que aquilo tinha acontecido comigo"
Pedro Henrique Filho

O intuito de jogo é que as aquisições se espalhem pelo mundo para que crianças de Londrina e Curitiba também possam ser beneficiadas.

"Quero ajudar cada vez mais pessoas que passam pelo que eu passei”, comentou Pedro Henrique, que é jornalista.

Hoje, Pedro Henrique tem uma vida saudável, sem nenhuma restrição. Ele mora nos Estados Unidos e tem canal na internet que aborda o universo cultural e gastronômico de Nova York, roteiros de viagem, moda e dicas para uma vida equilibrada. 

Os dois anos de tratamento marcaram a vida do jovem.“Eu tive muitas dúvidas. Sempre fui um cara que bebeu pouco, nunca usei drogas e achava que me alimentava bem, logo me questionei por que aquilo tinha acontecido comigo”, contou Pedro Henrique.

Ele disse que passado o impacto da notícia, ele decidiu pesquisar sobre a doença para entendê-la. Segundo Pedro Henrique, a segunda parte do tratamento foi a mais dolorosa. Ele passou por uma cirurgia, na qual os médicos abriram o abdômen para retirar o segundo tumor.

“O que mais me marcou foi o convívio no hospital com outros pacientes que viviam fases mais avançadas da doença. Isso me fez refletir sobre a vida – de uma maneira geral – e sobre o que eu faria para tentar ajudar aquelas e outras pessoas na mesma situação”, lembra Pedro Henrique.

A parte física foi dolorida, em compensação, de acordo com Pedro, ele se fortaleceu psicologicamente. “Eu me senti mais forte, mais sensível e percebi que as dificuldades na vida não são nada perante a doença e suas complicações”.


Pedro Henrique descobriu o câncer quando tinha 28 anos (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar das dificuldades, Pedro Henrique afirma que nunca desistiu e jamais desacreditou do tratamento.
“Sem dúvida o tratamento é a parte mais difícil da doença, mas quando decidi me tratar decidi também acreditar na metodologia adotada pela medicina brasileira. Existe sempre a esperança de novas tecnologias e medicamentos que tornem esse tratamento menos doloroso, mas o importante é sempre ser positivo em relação à cura”.

Além da doença, Pedro conta que o incomodava a aflição sentida pelos familiares. Para ele, o estado de espírito tem papel de destaque no tratamento.

“É essencial que pais e demais familiares pesquisem e saibam um pouco mais sobre a doença para que não fiquem pessimistas ou negativistas. Boa parte do sucesso do tratamento tem relação com o estado de espírito do paciente. Se ele estiver bem mentalmente e fisicamente e, claro, fizer o tratamento, as chances de cura são maiores”.

O jogo
O jogo é sumples - tem um círculo preto e branco e uma bola. O objetivo é fazer a bola tocar nas partes pretas do círculo, que fica em constante movimento. Caso o jogador deixe a bola tocar na parte branca, ele perde e o jogo é reiniciado. O que vale é sempre a maior pontuação.

Ao final, cada jogador é convidado a desafiar em vídeo outros cinco amigos a baterem a pontuação realizada. O convite deve ser postado nas redes sociais (
InstagramFacebook ou Twitter) com a #grayarcchallenge


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Como contar a uma criança que ela tem câncer

Organizações de apoio a pacientes da doença aconselham pais a transmitir mensagens aos filhos de forma clara e direta.

Por BBC
28/11/2016 07h40  

Recentemente, o cantor canadense Michael Bublé e sua mulher, a atriz argentina Luisana Lopilato, anunciaram que o filho de três anos foi diagnosticado com câncer.

O filho do cantor canadense Michael Bublé foi diagnosticado com câncer e está passando por tratamento nos EUA (Foto: Associated Press)

"Estamos arrasados pelo recente diagnóstico de câncer de nosso filho mais velho, Noah, que está em tratamento nos Estados Unidos. Luisana e eu vamos dedicar todo nosso tempo e atenção a ele e ajudar Noah a melhorar", informou o cantor, em um comunicado.

Muitos outros pais pelo mundo passam por situações parecidas - e não sabem como contar aos filhos que eles estão doentes.

Se alguém inserir na busca do Google em português a pergunta "Como digo ao meu filho que ele tem câncer?", são obtidos 412 mil resultados, que vão desde guias de instituições médicas especializadas, exemplos de outras famílias, a artigos de revistas médicas.

Apesar da variedade de respostas, os especialistas afirmam que o importante nesta hora é transmitir a mensagem de forma simples. Um exemplo: alguns artigos científicos e até médicos usam palavras diferentes, se referem ao câncer como "tumor".

A importância das palavras
Mas a enfermeira pediátrica Helen Lythgoe, da organização beneficente britânica Macmillan Cancer Support, que realiza pesquisas e oferece apoio a pacientes com câncer, diz que usar termos diferentes podem confundir a criança.

Para a Lythgoe, o melhor é que os pais usem palavras com as quais se sentem confortáveis.

Geralmente é melhor usar a palavra câncer e ser claro sobre o que ela significa, já que a criança pode ouvi-la em um contexto diferente e ficar com medo.

Lythgoe aconselha os pais a não ter medo de falar com os filhos sobre o que está acontecendo, mas, devido às emoções que podem aparecer quando já se conhece um diagnóstico grave, é preciso planejar bem o que dizer.

"As crianças são muito práticas. Uma vez que saibam o que está acontecendo, geralmente vão continuar com a vida normal", disse a enfermeira à BBC.

"Frequentemente é melhor explicar o que está acontecendo pouco a pouco, ou quando acontece alguma mudança. Isto ajuda a consolidar a compreensão delas, sem sobrecarregá-las."

Princípios básicos
Inicialmente o conselho é a honestidade: usar linguagem simples e clara quando conversar sobre o assunto com crianças muito pequenas.

A maioria das crianças tem medo da dor, então converse com ela e esclareça de antemão qualquer exame ou tratamento que possa causar dores. Explique que esses tratamentos irão ajudar a melhorar a saúde delas.

Você também pode explicar que os médicos podem ajudar e fazer com que os tratamentos sejam menos dolorosos.

Também é importante informar que, quando o tratamento acabar, ele ou ela poderá voltar para casa (se isto for verdade).

E se você sabe quantos dias a criança vai ficar no hospital, divida esta informação com ela.

Conversar sobre o câncer e o diagnóstico pode tranquilizar a criança, segundo o site Live Well, do Serviço Público de Saúde britânico, o NHS. Mas a abordagem dos pais pode ser diferente dependendo da idade da criança e o que ela pode compreender.

A Cancer.net, organização que reúne informações e arrecada recursos para o combate ao câncer, informa que crianças muito pequenas não entendem muito sobre câncer e o medo mais básico delas é do afastamento dos pais. Elas, então, precisam de garantias de que isso não vai acontecer.

Mais esclarecimentos
É importante que os pais acalmem as crianças e esclareçam logo no início do processo que nada que elas ou qualquer outra pessoa tenha feito ou pensado causou o câncer.

À medida que as crianças crescem, elas começam a entender que a doença não foi causada por algo que elas tenham feito ou pensado, afirma a Cancer.net.

Também é importante explicar que o câncer não é como um resfriado ou gripe, não é contagioso e, por isso, não há problema em ficar junto dos outros, abraçar ou beijar.

Os pais também precisam explicar que não vão abandonar os filhos no hospital e que as crianças não vão ficar internadas para sempre.

As crianças mais velhas poderão ouvir falar sobre o câncer a partir de outras fontes, como a televisão ou internet. Então os pais precisam estimular os filhos a compartilhar essas informações.

Os adolescentes podem ter mais dúvidas e ficar mais interessados em saber mais sobre o diagnóstico, geralmente pensando em como a doença pode afetar a vida diária e atividades como escola, esportes e amizades.

Os efeitos colaterais relativos à aparência física também podem se transformar em prioridade para os adolescentes, e alguns deles podem ter um papel maior nas decisões sobre o tratamento.

Em resumo: não importa a idade da criança, o mais importante é que os pais conversem com ela da maneira mais clara possível.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Solidão aumenta o risco de reincidência de câncer de mama


De acordo com estudo americano os médicos devem considerar a vida social da paciente no tratamento da doença

De acordo comum novo estudo, mulheres solitárias que sobreviveram a um tumor de mama são 40% mais propensas a verem o tumor voltar e correm um risco 60% maior de morte em decorrência da doença, em comparação com as que são ativas socialmente. (iStock/Getty Images)

A solidão aumenta o risco de morte por reincidência de câncer de mama. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Cancer, mulheres solitárias que sobreviveram a um tumor de mama são 60% mais propensas a morrer por recidiva da doença do que aquelas que são mais ativas socialmente.

Pesquisadores da Divisão de Pesquisa Kaiser Permanente na Califórnia, nos Estados Unidos, alisaram acompanharam  9.267 mulheres com câncer de mama durante cerca de 10 anos após o diagnóstico da doença. Nesse período houve 1.448 recorrências do tumor e 1.521 mortes, da quais 990 foram causadas pela doença.

Os resultados mostraram que houve uma probabilidade total de 16% de retorno da doença e um risco de 11% de morte por câncer de mama, mas aqueles com vida social estagnada corriam um risco visivelmente maior. Além do aumento no risco de morte, mulheres socialmente isoladas tinham uma probabilidade 40% maior da condição retornar.

De acordo com os pesquisadores, a grande vantagem de se detectar a reincidência com antecedência é iniciar antes tratamentos como a quimioterapia, aumentando a chance de sobrevida

Por outro lado, ter um cônjuge, engajamento com parentes e amigos e participação na comunidade ou atividade religiosa desempenharam um papel importante na previsão da sobrevivência a longo prazo de uma pessoa. Pesquisas anteriores já haviam identificado uma ligação entre baixos níveis de interação social e um maior risco de mortalidade geral.

Para Candyce Kroenke, líder do estudo, os resultados “confirmam a influência geralmente benéfica dos laços sociais na recorrência e mortalidade do câncer de mama; no entanto, eles também apontam para complexidade, já que nem todos os laços sociais são benéficos e não em todas as mulheres”.

Por exemplo, algumas pacientes classificadas como socialmente isoladas incluíram algumas mulheres que eram casados mas que não viam muitos amigos.


Segundo ela, a partir de agora, antes de fazer um prognóstico sobre a doença, o ideal é os médicos considerarem a vida social da paciente.