Informações
que circulam em redes sociais levaram a Sociedade Brasileira de Dermatologia a
emitir um comunicado reafirmando que os filtros são seguros
03/06/2019 - 12h27minAtualizada
em 03/06/2019 - 13h16min
Depois de
notícias enganosas e perigosas sobre alvejantes que supostamente curariam
o autismo e supostos problemas associados a vacinas, chegou a vez dos protetores
solares serem alvos e acusados de ser tóxicos. As informações, que
circulam em redes sociais, deixaram dermatologistas de cabelo em pé e
levaram a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) a emitir um comunicado
reafirmando que os filtros solares são seguros e devem ser usados para se
proteger contra o câncer de pele.
Segundo a
entidade, os rumores mais recentes começaram a surgir a partir de estudo do FDA
(agência americana que fiscaliza e regulamenta alimentos e remédios) que
apontou a absorção pela pele de componentes dos filtros solares – algo que é
normal e esperado.
O estudo,
publicado recentemente na revista científica Jama, da Associação Médica
Americana, buscava verificar a absorção sistêmica relativa a quatro
ingredientes comuns nos filtros solares. Para isso, participaram da pesquisa 24
pessoas que usaram protetor em diferentes formas, como spray e loção, em
75% do corpo quatro vezes por dia.
A conclusão da
pesquisa, contudo, não vai além da constatação da absorção. Ou seja, nessas
condições de uso máximo de protetores, determinadas substâncias são absorvidas
e podem ser detectadas em exames.
A partir disso,
os autores afirmam que mais estudos devem ser feitos para verificar se há
alguma significância clínica nessa absorção. Ao mesmo tempo, os pesquisadores
são claros ao afirmar que o achado não deve fazer com que as pessoas deixem de
usar os filtros solares.
— Esses estudos
foram feitos em condições que não são usualmente aplicadas no cotidiano, tanto
em termos de aplicação quanto de quantidade aplicada — afirma Sérgio Palma,
presidente da SBD. — Não temos dados de segurança que contraindiquem o uso de
filtro solar.
De toda forma,
diz Hélio Miott, dermatologista da SBD, pesquisas como essa são esforços para
melhoria futura de níveis de segurança – como possibilidade de algum
nível de toxicidade dependendo da concentração das substâncias – e evolução de
rotulagem dos produtos.
Segundo Miott,
os protetores são usados desde 1970 e, logicamente, foram evoluindo e passando por
substituições de componentes. No início,
por exemplo, era comum que causassem alergias, acne e sensibilidade na pele.
Fora isso, não há histórico de problemas graves que sejam causados pelos
filtros.
Os
especialistas destacam a importância do uso do protetor solar, principalmente
ao se levar em conta a elevada incidência solar no Brasil.
Dados do
Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam o câncer de pele não melanoma como
o mais comum no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 30% dos tumores
malignos registrados. Já os melanomas são menos comuns – correspondem a 3% dos
casos de câncer de pele –, mas mais graves e com potencial de levar à morte.
— A prevenção
aos danos solares é a melhor forma de você evitar a progressão ou o surgimento
de uma lesão de câncer de pele — diz Palma.
Além da
recomendação de filtros solares para a proteção das áreas do corpo expostas ao
sol, os especialistas afirmam que a população pode usar roupas com proteção UV,
chapéu, evitar exposição aos raios solares entre as 10h e as 16h e procurar
sombras sempre que possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário