11 de dezembro de 2022 -
Por Rinaldo de Oliveira
Que notícia sensacional! Uma terapia inovadora aplicada em Londres fez a
leucemia entrar em remissão em uma jovem de 13 anos. A doença no sangue dela era agressiva e considerada
“incurável” pelos médicos.
Mas a garota britânica recebeu células T de doador saudável modificadas geneticamente e um novo horizonte se
abriu. A notícia do tratamento pioneiro e vencedor foi dada neste domingo, 11,
pelo o Great Ormond Street Hospital for Children (GOSH) de Londres durante a
reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia.
O hospital informou que Alyssa foi a primeira paciente no mundo a
receber essa terapia celular e disse que ela está em casa, se recuperando do tratamento.
“Depois que eu fizer isso, as pessoas saberão o que precisam fazer, de
uma forma ou de outra, então fazer isso ajudará as pessoas”, disse Alyssa.
O vídeo
O hospital divulgou um vídeo contando a história da adolescente,
identificada como Alyssa, e a sua batalha contra a leucemia linfoblástica aguda
de células T – uma forma agressiva de câncer de sangue.
De acordo com o hospital, Alyssa foi diagnosticada com a doença em 2021
e recebeu todas as terapias convencionais atuais, incluindo quimioterapia e um
transplante de medula óssea.
Nenhum dos tratamentos funcionou e não havia outros disponíveis sob os
protocolos convencionais.
Participou do teste
Alyssa tornou-se então o primeiro paciente a participar de um ensaio
clínico em maio deste ano para receber células imunes “geneticamente
modificadas” de um doador saudável.
Após 28 dias, Alyssa estava em remissão e recebeu um segundo transplante
de medula óssea para ajudar a restaurar seu sistema imunológico, disse o
hospital.
Sem este tratamento experimental, a única opção da Alyssa seria o
tratamento paliativo.
Robert Chiesa, um consultor do GOSH, disse que embora a reviravolta do
seu estado de saúde era “bastante notável”, os resultados ainda precisam ser
monitorados e confirmados nos próximos meses.
Como é o tratamento
As equipes médicas do hospital usaram uma técnica de edição de genoma
chamada base-editing – método que modifica partes do código DNA das células T
de um doador saudável.
As células T são glóbulos brancos e parte crítica do sistema
imunológico.
As células T editadas são então aplicadas no paciente, que em seguida
atacam e destroem as células T cancerígenas do corpo, sem se destruírem umas às
outras.
“É nossa engenharia celular mais sofisticada até agora e abre caminho
para outros novos tratamentos e, em última instância, para melhores futuros
para as crianças doentes”, disse Waseem Qasim, professor de terapia celular e
genética da GOSH.
Novos pacientes
Os médicos agora procuram outros dez pacientes que também esgotaram as
opções de tratamento disponíveis, e esperam que esse tratamento possa ser oferecido
mais rapidamente às crianças e se tornar uma opção para tratar também outros
tipos de leucemia.
O hospital disse que o estudo só aceitaria pacientes elegíveis pelo NHS,
o serviço público de saúde do Reino Unido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário