sexta-feira, 29 de abril de 2011

Drica Moraes sobre leucemia: "morri e não posso voltar"

29 de abril de 2011 • 07h44
http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI5101442-EI13419,00-Drica+Moraes+sobre+leucemia+morri+e+nao+posso+voltar.html

Drica Moraes falou sobre a luta contra a leucemia no programa de Marília Gabriela

Drica Moraes abre o coração no Marília Gabriela Entrevista, do GNT, no ar dia 8, às 22h, e conta tudo sobre sua luta contra a leucemia. A doença foi diagnosticada em fevereiro do ano passado, e ela diz como reagiu ao receber a notícia e passar pelo tratamento: "Eu morri e não posso voltar. Tenho que ser essa pessoa aí".

A experiência mudou definitivamente a atriz, que passou por sessões de quimioterapia e fez transplante de medula. Por conta do procedimento ficou careca, mas garante: "Quando caiu o cabelo, não foi nada demais". Drica também revela que aprendeu a lidar com as limitações que a doença impõe e que se tornou uma pessoa menos exigente com ela mesma: "Não posso colocar botox, não posso pintar o cabelo, pintar a unha... Vou fazer o quê, ficar triste?". E assegura: "Acho que sou bonita, sim. Eu me gosto".

Mãe de Mateus, 2 anos, ela declara emocionada: "acho lindo saber que tudo que me é vital veio de uma pessoa que eu não conheço. A minha medula e o meu filho. Ele foi um gás para eu continuar. Sou mãe 24 horas".

Depois do que passou, Drica ainda se considera uma sortuda: "tive muita sorte no momento histórico da minha doença. É difícil por um lado, mas se a gente estivesse aqui há dez anos, seria impossível. Hoje sou uma mistura entre eu e o meu doador". Curada, ela volta aos poucos ao trabalho. "Ser atriz faz bem para a saúde", afirma.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Franceses anunciam primeiro enxerto de brônquio em paciente com câncer

JB Online 03/03/2011
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2011/03/03/franceses-anunciam-primeiro-enxerto-de-bronquio-em-paciente-com-cancer/

PARIS - Um brônquio artificial foi enxertado com êxito pela primeira vez, na França, em um paciente de 78 anos que sofria de câncer no pulmão, evitando a remoção completa do órgão, anunciou nesta quinta-feira a administração dos hospitais públicos de Paris.

A cirurgia, realizada em 28 de outubro de 2009 por uma equipe do hospital Avicenne de Bobigny (periferia de Paris), "permitiu não apenas retirar a lesão cancerosa com margens de segurança melhores, mas também evitar a prevista ablação completa do pulmão, gesto que implica risco altíssimo de mortalidade pós-operatória", indicou em um comunicado.

O paciente "passa muito bem", disse à AFP o professor Emmanuel Martinod, cirurgião especialista em tórax e vascularidade que executou a operação.

O brônquio artificial foi construído com tecido biológico (tecido aórtico) reforçado por uma estrutura metálica interna (stent). O enxerto de tecido aórtico, que foi conservado em uma câmara fria e estava disponível em um banco de tecidos, tem a vantagem de não exigir a administração de medicamentos anti-rejeição, contra-indicados em casos de câncer.

Os trabalhos experimentais que levaram a esta operação pioneira foram realizados no laboratório de pesquisa cirúrgica coordenado pelo professor Alain Carpentier. "Nosso empenho tem como base 10 anos de pesquisa", destacou o professor Martinod, afirmando que "era necessário ser prudente" na espera.

Um estudo com 20 a 30 pacientes deve ser lançado este mês para confirmar este primeiro resultado, que será objeto de uma publicação na revista The Annals of Thoracic Surgery.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ANS punirá plano que oferece bônus aos médicos

Agência quer evitar acordos para reduzir os pedidos de exames dos pacientes

POR MAX LEONE

http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2011/4/ans_punira_plano_que_oferece_bonus_aos_medicos_158008.html

Rio - Médicos e planos de saúde que combinarem pagamento de bonificação para que os profissionais reduzam número de pedidos de exames e consultas serão punidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Súmula 16 publicada pela agência determina multa de R$ 35 mil para coibir a prática, conhecida como “consulta bonificada” ou “pagamento por performance”. De acordo com a ANS, médicos pressionados pelos planos têm feito denúncias à agência.

O mecanismo voltado a diminuir a quantidade de exames pedidos para um paciente ocorreria com plano firmando um contrato em que o médico que pedir menos procedimentos clínicos recebe em troca, no fim do mês, um preço melhor pela consulta ou até pagamento em dinheiro. O diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Bruno Sobral, informou que as denúncias serão investigadas pela agência. “Médicos e clientes de planos podem denunciar a prática pelo 0800-7019656 ou pelo site www.ans.gov.br”, orientou.

O contabilista Marcos Nascimento, 51 anos, cliente de um plano de saúde pequeno, em rede de clínicas nas zonas Norte e Oeste, diz que já teve que exigir de um médico que ele solicitasse o pedido de exames. “Eles (médicos) raramente pedem algum exame. Da última vez que eu fui, eu mesmo pedi para o médico tudo o que eu queria fazer. Até pela minha idade, eu queria fazer um check-up completo. E fui obrigado a exigir os exames disponíveis”, reclama.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) informaram que desconhecem a prática de suas filiadas de tentar inibir procedimentos médicos, como consultas e exames.

Cremerj reclama dos honorários

A presidente do Conselho Regional Estadual de Medicina do Estado Rio (Cremerj), Márcia Rosa de Araujo, questiona o procedimento da ANS com a adoção da Súmula 16. Segundo ela, a agência deveria adotar medidas para fazer com que os planos de saúde reajustassem os honorários médicos, motivo que levou a categoria a um dia de boicote contra os planos em 7 de abril.

Márcia achou estranho nenhuma denúncia ter chegado ao conselho, tendo somente a ANS registrado o fato. Mas ela disse que os médicos podem ser punidos, caso irregularidades sejam comprovadas. “O profissional que tenta obter vantagem responde à sindicância ética e pode ter o direito de exercer a profissão suspenso”, diz.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Planos de saúde terão que se justificar

Projeto de lei obriga operadoras a explicar recusa de atendimento POR TAMARA MENEZES http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2010/12/planos_de_saude_terao_que_se_justificar_132929.html

Rio - Operadoras de planos de saúde que negarem qualquer tipo de atendimento ou liberação para procedimentos terão que fazê-lo por escrito e incluir fundamento legal e contratual da recusa. O procedimento só acontece hoje mediante pedido formal do beneficiário do plano e vai facilitar ações judiciais para garantir a cobertura. A medida está em projeto de lei apresentado pelo deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE).

O texto também obriga as empresas a informarem, a cada três meses, o número e motivos das negativas à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e outros órgãos. Outras mudanças na lei dos Planos de Saúde fazem parte da proposta do parlamentar cearense. Maria Inês Dolci, advogada da Pro-Teste, que participou da elaboração do projeto, aponta que essa obrigação é bem vinda. Hoje as negativas costumam ser dadas por telefone ou devolução do pedido, sem maiores explicações. "Consumidor tem direito a saber o motivo, mas não há regra que obrigue a justificar, ainda mais por escrito. O usuário dos planos sai ganhando com essa medida", avalia.

Ela não acredita que a recusa documentada aumente o número das ações na Justiça, mas vai ajudar a garantir o direito do consumidor. "Hoje o consumidor entra na justiça de qualquer maneira quando precisa de procedimento que é negado. Após pedido de liminar, a Justiça avalia se a negativa tem fundamento, mesmo sem justificativa do plano", explica.

Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) no Rio, Sérgio Vieira, a medida é positiva por proteger o consumidor. Ele destaca, porém, que a justificativa já é feita quando o usuário faz uma reclamação à ANS. Uma vez aberta a Notificação de Investigação Preliminar (NIP), a operadora tem cinco dias para justificar a recusa e apontar uma solução para o problema."Isso já vem sendo feito", argumenta.

Observação do Vida com Câncer: A recusa de atendimento ou a negativa sobre algum procedimento, além de não ser justificada pelos planos, pode levar até 15 dias para ser comunicada feito já aconteceu comigo. Os procedimentos jurídicos (antecipação de tutela) dão ao plano um prazo extra de 72 horas para cumprirem. Enquanto isso o paciente fica sujeito a perder o pé ou a vida feito fiquei por ocasião de uma trombose. É um deboche Sr, Sergio Vieira. Vocês praticam uma medicina na contramão do juramento da sua profissão.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Médicos relatam luta diária com planos de saúde para evitar sofrimento dos pacientes.

Publicada em 11/12/2010 às 22h57m http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/12/11/medicos-relatam-luta-diaria-com-planos-de-saude-para-evitar-sofrimento-dos-pacientes-923253057.asp Roberta Jansen


RIO - Um rapaz de 28 anos está na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital privado na Zona Sul do Rio. Internado com infecção respiratória, evoluiu rapidamente para choque séptico - uma condição extremamente grave - com falência múltipla de órgãos. Para aumentar suas chances de sobrevivência é preciso usar um medicamento de ponta, o único recomendado para o quadro, porém de custo elevadíssimo: quatro dias de tratamento podem chegar a R$ 60 mil. O plano de saúde, no entanto, não autoriza o gasto. É sexta-feira e ele pede dois dias úteis para analisar o pedido. O médico responsável pelo atendimento liga pessoalmente para a operadora e tenta argumentar com o funcionário:

- O medicamento só é eficaz se usado nas primeiras 48 horas. Ou seja, eu só posso usá-lo até amanhã. Não posso esperar dois dias úteis para vocês avaliarem o pedido. Será que não dá para apressar a avaliação? Não tem ninguém de plantão?

" O plano não autoriza e o hospital não vai bancar para não correr o risco de não ser pago. É isso todo dia "

O atendente se mostra inflexível: nada pode ser feito, é preciso aguardar. O médico insiste:

- Eu não tenho como esperar, o paciente está em risco de vida - sustenta. - E o hospital não vai me liberar o remédio para o uso se vocês não derem a autorização. A operadora não cede. O médico se frustra:

- Agora eu estou amarrado. O plano não autoriza e o hospital não vai bancar para não correr o risco de não ser pago. É isso todo dia. A saída é sugerir a família que procure a Justiça.

A cena ocorrida na tarde de anteontem se repete diariamente em praticamente todos os hospitais privados, como revelou uma pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada pela Associação Médica Brasileira (AMB). O levantamento, feito com 2.184 profissionais de todo o país, apresentou um número alarmante: 92% dos entrevistados afirmam que os planos de saúde interferem em sua autonomia, ou seja, em suas decisões terapêuticas.

O presidente da AMB, José Luis Gomes do Amaral, disse que o resultado não o surpreendeu, dadas as queixas recorrentes da categoria.

- A relação dos médicos e operadoras de planos vem se desgastando, sobretudo em função do esforço muito grande (das operadoras) para reduzir custos, restringindo a independência dos médicos para prescrever e tratar - afirma.

- Não posso ter alguém interferindo no meu julgamento, no medicamento que tenho que prescrever, no exame que tenho que pedir. A decisão é do médico e do paciente, não de uma terceira pessoa, sobretudo uma que está interessada em ampliar seus lucros.

O médico Luiz Roberto Londres, diretor da Clínica São Vicente e autor do livro "Sintomas de uma época - quando o ser humano se torna um objeto", concorda com o colega.

- Foi criada uma situação puramente comercial, que interfere no ato médico com graves prejuízos para o paciente - afirma.

- O executivo do plano de saúde sentado na cadeira de balanço não está nem aí para o que vai acontecer com o paciente, o que está comandando é o comércio.

Na prática, como contam os médicos, cada vez que um exame ou tratamento é prescrito, uma cirurgia marcada ou uma internação é solicitada, o hospital consulta o plano para ter garantia de pagamento.

- Os hospitais enxergam o plano de saúde como seu cliente principal, porque ele é a fonte pagadora, e fazem tudo o que ele determina - afirma o presidente da Comissão de Ética da Associação de Medicina Intensiva do Brasil, Fábio Miranda.

- Hoje, por exemplo, para se pedir uma segunda tomografia do paciente, só com justificativa por escrito e autorização prévia do auditor do plano. Com isso, eles conseguem evitar um certo percentual de tomografias, que é um exame caro. Muitas vezes, o plano simplesmente não autoriza a conduta. Em outras, pede um prazo para avaliar. Em muitos casos, limita os dias de internação ou o número de exames.

- Já tive problemas com todos os planos de saúde - sustenta o cardiologista José Balli.

- Todos tentam interferir para tornar a coisa mais barata. As operadoras argumentam que há muito desperdício, e que elas precisam ser cautelosas com os gastos, já que estão gerindo o dinheiro de todos. Os médicos não veem dessa forma.

- Essa autorização, infelizmente, não é ilegal, mas é de uma grande imoralidade - diz José Luiz Gomes do Amaral.

- Existem formas de racionalizar custos sem ofender os interesses dos doentes.

" A relação dos médicos e operadoras de planos vem se desgastando "

Médicos conveniados a planos de saúde dizem que são ameaçados de descredenciamento se não seguirem as recomendações da operadora. Outros contam que há pagamento de gratificações para os que solicitam menos exames a seus pacientes. As operadoras negam as denúncias.

- Os médicos dos planos estão permanentemente sujeitos a serem descredenciados sem justificativa se não colaborarem com as políticas da operadora - conta o cirurgião vascular Márcio Meirelles, coordenador da Participação Médica, um movimento criado para "mobilizar médicos em prol de uma saúde digna".

- Se eles só têm clientes daquele plano, correm o risco de ficar com o consultório vazio da noite para o dia. Em situação similar estão os médicos que trabalham em hospitais particulares. Mesmo não sendo conveniados, eles acabam sujeitos às regras dos planos de saúde, como ocorreu com o especialista do hospital da Zona Sul do Rio na sexta-feira.

- Os que precisam se submeter ao plano e à administração do hospital, ficam entre a cruz e a caldeirinha - sustenta Fábio Miranda.

- Se não fizerem o que o hospital está mandando, acabam sendo demitidos. O resultado é a interferência direta na relação entre médico e paciente. - Gera desconfiança em relação ao que o médico está pedindo - diz Londres.

- E há médicos mesmo que enveredam por caminhos ruins, como aceitar imposições e mesmo indicações de laboratórios. Isso é crime e deve ser denunciado. Muitos médicos veem a Justiça como a saída mais imediata.

- Muitas vezes o paciente não sabe das interferências do plano por covardia do médico - acusa Fábio Miranda.

- Ele tem obrigação de falar que o plano está prejudicando o tratamento. E, embora eu seja contra a judicialização da medicina, acho que ele deve orientar o paciente no sentido de procurar o plantão do Tribunal de Justiça.