sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brasil soma 85 mil doentes sem radioterapia

Inca diz que faltam 155 aparelhos no Brasil. Para os que conseguem tratamento, espera é de 113 dias
Fernanda Aranda, iG São Paulo | 26/04/2012 10:26:23 - Atualizada às 26/04/2012 11:51:23
Até o final do ano, o Brasil vai acumular 85 mil pacientes com o diagnóstico de câncer , mas sem acesso ao tratamento fundamental para mudar o curso da doença.
A radioterapia – indicada principalmente para tratar os tumores malignos de mama, próstata, garganta e pele (todos líderes em incidência no País) – não contempla todos os doentes brasileiros, mostra mapeamento feito pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR).
Os números – já conhecidos pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Ministério da Saúde – foram realizados com o cruzamento de três levantamentos feitos pelo Inca. O primeiro projeta os novos casos de câncer que serão acumulados no ano de 2012 (520 mil, uma média de 12 por hora). O segundo, é o número de máquinas atualmente em funcionamento (230 aparelhos). E o terceiro que contabiliza a capacidade de tratamentos desta rede de oncologia radioterápica, que não dá conta dos 320 mil doentes que precisam exclusivamente da radioterapia para combater suas doenças.
Ainda nas contas do Inca, para atender as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), seriam necessários mais 155 aparelhos de radioterapia.
“O panorama que temos é horroroso”, sentencia Carlos Manoel Mendonça de Araújo, diretor de radioterapia do Inca. “São quase 90 mil brasileiros que não estão nem na fila de espera, com a esperança de serem atendidos. Esta estatística é sobre o número de pessoas que simplesmente não serão atendidas.”
Quando os algarismos pontuam o intervalo entre o diagnóstico do câncer e o acesso ao tratamento, o cenário também é ruim. Em geral, a demora é de 113 dias, de acordo com um relatório feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano passado. Os especialistas sabem que este prazo tende a ser ainda maior em Estados em que não há um único aparelho de radioterapia, como Amapá e Roraima.
“Como se não bastasse ter de lidar com o déficit de maquinário e a ausência de perspectiva de ter acesso ao tratamento perto de casa, alguns doentes viajam quilômetros para fazer radioterapia – já debilitados – e ainda esperam meses nas filas já grandes dos hospitais de câncer do Sudeste e Sul”, lamenta o presidente da SBR, Robson Ferrigno.
Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia – entidade que oferece assistência para as pessoas com câncer e seus familiares – confirma a deficiência de radioterapia até mesmo nos centros de excelência no tratamento do câncer.
A instituição faz um trabalho voluntário com as mulheres vítimas de câncer de mama que chegam ao Hospital Pérola Byngton, em São Paulo, uma referência nacional em atendimento aos cânceres de mama e colo do útero.
“Mapeamos que boa parte destas mulheres, mesmo com o resultado de câncer de mama em mãos, levou um ano pulando de unidade em unidade até conseguir acesso ao tratamento”, diz Luciana.
Márcia Barros, hoje com 41 anos, foi uma das que peregrinou por 7 meses até conseguir fazer radioterapia contra o câncer de mama no Hospital das Clínicas de São Paulo, cinco anos atrás.
“Primeiro, foi o plano de saúde que me deixou na mão na hora em que mais precisei, apesar de eu jamais ter atrasado o pagamento da mensalidade. Depois foi o vácuo de informação, entre um hospital público e outro, até conseguir fazer o tratamento”, lembra.
“Já é uma doença que traz uma série de incertezas. Quando a gente fica condenado a não ter tratamento, o medo só aumenta”, diz ela que já está com o câncer controlado.
Pacientes invisíveis
A história de Márcia, vivenciada em São Paulo, tende a ser ainda pior para os moradores de estados como Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, onde a cobertura de radioterapia é mais deficitária, mostrou o relatório do TCU.
Mas além dos casos que são detectados pelos levantamentos numéricos, o oncologista Rafael Kaliks chama a atenção para os “pacientes fantasmas” que nem chegam a virar estatísticas da dificuldade do acesso à radioterapia.
“No Brasil, os números são feitos conforme as notificações dos centros que recebem os pacientes. Pelos dados do Inca, a incidência de câncer em São Paulo chega a ser oito vezes maior do que no Tocantins, por exemplo”, afirma.
 “Não há nenhum fator ambiental, nada, que justifique uma diferença tão gritante, além de uma falha em identificar e notificar os pacientes. São os casos invisíveis. As pessoas morrem de câncer e no atestado de óbito, por desconhecimento e falha do setor de saúde, a causa vem infecção generalizada.”
Cobertor curto
Se a oferta de radioterapia hoje já não dá conta dos “pacientes visíveis”, os especialistas ainda temem que um aumento da rede seja insuficiente para os doentes que estão por vir.
“Em 10 anos, tivemos um aumento de 69% nas projeções de casos novos de câncer no Brasil. Hoje, os tumores malignos já são a segunda causa de morte e em 2020, serão a primeira”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Silvestrini.
“Não só os maus hábitos de vida impulsionam este aumento – tabagismo e obesidade são os principais – mas o próprio envelhecimento populacional acarreta mais casos de câncer”.
Este crescimento paulatino faz com que Silvestrini não veja com otimismo o anúncio do Ministério da Saúde, feito na semana passada, sobre o aumento da oferta de radioterapia no País. Segundo o Ministério, serão investidos R$ 550 milhões na área e parte da verba será usada para comprar 80 novos aparelhos de radioterapia, que vão conseguir atender mais 28 mil doentes até 2014.
“Estes pacientes a mais que serão contemplados (28 mil) daqui três anos são 33% dos que hoje, exatamente hoje, não têm acesso à radioterapia. E a tendência é que esta demanda só aumente para um cobertor que já é curto”, contemplou o presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia.

Médicos e dentistas protestam em São Paulo contra os planos de saúde

Proposta pede reajuste anual, multa para atraso no pagamento dos profissionais de saúde e abertura para negociação com entidades médicas
Agência Brasil | 25/04/2012 12:14:07
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2012-04-25/medicos-e-dentistas-protestam-em-sao-paulo-contra-os-planos-de-s.html
Entidades médicas e odontológicas de São Paulo fizeram, nesta manhã de quarta-feira, uma passeata, na região da avenida Paulista, para reivindicar reajustes nos valores repassados pelos planos de saúde à categoria. O movimento faz parte do Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, com atividades programadas em todo o País. A manifestação ocupou duas faixas da avenida, deixando o trânsito lento por cerca de 30 minutos.
Em São Paulo, as consultas e os procedimentos eletivos não foram suspensos. “Optamos por não prejudicar, de nenhuma forma, o atendimento ao usuário. Somente as lideranças médicas estão participando do ato”, explicou Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).
Os médicos reclamam da falta de diálogo com as operadoras de saúde. “Tem planos que pagam R$ 12 por consulta. Estamos pedindo um reajuste que eleve o valor mínimo para R$ 70. Eles alegam que isso iria onerar o custeio do plano, mas somente cerca de 30% do valor pago pelo usuário é repassado aos médicos”, declarou Otelo Chivo, diretor-secretário do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).
Além do reajuste nos honorários, os médicos reivindicam o fim da interferência das operadoras de planos de saúde na relação com o paciente. “São enviadas planilhas aos médicos com os valores dos procedimentos passados por eles. Os que representam um gasto elevado para a operadora estão sendo descredenciados”, denuncia Chivo. Outra proposta trata da necessidade de estabelecer critérios para descredenciamento de médicos.
Na terça-feira (25), em Brasília, entidades médicas fizeram uma manifestação e acenderam 600 velas em frente ao Congresso Nacional representando os mais de 600 mil usuários de planos de saúde da região metropolitana do Distrito Federal.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

"Não tem escolha, sua cabeça muda", diz Betty Lago sobre diagnóstico de câncer no intestino

Carla Neves
Do UOL, no Rio


Em tratamento quimioterápico para combater um câncer no intestino descoberto durante uma cirurgia na vesícula no final de fevereiro, Betty Lago, de 56 anos, afirmou em entrevista ao UOL que está se sentindo “realmente bem”. A atriz – que descobriu o tumor quando ainda estava no ar na novela “Vidas em Jogo”, da Record – contou que, a princípio, teve medo do diagnóstico.

“É uma chave que vira. Você não tem escolha, a sua cabeça muda”, revelou a atriz, acrescentando que se identificou com as declarações do ator Reynaldo Gianecchini ao programa “Marília Gabriela Entrevista”, do canal GNT. “Vários trechos do que ele falou poderiam ter sido ditos por mim”, afirmou.

A atriz contou que, assim como Gianecchini, está tendo muito apoio da família e que tem se apegado bastante à fé. “Soa meio piegas, mas, nesse momento, a fé é incrível. A fé que você tem que ter em tudo: no que você come, nos nutrientes dos alimentos, em você mesma... O amor da família também ajuda muito, é uma energia muito legal”, afirmou.

Betty revelou que além de sua família e de seus amigos, seus cachorros também têm sido fundamentais desde que ela foi diagnosticada com câncer. “Parece que eles entendem tudo o que está acontecendo comigo, ficam quietinhos e só me dão carinho”, elogiou.

Foto 18 de 18 - Marizete (Betty Lago) reconhece Francisco (Guilherme Berenguer) disfarçado de carteiro em "Vidas em Jogo" (maio/2011) Mais Divulgação/Record
A atriz contou que acha importante desmistificar a doença e revelou que tinha medo de ir ao médico antes de descobrir o tumor. “É muito importante falar sobre o câncer, tirar esse estigma. Tem que desmistificar mesmo, mostrar que você está se tratando e que a medicina está aí, muito avançada. Estava adiando a cirurgia na vesícula há anos. Tinha aquele medo de ir ao médico, sabe? Mas a gente fala aqui em casa que foi uma sorte eu ter ido operar a vesícula. Só assim foi descoberto o tumor”, disse.

Ela afirmou que optou por ficar mais tranquila e “quietinha” no início do tratamento, mas admitiu que está com vontade de voltar ao Twitter para agradecer pelas orações e pelo carinho que tem recebido do público desde que foi diagnosticada com a doença.

“Antes estava mais reservada. Mas agora estou voltando a fazer exercício físico, comecei a fazer esteira e caminhada, e estou me sentindo realmente bem. Estava a fim de voltar ao Twitter para agradecer pelas orações e pelo carinho que as pessoas estão tendo comigo. Tem uma hora que a gente tem que se manifestar”, contou.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

3º mais rico do mundo, Warren Buffett tem câncer de próstata

17 de abril de 2012 • 18h58 •  atualizado 19h53


O bilionário Warren Buffett, dono da Berkshire Hathaway, revelou nesta terça-feira que tem câncer de próstata em estágio 1, mas disse que sua condição "não representa uma ameaça à vida nem implica que ficará debilitado de maneira significativa". Buffett foi eleito como o terceiro homem mais rico do mundo pela revista Forbes, atrás do mexicano Carlos Slim e de Bill Gates.

Buffett disse que começará um tratamento de dois meses de radiação diária, com início em meados de julho. Durante esse período, ele terá pouca condição de fazer viagens, segundo afirmou em comunicado. A Berkshire está a menos de três semanas de seu encontro anual em que mais de 40 mil acionistas vão à sua sede em Omaha, no Nebraska, Estados Unidos. Buffett costuma ocupar uma posição central no evento.

"Sinto-me muito bem - como se estivesse em meu estado de saúde excelente como de costume - e meu nível de energia está 100%", disse o empresário, conhecido como o Oráculo de Omaha por seus investimentos avaliados em milhões de dólares.

O câncer foi descoberto durante um check-up médico de rotina que mostrou um aumento extraordinariamente alto em seu nível sanguíneo de PSA - uma proteína considerada um antígeno específico produzida por células glândulares da próstata.

"Informarei imediatamente aos acionistas se minha condição de saúde mudar. Eventualmente, é claro, isso acontecerá; mas acredito que falta muito para esse dia", disse Buffett.
Já havia expectativa de que o encontro deste ano tratasse do tema sucessão, depois de que Buffett, de 81 anos, disse em carta aos acionistas que o Conselho da Berkshire tinha identificado um sucessor. O nome do executivo não foi revelado.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O maior desafio é tratarmos os cânceres comuns.

Para médico que atendeu o ex-presidente José Alencar nos EUA, meta deve ser controlar a doença e prolongar a vida com qualidade

Chris Bertelli, iG Saúde | 17/04/2012 16:28:57

O maior especialista em cirurgia oncológica da atualidade. É desta forma que o neozelandês Murray F. Brennan é apresentado por colegas também respeitados internacionalmente, como o oncologista Paulo Hoff, o especialista que trata o câncer de Lula e também cuidou da presidenta Dilma e do ex-presidente José Alencar.

Brennan é vice-presidente de programas internacionais do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, de Nova York, um dos maiores centros de pesquisa e tratamento do câncer dos Estados Unidos e do mundo.

Especializado em sarcomas de tecidos moles, cânceres de pâncreas e de estômago, além de tumores endócrinos (aqueles que envolvem glândulas como a adrenal, a tireoide e as células das ilhotas pancreáticas), foi a ele que o ex-vice presidente José Alencar recorreu ao ser diagnosticado com um sarcoma na região do abdome, no final de 2006.

Um encontro sobre o qual ele não quis dar detalhes.

 “Não posso falar sobre meus pacientes, nem lá [nos EUA] nem aqui.”

Brennan está em São Paulo para participar do Intersections – International Cooperative Cancer Symposium, um encontro entre médicos norte-americanos e brasileiros para discutir o futuro do tratamento e do diagnóstico da doença, no Hospital Sírio-Libanês. O médico conversou com o iG Saúde sobre os principais avanços e desafios impostos pela doença que deve se tornar a principal causa de morte no mundo nas próximas décadas. Confira a entrevista.

 iG: Você acha que um dia poderemos falar em cura de todos os cânceres?
Murray F. Brennan: Três coisas são importantes em se tratando de câncer: saber que ele é muitas doenças em uma; que alguns tipos são possíveis de serem curados, como o câncer de mama, por exemplo; e que antes de falarmos em cura, precisamos torná-lo uma doença com a qual as pessoas possam conviver por muito tempo.

iG: Qual o maior desafio no tratamento dessa doença hoje?
Murray F. Brennan: Talvez o maior desafio esteja em tratar os cânceres comuns, como o de pulmão. Sabemos que se conseguirmos fazer com que as pessoas parem de fumar, podemos mudar consideravelmente os índices da doença. Sabemos que nem todos os cânceres de pulmão são causados pelo cigarro, mas a maioria é. E o triste é que temos uma prevenção que funciona (deixar de fumar), mas não temos bons tratamentos que funcionem. Então, se não temos bons tratamentos, mas temos a prevenção, que as pessoas não fazem, precisamos ter bons diagnósticos. Acho esse tipo de situação o grande desafio.

iG: Há limites no tratamento do câncer?
Murray F. Brennan: Eu sou um otimista. Eu acredito que todas as coisas são solucionáveis. Mas eu também entendo que algumas situações levarão o dobro de tempo e custarão o dobro. Pensando bem, acho que sou um otimista realista.

iG: Quais as grandes vantagens dos tratamentos de hoje?
Murray F. Brennan: Há várias. Historicamente, o único tratamento era a cirurgia. Hoje temos radiação, quimioterapia e imunoterapia. Atualmente tratamos alguns tipos de câncer com cirurgias pequenas, que antigamente eram grandes cirurgias e traziam muitos problemas para os pacientes. Podemos operar uma área menor, fazer menos operações, cirurgias mais focadas. Quando comecei a lidar com tumores, a amputação era o único tratamento. Hoje ela raramente é feita. O grande passo foi deixar os tratamentos menos agressivos e mais efetivos. Atualmente também conseguimos identificar tumores raros, que tem apenas um elemento genético rastreável. Isso é um grande avanço.

iG: O senhor vê potencial nas vacinas contra o câncer?
Murray F. Brennan: As vacinas vêm sendo uma promessa nos últimos 30 ou 40 anos, mas quase todas falharam. As vacinas clássicas não têm sido de grande ajuda. No entanto, o Ipilimumab (um novo medicamento utilizado no tratamento de melanomas) é uma forma diferente de pensar em vacina, por exemplo. Não é como tomar uma vacina contra sarampo, que você aplica em todo mundo e elimina a doença. O remédio manda informações ao corpo. Todos temos uma célula que previne as demais de reconhecer o câncer. Se colocarmos essa célula de lado, e deixarmos o corpo reconhecer o câncer e atacá-lo, melhor. É dessa forma que o medicamento age. É um tipo diferente de vacina. Por outro lado, sabemos também que o HPV causa o câncer cervical em mulheres, e nós podemos vaciná-las contra a doença. Nesse caso, a vacina funciona. E ainda assim muitas mulheres não tomam a vacina.

iG: Qual a melhor forma de prevenir o câncer hoje em dia ?
 Murray F. Brennan: Temos várias maneiras de prevenção. Uma delas é a adoção de hábitos saudáveis. Mas também temos a vacina contra o HPV, por exemplo, que previne o câncer cervical principalmente em mulheres jovens. Parar de fumar previne o câncer de pulmão, por exemplo. Programas de exercício ajudam a evitar o câncer de mama. Então temos múltiplas opções.

iG: O que o senhor pensa sobre a medicina alternativa?
Murray F. Brennan: É muito importante fazermos a distinção entre medicina alternativa e complementar. A primeira exclui a medicina tradicional e a segunda trabalha junto com ela e, como o próprio nome já diz, a complementa. Ela pode ajudar o paciente a lidar melhor com o câncer que tem. Nós temos estudos de pessoas sendo submetidas a tratamento de câncer de mama, em que um grupo faz exercícios e outros não. O que faz exercícios vive muito melhor do que o que não faz. Assim como os estudos que fizemos com pacientes que receberam massagens nos mostram que a sensação de bem-estar advinda desse tratamento se estende por vários dias após a massagem em si. Isso permite que ele enfrente melhor o tratamento e os efeitos colaterais. Não é nada mágico, é algo bem simples.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Maiores de 60 anos livres de reajuste de plano de saúde

http://odia.ig.com.br/portal/economia/maiores-de-60-anos-livres-de-reajuste-de-plano-de-sa%C3%BAde-1.425178


STJ acata ação da Defesa do Consumidor da Alerj e veta aumento em função da idade

Rio - A operadora de plano de saúde Unimed foi proibida de reajustar as mensalidades dos clientes com idade igual ou superior a 60 anos. A sentença que impede a correção foi decidida ontem pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar um recurso feito pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A decisão abre precedência favorável em processos semelhantes contra outros planos.

Ministra Fátima Nancy Andrighi deferiu sentença sobre os reajustes
Foto: Divulgação

Relatora da processo, ministra Fátima Nancy Andrighi observou ilegalidade do plano ao promover os reajustes que seriam contrários ao que estabelece o Estatuto do Idoso. A deputada Cidinha Campos (PDT), presidente da comissão, comemorou a sentença. “A decisão do STJ acaba com uma prática abusiva das operadoras de planos de saúde de reajustar mensalidades dos idosos”, observa. Para ela, os maiores de 60 anos eram lesados e desrespeitados com os aumentos.

“Na hora em que mais precisam de atendimento médico compatível com suas condições financeiras, acabam se deparando com aumentos de planos que inviabilizam a continuidade do pagamento”, afirmou.

Por meio de nota oficial, a Unimed se nega a entrar em detalhes sobre ações judiciais, afirmando que irá falar somente perante à Justiça sobre a sentença do STJ. “Este é um tema controverso, motivo de decisões envolvendo diversas operadoras. Vale ressaltar que a Unimed-Rio segue integralmente os mecanismos de reajustes de planos do setor, regulados pela ANS, inclusive no caso de idosos”, alega. “A cooperativa não discute decisões da Justiça, as cumpre. Se for o caso, quando for oportuno, o tema será discutido em âmbito judicial”, diz a nota.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

EUA fazem primeiro teste clínico promissor de nanopartículas anticâncer

Estudo mostrou que é possível produzir nanomedicamentos capazes de concentrar efeitos terapêuticos diretamente no local do câncer
O primeiro teste clínico com nanopartículas programadas para um tratamento anticâncer mais concentrado e com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia teve resultados promissores, segundo estudos publicados nesta quarta-feira nos Estados Unidos.

"Esta técnica pode revolucionar potencialmente o tratamento do câncer", afirmou em entrevista à AFP o doutor Omid Farokhzad, do hospital Brigham and Women de Boston e professor adjunto de medicina da Universidade de Harvard, um dos principais autores do estudo.

O teste clínico de fase 1 foi feito com um pequeno grupo de 17 pacientes que sofriam de diferentes tipos de câncer em estágio avançado. O teste provou ser seguro e produziu efeitos em "praticamente todos os participantes", mas especialmente em seis deles, nos quais os efeitos foram mais destacados.

Neste grupo, uma paciente teve redução do tumor no colo do útero, enquanto outros cinco tiveram seus cânceres (de pâncreas, ânus, cólon, vias biliares e garganta) estabilizados.

Este nanotratamento produziu efeitos favoráveis na luta contra o câncer, inclusive com doses ínfimas de anticancerígenos, que representavam até 20% do que normalmente se prescreve em quimioterapia tradicional por via oral ou em injeções.

"Se tentássemos obter essa concentração em um tratamento convencional, mataríamos o paciente", disse Farokhzad.

Isto se explica pelo fato de que as nanopartículas podem depositar no local exato onde se encontra o tumor concentrações de medicamenos até dez vezes maiores. O princípio ativo usado foi o docetaxel, comercializado com o nome de Taxotere.

Os pesquisadores se disseram animados com os resultados porque as doses foram baixas, o que indica que no futuro os médicos poderiam encontrar uma forma de aplicar a quimioterapia em cânceres, direcionando o medicamento ao próprio tumor e evitando seus efeitos colaterais.

Os resultados foram tema de uma apresentação na conferência anual da Associação Americana de Pesquisas sobre o Câncer, celebrada em Chicago, e foram publicados simultaneamente na versão online da revista médica americana Science Translational Medicine.

A nanopartícula, chamada BIND-014, foi desenvolvida pela companhia BIND Biosciences, com sede em Massachusetts (nordeste). Para Farokhzad este é "o primeiro tratamento deste tipo utilizado em humanos para qualquer tipo de doença".

"A BIND-014 mostrou pela primeira vez que é possível produzir nanomedicamentos programáveis capazes de concentrar efeitos terapêuticos multiplicados diretamente no coração da doença", explicou o doutor Farokhzad.

Mais pesquisas são necessárias antes de determinar se o método é confiável para o uso disseminado em tratamentos de câncer.

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Hoje penso bem menos na morte do que antes", conta atriz Leilah Moreno, diagnosticada com leucemia em 2009

03/04/2012 - 09h55 | do UOL Celebridades

Do UOL, em São Paulo
A atriz Leilah Moreno, que vive a vilã Grace Kelly na novela "Aquele Beijo", já precisou passar por duras sessões de quimioterapia quando descobriu, em 2009, que estava com leucemia. Em entrevista à revista "Contigo!", ela contou que mesmo assim, nunca deixou se abater. "Não fiquei com medo de morrer. Não me apeguei a isso. Hoje penso bem menos na morte do que antes".

A doença foi diagnosticada depois que a atriz sofreu um desmaio durante os ensaios para o musical "Hairspray". "Fiquei parcialmente careca, o cabelo ficou ralo. Mas esse foi meu menor problema. Era só pôr um aplique e estava pronta", disse Leilah sobre as consequências do tratamento.

Gravando os últimos capítulos da trama de Miguel Falabella, que termina dia 13 de abril, Leilah conta que namora há três anos com um delegado e faixa-preta de jiujítsu, Beto Arruda, de 30 anos. "Com ele, estou protegida física e espiritualmente", brinca, e depois pondera. "Ele pratica ioga e é zen total. Eu sou o contrário. Ponho fogo na casa e saio dançando no meio na sala."