ELAINE BAST
DANIEL CASTRO - Publicado em 12/01/2016, às 06h10
No Jornal Nacional de 12 de outubro, a repórter Elaine Bast
alertou sobre a importância da mamografia para se detectar câncer de mama
precocemente e, assim, aumentar as chances de cura e reduzir a intensidade do
tratamento. Ilustrou com uma pesquisa mostrando que 60% dos casos da doença
foram identificados no início, graças ao exame. No dia seguinte, Elaine recebeu
o resultado da mamografia que realizara dias antes, preventivamente. A notícia
não era boa. Novos exames confirmaram que ela tinha nódulos malignos. Uma
mulher ouvida por Elaine na reportagem, Monica Araújo Chiarello, foi
fundamental para a jornalista: "Ela me ajudou muito, afinal já tinha
passado por tudo o que eu ia passar". Elaine, ex-correspondente em
Nova York, deu o seguinte depoimento ao Notícias
da TV:
"Soube em novembro que precisava retirar a mama esquerda por
causa de três tumores descobertos em um check up de rotina. Não tinha nódulos
aparentes, não sentia dores, enfim, nada diferente. Soube do resultado
exatamente um dia após fazer uma matéria para o Jornal Nacional sobre o
assunto... O VT [videotape] era sobre um estudo que falava sobre a importância
dos exames preventivos para a detecção precoce do câncer de mama.
A personagem que entrevistei, de apenas 35 anos, havia terminado a
quimioterapia quando a encontrei. E foi uma das pessoas que me ajudaram muito
psicologicamente nesse processo.
Tenho 42 anos, dois filhos pequenos, amamentei, não há histórico
na minha família de câncer de mama. Não esperava passar por isso. Tive
muita sorte em ter descoberto logo no início. Apesar de todos os avanços da
medicina nessa área, a palavra 'câncer' dá sempre muito medo. Mas aprendi que
ela não é uma sentença de morte. Retirei toda a mama esquerda e decidi também
retirar a direita preventivamente. Não consigo deixar de pensar que realmente
tive muita sorte. Não só por ter descoberto no início mas porque pude fazer a
reconstrução das mamas na mesma cirurgia. Não precisei ver meu corpo mutilado.
Tive apoio muito importante da minha família, dos meus amigos, dos
meus colegas de trabalho. Eles ajudaram a cuidar da minha alma. E os médicos, a
cuidar da minha saúde.
Difícil ler notícias sobre mulheres que morrem porque tiveram
diagnóstico tardio desse câncer. Seja porque de tão atarefadas se esquecem
delas mesmas e deixam de fazer os exames de rotina, seja porque não conseguem
agendar consulta ginecológica no sistema público e realizar os exames. Uma
doença que tem chance altíssima de cura se for tratada do início. Graças ao
diagnóstico precoce, o câncer não parou a minha vida. Eu continuo a minha
história. Depois da cirurgia e do tratamento, volto ao trabalho em meados deste
mês."
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