terça-feira, 29 de agosto de 2017

Anvisa aprova nova terapia contra câncer de pulmão

Ilustração esquemática de um pulmão humano (IStock/Getty Images)
O novo tratamento não se aplica a todos os pacientes mas, nos casos indicados, poderá substituir a quimioterapia
Por Natalia Cuminale
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira uma nova frente de tratamento contra o câncer de pulmão. O Keytruda, nome comercial do pembrolizumabe, será indicado como primeira linha de tratamento para os doentes com tumores com um marcador específico.
Segundo dados apresentados recentemente durante o congresso anual da American Society of Clinical Oncology, a ASCO, 61% dos pacientes do grupo que utilizaram o pembrolizumabe permaneceram vivos aos 18 meses de tratamento, em comparação com 43% do grupo da quimioterapia. Além disso, a nova terapia reduziu em 37% o risco de morte por qualquer causa.
O tratamento não se aplica a todos os pacientes, somente para aqueles com tumores classificados como de não pequenas células – 85% dos casos. Desse total, 30% apresentam altos níveis da proteína PD-L1. É esse grupo que poderá ser beneficiado pela nova terapia.
Por ter um mecanismo de ação específico, o pembrolizumabe tem menos efeitos colaterais quando comparado à quimioterapia, mais tóxica.  Em um estudo comparativo, 26,6% dos pacientes tratados com a nova terapia tiveram eventos adversos graves, enquanto os que utilizaram quimioterapia apresentaram uma taxa duas vezes maior.
O câncer de pulmão – o mais comum e o mais letal – é considerado a principal causa de morte por câncer em todo o mundo. São 30 000 novos casos todo ano no Brasil, com 24 000 mortes.


terça-feira, 22 de agosto de 2017

A um passo da aprovação, terapia mudará o tratamento do câncer


Uma única célula geneticamente modificada é capaz de destruir até 100.000 células cancerígenas. (//iStock)

Um painel da FDA acaba de recomendar a aprovação de uma terapia que altera as células de pacientes com leucemia para combater o câncer
Por Da Redação  http://veja.abril.com.br/saude/a-um-passo-da-aprovacao-terapia-mudara-o-tratamento-do-cancer/

Um painel da FDA, agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos, recomendou nesta quarta-feira a aprovação da primeira terapia 100% individual contra câncer no país. O tratamento em questão, fabricado pela Novartis e chamado CTL019, altera as próprias células do paciente, transformando-as no que os cientistas chamam de “droga viva”, de acordo com informações do jornal americano The New York Times, “programada” para combater a leucemia. O aval inédito deixa o medicamento um passo mais próximo da aprovação pela agência e abre caminho para uma nova era na medicina.
Em decisão unânime (10 a 0) o comitê da FDA afirmou que os benefícios da terapia superam seus riscos e recomendou sua aprovação para o tratamento de leucemia linfoblástica aguda de células B resistente ao tratamento ou com recidiva em crianças e jovens com idade entre 3 e 25 anos. Esse é o câncer mais comum diagnosticado em crianças, que representa aproximadamente 25% dos diagnósticos da doença em pacientes com menos de 15 anos. No entanto, o tratamento beneficiaria apenas os 15% dos casos nos quais a doença não responde ou volta.

Como funciona?
terapia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e posteriormente licenciada à Novartis, envolve a remoção de milhares de células T, um tipo de glóbulo branco, do paciente, por um centro médico aprovado. Em seguida, essas células são congeladas e enviadas a uma fábrica da farmacêutica onde o processo de modificação é realizado por meio de uma técnica de engenharia genética que emprega uma forma inativa de HIV, o vírus causador da aids, para levar o novo material genético às células e reprograma-las.
Esse processo “turbina” as células T para que elas se liguem à proteína CD-19, presente na superfície de quase todas as células B – componente natural do sistema imunológico que se torna maligno na leucemia – e as ataquem.  As células T geneticamente modificadas, chamadas receptoras de antígeno quimérico, são aplicadas na corrente sanguínea dos pacientes, onde se multiplicam e começam a combater o câncer. Uma única célula é capaz de destruir até 100.000 células cancerígenas. Essa capacidade deu a elas o apelido de “serial killers”.
Em estudos, a re-engenharia dessas células demorava cerca de quatro meses e muitos pacientes faleceram antes do tratamento ficar pronto. Mas, durante a reunião do painel, a Novartis afirmou que esse período foi reduzido para apenas 22 dias.
No entanto, como toda abordagem que usa o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer, seus efeitos colaterais são graves. Alguns pacientes apresentaram febre desenfreada, pressão sanguínea no limite e congestionamento pulmonar. Outra ressalva dos especialistas foi em relação a possíveis danos futuros, ainda desconhecidos nesse tipo de terapia.
Por outro lado, uma única dose da nova terapia mostrou resultados surpreendentes: longas remissões e possíveis curas para pacientes que tinham suas esperanças esgotadas após todos os tratamentos disponíveis terem falhado.

Disponibilidade e preço
Como os efeitos colaterais demandam cuidados específicos, a Novartis afirmou que, se aprovado, o tratamento será inicialmente disponibilizado em cerca de 30centros treinados nos Estados Unidos. A companhia afirmou também que planeja submete-lo em outros mercados, como na União Europeia, até o final deste ano. No Brasil, a aprovação deverá demorar mais tempo.
Embora a companhia não tenha mencionado o preço, analistas ouvidos pelo The New York Times estimam que um tratamento assim possa custar mais de 300.000 dólares (cerca de 960.000 reais).


Novo tratamento para leucemia tem resultados surpreendentes
Mais de 90% dos pacientes com leucemia terminal submetidos ao método entraram em remissão. A técnica, que consiste em modificar geneticamente as células-T, foi divulgada durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, nos Estados Unidos
Por Da Redação
access_time16 fev 2016, 18h20 - http://veja.abril.com.br/saude/novo-tratamento-para-leucemia-tem-resultados-surpreendentes/
Uma nova terapia contra o câncer está sendo considerada extraordinária após mostrar sucesso em 94% dos pacientes com leucemia terminal que foram submetidos a ela. A técnica, que consiste em reprogramar as células-T para atacar o câncer, foi divulgada em dois estudos apresentados no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizado em Washington, nos Estados Unidos, entre os dias 11 e 15 de fevereiro.
Em um dos estudos, realizado por pesquisadores do Fred Hutchinson Cancer Research Centre, nos Estados Unidos, 26 pacientes com leucemia linfoblástica aguda em estado terminal, que não haviam respondido aos tratamentos tradicionais, foram submetidos à terapia. No ensaio, “células-T assassinas”, que agem destruindo tecidos infectados em nosso corpo, foram retiradas dos pacientes. Em seguida, elas foram modificadas geneticamente para projetar um novo mecanismo de segmentação – com o nome técnico de “receptores quiméricos de antígenos” – que atacasse o câncer.
Um ano e meio após este procedimento, 24 pacientes estavam em remissão completa, ou seja, não apresentavam mais sinais de câncer no corpo. “Estes primeiros dados são sem precedentes. Estes pacientes não haviam respondido a nenhum tratamento e obter tal taxa de resposta em casos tão avançados da doença é extraordinário. Uma dose única desta terapia colocou mais do que 90% dos pacientes em remissão completa, situação em que não se pode detectar qualquer destas células de leucemia”, disse Stanley Riddell, principal autor do estudo.
Apesar dos resultados animadores, especialistas ressaltam que o experimento ainda é apenas um pequeno passo. Isso porque os efeitos colaterais deste tipo de tratamento são gravíssimos. Os pacientes podem desenvolver síndrome de liberação de citocinas, que pode causar febre, hipotensão e neurotoxicidade. Dois pacientes do estudo morreram devido a tais complicações
Os autores ressaltam que em função do estado de saúde dos pacientes, que tinham entre dois e cinco meses de expectativa de vida antes do experimento, esses resultados podem ser aceitáveis. Mas não seriam em caso de pacientes com tumores mais leves. Além disso, por enquanto, a terapia mostrou-se efetiva apenas em tumores líquidos como os de sangue. Ainda não se sabe quais seriam os resultados em cânceres sólidos, como o de mama.
Outro estudo envolvendo a manipulação genética de células-T também foi apresentado no encontro e mostra que elas podem durar anos em nosso corpo. No experimento, Chiara Bonini, hematologista do Instituto Científico São Rafael, em Milão, na Itália, injetou uma terapia imune – que incluiu células-T – em dez pacientes que haviam passado por transplante de medula. Exames realizados 14 anos após o tratamento mostraram que as células-T injetadas ainda estavam no organismo dos pacientes. Estes resultados indicam o potencial duradouro de terapias imunológicas.
“As células-T são como um medicamento vivo com o potencial de persistir no corpo por toda a nossa vida. Por exemplo, quando você recebe uma vacina na infância vocês estará protegido contra aquela doença pelo resto da vida. Por quê? Isso acontece porque a célula-T encontra o antígeno e se ativa, ela mata o agente patogênico. Mas ela também persiste no corpo como uma célula de memória. Agora imagine traduzir esse efeito para a imunoterapia do câncer, ou seja, ter células-T de memória que se lembram do câncer e estão prontos para atacá-lo sempre que ele retornar”, explica Chiara.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade


Quinta-feira, 01/06/2017, às 06:00, por Mariza Tavares
http://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/principal-fator-de-risco-para-o-cancer-de-prostata-e-idade.html

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no mundo e a quinta principal causa de morte por câncer na população masculina. O principal fator de risco é a idade: 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. A maioria dos tumores cresce de forma lenta e pode até não dar sinais durante toda a vida, mas o histórico familiar é importante: quem tem pai ou irmão diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 tem de três a dez vezes aumentado o risco de desenvolver a doença.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce de um câncer compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento). No caso da próstata, não há unanimidade em relação ao rastreamento por meio da realização de exames de rotina – geralmente toque retal e dosagem de PSA. Em seu site, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) informa que, “por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o Instituto mantém a recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática”.


No entanto, cientistas e pesquisadores americanos que integram o US Preventive Service Task Forces, órgão de prevenção ligado ao governo dos EUA, 
recentemente voltaram atrás em sua contraindicação para o exame do PSA. O teste é capaz de detectar a elevação de uma proteína produzida pela próstata, que é um indicativo de câncer. A principal crítica é porque o resultado pode ser um falso-positivo (a alteração pode ser causada por uma infecção ou pelo crescimento exagerado, mas benigno, da próstata), levando a procedimentos e cirurgias que poderiam ser evitados. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devem conversar com seus urologistas sobre os exames de detecção precoce e que homens com fatores de risco (casos na família, negros e obesos) devem fazer essa consulta aos 45 anos.


Em seu estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas, ou eles se assemelham aos do crescimento benigno do órgão: dificuldade de urinar ou necessidade de urinar mais vezes. Somente com o avanço da doença surgem problemas de ereção; sangue na urina; dor ou desconforto nos quadris, costas, peito ou outras áreas (no caso de metástase, ou seja, quando o câncer se espalhou para os ossos); fraqueza ou dormência nos pés ou pernas; perda do controle da bexiga ou do intestino. Há uma clara interferência no trabalho, no sono e na mobilidade, com impacto nas atividades diárias. É da maior importância consultar regularmente o médico e relatar qualquer alteração, para que ele avalie as melhores alternativas.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

SUS inclui medicamento de alto custo para pacientes em metástase do câncer de mama


Remédio será providenciado pelos órgãos de saúde em até 180 dias (Foto: Pixabay)

De acordo com mastologista, trastuzumabe dobra sobrevida de pacientes; dose do remédio custa cerca de R$ 10 mil.


Por Carolina Dantas, G1
08/08/2017 05h00  Atualizado há 2 horas

Em circulação há mais de 15 anos, o medicamento trastuzumabe é usado para o tratamento de um tipo específico de câncer de mama e pode dobrar a sobrevida de pessoas em metástase -- quando a doença já atinge outras áreas do corpo. O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Ministério da Saúde, passou a abranger este público e irá fornecer a droga num prazo de 180 dias.

A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da União na última quinta-feira (3). Em 2012, o governo havia liberado o uso para pacientes com o câncer, mas excluía os metastáticos. Hoje, mais de 3 mil pessoas com câncer de mama inicial e localmente avançado fazem o uso do trastuzumabe pelo SUS. Organizações como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) reivindicavam a ampliação para acesso do medicamento a todos os tipos de pacientes.

No mercado, a droga custa cerca de R$ 10 mil a dose. Ela é usada no tratamento do câncer de mama do subtipo HER2+, o mais agressivo e que atinge um quinto das mulheres com tumor no seio. A célula cancerígena expressa o gene que leva o mesmo nome da doença, e o remédio bloqueia a ação desse gene, o que evita a proliferação.

"Estamos muito atrasados com essa aprovação. É uma droga fundamental para o tratamento deste tipo de câncer em qualquer fase e pode dobrar a sobrevida. O tratamento era feito com quimioterapia e sem ter alvo específico para o tipo da doença. Agora, vamos conseguir controlar melhor e por mais tempo", avaliou a mastologista e presidente da Femama, Maira Caleffi.

De acordo com a Femama, a droga "mudou a forma como o câncer é tratado no mundo". O trastuzumabe consta na lista básica para combater o câncer, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para guiar governos nas escolhas de oferta em suas políticas de saúde.


sábado, 5 de agosto de 2017

Garotinha vira 'super-mulher' em último dia de quimioterapia nos EUA

Pais e equipe médica vestiram a menina de apenas 1 ano com roupa de super-herói para comemorar fim do tratamento.



Por G1
04/08/2017 20h54  Atualizado há 9 horas


Emilie ao lado do pai, Eduardo, e seu doador de medula (Foto: Reprodução/Facebook)

Com apenas 1 ano, Emilie Meza já passou pela quimioterapia no Hospital Pediátrico John Hopkins em São Petersburgo, na Flórida. Ela foi diagnosticada com um tipo de câncer no sangue, chamado de leucemia mielogênica aguda, com apenas nove meses de vida. Nesta quarta-feira (2), foi fantasiada de 'super-mulher' após terminar a última etapa do tratamento.

Em sua página do Facebook, a família escreveu: "Hoje está sendo um dia tão especial, assustador, emocionante e cheio de alegria. Emilie recebeu alta do hospital, e estaremos perto da Casa Ronald McDonald a cerca de 5 minutos".

Durante a caminhada de Emilie vestida de "super-mulher", um sino comemorativo foi tocado para representar o fim da quimioterapia. "Ah, foi um sentimento incrível", dissa à emissora ABC News a mãe da menina, Roxana Meza. "Surgiram muitas lágrimas em meus olhos... lágrimas de alegria. Ela passou por muita coisa e não sabe o porquê, já que é tão pequena. Foi difícil em muitos momentos, mas sentir que a quimioterapia passou é incrível".

Quando descobriu o câncer, Emilie precisava de um transplante de medula óssea, mas não conseguiu nenhum doador compatível. Então, seu pai, Eduardo Meza, se tornou o doador.

"A primeira parte do processo de transplante ela já completou, limpando a medula óssea com altas doses de quimioterapia e substituindo pela do doador", disse o médico Benjamin Oshrine à ABC News. "Definitivamente, já foi uma viagem. Ainda há muito o que fazer".