Remédio será providenciado pelos órgãos de saúde em até 180 dias (Foto: Pixabay)
De acordo com mastologista, trastuzumabe dobra sobrevida de pacientes;
dose do remédio custa cerca de R$ 10 mil.
Por
Carolina Dantas, G1
08/08/2017 05h00 Atualizado há 2 horas
Em circulação há mais de 15 anos, o
medicamento trastuzumabe é
usado para o tratamento de um tipo específico de câncer de mama e pode dobrar a
sobrevida de pessoas em metástase -- quando a doença já atinge outras áreas do
corpo. O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Ministério da Saúde, passou
a abranger este público e irá fornecer a droga num prazo de 180 dias.
A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da
União na última quinta-feira (3). Em 2012, o governo havia liberado o uso para pacientes com o câncer, mas
excluía os metastáticos. Hoje, mais de 3 mil pessoas com câncer
de mama inicial e localmente avançado fazem o uso do trastuzumabe pelo SUS.
Organizações como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a
Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama
(Femama) reivindicavam a ampliação para acesso do medicamento a todos os tipos
de pacientes.
No mercado, a droga custa cerca de R$ 10 mil a
dose. Ela é usada no tratamento do câncer de mama do subtipo HER2+, o mais
agressivo e que atinge um quinto das mulheres com tumor no seio. A célula
cancerígena expressa o gene que leva o mesmo nome da doença, e o remédio
bloqueia a ação desse gene, o que evita a proliferação.
"Estamos muito atrasados com essa aprovação. É
uma droga fundamental para o tratamento deste tipo de câncer em qualquer fase e
pode dobrar a sobrevida. O tratamento era feito com quimioterapia e sem ter
alvo específico para o tipo da doença. Agora, vamos conseguir controlar melhor
e por mais tempo", avaliou a mastologista e presidente da Femama, Maira
Caleffi.
De acordo com a Femama, a droga "mudou a forma
como o câncer é tratado no mundo". O trastuzumabe consta na lista
básica para combater o câncer, criada pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) para guiar governos nas escolhas de oferta em suas políticas de
saúde.
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