domingo, 4 de novembro de 2018

Nobel de Medicina premia americano e japonês por terapia contra o câncer


O japonês Tasuku Honjo e o americano James P. Allison, que dividem o Nobel de Medicina 2018 — Foto: Ryosuke Ozawa/Kyodo News via AP e Christoph Schmidt/dpa via AP
James P. Allison e Tasuku Honjo ganharam o prêmio de R$4 milhões nesta segunda-feira (01). Os cientistas descobriram um tipo de terapia contra o câncer que faz com que células de defesa do organismo voltem a atacar tumores.
Por Lara Pinheiro
01/10/2018 06h33  Atualizado há 20 minutos

James P. Allison e Tasuku Honjo são os ganhadores do Prêmio Nobel 2018 de Medicina. A Academia Sueca anunciou nesta segunda-feira (01) que o americano e o japonês irão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 4.098.402.

Os dois desenvolveram pesquisas, separadamente, sobre duas proteínas produzidas por tumores — a CTLA-4 e a PD-1 — que paralisam o sistema imune do paciente durante o tratamento de câncer.

"Os tumores produzem as proteínas, chamadas de checkpoints, que bloqueiam o linfócito T, que é a célula mais importante do sistema imune que ataca o tumor. Essas drogas [pesquisadas] retiram esse bloqueio e recuperam o poder de ataque dos linfócitos que estavam paralisados por essas proteínas", explica o oncologista Fernando Maluf, diretor associado do Centro de Oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O imunologista James P. Allison, 70, da Universidade do Texas, estudou a proteína CTLA-4. Ele descobriu que um bloqueio da proteína poderia retirar o freio sobre os linfócitos T, fazendo com que as células voltassem a atacar o tumor. Em 1994, Allison realizou o primeiro experimento em ratos, que ficaram curados após o tratamento.

Em 2010, um estudo clínico mostrou efeitos "impressionantes", segundo a Academia sueca, em pacientes com melanoma (um tipo de câncer de pele) avançado, que não haviam sido observados antes.

Já o imunologista Tasuku Honjo, 76, da Universidade de Kyoto, no Japão, estudou uma outra proteína, a PD-1, que também atuava sobre os linfócitos T, só que de forma diferente. Após experimentos em laboratório, um estudo realizado em 2012 também demonstrou eficácia em tratar pacientes com diversos tipos de câncer.

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