terça-feira, 20 de agosto de 2019

Estudo da UFU pretende identificar tumores de mama e próstata com maior eficácia



Pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Biotecnologia do campus Patos de Minas/UFU (Foto: Thaise Araújo/Arquivo Pessoal)

Pesquisa inédita desenvolvida no campus Patos de Minas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) busca nortear métodos de tratamento para o câncer.

Por Caroline Aleixo, G1 Triângulo Mineiro
15/10/2017 09h14  Atualizado há 2 horas

Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Genética e Biotecnologia no campus Patos de Minas, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), busca identificar com maior eficácia os tumores a fim de orientar os procedimentos corretos no tratamento do câncer de mama e próstata.
O estudo, coordenado pela professora e pesquisadora Thaise Gonçalves de Araújo, utiliza os fundamentos da Oncologia Molecular e conta com o apoio de cerca de 20 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado do curso de Biotecnologia.
O foco principal está voltado ao estudo do câncer de mama. Os trabalhos são desenvolvidos inicialmente com 200 pacientes de hospitais especializados no tratamento de câncer em Uberlândia, Barretos e interior de São Paulo.
São desenvolvidas três linhas de pesquisa que buscam entender o funcionamento do tumor e fazer o controle de anticorpos e uso de peptídeos para manipular o material genético para, depois, estabelecer o perfil dos pacientes.
“A gente trata as células com nossos fitoterápicos e vamos acompanhando se estão entrando ou não em morte celular. A partir da identificação do perfil e do agrupamento das pacientes, podemos modelar o crescimento ou a redução tumoral”, explicou Thaise.
De acordo com a pesquisadora, separar as pacientes em grupos é importante para direcionar as terapias, já que cada uma tem um perfil estabelecido conforme estágio da doença.
Mas ela reforça que ainda não se trata de uma cura para o câncer, mas de uma metodologia capaz de tipificar a doença (biomarcadores) para que os pacientes tenham melhor resposta aos tratamentos. “Nosso objetivo é fazer uma comunicação direta com a clinica. Tentar dizer para o médico qual o melhor tratamento terapêutico para o paciente, com melhores estratégias”, reforçou.
Em 2015, a pesquisa inédita com uso de uma das moléculas trabalhadas pelo grupo da UFU foi premiada em um concurso promovido pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp).

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Atezolizumabe: aprovada imunoterapia contra câncer de mama


Tratamento beneficiou mulheres que têm um dos tipos mais agressivos do tumor
16/05/2019 - 14h13minAtualizada em 20/05/2019 - 10h31min
Droga é usada em combinação com a quimioterapiareprodução / reprodução
Um novo tratamento para combater um dos mais agressivos tipos de câncer de mama foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana. O atezolizumabe, do laboratório Roche, é destinado ao tratamento do câncer de mama triplo-negativo. Agora, o medicamento passa pelo processo de precificação, feito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que dura cerca de três meses antes de chegar ao mercado.
A terapia, explica Carlos Barrios, diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS e médico do grupo Oncoclínicas, foi desenvolvida porque nem todas as pacientes têm o mesmo tipo de câncer: 
— Depois do diagnóstico, precisamos classificar essas pacientes com o subtipo, pois o tratamento depende disso. 
O triplo-negativo é denominado a partir da ausência da expressão de três biomarcadores comumente empregados na classificação da doença: receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2. Segundo Barrios, o triplo-negativo é o que tem pior prognóstico e é mais agressivo, pois se prolifera com facilidade para outras partes do corpo como pulmões, ossos, cérebro e fígado.  
— Esse grupo de pacientes se trata exclusivamente com quimioterapia. E foi nesse nicho que se fez o estudo — completa o médico. 
Todas as pacientes selecionadas para a pesquisa tinham este subtipo de câncer. Elas foram divididas em dois grupos: um que foi tratado só com quimioterapia e outro que recebeu quimio e o novo medicamento. Na comparação entre as duas amostras, as que receberam a imunoterapia tiveram sobrevida de 25 meses, contra 15 meses das que só fizeram quimio. 
— Mas o que é a imunoterapia? Este remédio faz com que o sistema imunológico "acorde" e reaja contra o tumor. Assim, ele reconhece o tumor e o ataca, pois uma das formas que, eventualmente, o câncer se desenvolve é se escondendo desse sistema. 
Entre as pacientes com câncer triplo-negativo, o tratamento se mostrou mais benéfico para o grupo de mulheres que tinham o biomarcador chamado de proteína PDL-1, que representa 41% dos casos. 
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que o câncer de mama é o que mais acomete as brasileiras, representando 29,5% da incidência da doença no país entre as mulheres e quase 60 mil novos casos ao ano. O triplo-negativo representa em torno de 15% deste total.