quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Atezolizumabe: aprovada imunoterapia contra câncer de mama


Tratamento beneficiou mulheres que têm um dos tipos mais agressivos do tumor
16/05/2019 - 14h13minAtualizada em 20/05/2019 - 10h31min
Droga é usada em combinação com a quimioterapiareprodução / reprodução
Um novo tratamento para combater um dos mais agressivos tipos de câncer de mama foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta semana. O atezolizumabe, do laboratório Roche, é destinado ao tratamento do câncer de mama triplo-negativo. Agora, o medicamento passa pelo processo de precificação, feito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o que dura cerca de três meses antes de chegar ao mercado.
A terapia, explica Carlos Barrios, diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS e médico do grupo Oncoclínicas, foi desenvolvida porque nem todas as pacientes têm o mesmo tipo de câncer: 
— Depois do diagnóstico, precisamos classificar essas pacientes com o subtipo, pois o tratamento depende disso. 
O triplo-negativo é denominado a partir da ausência da expressão de três biomarcadores comumente empregados na classificação da doença: receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2. Segundo Barrios, o triplo-negativo é o que tem pior prognóstico e é mais agressivo, pois se prolifera com facilidade para outras partes do corpo como pulmões, ossos, cérebro e fígado.  
— Esse grupo de pacientes se trata exclusivamente com quimioterapia. E foi nesse nicho que se fez o estudo — completa o médico. 
Todas as pacientes selecionadas para a pesquisa tinham este subtipo de câncer. Elas foram divididas em dois grupos: um que foi tratado só com quimioterapia e outro que recebeu quimio e o novo medicamento. Na comparação entre as duas amostras, as que receberam a imunoterapia tiveram sobrevida de 25 meses, contra 15 meses das que só fizeram quimio. 
— Mas o que é a imunoterapia? Este remédio faz com que o sistema imunológico "acorde" e reaja contra o tumor. Assim, ele reconhece o tumor e o ataca, pois uma das formas que, eventualmente, o câncer se desenvolve é se escondendo desse sistema. 
Entre as pacientes com câncer triplo-negativo, o tratamento se mostrou mais benéfico para o grupo de mulheres que tinham o biomarcador chamado de proteína PDL-1, que representa 41% dos casos. 
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que o câncer de mama é o que mais acomete as brasileiras, representando 29,5% da incidência da doença no país entre as mulheres e quase 60 mil novos casos ao ano. O triplo-negativo representa em torno de 15% deste total. 

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