quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Guia traz análises e orientações sobre alimentação, nutrição, atividade física e câncer

O Instituto Nacional de Câncer divulgou, recentemente, a publicação “Dieta, nutrição, atividade física e câncer: uma perspectiva global – um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira”. Com o material, o INCA pretende “fornecer subsídios técnicos para fundamentar intervenções individuais e coletivas promotoras de práticas alimentares saudáveis e de atividade física, contribuindo, dessa forma, para o reconhecimento social da relação entre alimentação, nutrição, atividade física e câncer e para a prevenção e o controle do câncer no Brasil”.

O documento é uma tradução adaptada e ampliada do resumo do III Relatório de Especialistas do Fundo Mundial de Pesquisa em Câncer (WCRF – World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em Câncer (AICR –  American Institute for Cancer Research). Traz o posfácio “Alimentação, nutrição, atividade física e câncer: uma análise do Brasil e as recomendações do INCA”, com dados epidemiológicos e recomendações que consideram a realidade nacional, com base no Guia Alimentar para a População Brasileira.

O texto do guia considera que as mudanças no padrão alimentar e no perfil nutricional dos brasileiros têm gerado um cenário preocupante. “O aumento no consumo de alimentos processados e ultraprocessados, frente aos alimentos frescos, às refeições e às preparações tradicionais, vem sendo acompanhado pelo aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade”, ressalta o material.

As recomendações do INCA listam uma série de hábitos que devem ser adotados para a prevenção do câncer no Brasil, entre eles: a manutenção do peso corporal saudável; ser fisicamente ativo como parte da rotina diária; fazer dos alimentos de origem vegetal a base da dieta; evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas e fast food; evitar o consumo de carnes processadas; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não usar suplementos alimentares para prevenção do câncer. 

As orientações também incentivam a amamentação, que protege as mães do câncer de mama e os bebês do sobrepeso e da obesidade ao longo da vida. Uma observação especial é direcionada ao consumo de chimarrão, que não deve ocorrer em temperaturas superiores a 60 °C.

O texto do guia ressalta que “após o diagnóstico de câncer, sempre que possível, o paciente deve seguir as recomendações de prevenção. Durante o tratamento, avaliar, junto ao profissional de saúde responsável, o que é aconselhável”.

Outro apontamento importante chama atenção para o risco de exposição ao tabaco e ao excesso de sol. “Embora cada recomendação individual ofereça benefícios para a proteção contra o câncer, a maior parte do benefício é obtida ao tratar todas as recomendações como um padrão integrado de comportamentos relacionados à alimentação, à atividade física e a outros fatores associados ao modo de vida”, afirma o documento do INCA.

A nutricionista Luísa Nunes, integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, concorda que o conjunto de hábitos e comportamentos saudáveis ajudam a prevenir os tumores. “Falamos de estilo de vida e este conceito engloba sono, atividade física, alimentação, controle do estresse, vida social e afetiva, equilíbrio psicológico e saúde mental.

O câncer tem suas preferências e se pode instalar mais facilmente quando encontra, reunido, o maior número possível de fatores de risco, como predisposição genética, obesidade e vida sedentária, alimentação inadequada, excesso de álcool, exposição à radiação e a agentes químicos, consumo de tabaco, estresse e exposição a plásticos, agrotóxicos e aditivos químicos nos alimentos”, completa Luísa. 

“A alimentação tanto pode ajudar quanto atrapalhar a vida de uma pessoa. Uma nutrição bem feita, com alimentos integrais, orgânicos, ricos em polifenóis, fitoquímicos e nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios, é a chave para longevidade. Longevidade é envelhecer com saúde mantendo a capacidade funcional física e cognitiva do indivíduo”, afirma Luísa. A nutricionista exemplifica o impacto da obesidade e vida sedentária sobre o aumento da incidência de câncer de mama, carcinomas de endométrio, tumores malignos de cólon e de adenocarcinoma de esôfago.

 

https://vencerocancer.org.br/cancer/prevencao/analises-sobre-alimentacao-nutricao-atividade-fisica-e-cancer/?catsel=cancer

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