http://odia.terra.com.br/portal/brasil/html/2011/3/grande_exemplo_na_luta_contra_o_cancer_154267.html
Rio – José Alencar virou ícone da luta contra o câncer no País. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) entrou em luto. A direção-geral do instituto lamentou a morte do ex-vice-presidente.
“Ele foi um grande exemplo por conseguir superar a situação de condenação associada ao diagnóstico da doença. Seu comportamento levou a uma mudança, para melhor, na atitude das pessoas em relação ao câncer no País”, disse o diretor-geral do Instituto, Luiz Antonio Santini. Em 2008, Alencar visitou o Inca e foi homenageado com uma placa pela Associação de Funcionários do Instituto (Afinca).
Outros pacientes que diariamente também enfrentam a batalha contra a doença revelam que Alencar deixou um grande exemplo de amor pela vida.
“A luta dele é a minha. O admiro muito e toda a vontade de viver dele vai servir de exemplo tanto para mim como para outros pacientes de câncer”, avaliou a vendedora Eliane Pessanha Fernandes, de 50 anos. Ela faz tratamento no Inca há cerca de um ano contra um câncer no pâncreas.
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Contra seguradoras, médicos não atenderão convênio dia 07/04/2011
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5032667-EI6578,00-Contra+seguradoras+medicos+nao+atenderao+convenio+dia.html
Marcela Rocha
Médicos organizam paralisação do atendimento a todos os convênios dia 7 de abril. A manifestação foi articulada pela Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) contra baixos honorários e interferência das seguradoras na autonomia do trabalho dos mais de 160 mil profissionais que atuam neste setor.
Segundo diretor da AMB Florisval Meinão, "as relações entre médicos e seguradoras chegaram a um ponto insustentável". Ele explica: - Desde o ano 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde, a inflação vem aumentando e chegou a quase 100%. O reajuste que eles aplicaram às mensalidades que cobram dos beneficiários, está entre 160 e 170%. Os planos coletivos chegam a mais de 200%. Já os reajustes que fizeram para os médicos não chegaram a 60%, na média.
Ao todo, o Brasil tem 1.060 operadoras que prestam serviços a 45 milhões de pessoas. Cálculos feitos pela AMB mostram que, "nos últimos sete anos, essas empresas tiveram um incremento de 129% em sua movimentação financeira, passando de R$ 28 bilhões para R$ 64,2 bilhões. No entanto, no mesmo período, o valor da consulta subiu apenas 44%".
"Isso está gerando um descontentamento muito grande por parte dos médicos", afirma o diretor. Os profissionais alegam que essa insatisfação com o tratamento que recebem das seguradoras afeta o atendimento aos pacientes.
Recente pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina, aponta que 8 em cada 10 médicos sofrem pressões para reduzir os pedidos de exames, de internações e outros procedimentos, para antecipar altas.
Segundo a AMB, os contratos entre médicos e seguradoras estão todos irregulares.
"No ano passado, nós tentamos negociar", afirma Meinão, que detalha onde estão os problemas:
- Em 2004, a ANS percebeu que os convênios estavam levando o sistema ao desequilíbrio econômico por não reajustarem os valores pagos aos médicos. Notado isto, a ANS fez uma resolução normativa, determinando que os planos tivessem nos contratos com os médicos, de forma bem clara, os critérios e periodicidades do reajuste - explica o diretor. Embora haja uma resolução, nenhum contrato foi revisto: "os planos ignoraram solenemente essa resolução da ANS".
Ainda conforme ressaltou Meinão em entrevista a Terra Magazine, "essa informação foi obtida junto à Agência" e é também um dos motivos do protesto.
O dia 7 de abril, afirma Meinão, se trata de uma manifestação de "alerta", para que população e seguradoras saibam que a situação chegou a um ponto "insustentável":
- Ou se dispõem a negociar concretamente, ou vamos partir para o enfrentamento. Existe uma orientação das entidades médicas nacionais para que, desde já, quaisquer procedimentos ou consultas pré-agendadas para 7 de abril sejam remarcados para datas oportunas. Na ocasião, somente serão assistidas as urgências e emergências.
Questionado sobre a adesão à greve, ele lamenta que a classe não seja muito afeita a esse tipo de manifestação. No entanto, comemora o ineditismo: "estamos com uma ampla adesão".
"Sociedades representativas, Conselhos de Medicina e sindicatos garantem que o movimento será forte". Além das entidades articuladoras, a Associação Paulista de Medicina aderiu à movimentação. Assim como essas, outras entidades: o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP), a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP), a Sociedades de Ortopedia, Hematologia, de Hemoterapia e a Febrasgo (Ginecologia e Obstetrícia), Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, entre outras.
Marcela Rocha
Médicos organizam paralisação do atendimento a todos os convênios dia 7 de abril. A manifestação foi articulada pela Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) contra baixos honorários e interferência das seguradoras na autonomia do trabalho dos mais de 160 mil profissionais que atuam neste setor.
Segundo diretor da AMB Florisval Meinão, "as relações entre médicos e seguradoras chegaram a um ponto insustentável". Ele explica: - Desde o ano 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde, a inflação vem aumentando e chegou a quase 100%. O reajuste que eles aplicaram às mensalidades que cobram dos beneficiários, está entre 160 e 170%. Os planos coletivos chegam a mais de 200%. Já os reajustes que fizeram para os médicos não chegaram a 60%, na média.
Ao todo, o Brasil tem 1.060 operadoras que prestam serviços a 45 milhões de pessoas. Cálculos feitos pela AMB mostram que, "nos últimos sete anos, essas empresas tiveram um incremento de 129% em sua movimentação financeira, passando de R$ 28 bilhões para R$ 64,2 bilhões. No entanto, no mesmo período, o valor da consulta subiu apenas 44%".
"Isso está gerando um descontentamento muito grande por parte dos médicos", afirma o diretor. Os profissionais alegam que essa insatisfação com o tratamento que recebem das seguradoras afeta o atendimento aos pacientes.
Recente pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina, aponta que 8 em cada 10 médicos sofrem pressões para reduzir os pedidos de exames, de internações e outros procedimentos, para antecipar altas.
Segundo a AMB, os contratos entre médicos e seguradoras estão todos irregulares.
"No ano passado, nós tentamos negociar", afirma Meinão, que detalha onde estão os problemas:
- Em 2004, a ANS percebeu que os convênios estavam levando o sistema ao desequilíbrio econômico por não reajustarem os valores pagos aos médicos. Notado isto, a ANS fez uma resolução normativa, determinando que os planos tivessem nos contratos com os médicos, de forma bem clara, os critérios e periodicidades do reajuste - explica o diretor. Embora haja uma resolução, nenhum contrato foi revisto: "os planos ignoraram solenemente essa resolução da ANS".
Ainda conforme ressaltou Meinão em entrevista a Terra Magazine, "essa informação foi obtida junto à Agência" e é também um dos motivos do protesto.
O dia 7 de abril, afirma Meinão, se trata de uma manifestação de "alerta", para que população e seguradoras saibam que a situação chegou a um ponto "insustentável":
- Ou se dispõem a negociar concretamente, ou vamos partir para o enfrentamento. Existe uma orientação das entidades médicas nacionais para que, desde já, quaisquer procedimentos ou consultas pré-agendadas para 7 de abril sejam remarcados para datas oportunas. Na ocasião, somente serão assistidas as urgências e emergências.
Questionado sobre a adesão à greve, ele lamenta que a classe não seja muito afeita a esse tipo de manifestação. No entanto, comemora o ineditismo: "estamos com uma ampla adesão".
"Sociedades representativas, Conselhos de Medicina e sindicatos garantem que o movimento será forte". Além das entidades articuladoras, a Associação Paulista de Medicina aderiu à movimentação. Assim como essas, outras entidades: o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP), a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP), a Sociedades de Ortopedia, Hematologia, de Hemoterapia e a Febrasgo (Ginecologia e Obstetrícia), Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, entre outras.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Contagem de células pode determinar agressividade de câncer de pulmão
Publicada em 22/03/2011 às 11h58m
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/03/22/contagem-de-celulas-pode-determinar-agressividade-de-cancer-de-pulmao-924062571.asp
LONDRES - Cientistas britânicos descobriram que a contagem do número de células de câncer de pulmão que circula no sangue do paciente pode ajudar a determinar quão agressivo o câncer é e prever o melhor tratamento.
Pesquisadores do Reino Unido estudaram o número de células circulantes do tumor (ou CTC) em amostras de sangue de 101 pacientes com um tipo da doença, antes e depois de um ciclo de quimioterapia.
Eles descobriram que pacientes com câncer de pulmão com cinco ou mais CTCs tinham as piores taxas de sobrevivência. A média era de 4,3 meses para pacientes com cinco ou mais CTCs, comparado há 8,1 meses para pacientes com menos de cinco.
A descoberta sugere que essa simples contagem pode ser uma maneira de monitorar como o paciente responde ao tratamento em poucas semanas, segundo os pesquisadores. E detectar quando os números de CTC estão subindo pode ajudar os médicos a dar mais opções de tratamento aos pacientes.
- Precisamos agora testar isso em mais pacientes, mas se os resultados forem confirmados, há potencial para personalizar os tratamentos e descobrir novas formas de tratar a doença - disse Fiona Blackhall, médica do hospital de câncer The Christie, em Manchester.
Câncer de pulmão mata 1,2 milhão de pessoas por ano e um dos piores índices de sobrevivência da doença porque mais de dois terços dos pacientes são diagnosticados em estágio avançado quando o tratamento não é mais possível.
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2011/03/22/contagem-de-celulas-pode-determinar-agressividade-de-cancer-de-pulmao-924062571.asp
LONDRES - Cientistas britânicos descobriram que a contagem do número de células de câncer de pulmão que circula no sangue do paciente pode ajudar a determinar quão agressivo o câncer é e prever o melhor tratamento.
Pesquisadores do Reino Unido estudaram o número de células circulantes do tumor (ou CTC) em amostras de sangue de 101 pacientes com um tipo da doença, antes e depois de um ciclo de quimioterapia.
Eles descobriram que pacientes com câncer de pulmão com cinco ou mais CTCs tinham as piores taxas de sobrevivência. A média era de 4,3 meses para pacientes com cinco ou mais CTCs, comparado há 8,1 meses para pacientes com menos de cinco.
A descoberta sugere que essa simples contagem pode ser uma maneira de monitorar como o paciente responde ao tratamento em poucas semanas, segundo os pesquisadores. E detectar quando os números de CTC estão subindo pode ajudar os médicos a dar mais opções de tratamento aos pacientes.
- Precisamos agora testar isso em mais pacientes, mas se os resultados forem confirmados, há potencial para personalizar os tratamentos e descobrir novas formas de tratar a doença - disse Fiona Blackhall, médica do hospital de câncer The Christie, em Manchester.
Câncer de pulmão mata 1,2 milhão de pessoas por ano e um dos piores índices de sobrevivência da doença porque mais de dois terços dos pacientes são diagnosticados em estágio avançado quando o tratamento não é mais possível.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Terapias para câncer trazem esperança e falhas
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/753382-terapias-para-cancer-trazem-esperanca-e-falhas.shtml
DO "THE NEW YORK TIMES"
A droga experimental PLX4032, que reverte os efeitos de uma mutação encontrada em certos tumores, é considerada um grande exemplo das terapias de câncer "direcionadas" do futuro. A droga produziu resultados aparentemente milagrosos em alguns pacientes com melanoma.
Mas quando a mesma droga foi testada em pacientes cujos tumores colorretais tinham a mesma mutação, quase não houve efeito, como relataram pesquisadores na semana passada, na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Mesma droga, mesma mutação, resultado diferente.
As descobertas servem como mais um lembrete de como o câncer pode ser diabolicamente complexo e quanta coisa ainda não foi compreendida. Elas trazem uma dose de moderação ao entusiasmo que estava se acumulando em relação às terapias direcionadas, que agem para bloquear normalidades específicas que estimulam o crescimento do tumor.
"Este é um dos poucos tiros de advertência", disse Scott Kopetz, do M.D. Anderson Cancer Center, em Houston, que liderou o estudo sobre câncer colorretal.
De fato, embora os pesquisadores presentes na reunião tenham saudado o recente sucesso da droga, eles reconheceram que o caminho para o progresso não era tão fácil quanto previsto. Muitas terapias direcionadas estão falhando em testes clínicos.
"Passamos por um período muito rápido de altas expectativas, maturação e decepções", disse J. Leonard Lichtenfeld, vice-diretor médico da Sociedade Americana de Câncer. "Acho que houve quase uma ingenuidade na ideia de que, se pudéssemos encontrar o alvo, teríamos a cura".
Kopetz disse que, após um período de grandes avanços que culminou na aprovação, em 2004, de duas drogas direcionadas, a Avastin e a Erbitux, o progresso contra o câncer de cólon paralisou. "Nos últimos cinco anos, acho que não fizemos nenhum progresso", ele disse.
Uma das estrelas da conferência de oncologia foi a Pfizer, cuja droga experimental crizotinibc encolheu os tumores em quase todos os pacientes de câncer cujos tumores tinham uma anormalidade genética específica. A anormalidade foi descoberta apenas há três anos, e a droga está indo para o mercado.
Mas a Pfizer vem tendo inúmeras falhas, menos divulgadas, em testes para outras terapias direcionadas. Sua droga para o câncer de rim, Sutent, não funcionou como tratamento para câncer de mama, cólon e fígado. Outra droga que bloqueia uma proteína um alvo para as empresas farmacêuticas falhou como tratamento de câncer de pulmão.
"Fiquei realmente surpreso quando os resultados negativos apareceram", disse Mace L. Rothenberg, oncologista que lidera os testes clínicos de câncer da Pfizer.
A quimioterapia convencional normalmente trabalha matando rapidamente as células em divisão. Isso pode significar o tumor, mas também certas células normais, causando efeitos colaterais como queda de cabelo, náusea, diarréia e anemia.
Terapias direcionadas, em contraste, miram em proteínas que de alguma forma contribuem para o crescimento ou sobrevivência do tumor, mas idealmente não são encontradas em células saudáveis. Isso poderia se traduzir em mais eficácia com menos efeitos colaterais.
Inúmeras drogas direcionadas estão sendo usadas e estão melhorando o tratamento. Um modelo é a Gleevec, que pode manter a leucemia mieloide crônica sob controle por anos. Outras incluem a Tarceva, para câncer de pulmão, e Nexavar, para câncer de rim e fígado.
No entanto, as drogas têm seus próprios efeitos colaterais. Em muitos casos, elas funcionam melhor quando usadas com quimioterapias. Assim, os pacientes não podem escapar dos efeitos colaterais da quimioterapia.
Entusiastas das drogas direcionadas vêm dizendo há anos que os tumores serão caracterizados por seus perfis moleculares quais genes modificados eles possuem em vez do local no corpo onde eles ocorrem. Nomes como câncer de mama e câncer de pulmão serão suplantados por termos como tumores B-RAF-positivo ou EGFR-positivo. E as drogas serão selecionadas com base nesse perfil, da mesma forma como os antibióticos são geralmente selecionados com base no agente que está causando a infecção, não no local do corpo onde ela ocorre.
O Hospital Geral de Massachusetts, por exemplo, está conduzindo um teste clínico de uma droga da AstraZeneca para qualquer tipo de câncer desde que ele tenha uma mutação no gene B-RAF, o mesmo gene que é alvo da PLX4032.
Mas o teste da PLX4032 para câncer de cólon sugere que a localização do tumor ainda importa, que não será apenas uma questão de observar o alvo. Também há outros exemplos. A Erbitux e a Vectibix não funcionam em pacientes com câncer de cólon com uma mutação num gene chamado K-RAS. Porém, a relação entre a mutação e a eficácia da Erbitux não parece estar limitada ao câncer de pulmão.
Especialistas afirmam que, em certos tipos de câncer, uma mutação genética pode estar presente, mas não está realmente causando o câncer, como pode ocorrer com outros tipos.
"Temos que mirar uma doença específica, não um biomarcador", disse Mark J. Ratain, oncologista da Universidade de Chicago.
Pode haver diferenças até com o mesmo tipo de câncer. Pesquisadores relataram na conferência que a Erbitux, também conhecida como cetuximab, não prolongou a sobrevivência após cirurgias de câncer de cólon em estágio inicial, embora a droga funcione para o câncer colorretal metastático.
A falha ocorreu apesar de todos os pacientes do teste terem sido examinados para garantir que eles não tinham o gene K-RAS que apresenta mutação, que faria com que a droga fosse ineficiente.
Outro estudo descobriu que em mais de 12% dos casos os tumores que se espalham para o fígado, a partir da mama, são diferentes do tumor original em marcadores amplamente usados para ajudar a determinar o tratamento receptor de estrogênio, receptor de progesterona ou Her2.
As características físicas de uma droga também contam. A Avastin funciona do lado de fora das células para bloquear a ação de uma proteína chamada VEGF, que incentiva a formação de vasos sanguíneos que nutrem os tumores. Ela prolonga a sobrevivência nos casos de câncer de cólon e de pulmão.
Porém, as chamadas drogas de pequenas moléculas, que tentam bloquear a ação da VEGF ao trabalhar dentro das células, falharam em muitos testes para câncer de pulmão e de cólon.
Mesmo assim, pesquisadores afirmam que os empecilhos não deveriam surpreender ou desmotivar, pois são parte de um esforço para entender o câncer.
"Não acho decepcionante", disse Robert J. Mayer, especialista em câncer gastrointestinal do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston. "Acho intrigante", comentou.
Muitos pesquisadores afirmam que caminho do progresso é ir da terapia meramente direcionada a uma terapia verdadeiramente personalizada.
Alguns importantes cientistas genéticos da Universidade de Harvard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e do Broad Institute recentemente ajudaram na abertura de uma empresa, a Foundation Medicine, que planeja desenvolver uma elaboração abrangente de perfil do tumor de um paciente, a fim de ajudar os médicos a personalizar a terapia.
Alguns grandes centros de câncer já estão fazendo isso sozinhos, especialmente para o câncer de pulmão.
No Sloan-Kettering, amostras de tumores de pacientes com certo tipo de câncer de pulmão são testadas para 91 mutações em oito genes. Na metade dos casos, os testes descobriram uma mutação que leva ao câncer. Em 18% dos casos, as descobertas influenciam a escolha da terapia, disse Kris.
A desvantagem dessa abordagem personalizada é que levará anos para desenvolver drogas para cada subconjunto de pacientes.
"Não acho que acabou a era de uma droga para um tipo inteiro de doença", disse Rothenberg, da Pfizer. "Vamos aonde a ciência nos levar. Só temos que ficar mais espertos em relação a isso".
DO "THE NEW YORK TIMES"
A droga experimental PLX4032, que reverte os efeitos de uma mutação encontrada em certos tumores, é considerada um grande exemplo das terapias de câncer "direcionadas" do futuro. A droga produziu resultados aparentemente milagrosos em alguns pacientes com melanoma.
Mas quando a mesma droga foi testada em pacientes cujos tumores colorretais tinham a mesma mutação, quase não houve efeito, como relataram pesquisadores na semana passada, na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Mesma droga, mesma mutação, resultado diferente.
As descobertas servem como mais um lembrete de como o câncer pode ser diabolicamente complexo e quanta coisa ainda não foi compreendida. Elas trazem uma dose de moderação ao entusiasmo que estava se acumulando em relação às terapias direcionadas, que agem para bloquear normalidades específicas que estimulam o crescimento do tumor.
"Este é um dos poucos tiros de advertência", disse Scott Kopetz, do M.D. Anderson Cancer Center, em Houston, que liderou o estudo sobre câncer colorretal.
De fato, embora os pesquisadores presentes na reunião tenham saudado o recente sucesso da droga, eles reconheceram que o caminho para o progresso não era tão fácil quanto previsto. Muitas terapias direcionadas estão falhando em testes clínicos.
"Passamos por um período muito rápido de altas expectativas, maturação e decepções", disse J. Leonard Lichtenfeld, vice-diretor médico da Sociedade Americana de Câncer. "Acho que houve quase uma ingenuidade na ideia de que, se pudéssemos encontrar o alvo, teríamos a cura".
Kopetz disse que, após um período de grandes avanços que culminou na aprovação, em 2004, de duas drogas direcionadas, a Avastin e a Erbitux, o progresso contra o câncer de cólon paralisou. "Nos últimos cinco anos, acho que não fizemos nenhum progresso", ele disse.
Uma das estrelas da conferência de oncologia foi a Pfizer, cuja droga experimental crizotinibc encolheu os tumores em quase todos os pacientes de câncer cujos tumores tinham uma anormalidade genética específica. A anormalidade foi descoberta apenas há três anos, e a droga está indo para o mercado.
Mas a Pfizer vem tendo inúmeras falhas, menos divulgadas, em testes para outras terapias direcionadas. Sua droga para o câncer de rim, Sutent, não funcionou como tratamento para câncer de mama, cólon e fígado. Outra droga que bloqueia uma proteína um alvo para as empresas farmacêuticas falhou como tratamento de câncer de pulmão.
"Fiquei realmente surpreso quando os resultados negativos apareceram", disse Mace L. Rothenberg, oncologista que lidera os testes clínicos de câncer da Pfizer.
A quimioterapia convencional normalmente trabalha matando rapidamente as células em divisão. Isso pode significar o tumor, mas também certas células normais, causando efeitos colaterais como queda de cabelo, náusea, diarréia e anemia.
Terapias direcionadas, em contraste, miram em proteínas que de alguma forma contribuem para o crescimento ou sobrevivência do tumor, mas idealmente não são encontradas em células saudáveis. Isso poderia se traduzir em mais eficácia com menos efeitos colaterais.
Inúmeras drogas direcionadas estão sendo usadas e estão melhorando o tratamento. Um modelo é a Gleevec, que pode manter a leucemia mieloide crônica sob controle por anos. Outras incluem a Tarceva, para câncer de pulmão, e Nexavar, para câncer de rim e fígado.
No entanto, as drogas têm seus próprios efeitos colaterais. Em muitos casos, elas funcionam melhor quando usadas com quimioterapias. Assim, os pacientes não podem escapar dos efeitos colaterais da quimioterapia.
Entusiastas das drogas direcionadas vêm dizendo há anos que os tumores serão caracterizados por seus perfis moleculares quais genes modificados eles possuem em vez do local no corpo onde eles ocorrem. Nomes como câncer de mama e câncer de pulmão serão suplantados por termos como tumores B-RAF-positivo ou EGFR-positivo. E as drogas serão selecionadas com base nesse perfil, da mesma forma como os antibióticos são geralmente selecionados com base no agente que está causando a infecção, não no local do corpo onde ela ocorre.
O Hospital Geral de Massachusetts, por exemplo, está conduzindo um teste clínico de uma droga da AstraZeneca para qualquer tipo de câncer desde que ele tenha uma mutação no gene B-RAF, o mesmo gene que é alvo da PLX4032.
Mas o teste da PLX4032 para câncer de cólon sugere que a localização do tumor ainda importa, que não será apenas uma questão de observar o alvo. Também há outros exemplos. A Erbitux e a Vectibix não funcionam em pacientes com câncer de cólon com uma mutação num gene chamado K-RAS. Porém, a relação entre a mutação e a eficácia da Erbitux não parece estar limitada ao câncer de pulmão.
Especialistas afirmam que, em certos tipos de câncer, uma mutação genética pode estar presente, mas não está realmente causando o câncer, como pode ocorrer com outros tipos.
"Temos que mirar uma doença específica, não um biomarcador", disse Mark J. Ratain, oncologista da Universidade de Chicago.
Pode haver diferenças até com o mesmo tipo de câncer. Pesquisadores relataram na conferência que a Erbitux, também conhecida como cetuximab, não prolongou a sobrevivência após cirurgias de câncer de cólon em estágio inicial, embora a droga funcione para o câncer colorretal metastático.
A falha ocorreu apesar de todos os pacientes do teste terem sido examinados para garantir que eles não tinham o gene K-RAS que apresenta mutação, que faria com que a droga fosse ineficiente.
Outro estudo descobriu que em mais de 12% dos casos os tumores que se espalham para o fígado, a partir da mama, são diferentes do tumor original em marcadores amplamente usados para ajudar a determinar o tratamento receptor de estrogênio, receptor de progesterona ou Her2.
As características físicas de uma droga também contam. A Avastin funciona do lado de fora das células para bloquear a ação de uma proteína chamada VEGF, que incentiva a formação de vasos sanguíneos que nutrem os tumores. Ela prolonga a sobrevivência nos casos de câncer de cólon e de pulmão.
Porém, as chamadas drogas de pequenas moléculas, que tentam bloquear a ação da VEGF ao trabalhar dentro das células, falharam em muitos testes para câncer de pulmão e de cólon.
Mesmo assim, pesquisadores afirmam que os empecilhos não deveriam surpreender ou desmotivar, pois são parte de um esforço para entender o câncer.
"Não acho decepcionante", disse Robert J. Mayer, especialista em câncer gastrointestinal do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston. "Acho intrigante", comentou.
Muitos pesquisadores afirmam que caminho do progresso é ir da terapia meramente direcionada a uma terapia verdadeiramente personalizada.
Alguns importantes cientistas genéticos da Universidade de Harvard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e do Broad Institute recentemente ajudaram na abertura de uma empresa, a Foundation Medicine, que planeja desenvolver uma elaboração abrangente de perfil do tumor de um paciente, a fim de ajudar os médicos a personalizar a terapia.
Alguns grandes centros de câncer já estão fazendo isso sozinhos, especialmente para o câncer de pulmão.
No Sloan-Kettering, amostras de tumores de pacientes com certo tipo de câncer de pulmão são testadas para 91 mutações em oito genes. Na metade dos casos, os testes descobriram uma mutação que leva ao câncer. Em 18% dos casos, as descobertas influenciam a escolha da terapia, disse Kris.
A desvantagem dessa abordagem personalizada é que levará anos para desenvolver drogas para cada subconjunto de pacientes.
"Não acho que acabou a era de uma droga para um tipo inteiro de doença", disse Rothenberg, da Pfizer. "Vamos aonde a ciência nos levar. Só temos que ficar mais espertos em relação a isso".
quinta-feira, 10 de março de 2011
Nanodiamantes são esperança no tratamento do câncer
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2011/03/09/nanodiamantes-sao-esperanca-no-tratamento-do-cancer/
Pesquisadores americanos anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de uma maneira de atacar tumores em estágio avançado do câncer de mama e de fígado, utilizando uma potente droga quimioterápica aliada a minúsculas partículas de carbono conhecidas como nanodiamantes.
A técnica foi testada em ratos, e mostrou que os nanodiamantes ajudam a doxorrubicina a penetrar no tumor - normalmente resistente ao medicamento - e reduzir seu tamanho.
O estudo foi publicado na revista Science Translational Medicine.
Sem os nanodiamantes, a droga era rejeitada pelo corpo ou não conseguia atuar sobre o tumor - ou, pior ainda, acabava causando a morte do paciente se administrada em doses muito altas.
"Este é o primeiro trabalho a demonstrar a importância e o potencial dos nanodiamantes no tratamento de cânceres resistentes à quimioterapia", indica a pesquisa.
O estudo aponta o uso promissor do nanodiamante em humanos, já que a resistência à quimioterapia provoca o fracasso do tratamento em 90% dos casos de câncer com metástase.
"O mais interessante neste trabalho era quando aplicávamos uma dose ainda mais alta do medicamento, tão alta que matava todos os animais. Eles não sobreviviam o suficiente nem para concluir o estudo", destaca Dean Ho, da Universidade Northwestern, principal autor da pesquisa.
"Mas, quando aplicávamos a mesma dose alta combinada ao nanodiamante, não apenas os animais sobreviviam, como a redução dos tumores era a maior que víamos no estudo", conta.
Ho diz ter se interessado pelo uso das partículas de carbono em combinação com medicamentos há mais de três anos, e passou a se concentrar nos nanodiamantes porque outras linhas de pesquisa no campo automotivo mostraram que eles funcionam bem combinados à água - um requisito básico para o uso médico.
"Também percebemos que a forma do diamante é bastante útil, por ser uma estrutura muito organizada, o que é sempre bom para a biologia", explica Ho. Os nanodiamantes são geralmente obtidos a partir de explosões, como em minas de carvão ou refinarias de petróleo. Suspeita-se que resultem também do impacto de meteoritos.
"O que é melhor ainda (sobre os nanodiamantes), é que eles são praticamente um dejeto, que seria produzido de uma maneira ou de outra", diz o pesquisador.
"Então, ao invés de jogá-los fora como qualquer subproduto (...), podemos obter partículas bastante uniformes com dois a oito nanômetros de diâmetro".
Ho reconhece que ainda serão necessários alguns anos antes que o tratamento seja disponibilizado no mercado de serviços médicos, e que é preciso testar a técnica em animais maiores antes de partir para cobaias humanas.
Pesquisadores americanos anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de uma maneira de atacar tumores em estágio avançado do câncer de mama e de fígado, utilizando uma potente droga quimioterápica aliada a minúsculas partículas de carbono conhecidas como nanodiamantes.
A técnica foi testada em ratos, e mostrou que os nanodiamantes ajudam a doxorrubicina a penetrar no tumor - normalmente resistente ao medicamento - e reduzir seu tamanho.
O estudo foi publicado na revista Science Translational Medicine.
Sem os nanodiamantes, a droga era rejeitada pelo corpo ou não conseguia atuar sobre o tumor - ou, pior ainda, acabava causando a morte do paciente se administrada em doses muito altas.
"Este é o primeiro trabalho a demonstrar a importância e o potencial dos nanodiamantes no tratamento de cânceres resistentes à quimioterapia", indica a pesquisa.
O estudo aponta o uso promissor do nanodiamante em humanos, já que a resistência à quimioterapia provoca o fracasso do tratamento em 90% dos casos de câncer com metástase.
"O mais interessante neste trabalho era quando aplicávamos uma dose ainda mais alta do medicamento, tão alta que matava todos os animais. Eles não sobreviviam o suficiente nem para concluir o estudo", destaca Dean Ho, da Universidade Northwestern, principal autor da pesquisa.
"Mas, quando aplicávamos a mesma dose alta combinada ao nanodiamante, não apenas os animais sobreviviam, como a redução dos tumores era a maior que víamos no estudo", conta.
Ho diz ter se interessado pelo uso das partículas de carbono em combinação com medicamentos há mais de três anos, e passou a se concentrar nos nanodiamantes porque outras linhas de pesquisa no campo automotivo mostraram que eles funcionam bem combinados à água - um requisito básico para o uso médico.
"Também percebemos que a forma do diamante é bastante útil, por ser uma estrutura muito organizada, o que é sempre bom para a biologia", explica Ho. Os nanodiamantes são geralmente obtidos a partir de explosões, como em minas de carvão ou refinarias de petróleo. Suspeita-se que resultem também do impacto de meteoritos.
"O que é melhor ainda (sobre os nanodiamantes), é que eles são praticamente um dejeto, que seria produzido de uma maneira ou de outra", diz o pesquisador.
"Então, ao invés de jogá-los fora como qualquer subproduto (...), podemos obter partículas bastante uniformes com dois a oito nanômetros de diâmetro".
Ho reconhece que ainda serão necessários alguns anos antes que o tratamento seja disponibilizado no mercado de serviços médicos, e que é preciso testar a técnica em animais maiores antes de partir para cobaias humanas.
terça-feira, 1 de março de 2011
Médicos dizem ter curado leucemia com células-tronco
Material foi retirado do próprio cordão umbilical de uma paciente de 9 anos
EFE 25/11/2010 11:51
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/medicos+dizem+ter+curado+leucemia+com+celulastronco/n1237838900885.html
Médicos alemães afirmam ter curado completamente, pela primeira, vez leucemia linfoblástica com transplante de células-tronco do próprio cordão umbilical de uma paciente de 9 anos de idade.
Os dados foram divulgados pelo banco de cordões umbilicais alemão Vita 34, uma empresa fundada em 1997 por médicos da cidade germânica de Leipzig.
Com base nas informações da empresa, a doença foi diagnosticada em uma menina alemã de 3 anos e, após receber tratamento de quimioterapia, comprovou que sua única possibilidade de sobrevivência era um transplante de células-tronco. "A esperança de vida da paciente se reduzia para três meses sem um tratamento de células-tronco", explica em comunicado o médico Eberhard Lampeter, diretor médico do Vita 34, quem comentou que as células cancerígenas haviam alcançado já o cérebro. Ele acrescentou que os pais da criança, no momento de seu nascimento, decidiram conservar seu cordão umbilical, do qual extraíram as células-tronco necessárias para o transplante.
Vita 34, o mais antigo e maior banco de cordões umbilicais da Alemanha, ressaltou que até agora 75 mil pais utilizam seus serviços. Lampeter destacou que 15 crianças, entre elas seis com danos cerebrais, foram tratadas até agora com células-tronco de seus cordões umbilicais. A empresa centraliza suas investigações no envelhecimento, multiplicação e reprogramação das células-tronco, assim como no desenvolvimento de novos tratamentos baseados em células-tronco para tratar o diabetes de tipo 1, danos cerebrais e doenças cardíacas.
EFE 25/11/2010 11:51
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/medicos+dizem+ter+curado+leucemia+com+celulastronco/n1237838900885.html
Médicos alemães afirmam ter curado completamente, pela primeira, vez leucemia linfoblástica com transplante de células-tronco do próprio cordão umbilical de uma paciente de 9 anos de idade.
Os dados foram divulgados pelo banco de cordões umbilicais alemão Vita 34, uma empresa fundada em 1997 por médicos da cidade germânica de Leipzig.
Com base nas informações da empresa, a doença foi diagnosticada em uma menina alemã de 3 anos e, após receber tratamento de quimioterapia, comprovou que sua única possibilidade de sobrevivência era um transplante de células-tronco. "A esperança de vida da paciente se reduzia para três meses sem um tratamento de células-tronco", explica em comunicado o médico Eberhard Lampeter, diretor médico do Vita 34, quem comentou que as células cancerígenas haviam alcançado já o cérebro. Ele acrescentou que os pais da criança, no momento de seu nascimento, decidiram conservar seu cordão umbilical, do qual extraíram as células-tronco necessárias para o transplante.
Vita 34, o mais antigo e maior banco de cordões umbilicais da Alemanha, ressaltou que até agora 75 mil pais utilizam seus serviços. Lampeter destacou que 15 crianças, entre elas seis com danos cerebrais, foram tratadas até agora com células-tronco de seus cordões umbilicais. A empresa centraliza suas investigações no envelhecimento, multiplicação e reprogramação das células-tronco, assim como no desenvolvimento de novos tratamentos baseados em células-tronco para tratar o diabetes de tipo 1, danos cerebrais e doenças cardíacas.
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