segunda-feira, 17 de julho de 2017

Como lidar com o corpo e os relacionamentos depois do câncer


Credit: National Cancer Institute

Cada um de nós tem uma imagem mental de como vemos nossa "auto-imagem". Embora nem sempre gostem da nossa aparência, estamos acostumados com nossa auto-imagem e aceitamos. Mas o câncer e seu tratamento podem mudar a forma como você se parece e se sente. Saiba que você não está sozinho em como você se sente. Muitos outros têm sentimentos semelhantes.

Alterações do corpo durante e após o tratamento
Mudanças na sua vida sexual
Namoro

Alterações do corpo durante e após o tratamento

Algumas alterações corporais são de curto prazo, enquanto outras vão durar para sempre. De qualquer forma, sua aparência pode ser uma grande preocupação durante ou após o tratamento. Por exemplo, as pessoas com ostomias após a cirurgia retal ou do cólon às vezes têm medo de sair. Eles se preocupam com o transporte de equipamentos ao redor do corpo ou temem que ele possa vazar. Alguns podem sentir vergonha ou ter medo de que outros os rejeitem.

Toda pessoa muda de maneiras diferentes. Alguns serão notáveis para outras pessoas, mas algumas mudanças apenas você notará. Para alguns, você pode precisar de tempo para se ajustar. Os problemas que você pode enfrentar incluem:

Perda de cabelo ou alterações na pele
Cicatrizes ou mudanças na forma como você parece causadas por cirurgia
Mudanças de peso
Perda de membros
Perda de fertilidade, o que significa que pode ser difícil engravidar ou ter um filho

Mesmo que os outros não possam vê-los, suas mudanças no corpo podem incomodá-lo. Sentimentos de raiva e tristeza sobre mudanças em seu corpo são naturais. Sentir-se mal com o seu corpo também pode diminuir o seu desejo sexual. Essa perda pode fazer você se sentir ainda pior em relação a você mesmo.

Alterações na forma como você olha também podem ser difíceis para seus entes queridos, o que, por sua vez, pode ser difícil para você. Por exemplo, pais e avós geralmente se preocupam com a aparência de um filho ou neto. Eles temem que as mudanças em sua aparência possam assustar a criança ou entrar no caminho de sua permanência próxima.

Each of us has a mental picture of how we look, our "self-image." Although we may not always like how we look, we're used to our self-image and accept it. But cancer and its treatment can change how you look and feel about yourself. Know you aren't alone in how you feel. Many others have similar feelings.

Body Changes during and after Treatment
Changes in Your Sex Life
Dating

Body Changes during and after Treatment

Some body changes are short-term while others will last forever. Either way, your looks may be a big concern during or after treatment. For example, people with ostomies after colon or rectal surgery are sometimes afraid to go out. They worry about carrying equipment around or fear that it may leak. Some may feel ashamed or afraid that others will reject them.

Every person changes in different ways. Some will be noticeable to other people, but some changes only you will notice. For some of these you may need time to adjust. Issues you may face include:

Hair loss or skin changes
Scars or changes in the way you look caused by surgery
Weight changes
Loss of limbs
Loss of fertility, which means it can be hard to get pregnant or father a child
Even if others can't see them, your body changes may trouble you. Feelings of anger and grief about changes in your body are natural. Feeling bad about your body can also lower your sex drive. This loss may make you feel even worse about yourself.

Changes in the way you look can also be hard for your loved ones, which in turn, can be hard on you. For example, parents and grandparents often worry about how they look to a child or grandchild. They fear that changes in their appearance may scare the child or get in the way of their staying close.


Lidar com as mudanças no corpo

Como você lida com as mudanças corporais?

Lamentar suas perdas e saber que está certo sentir-se triste, irritado e frustrado. Seus sentimentos são reais e você tem o direito de se afligir.
Tente se concentrar nas formas como o enfrentamento do câncer o tornou mais forte, mais sábio e mais realista.
Se a sua pele mudou pela radiação, pergunte ao seu médico sobre as formas de cuidar disso.
Procure novas maneiras de melhorar sua aparência. Um novo corte de cabelo, cor do cabelo, maquiagem ou roupas podem dar-lhe uma elevada. Se você está vestindo uma peruca, pode levá-la a um cabeleireiro para dar forma e estilo.
Se você optar por usar alguma prótese de mama, certifique-se de que se encaixa bem. Não tenha medo de pedir ajuda a alguém. E verifique seu plano de seguro de saúde para ver se ele vai pagar por isso.
Lidar com essas mudanças pode ser difícil. Mas, ao longo do tempo, a maioria das pessoas aprende a se adaptar a elas e seguir em frente. Se você precisar, pergunte ao seu médico para sugerir um conselheiro com quem você possa conversar sobre seus sentimentos.

Coping with Body Changes

How do you cope with body changes?

Mourn your losses and know it's okay to feel sad, angry, and frustrated. Your feelings are real, and you have a right to grieve.
Try to focus on the ways that coping with cancer has made you stronger, wiser, and more realistic.
If your skin has changed from radiation, ask your doctor about ways you can care for it.
Look for new ways to enhance your appearance. A new haircut, hair color, makeup, or clothing may give you a lift. If you're wearing a wig, you can take it to a hairdresser to shape and style.
If you choose to wear a breast form (prosthesis), make sure it fits you well. Don't be afraid to ask the clerk or someone close to you for help. And check your health insurance plan to see if it will pay for it.
Coping with these changes can be hard. But, over time, most people learn to adjust to them and move forward. If you need to, ask your doctor to suggest a counselor who you can talk with about your feelings.


Permanecendo ativo

Muitas pessoas acham que ficar ativo pode ajudar sua auto-imagem. Algumas coisas que você pode tentar são:

Caminhar ou correr
Fazer natação
Praticar um esporte
Fazer uma aula de ginástica
Levantar peso
Fazer alongamento ou ioga

Ser ativo o ajuda a lidar com as mudanças. Pode reduzir o estresse e ajudá-lo a relaxar. Também pode ajudá-lo a se sentir mais forte e com mais controle de seu corpo. Comece devagar, se você precisar, e faça no seu tempo. Fale com seu médico sobre maneiras de permanecer ativo.

Hobbies e trabalho voluntário também podem ajudar a melhorar sua auto-imagem e auto-estima. Você pode gostar de ler, ouvir música, fazer palavras cruzadas ou outros tipos de quebra-cabeças, jardim ou paisagem, ou escrever um blog, apenas para citar alguns. Ou você pode ser voluntário em uma igreja ou numa ong, ou se tornar um mentor ou tutor, por exemplo. Você pode achar que se sente melhor com você mesmo quando se envolve em ajudar os outros e fazer as coisas que você gosta

Staying Active

Many people find that staying active can help their self-image. Some things you can try are:

Walking or running
Swimming
Playing a sport
Taking an exercise class
Weight training
Stretching or yoga

You may find that being active helps you cope with changes. It can reduce your stress and help you relax. It may also help you to feel stronger and more in control of your body. Start slowly if you need to and take your time. Talk with your doctor about ways you can stay active.

Hobbies and volunteer work can also help improve your self-image and self-esteem. You may like to read, listen to music, do crossword or other kinds of puzzles, garden or landscape, or write a blog, just to name a few. Or you could volunteer at a church or a local agency, or become a mentor or tutor, for example. You may find that you feel better about yourself when you get involved in helping others and doing things you enjoy.


Mudanças na sua vida sexual

É comum que as pessoas tenham problemas com o sexo por causa do câncer e seu tratamento. Quando seu tratamento acabar, você pode sentir vontade de ter relações sexuais novamente, mas pode demorar algum tempo. Os problemas sexuais podem durar mais do que outros efeitos colaterais do tratamento do câncer. É importante procurar ajuda para aprender a se adaptar a essas mudanças.

Até então, você e seu cônjuge ou parceiro podem precisar encontrar novas maneiras de mostrar que você se importa um com o outro. Isso pode incluir tocar, segurar e abraçar.

Problemas Relacionados ao Tratamento

Problemas sexuais são muitas vezes causados por mudanças em seu corpo. Dependendo do câncer que você teve, você pode ter problemas de curto ou longo prazo com o sexo após o tratamento. Essas mudanças resultam da quimioterapia, radiação, cirurgia ou certos medicamentos. Às vezes, problemas emocionais como ansiedade, depressão, preocupação e estresse podem causar problemas com o sexo.

Que tipos de problemas ocorrem? As preocupações comuns são:

Preocupações com a intimidade após o tratamento. Alguns podem lutar com a imagem do corpo após o tratamento. Mesmo pensar em ser visto sem roupas pode ser estressante. As pessoas podem se preocupar que ter relações sexuais magoa ou que não poderão realizar ou se sentirão menos atraentes. Dor, perda de interesse, depressão ou medicamentos contra o câncer também podem afetar o desejo sexual.
Não é possível fazer sexo como antes. Alguns tratamentos contra o câncer causam alterações nos órgãos sexuais que também alteram sua vida sexual.
Alguns homens não podem mais obter ou manter uma ereção após tratamento para câncer de próstata, câncer de pênis ou câncer de testículos. Alguns tratamentos também podem enfraquecer o orgasmo de um homem ou torná-lo seco. Problemas menos comuns incluem ser incapaz de ejacular ou a ejaculação voltar para a bexiga.
Após o tratamento do câncer, algumas mulheres acham mais difícil, ou mesmo doloroso, fazer sexo. Embora alguns tratamentos contra o câncer possam causar esses problemas, pode não haver uma causa clara. Algumas mulheres também têm dor ou entorpecimento na área genital.
Ter sintomas de menopausa. Quando as mulheres entram na menipausa, podem sentir ondas de calor, secura ou aperto na vagina e/ou outros problemas que podem afetar seu desejo de fazer sexo.
Perder a capacidade de ter filhos. Alguns tratamentos contra o câncer podem causar infertilidade, tornando impossível que os sobreviventes de câncer tenham filhos. Mas tenha em mente que:

Dependendo da sua idade, do tipo de tratamento que recebeu e da duração do tratamento, você ainda pode ter filhos.
As famílias podem se unir de muitas maneiras. Algumas pessoas escolhem a adoção ou a maternidade de aluguel. Algumas pessoas se envolvem na vida de sobrinhas ou sobrinhos, ou em programas de orientação infantil.
Você pode escolher se concentrar em outros interesses e paixões na vida.
Você pode contatar a sua equipe de cuidados de saúde com perguntas ou preocupações, bem como com grupos de suporte liderados profissionalmente. Ou você pode entrar em contato com LIVESTRONG FertilityExit Disclaimer para obter mais informações e para encaminhamentos para programas de fertilidade nos Estados Unidos.
Peça por ajuda

Mesmo que você se sinta estranho, informe seu médico ou enfermeiro se você estiver tendo problemas com intimidade ou sexo. Pode haver tratamentos ou outras maneiras pelas quais você e seu ente querido pode dar prazer uns aos outros. Se o seu médico não pode falar com você sobre problemas sexuais, peça o nome de um médico que pode. Algumas pessoas também acham útil conversar com outros casais.

Os problemas sexuais nem sempre podem melhorar por conta própria. Às vezes, pode haver um problema médico subjacente que causa mudanças. Mudanças comuns e algumas soluções são:

Problemas de ereção. Podem ajudar a medicina, dispositivos assistenciais, aconselhamento, cirurgia ou outras abordagens.
Secagem vaginal. A seca ou o aperto na vagina podem ser causados pela menopausa. As opções para você podem ser: usar um lubrificante à base de água durante o sexo, usar dilatadores vaginais antes do sexo e/ou tomar hormônios ou usar um creme hormonal.
Fraqueza muscular. Você pode ajudar a fortalecer os músculos em sua área genital fazendo exercícios Kegel. Isto é, quando você pratica controlar seus músculos para parar o fluxo de urina. Você pode fazer esses exercícios mesmo quando não está urinando. Apenas aperte e relaxe os músculos enquanto estive sentado, pé ou andando.

Outras questões sobre as quais você quer falar incluem:

Preocupações sobre ter filhos. Discuta preocupações de planejamento familiar com seu médico. Se você é uma mulher, pergunte se você ainda precisa usar controle de natalidade, mesmo que não esteja tendo menstruaçção.
Falando com um conselheiro. Algumas pessoas acham que os problemas sexuais relacionados ao câncer começam a afastar seu relacionamento com seu parceiro. Se for esse o caso, pergunte a uma enfermeira ou assistente social se você pode conversar com um conselheiro. Falar com alguém sozinho, ou com seu parceiro, pode ajudar.
Vendo um especialista. Um terapeuta sexual pode ajudá-lo a falar abertamente sobre seus problemas, trabalhar com suas preocupações e criar novas maneiras de ajudar você e seu parceiro.
Informe ao seu parceiro como você sente

Falar com seu ente querido e compartilhar seus sentimentos e preocupações é muito importante. Mesmo para um casal que esteve junto há muito tempo, pode ser difícil ficar conectado.

Deixe o seu parceiro saber se deseja fazer sexo ou prefere apenas abraçar e beijar. Ele ou ela podem ter medo de fazer sexo com você. Ou seu parceiro pode estar preocupado em machucá-lo ou pensar que não está se sentindo bem.

Fale com o seu parceiro sobre quaisquer preocupações sobre sua vida sexual. Seja aberto sobre seus sentimentos e fique positivo para evitar a culpa.

Eu disse a minha esposa que meu amor por ela não era menos por causa de sua mastectomia. Eu estava muito mais preocupado que ela se livrasse do câncer.

Changes in Your Sex Life

It's common for people to have problems with sex because of cancer and its treatment. When your treatment is over, you may feel like having sex again, but it may take some time. Sexual problems can last longer than other side effects of cancer treatment. It's important to seek help in learning how to adapt to these changes.

Until then, you and your spouse or partner may need to find new ways to show that you care about each other. This can include touching, holding, hugging, and cuddling.

Treatment-Related Problems

Sexual problems are often caused by changes to your body. Depending on the cancer you had, you may have short-term or long-term problems with sex after treatment. These changes result from chemotherapy, radiation, surgery, or certain medicines. Sometimes emotional issues such as anxiety, depression, worry, and stress may cause problems with sex.

What types of problems occur? Common concerns are:

Worries about intimacy after treatment. Some may struggle with their body image after treatment. Even thinking about being seen without clothes may be stressful. People may worry that having sex will hurt or that they won't be able to perform or will feel less attractive. Pain, loss of interest, depression, or cancer medicines can also affect sex drive.
Not being able to have sex as you did before. Some cancer treatments cause changes in sex organs that also change your sex life.
Some men can no longer get or keep an erection after treatment for prostate cancer, cancer of the penis, or cancer of the testes. Some treatments can also weaken a man's orgasm or make it dry. Less common problems include being unable to ejaculate or ejaculation going backward into the bladder.
After cancer treatment, some women find it harder, or even painful, to have sex. While some cancer treatments can cause these problems, there may be no clear cause. Some women also have pain or numbness in their genital area.
Having menopause symptoms. When women stop getting their periods, they can get hot flashes, dryness or tightness in the vagina, and/or other problems that can affect their desire to have sex.
Losing the ability to have children. Some cancer treatments can cause infertility, making it impossible for cancer survivors to have children. But keep in mind that:
Depending on your age, the type of treatment you received, and the length of time since treatment, you may still be able to have children.
Families can come together in many ways. Some people choose adoption or surrogacy. Some people get involved in the lives of nieces or nephews, or in child mentoring programs.
You may choose to focus on other interests and passions in life.
You can reach out to your health care team with questions or concerns, as well as to professionally led support groups. Or you can contact LIVESTRONG FertilityExit Disclaimer for more information, and for referrals to fertility programs in the United States.
Ask for Help

Even though you may feel awkward, let your doctor or nurse know if you're having problems with intimacy or sex. There may be treatments or other ways you and your loved one can give each other pleasure. If your doctor can't talk with you about sexual problems, ask for the name of a doctor who can. Some people also find it helpful to talk with other couples.

Sexual problems may not always get better on their own. Sometimes there can be an underlying medical problem that causes changes. Common changes and some solutions are:

Erection problems. Medicine, assistive devices, counseling, surgery, or other approaches may help.
Vaginal dryness. Dryness or tightness in the vagina can be caused by menopause. Ask whether using a water-based lubricant during sex, using vaginal dilators before sex, and/or taking hormones or using a hormone cream are options for you.
Muscle weakness. You can help strengthen muscles in your genital area by doing Kegel exercises. This is when you practice controlling your muscles to stop the flow of urine. You can do these exercises even when you are not urinating. Just tighten and relax the muscles as you sit, stand, or go about your day.
Other issues you may want to talk about include:

Concerns about having children. Discuss family planning concerns with your doctor. If you're a woman, ask if you still need to use birth control, even if you are not getting your period.
Talking with a counselor. Some people find that sexual problems related to cancer start to strain their relationship with their partner. If this is the case, ask a nurse or social worker if you can talk to a counselor. Talking to someone alone, or with your partner, may help.
Seeing a specialist. A sex therapist may be able to help you talk openly about your problems, work through your concerns, and come up with new ways to help you and your partner.
Tell Your Partner How You Feel

Talking to your loved one and sharing your feelings and concerns is very important. Even for a couple that has been together a long time, it can be hard to stay connected.

Let your partner know if you want to have sex or would rather just hug, kiss, and cuddle. He or she may be afraid to have sex with you. Or your partner may be worried about hurting you or think that you're not feeling well.

Talk to your partner about any concerns you have about your sex life. Be open about your feelings and stay positive to avoid blame.

I told my wife that my love for her wasn't less because of her mastectomy. I was much more concerned that she be rid of cancer.


Encontrando maneiras de ser íntimo

Você ainda pode ter um relacionamento íntimo, apesar do câncer. A intimidade não é apenas física. Também envolve sentimentos. Aqui estão algumas maneiras de melhorar seu relacionamento íntimo:

Concentre-se em falar e renovar sua conexão.
Proteja seu tempo juntos. Desligue o telefone e a TV. Se necessário, encontre alguém para cuidar das crianças por algumas horas.
Vá devagar. Planeje uma hora para ficar juntos sem ser físico. Por exemplo, você pode querer ouvir música ou dar um passeio.
Tente um novo toque. O tratamento ou cirurgia de câncer pode mudar o corpo de um paciente. As áreas em que o toque era usado para se sentir bem agora podem estar entorpecidas ou dolorosas. Algumas dessas mudanças desaparecerão. Algumas ficarão. Por enquanto, vocês podem descobrir juntos quais tipos de toque para se sentir bem, como segurar e abraçar.
Sentir-se íntimo após o tratamento

Embora o tratamento do câncer possa acabar, os problemas sexuais podem permanecer por um tempo. Mas você pode encontrar outras maneiras de mostrar que você se importa um com o outro. Sentir-se perto do seu parceiro é importante.

Tenha orgulho do seu corpo. Você conseguiu através do tratamento!
Pense em coisas que o ajudem a sentir-se mais atraente e confiante.
Concentre-se no positivo. Tente estar atento aos seus pensamentos, pois eles podem afetar sua vida sexual.
Esteja aberto para mudar. Você pode encontrar novas formas de desfrutar da intimidade.

Namoro

Se você é solteiro, mudanças corporais e preocupações sobre sexo podem afetar o que você sente sobre o namoro. Enquanto você luta para aceitar as mudanças em você mesmo, você também pode se preocupar com a forma como os outros sentirão. Por exemplo, você pode se perguntar como alguém reagirá a coisas físicas, como perda de cabelo, cicatrizes ou ostomias. Ou poder trazer problemas sexuais ou de perda de fertilidade, o que pode tornar o relacionamento mais difícil ainda.

Começar a namorar novamente pode parecer um desafio. Você pode se perguntar como e quando contar a uma nova pessoa em sua vida sobre seu câncer e mudanças corporais. Para alguns sobreviventes de câncer, o medo de ser rejeitado os impede de buscar a vida social que eles gostariam de ter. Outros que escolhem não namorar podem enfrentar a pressão de amigos ou familiares para serem mais sociáveis. Aqui estão algumas ideias que podem tornar mais fácil voltar as situações sociais

Concentre-se em atividades que você tem tempo para desfrutar, como ir a festivais e passear em grupo, tomar aulas ou se juntar a um clube.
Tente não permitir que o câncer seja uma desculpa para não namorar e tentar conhecer pessoas.
Aguarde até sentir uma sensação de confiança e amizade antes de contar ao seu namorado sobre seu câncer.
Fale com seus amigos sobre namoro ou obtenha conselhos de outros sobreviventes de câncer.
Pense em namorar como um processo de aprendizagem com o objetivo de ter uma vida social que você desfrute. Você escolhe quem ou com que frequência você namora. E nem todos os namoros devem ser perfeitos. Se algumas pessoas o rejeitam (o que pode acontecer com ou sem câncer), você não falhou. Tente lembrar que nem todas os namoros funcionaram antes de você ter câncer. E, talvez, sua experiência de câncer lhe dê uma sensação de propósito e apreciação por um relacionamento que você não teve antes


Finding Ways to Be Intimate

You can still have an intimate relationship in spite of cancer. Intimacy isn't just physical. It also involves feelings. Here are some ways to improve your intimate relationship:

Focus on just talking and renewing your connection.
Protect your time together. Turn off the phone and TV. If needed, find someone to take care of the kids for a few hours.
Take it slow. Plan an hour or so to be together without being physical. For example, you may want to listen to music or take a walk.
Try new touch. Cancer treatment or surgery can change a patient's body. Areas where touch used to feel good may now be numb or painful. Some of these changes will go away. Some will stay. For now, you can figure out together what kinds of touch feel good, such as holding, hugging, and cuddling.
Feeling Intimate after Treatment

Although cancer treatment may be over, sexual problems may remain for a while. But you can find other ways to show that you care about each other. Feeling close to your partner is important.

Be proud of your body. It got you through treatment!
Think of things that help you feel more attractive and confident.
Focus on the positive. Try to be aware of your thoughts, since they can affect your sex life.
Be open to change. You may find new ways to enjoy intimacy.

Dating

If you're single, body changes and concerns about sex can affect how you feel about dating. As you struggle to accept the changes yourself, you may also worry about how others will feel. For example, you may wonder how someone will react to physical things, such as hair loss, scars or ostomies. Or it can feel awkward to bring up sexual problems or loss of fertility, which can make feeling close even harder.

Starting to date again may feel like a challenge. You may wonder how and when to tell a new person in your life about your cancer and body changes. For some cancer survivors, the fear of being rejected keeps them from seeking the social life they would like to have. Others who choose not to date may face pressure from friends or family to be more sociable. Here are some ideas that can make it easier to get back into social situations:

Focus on activities that you have time to enjoy, such as going to festivals and group outings, taking classes or joining a club.
Try not to let cancer be an excuse for not dating and trying to meet people.
Wait until you feel a sense of trust and friendship before telling a new date about your cancer.
Talk to your friends about dating or get advice from other cancer survivors.
Think about dating as a learning process with the goal of having a social life you enjoy. You get to choose who or how often you date. And not every date has to be perfect. If some people reject you (which can happen with or without cancer), you have not failed. Try to remember that not all dates worked out before you had cancer. And perhaps, your cancer experience gives you a sense of purpose and appreciation for a relationship that you didn't have before.

Updated: June 2, 2017

Most text on the National Cancer Institute website may be reproduced or reused freely. The National Cancer Institute should be credited as the source. Please note that blog posts that are written by individuals from outside the government may be owned by the writer, and graphics may be owned by their creator. In such cases, it is necessary to contact the writer, artist, or publisher to obtain permission for reuse

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Curada de câncer no cérebro, youtuber Lorena retoma gravações do 'Careca TV'


Após cura do câncer, Lorena anunciou novidades do canal Careca TV em Jaú (Foto: Reprodução / TV TEM )

Adolescente de 13 anos, de Jaú, comoveu a internet ao criar o canal há mais de um ano e contar sua história de superação.


Por G1 Bauru e Marília   http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/curada-de-um-cancer-no-cerebro-youtuber-lorena-retoma-rotina-de-gravacoes-para-o-careca-tv.ghtml
13/07/2017 07h01  Atualizado há 1 hora

Com os cabelos já crescidos, seis meses após anunciar que estava curada de um câncer, a youtuber Lorena Reginato, de 13 anos, que ficou famosa com o canal Careca TV, comemora a nova fase.

A adolescente de Jaú (SP) comoveu milhões de internautas ao criar o canal de vídeos há pouco mais de um ano. No primeiro contou toda a história de superação do tumor que teve no cérebro. Em poucos dias, alcançou a marca de mais de um milhão de seguidores. Esse sucesso repentino, inclusive, foi alvo de hackers que retiraram da internet os dois vídeos que ela tinha postado. Mesmo assim, Lorena recomeçou do zero e hoje tem quase 1,8 milhão de inscritos em seu canal.


Lorena Reginato do Careca TV mostra novo visual após tratamento de câncer

A luta de Lorena contra o câncer é acompanhada pelos internautas desde o começo. Em janeiro deste ano, ela divulgou o vídeo em que falava sobre a alta das sessões de quimioterapia e a cura do câncer. Apesar de curada, a nova rotina da youtuber inclui aulas de natação, sessões de fonoaudiologia e fisioterapia.

Tudo para dar mais qualidade de vida e amenizar as sequelas deixadas pelo tumor na parte posterior do cérebro, que fez com que Lorena perdesse parte dos movimentos na época do diagnóstico, em 2015, inclusive da fala. Mas isso não a impediu de seguir o sonho de criar o canal de vídeos, que agora terá várias novidades por meio da parceria com outro youtuber.

 “Vamos ter novos quadros, um quadro musical, outro de de culinária. Isso é uma coisa que ela queria há muito tempo fazer com a mãe dela, a Fiorella, que é uma cozinheira de mão cheia. Vamos fazer os vídeos ao vivo para ter uma inteiração maior com os fãs”, explica o youtuber Átila Balogh.

Nas ruas de Jaú, essa interação já é visível. Por onde Lorena passa, recebe o carinho dos fãs. “Eu gosto muito dela, acompanho o canal, ela é muito legal”, conta Evelyn Thais de Oliveira.

A história de superação de Lorena serviu de inspiração para a menina. “Por acompanhar a Lorena, a história dela, a Evelyn quer cortar o cabelo para doar e também quer ser doadora de medula óssea. Acho que isso é o mais importante, esse incentivo que ela dá, ela é uma batalhadora, um exemplo até para nós adultos que muitas vezes não temos a força que ela teve. Está de parabéns”, completa a mãe de Evelyn, a dona de casa Elisângela Oliveira.

Recuperada, Lorena mostra que a luta para retirada do tumor no cérebro e todas as sessões de radioterapia e quimioterapia, valeu a pena. “Eu fico muito feliz em saber que posso ajudar mais pessoas com a minha história de vida”, diz.


terça-feira, 11 de julho de 2017

Célula de tumor é reprogramada para combater o câncer

Primeira fase de ensaios clínicos, cujo objetivo é atestar a segurança do método, está sendo conduzida no Princess Margaret Cancer Centre, em Toronto
Por Karina Toledo, da Agência Fapesp
access_time26 abr 2017, 10h14 - Atualizado em 26 abr 2017, 10h23


Combate ao câncer: estratégia se mostrou segura e eficaz nos testes pré-clínicos feitos com camundongos (Getty Images/Getty Images)
Reprogramar células tumorais para fazê-las produzir uma substância capaz de estimular o sistema imune a combater o câncer. Essa é a estratégia de um novo tratamento contra leucemia que começou a ser testado em humanos no Canadá.
A primeira fase de ensaios clínicos, cujo objetivo é atestar a segurança do método, está sendo conduzida no Princess Margaret Cancer Centre, em Toronto, sob a coordenação do imunologista Christopher Paige. O centro de pesquisa está vinculado à University Health Network.
Resultados recentes foram apresentados no dia 20 de abril de 2017, durante o congresso Next Frontiers to Cure Cancer, organizado em São Paulo pelo A.C. Camargo Cancer Center.
“Estamos testando essa abordagem no tratamento da leucemia mieloide aguda (LMA), um tipo de câncer que tem origem na medula óssea e acomete as células brancas do sangue. Caso funcione, o mesmo princípio poderia ser usado contra qualquer tipo de tumor com potencial para causar metástase”, disse Paige em entrevista à Agência FAPESP.
A técnica consiste em retirar células tumorais do próprio paciente a ser tratado, reprogramá-las in vitro com o uso de um vetor viral e injetá-las de volta no organismo em uma única aplicação. O objetivo é fazer com que as células malignas modificadas passem a expressar a proteína interleucina-12 (IL-12), uma citocina pró-inflamatória capaz de estimular o combate à doença.
“Para conseguirem crescer e se disseminar pelo organismo, os tumores precisam ser capazes de neutralizar os radares do sistema imune. As células malignas, muitas vezes, secretam substâncias que fazem com que as células de defesa se tornem tolerantes ao corpo estranho. A IL-12 é capaz de reverter esse perfil de tolerância”, explicou Paige.
Essa citocina pró-inflamatória, acrescentou o pesquisador, atua em diferentes níveis. Pode ativar um tipo de célula de defesa chamado linfócito T auxiliar (LT CD4+), capaz de secretar grandes concentrações de outra citocina chamada interferon-gamma (IFN-γ). Esta, por sua vez, aumenta a atividade de outras células de defesa, como os macrófagos.
A IL-12 também pode ativar os linfócitos do tipo NK (Natural Killer ou células exterminadoras naturais), importantes no combate a células tumorais. Ajuda ainda a maturar os linfócitos citotóxicos (LT CD8+), que atacam diretamente células estranhas ao organismo por meio da produção de enzimas.
“Nossa hipótese é que, ao serem recolocadas no paciente, as células reprogramadas vão se espalhar pelo organismo e alcançar os órgãos linfoides [locais onde predominam os linfócitos, como a medula óssea, o timo, os linfonodos e o baço]. Lá elas ativariam o sistema imune, que passaria a atacar tanto as nossas células reprogramadas quanto as demais células leucêmicas. Esse é o plano”, contou Paige.
A estratégia se mostrou segura e eficaz nos testes pré-clínicos feitos com camundongos. Além de eliminar a doença, proporcionou aos animais sobrevida equivalente à de roedores sadios – em torno de dois anos.
Até o momento, somente uma pessoa recebeu o tratamento. Foi aplicada uma pequena quantidade de células reprogramadas com o objetivo de verificar se há algum tipo de resposta imune, quais células de defesa estão sendo recrutadas e dosar os níveis das substâncias pró-inflamatórias liberadas.
“Vamos acompanhar esse paciente durante 30 dias, tempo suficiente para termos certeza de que não estamos causando nenhum mal ao seu organismo. Ao final desse período, se tudo correr bem, trataremos um segundo paciente. E assim continuaremos, tratando um por mês, até atingirmos 10. Devemos demorar ao menos um ano para avaliar a segurança e termos uma ideia mais clara de como o método funciona em humanos”, disse Paige.
O principal risco, segundo o pesquisador, é que o excesso de IL-12 no organismo possa desencadear uma tempestade de citocinas inflamatórias, o que poderia prejudicar o funcionamento dos órgãos e até mesmo levar à morte. Nos testes pré-clínicos, porém, não foram observados efeitos adversos graves.
População-alvo
A leucemia mieloide aguda se caracteriza pela rápida proliferação de células brancas anormais, que não amadurecem, não desempenham sua função e ainda se acumulam na medula óssea, interferindo na produção das outras células sanguíneas, como hemácias e plaquetas.
Os sintomas são muito variados, podendo incluir dor nos ossos, perda de peso, aumento dos nódulos linfáticos, anemia, infecções recorrentes, hematomas e hemorragias. A LMA representa 25% dos casos de leucemia em adultos e é o tipo que apresenta a mais baixa taxa de sobrevida.
A progressão costuma ser rápida, podendo atingir os nódulos linfáticos, fígado, baço, cérebro, medula espinhal e testículos. Atualmente, o principal tratamento é a quimioterapia, que pode levar à remissão total da doença na maioria dos casos. Porém, segundo Paige, mais de 70% dos pacientes apresentam recidiva em até um ano.
“Nosso objetivo original era testar o tratamento nesses pacientes com sinais de recaída após atingir a remissão completa. Seria uma opção a ser testada antes do transplante de medula óssea ou de células-tronco hematopoéticas – procedimento considerado mais tóxico e arriscado. Achávamos que teríamos tempo para os testes até ser encontrado um doador compatível, mas, em razão de mudanças na prática clínica no Canadá, isso está ocorrendo muito rapidamente. Tivemos então de mudar nosso critério de inclusão”, contou.
Atualmente, segundo Paige, estão sendo incluídos no estudo pacientes que já passaram pelo transplante e apresentaram recidiva. Para esses casos há poucas opções terapêuticas, em geral drogas experimentais.
“Estudos anteriores já tentaram, sem sucesso, estimular o sistema imune a combater o câncer com o uso de IL-12. Pesquisadores tentaram injetar a citocina diretamente no tumor, inseri-la em células dendríticas [responsáveis por capturar antígenos estranhos e apresentá-los aos linfócitos] e também em linfócitos infiltrados no tumor [TILs, na sigla em inglês]”, contou.
Na avaliação de Paige, a vantagem da nova abordagem é promover a disseminação de células produtoras de IL-12 em diferentes órgãos linfoides. “Ainda não sabemos qual é o melhor local para induzir a imunidade contra o câncer, mas as células produtoras de IL-12 vão se espalhar por toda parte. Além disso, o sistema imune é capaz de se adaptar caso o tumor sofra mutações, o que diminui as chances de resistência ao tratamento”, disse.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Agência Fapesp.


sábado, 8 de julho de 2017

Em ação, MPF exige recolhimento de remédio chinês usado pelo SUS para tratar leucemia em crianças

Desde 2016, o Ministério da Saúde passou a importar o medicamento LeugiNase para tratar leucemia linfoide aguda (Foto: Reprodução/EPTV)

Procuradora alega que testes apontam "elevado grau de impurezas" no LeugiNase e pede que Ministério da Saúde volte a importar o medicamento Anginasa, que era fornecido até o ano passado.

Por G1 Ribeirão e Franca
07/07/2017 18h49  Atualizado há 9 horas

O Ministério Público Federal (MPF) em Ribeirão Preto (SP) ingressou com uma ação na Justiça exigindo que o Ministério da Saúde recolha todos os lotes do medicamento LeugiNase distribuídos a hospitais públicos do país para tratamento de leucemia linfoide aguda (LLA), doença que atinge principalmente crianças e adolescentes.
Em nota, o Ministério da Saúde nega as acusações do MPF, destacando que o remédio indicado foi aprovado por seis diferentes laboratórios e explica que a compra de medicamentos oncológicos é obrigatoriedade dos hospitais. A pasta importa o medicamento apenas para auxiliar instituições que tem dificuldade na aquisição do produto.
Na ação, o MPF pede que a União interrompa imediatamente futuras compras do remédio, fabricado por laboratório chinês, e volte a importar o Anginasa, produzido por empresa japonesa em parceria com laboratório alemão, e que era usado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até o ano passado.
Ambos os medicamentos são nomes comerciais da substância L-Asparaginase, que junto com outras quatro drogas é usada em processo quimioterápico em pacientes com LLA, tipo de câncer que provoca alterações nas células-tronco e registra cerca de 4 mil novos casos por ano no Brasil.
Em nota, o MPF destaca que testes realizados pelo Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e pelo laboratório norte-americano MSBioworks apontam que o remédio chinês “contém grau elevado de impurezas, apresentando 41 proteínas contaminantes, contra seis do concorrente japonês/alemão”.
Ainda segundo o MPF, a LeugiNase não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, apesar de ter permitido a “importação excepcional”, o próprio órgão regulador ressaltou que não dispõe de informações técnicas necessárias para emitir parecer conclusivo sobre o produto.
A discussão sobre o uso desse medicamento teve início em maio, depois que o Centro Boldrini em Campinas (SP), referência na América Latina no combate ao câncer infantil, ficou sem o estoque de Anginasa e decidiu não usar a nova droga comprada pelo governo federal, alegando que o produto não tem comprovação de eficácia.
O Centro Boldrini também ingressou com ação na Justiça Federal para que o Ministério da Saúde suspenda a importação da LeugiNase. O pedido tem como base um teste feito a pedido da própria instituição que apontou que 40% do medicamento está contaminado por proteínas, o que, segundo especialistas, não garante a sua eficiência.
Ainda no processo, que tramita na 4ª Vara Federal de Ribeirão Preto, a procuradora Daniela Gozzo de Oliveira ressalta que o processo de compra da LeugiNase, realizado em 2016 e que resultou na aquisição de 30,6 mil doses do remédio, foi marcado por inúmeras irregularidades, como dispensa de licitação
“O Ministério da Saúde empregou a dispensa de licitação, argumentando se tratar de uma compra emergencial. No entanto, a pasta tivera 17 meses para normalizar o abastecimento da l-asparaginase e foi negligente ao não realizar procedimento licitatório regular”, diz nota enviada pelo MPF.
A procuradora destaca também que a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a compra do medicamento de origem chinesa, através de uma empresa uruguaia, que não possui estrutura física no país de origem e cujo representante no Brasil está instalado em “pequeno e precário escritório de contabilidade em Barueri (SP)”.
Além de exigir o recolhimento da LeugiNase já distribuída, o MPF quer que a União suspenda novas compras e volte a importar a Anginasa, ou medicamento similar que possua evidência científica. O remédio deverá ser distribuído em até 10 dias a partir da decisão judicial e a procuradora sugere multa mínima de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
União nega laudos
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a LeugiNase contém o princípio ativo L-Asparaginase com atividade enzimática comprovada por seis laboratórios, entre eles o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), e que análise não apontou contaminantes bacterianos que possam causar danos ao usuário.
A pasta diz que o abastecimento da rede pública de saúde está regular e que 21 estados, além do Distrito Federal, estão usando o remédio. "Na farmacovigilância (acompanhamento junto a essas unidades), até o momento, não se observou efeito além do esperado pela literatura disponível", diz o comunicado enviado.
O Ministério destaca ainda que a compra de medicamentos oncológicos é obrigatoriedade dos hospitais e que o valor já é contemplado pelos repasses, de acordo com os procedimentos realizados. O governo federal diz que importa a LeugiNase apenas para auxiliar instituições que têm dificuldade na aquisição do produto.
Ainda em nota, a União defende ter seguido todos os trâmites que permitem uma importação excepcional do medicamento, conforme parecer da Anvisa, em janeiro de 2017, e ressalta que tem atuado com transparência, inclusive participando de audiência pública no Congresso Nacional e promovendo reuniões com especialistas da área.

"Por fim, a pasta ressalta que após reunião realizada em 27 de junho de 2017, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica colocou em ata, 'não vemos aspectos graves suficientes para justificar a suspensão imediata e retirada da Leuginase de uso'", finaliza o comunicado enviado pelo Ministério da Saúde.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Exame de sangue detecta ressurgimento de câncer com 1 ano de antecedência



Descoberta pode levar a exame de sangue para detectar sinais de câncer (Foto: Science Photo Library)

A partir de análie de DNA de tumor retirado, cientistas conseguiram rastrear no sangue sinais de câncer em início de formação; descoberta pode levar a novos tipos de remédios.

Por BBC
27/04/2017 08h03  Atualizado há 4 horas
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/exame-de-sangue-detecta-ressurgimento-de-cancer-com-1-ano-de-antecedencia.ghtml

Médicos britânicos conseguiram identificar o retorno de um câncer um ano antes dos exames tradicionais, em uma descoberta animadora para o combate à doença.
A equipe conseguiu rastrear no sangue sinais de câncer quando este era apenas um pequeno amontoado de células invisíveis a raio-X e tomografia.
Isso deve permitir aos médicos tratar o tumor mais cedo, o que também aumentaria as chances de curá-lo.
O estudo também pode levar a novas ideias para remédios contra câncer, após notar como DNA instável permite a rápida evolução do tumor.
A pesquisa focou em câncer de pulmão, mas os processos estudados são tão básicos que as descobertas devem poder ser aplicadas a outros tipos de câncer.
O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo, e o principal objetivo do estudo era acompanhar o seu desenvolvimento - a ponto de se espalhar por todo o corpo.
Exame de sangue
Para verificar se um câncer pode estar voltando, os médicos precisam saber o que exatamente têm de rastrear. Por isso, partiram de amostras de tumores de pulmões removidos durante cirurgias.
Uma equipe no Instituto Francis Crick, em Londres, analisou, então, o DNA defeituoso dos tumores para obter um "mapa genético" do câncer de cada paciente.
A cada três meses, eram realizados exames de sangue para verificar se pequenos vestígios do DNA do câncer teriam reaparecido.
Os resultados, divulgados na publicação científica "Nature", mostraram que a recorrência do câncer pode ser identificada cerca de um ano antes do prazo normal de métodos atuais disponíveis na medicina.
Os tumores costumam ter, em geral, um volume de cerca de 0,3 milímetros cúbicos quando são detectados por exames de sangue convencionais.
Esperança
Para Cristopher Abbosh, do Instituto de Câncer UCL, a descoberta é significativa.
"Nós podemos identificar pacientes para fazerem o tratamento mesmo quando eles ainda não têm qualquer sinal clínico da doença e também monitorar como as terapias estão evoluindo."
"Isso representa uma nova esperança para combater o retorno do câncer de pulmão após a cirurgia, algo que acontece em cerca de metade dos pacientes", afirmou.
Por enquanto, esse novo método tem sido eficiente ao alertar sobre a volta do câncer para 13 dos 14 pacientes que apresentaram reincidência da doença. E a descoberta ajudou também a identificar quem estava livre, sem indícios da doença.
Em teoria, seria mais fácil curar um câncer que ainda está muito pequeno, no início, do que fazê-lo quando ele já está grande e visível de novo.
No entanto, são necessários mais testes para confirmar a eficácia do método.
Chales Swanton, do Instituto Francis Crick, disse à BBC: "Nós podemos agora organizar testes clínicos para responder à questão fundamental - se você tratar a doença das pessoas quando não há evidências de câncer em uma tomografia ou em um raio-X, você terá mais chances de conseguir curá-la?"
"Nós esperamos que seja isso. Que se nós começarmos a tratar a doença quando existem apenas algumas poucas células cancerígenas no corpo, nós aumentaremos a chance de curar um paciente", completou.
Janet Maitland, de 65 anos, é uma dos pacientes participando dos testes.
Ela viu o câncer de pulmão tirar a vida de seu marido e acabou diagnosticada com a doença no ano passado.
"Era meu pior pesadelo, o câncer de pulmão, então foi como se o meu pior pesadelo se tornasse realidade. Fiquei aterrorizada e devastada."
Ela passou por cirurgia e teve seu tumor retirado - agora os médicos dizem que ela tem 75% de chance de ficar livre da doença pelos próximos cinco anos.
"Eu pensava que nunca mais iria melhorar e agora sinto como se estivesse vivendo um milagre", afirmou.
Evolução
O exame de sangue é, na realidade, a segunda grande descoberta feita pelos cientistas envolvidos em um vasto projeto que pesquisa o câncer.
A primeira descoberta, considerada chave nas pesquisas, foi sobre o papel da instabilidade do DNA na reincidência do câncer.
Diversas amostras de 100 pacientes contendo 4,5 trilhões de pares de bases de DNA foram analisadas. O DNA é "empacotado" em conjuntos de cromossomos que contêm milhares de instruções genéticas.
A equipe no Instituto Francis Crick mostrou que os tumores que apresentavam "caos cromossômico" maior - a capacidade de remodelar facilmente grandes quantidades de DNA para alterar milhares de instruções genéticas - tinham mais chances de voltar.
Charles Swanton, um dos pesquisadores, disse à BBC: "Você tem um sistema ali em que uma célula cancerígena pode alterar seu comportamento rapidamente ganhando ou perdendo cromossomos ou partes de cromossomos."
"É a evolução 'bombada'".
Isso permite que o tumor desenvolva resistência a remédios, a capacidade de se esconder do sistema imunológico e de se deslocar para outros tecidos do corpo.
'Animador'
A primeira implicação da pesquisa será para o desenvolvimento de remédios - entendendo o papel-chave da instabilidade cromossômica, cientistas poderão achar formas de contê-la.
"Espero que sejamos capazes de desenvolver novas formas de limitar isso e que possamos reduzir a capacidade de evolução de tumores - e quem sabe até fazer com que eles parem de 'se adaptar'", observou Swanton.
Os cientistas dizem que só estão começando a entender as descobertas que serão possíveis por meio da análise do DNA de cânceres.