Por Estadão Conteúdo access_time 5 set 2017, 16h42 -
Publicado em 4 set 2017, 18h24 more_horiz
Paciente com câncer recebendo tratamento de quimioterapia em
um hospital de San Francisco
Vacina: a droga foi aplicada legalmente no Brasil pela
primeira vez no hospital cearense (Justin Sullivan/Getty Images)
Produto é um anticorpo que "ensina" as células de defesa do organismo do paciente a atacar as células doentes
Fortaleza – Um medicamento inovador para o tratamento de
leucemia com recidiva começou a ser comercializado no País. A droga
Blinatumomab, conhecida como Blincyto, possui tecnologia de ponta e seu
mecanismo de ação visa ativar a defesa do próprio organismo do paciente para
destruir as células tumorais. A molécula se liga à célula tumoral e à célula
imune do paciente, fazendo que o tumor seja destruído pelo sistema imune do
próprio paciente.
Um paciente do Hospital São Camilo Cura d’Ars, em Fortaleza
(CE), foi um dos primeiros a usar o medicamento assim que ele passou a ser
comercializado. Outros 58 pacientes, porém, já haviam sido beneficiados desde
2015 dentro do Programa de Acesso Expandido da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), que antecipa o fornecimento de algumas drogas inovadoras de
modo restrito, mesmo antes de sua aprovação final no País.
Segundo o responsável pelo tratamento do paciente no
hospital São Camilo e pós-doutor em hematologia, Ronald Feitosa Pinheiro, o
medicamento é indicado justamente para o caso do paciente em questão.
O tratamento foi iniciado na última sexta-feira, 1º, e o
paciente já demonstra sinais de melhora. Segundo Pinheiros, “as ‘células ruins’
caíram de 60 mil para 4 mil”. A duração total do tratamento é de 28 dias.
Correção
Ao contrário do informado inicialmente nesta reportagem, que
recebeu o título “Paciente de hospital em Fortaleza é o 1º do País a receber
vacina para tratar câncer”, o Blincyto não é uma vacina, nem o paciente de
Fortaleza foi o primeiro a recebê-lo.
De acordo com o laboratório Amgen, que produz a droga,
trata-se de um anticorpo monoclonal, cujo mecanismo de ação visa a ativar a
defesa do próprio organismo do paciente para destruir as células tumorais.
Desse modo, não é uma vacina, pois o tratamento com o produto não tem fim
preventivo.
Ainda segundo a empresa, é indicado para tratamento da
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), de precursores de célula B, recidivada ou
refratária, em adultos.
Desde 2015, por meio do Programa de Acesso Expandido da
Anvisa, o produto já vinha sendo oferecido de modo gratuito a pacientes
brasileiros.
De acordo com a Amgen, 58 pessoas foram beneficiadas neste
período. A novidade é que em julho ele teve o preço aprovado pela Anvisa e, agora,
a droga passou a ser comercializada no País. Ela é coberta por planos de saúde.
Por meio de nota, a empresa também alertou que o tempo de
tratamento ainda é curto para falar em melhora. “A Amgen fica muito satisfeita
em saber que, na percepção do médico responsável, o paciente já vem
apresentando sinais de melhora. Porém, apesar do índice apontado como sinal de
melhora – contagem de células tumorais – ser um dos indicativos de resposta ao
tratamento, este é um período muito curto para medir e confirmar o sucesso da
terapia”, informou a empresa.
O tratamento consiste em ciclos de 28 dias. Podem ser
realizados, conforme indicação em bula, até 5 ciclos, dependendo da resposta do
paciente e da decisão do médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário