sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Saiba o que existe de mais avançado no tratamento do câncer de mama

 

Conquistas mais recentes trazem medicamentos que agem diretamente na célula doente ou estimulam o sistema imune a atacar o câncer

https://noticias.r7.com/saude/saiba-o-que-existe-de-mais-avancado-no-tratamento-do-cancer-de-mama-31102020

 


Cada avanço no tratamento serve para um tipo específico de câncer de mama

Freepik

O câncer de mama não é uma doença única, existem diferentes tumores e, portanto, há tratamentos e avanços que contemplam um tipo específico dentre eles. As conquistas mais recentes são no âmbito da terapia-alvo, que age diretamente nas células cancerígenas sem afetar as que estão saudáveis e da imunoterapia, que estimula o próprio sistema imunológico a atacar o câncer.

Noam Ponde, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center, afirma que no mês passado, durante o Congresso Europeu, houve um grande avanço, com a apresentação de uma pesquisa que mostrou a eficácia de um medicamento chamado abemaciclib para tratar pacientes com tumores luminais -que têm receptores de estrógeno e progesterona - na fase inicial, quando não há metástase.

Esse tipo de tumor corresponde a mais de 70% dos cânceres de mama, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

"Antes, eles eram usados só para pacientes com câncer metastático [quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo]. O estudo mostrou que quando esse remédio é usado por dois anos junto com a terapia endócrina aumenta a chance de cura para mulheres com alto risco de reaparecimento da doença", explica.

O especialista explica que esse medicamento faz parte dos chamados inibidores de ciclina, um tipo de terapia-alvo que impede a divisão e multiplicação das células cancerosas.

Ainda em 2019, foram obtidas conquistas para tratar mulheres com câncer metastático do tipo HER2. Assim chamado em referência à proteína que ele expressa, esse tumor representa 20% dos cânceres de mama.

"Tivemos a aprovação de três drogas nos Estados Unidos: neratinib, tucatinib e trastuzumab-deruxtecan. Os três são terapia-alvo, mas de catecorias distintas", detalha Ponde.

O oncologista esclarece que o útimo medicamento citado pertence à classe dos anticorpos monoclonais, que agem em um receptor específico da célula cancerígena, "É como um míssil teleguiado e joga dentro da célula a quimioterapia, então você consegue uma eficácia maior e toxicidade menor", compara.

"Estudos mostraram que pacientes que já haviam feito outros tratamentos e receberam essas drogas apresentaram uma diminuição do tumor e, além disso, a doença ficou sob controle por um tempo mais longo do que o esperado", destaca.

Também ano passado, o Brasil aprovou a primeira imunoterapia destinada para pacientes com câncer de mama no país, feita com um medicamento injetável chamado atezolizumabe.

O mecanismo de ação da imunoterapia consiste em "destravar" o sistema imune, que é bloqueado por alguns tipos de câncer. Essa liberação permite que as células de defesa do organismo reconheça e destrua o câncer, conforme descreve Ponde.

"O problema é que, com o fortalecimento do sistema imunológico, outras partes do corpo acabam sendo atacadas, como pulmão, pâncreas e glândula tireoide, então tem risco de hipotireoidismo", explica.

Além disso, a abrangência da imunoterapia para o câncer de mama é muito limitada: seu uso está aprovado por órgãos reguladores só para pacientes que possuem câncer de mama triplo-negativo (que não possuem receptores hormanais nem a proteína HER2), metastático e a expressão de uma molécula chamada PDL-1, que impede o combate às células cancerosas.

"Existem dados promissores [sobre a eficácia para outros tipos de cânceres de mama], mas precisa de aprovação do FDA [Food and Drug Administration, a agência reguladora americana], que significa muita coisa no contexto de novos tratamentos", frisa o oncologista.

'Brasil está atrasado'

Questionado sobre o panorama brasileiro para o tratamento dos tumores de mama, o especialista enfatiza o atraso - na aprovação, comercialização, incorporação de novos medicamentos no SUS (Sistema Único de Saúde) e obrigatoriedade de cobertura por convênios.

"Uma caixa de abemaciclib custa R$ 18 mil por mês e os planos de saúde não são obrigados a pagar. Imagine a angústia de você receber o diagnóstico, ter o tratamento disponível, mas não poder pagar. Só consegue se processar o convênio, o que é absurdo", ressalta

"Nesse momento está havendo uma consulta pública sobre a inclusão dos inibidores de ciclina no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde), o que tornaria a cobertura obrigatória", informa.

A inclusão no SUS está ainda mais distante e, por enquanto, não passa de uma utopia. "Nesse momento nem se pensa nisso. Esse ano o SUS integrou uma droga chamada pertuzumabe que as pessoas já tomam há 9 anos para tratar o tumor do tipo HER2", exemplifica.

 

Saiba quais os avanços para tratar e diagnosticar o câncer de próstata

Principal conquista no âmbito de tratamentos, a cirurgia robótica é inacessível para a maioria dos pacientes, pois custa cerca de R$ 20 mil

Do R7

 16/11/2020 - 02h00

 Novembro é o mês de conscientização sobre o câncer de próstata

Pixabay/Reprodução

 

O câncer de próstata é o segundo mais comum e letal entre homens - a cada 41, um morre por causa desse tipo de tumor, de acordo com a American Cancer Society. Nos últimos anos, avanços no diagnóstico da doença têm propiciado melhores resultados no tratamento, que também teve suas sequelas diminuídas.

 

As conquistas mais recentes em relação às ferramentas de diagnóstico são o Pet Scan e a ressonância magnética multiparamétrica da próstata - ambos exames de imagem -, como explica o urologista João Manzano, do Hospital Moriah, em São Paulo.

 

"Antes, se o PSA [marcador antígeno prostático específico] ou exame de toque mostrasse alguma alteração, a gente já pedia a biópsia, mas ela só diagnosticava 30% dos casos, com a ressonância essa taxa de detecção aumenta para 70%", destaca.

 

O Pet Scan, por sua vez, permite analisar o corpo inteiro, a partir da ação de um marcador que tem afinidade com as células cancerígenas. "Essa substância vai grudar no tumor onde quer que ele esteja. Então, você escaneia e, se tiver metástase, vai aparecer", descreve o especialista.

 

No âmbito de tratamentos, o princpal avanço alcançado foi a cirurgia robótica, que diminui o risco de sequelas e acelera o período de recuperação sem afetar a possibilidade de cura.

 

"Impotência e incontinência urinária eram muito mais frequentes com a cirurgia aberta", afirma Manzano. De acordo com ele, entre 70% e 80% dos pacientes não apresentam qualquer problema quando a intervenção é realizada com robôs, ao passo que sem essa tecnologia metade dos homens são acometidos. "Além disso, o paciente fica menos de um dia internado no hospital", acrescenta.

 

Todos essas melhorias são possíveis porque o robô dá ao cirurgião uma visão tridimensional e tem um grau muito maior de mobilidade em seus braços, esclarece o urologista.

 

"A cirurgia é feita com 6 furos no abdome, todo menores que um 1 cm, pelos quais passam pinças que são conectadas a braços robóticos controlados por um profissional por meio de um joystick. Então, o robô não é totalmente autônomo, ele auxilia o cirurgião", enfatiza.

 

 Entretanto, o acesso a essa tecnologia ainda é um privilégio que se restringe às elites, pois só está disponível em hospitais particulares e não faz parte do rol de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o que significa que os planos de saúde não são obrigados a cobrir despesas com esse tratamento.

 

"O preço varia, de acordo com o hospital. Mas custa no mínimo entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, isso se o paciente tiver plano de saúde. Mas para quem não tem, o valor sobe para R$ 20 mil", afirma Manzano.

 

https://noticias.r7.com/saude/saiba-quais-os-avancos-para-tratar-e-diagnosticar-o-cancer-de-prostata-16112020

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Campanha arrecada itens de beleza para mulheres com câncer

 

COMJOVEM Campinas faz parceria com o SINDICAMP e a ONG De Peito Escancarado para apoiar movimento no Outubro Rosa

 https://virtz.r7.com/campanha-arrecada-itens-de-beleza-para-mulheres-com-cancer-3010202


 Produtos de beleza arrecadados para doar a mulheres com cânce

O mês de outubro é dedicado ao combate do câncer de mama, no chamado Outubro Rosa. Bethânia Ferragut, idealizadora da ONG De Peito Escancarado, conhece bem a realidade dessa doença. Lutou duas vezes contra o câncer de mama e explica que cuidar de si mesma e se sentir bonita fazia a diferença durante o tratamento.

"Um lenço bonito na careca, uma maquiagem e acessórios para completar" a ajudavam a se sentir melhor. "Porém, infelizmente muitas mulheres não têm essa mesma condição de comprar tais produtos. O câncer mexe demais com muitas coisas, entre elas a nossa autoestima", diz Bethânia.

Assim, ela criou um projeto, por meio de sua ONG, para distribuir kits de beleza no Hospital PUC-Campinas para as mulheres em tratamento. No dia da entrega dos produtos, Bethânia leva todos os seus parceiros, maquiadoras, fotógrafas, manicures e petiscos para deixar o dia de medicação mais leve.

Depois de conhecer a história dela, Rafaela Cozar, responsável pelas áreas de gestão e inovação da empresa Roda Brasil Logística, e coordenadora da COMJOVEM Campinas, decidiu expandir a campanha de arrecadação de produtos de beleza para auxiliar as mulheres que estão lutando contra a doença.

"A Bethânia durante o tratamento sentiu na pele que a autoestima era a primeira coisa a ir por água abaixo. E ela pôde perceber que muitas mulheres eram abandonadas pelos maridos, ou tinham que parar de trabalhar, com pouca ou nenhuma rede de apoio, nessa situação em que o corpo transforma e fragiliza", descreve Rafaela sobre o processo de criação da idealizadora da ONG.

Na arrecadação, os itens variam entre maquiagens, cremes hidratantes, garrafas de água e máscara de tecido. "Todo mundo pode participar. Para os interessados, o SINDICAMP é um ponto de coleta, e as pessoas podem contribuir com esses itens", finaliza Rafaela. A entidade receberá os itens até esta sexta-feira (30).

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Testes e ala 'covid free' viram armas anticâncer

Estudos em hospitais que atendem pacientes com câncer apontaram que, com testagem e criação de vias livres da covid, é possível realizar procedimentos cirúrgicos eletivos com segurança, evitar contaminação pelo vírus e impedir que o tratamento seja comprometido ou se torne mais agressivo se for adiado. No A.C. Camargo Cancer Center, que criou um protocolo de triagem com testagem para todos os pacientes que vão fazer cirurgia, um estudo mostrou que, dos 704 pacientes que fariam cirurgia no mês de maio, 7,6% precisaram ter os procedimentos reagendados porque testaram positivo para covid-19. Tendo em vista os riscos de complicações trazidas pelo vírus nos pacientes oncológicos, o hospital estima que, graças ao esquema "covid free" conseguiu evitar entre sete e nove mortes naquele mês.

Publicada no Journal of Clinical Oncology, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, uma pesquisa do grupo de estudos internacional CovidSurg constatou que as taxas de complicações pulmonares tiveram aumento de mais de 120% e de contaminação por covid de 71% em hospitais que não tinham alas separando pacientes de covid dos demais.

Foram analisados dados de 447 centros em 55 países, incluindo Estados Unidos, Espanha, Itália e o Reino Unido. As pesquisas comprovam a importância de se estabelecer protocolos para garantir que o tratamento de pacientes oncológicos não seja interrompido.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) demonstraram preocupação com a queda dos procedimentos cirúrgicos nos primeiros meses da pandemia.

Um levantamento das duas entidades apontou que, entre março e junho, cerca de 70% das cirurgias não tinham sido realizadas e estimou que ao menos 70 mil pessoas deixaram de receber o diagnóstico de câncer. Segundo a SBCO, as cirurgias voltaram a crescer e, em setembro e outubro, elas aumentaram cerca de 50% em relação a agosto.

Manter o fluxo

"A gente sabia que não podia fechar o hospital durante a pandemia, porque começar o tratamento depois de 60 dias tem impacto na taxa de cura. A situação já dura bem mais que isso. Então, decidimos manter a segurança e o fluxo de cirurgias. E o pilar foi o teste para todos os pacientes, diz Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncologista e head do Centro de Referência em Tumores Colorretais e Sarcoma do A.C. Camargo Cancer Center.

No estudo, os pesquisadores citam dados do grupo CovidSurg, segundo os quais as taxas de mortalidade pós-operatória entre pacientes infectados pela covid foi de 19,1% em cirurgias eletivas, mas pode chegar a 27,1% em pacientes com câncer.

De acordo com Aguiar Junior, a triagem com testes RT-PCR feitos dois a três dias antes da cirurgia, somada à separação de pacientes com sintomas gripais na entrada do hospital e à criação de alas para pacientes que testaram positivo para o vírus, foi fundamental para permitir que os procedimentos continuassem sendo realizados durante o pico da doença.

De acordo com o protocolo, os pacientes com cirurgia eletiva tinham ainda de manter o isolamento social. Caso testassem positivo, um novo exame seria realizado após 14 dias e, com o resultado negativo, o procedimento poderia ser feito.

Com covid-19

Diagnosticada com câncer de reto no começo do ano, Maria José Melo da Silva, de 61 anos, estava com a cirurgia agendada para junho. Quando fez o teste para covid-19, deu positivo. "Não tinha sintoma nenhum. Minha filha, meu filho, minha nora também tiveram. Estavam todos me ajudando e, nesse convívio, aconteceu de eu pegar, porque eu só estava em casa. Por sorte, não foi grave. Um ficou sem paladar, mas não teve nada de falta de ar."

Ela esperou o intervalo determinado pelo hospital, repetiu o exame e fez a cirurgia. "Foi tudo tranquilo e não fiquei preocupada. Estava confiante, e meu estado emocional estava bom. Agora, vou fazer quimioterapia por seis meses", contou.

Integrante do CovidSurg, o cirurgião oncológico Felipe José Coimbra diz que os estudos feitos em hospitais oncológicos apontam a eficácia dos procedimentos adotados e ajudam a nortear as estratégias nas unidades para proteger os pacientes de infecções.

Maior risco

Coimbra ressalta que "os cuidados intra-hospitalares não vão acabar e sabemos que o paciente oncológico é um paciente de maior risco". Assim, diz ele, desde muito cedo se começou a fazer o teste e organizar a situação "para que eles tivessem um caminho paralelo e não se misturassem".

Coimbra também é diretor do Instituto de Saúde Integral e do Centro de Referência Gastro-Intestinal do A. C. Camargo Cancer Center. "No grupo em que os pacientes foram segregados, os pacientes sem covid tiveram menos complicações respiratórias e infecções pelo vírus do que os que estavam sem segregação completa. Houve um aumento de mais de 100% na taxa de complicação pulmonar no hospital sem via de covid."

Outro ponto avaliado foram as taxas de infecção pela covid no pós-operatório. Foi de 2,1% no grupo protegido e de 3,6% no grupo sem proteção, um aumento de 70%. "Valeu a pena fazer isso. O paciente tem direito a um tratamento com segurança e não pode esperar acabar a pandemia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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sábado, 3 de outubro de 2020

Outubro Rosa: veja monumentos que fazem homenagem à campanha

Torre Eiffel, Casa Branca, Congresso Nacional, entre outros, aderiram à campanha de combate ao câncer de mama

https://noticias.r7.com/internacional/fotos/outubro-rosa-veja-monumentos-que-fazem-homenagem-a-campanha-02102020#!/foto/6

 02/10/2020 - 10h35 (Atualizado em 02/10/2020 - 10h41)

O Outubro Rosa é um movimento internacional para a conscientização sobre o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa tem o objetivo de partilhar informações, promover maior acesso aos serviços de diagnóstico e aos tratamentos e contribuir para a redução da mortalidade.

Torre Eifel - Paris - França


Palácio do Planalto - Brasília - Brasi

Casa Branca - Washington - Estados Unidos



segunda-feira, 14 de setembro de 2020

PL amplia acesso de pacientes à quimioterapia oral; oncologistas pedem urgência para aprovação

 

O projeto foi já aprovado pelo Senado Federal, mas ainda falta a aprovação na Câmara dos Deputados e, por fim, a sanção do presidente Jair Bolsonaro

·         Por Jovem Pan

 14/09/2020 07h00 - Atualizado em 14/09/2020 07h05


·        Vencer o Câncer, existem mais de 40 medicamentos orais para tratamento da doença, além de novos estudos em andamento


A quimioterapia oral é uma forma de tratamento contra o câncer em que o medicamento pode ser tomado em casa. Esse foi um avanço em relação aos tratamentos tradicionais intravenosos em que o paciente precisa ir ao hospital ou clínica. Osmar Vilela, trata um tumor no rim há sete anos e ressalta melhora na qualidade de vida. “Estou em em uma fase muito boa graças a essa medicação que tomo a quase sete anos. Tenho conforto de tomar o medicamento em casa, sem ter que estar me deslocando para tomar a medicação no hospital”, afirma. O medicamento intravenoso quando aprovado pela Anvisa, passa a ser de cobertura obrigatória dos planos de saúde. No entanto, o mesmo não acontece com a quimioterapia “oral”, que além de provada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também precisa entrar no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde, trâmite demora no mínimo dois anos. Para o oncologista Fernando Maluf esse processo pode prejudicar o tratamento de muitos pacientes. “Não existe nenhuma razão biológica para isso, nenhuma razão médica. Até porque, hoje, 70% dos remédios contra o câncer são remédios orais. E o mais importante: têm remédios orais que não tem nenhum substituto endovenoso. Ou é aquele ou é aquele, não tem um segundo remédio”, explica.

A Renata trata um câncer de mama e precisou recorrer à Justiça para conseguir o medicamento. “Minha médica viu que a melhor opção seria usar a quimioterapia oral que, a principio, foi recusada pelo plano. Então entrei com um processo para receber o medicamento”, afirma. O projeto de lei 6.330/2019, de autoria do senador José Reguffe (Podemos) busca facilitar e ampliar o acesso dos pacientes de câncer a quimioterapia oral no Brasil. O PL foi aprovado por unanimidade em junho pelo Senado Federal, mas ainda falta a aprovação na Câmara dos Deputados e, por fim, a sanção ou veto pelo presidente Jair Bolsonaro. O oncologista Fernando Maluf destaca, neste momento, a importância da medicação em casa para proteger os pacientes da exposição ao novo coronavírus. “Além disso, nós temos a pandemia onde existe uma necessidade de quanto mais o tratamento ambulatorial seja melhor para o paciente não só a título de conforto, mas a título também de permanecer isolado evitando ter idas e vindas aos hospitais e também centros de saúde”, explica. De acordo com o Instituto Vencer o Câncer, existem mais de 40 medicamentos orais para tratamento da doença, além de novos estudos em andamento.

https://jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha/pl-amplia-acesso-quimioterapia-oral.html

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Kelly Key sobre câncer de pele: 'Acredito que já não tenho mais nada'

 

Kelly KeyImagem: Reprodução/ Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/05/2020 16h42

Kelly Key usou seu Instagram na tarde de hoje para tranquilizar seus fãs a respeito de seu diagnóstico de câncer de pele, revelado pela própria na semana passada.

Em um longo texto, a cantora de 37 anos falou sobre a descoberta da doença e o tratamento ao qual se submeteu para reverter a situação. "Gente, nesta última semana eu falei bastante com vocês sobre o câncer de pele. Para quem não sabe, fiz 3 pequenos procedimentos (em 3 momentos diferentes...). Em novembro do ano passado fizemos apenas uma pequena biópsia de uma lesão da face próxima ao nariz (um pequeno pedaço para sabermos o diagnóstico). Em fevereiro deste ano retiramos essa lesão pois o resultado mostrou malignidade (câncer) pouquíssimo agressiva (confirmado até com imunohistoquímica), mas precisei retirar a lesão", explicou.

Ela continuou: "Aproveitamos para fazer uma 'varredura' tanto no rosto quanto no corpo... Nesse dia, retiramos mais 4 lesões: outra na face e outras 3 lesões pelo corpo. Faz algumas semanas que tivemos o resultado dessas 5 biópsias (aquela primeira que eu descobri, ainda tinha bordas laterais comprometidas, sem lesão profunda, e retiramos essas bordas). A outra do rosto era pré cancerígena e das 3 do corpo, uma era pré cancerígena e as outras duas não tinham malignidade.

Foi quando ela acalmou o público que temia por sua saúde. "Acredito que já não tenho mais nada e que mais nenhum procedimento seja necessário (hoje tirei meus pontos)! Mas os cuidados serão eternos e todos nós precisamos nos cuidar! Muitas pessoas sabem disso, mas preferem ignorar. Não ignore! Se cuide! Precisamos falar sobre o câncer de pele! E minha missão daqui para frente será essa!", disse a artista.

Câmaras de bronzeamento

Então, passou a discorrer sobre a doença. "Você sabia que o câncer de pele corresponde a 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil? O Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano cerca de 135 mil novos casos".

"A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento destes tumores e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento (acredito que este tenha sido o meu caso, pois fiz uma boa quantidade de sessões entre meus 15 e 20 anos)", revelou.

Ela seguiu com mais dados: "As câmaras de bronzeamento aumentam em 75% a chance de ter câncer da pele quando a exposição ocorrer antes dos 30 anos de idade. Pode causar duas vezes mais câncer da pele do que tomar sol no período mais forte do dia?!".

Por fim, se pronunciou contra as câmeras de bronzeamento, que são são proibidas pela Anvisa desde dezembro de 2009. "Mas sabemos que também existem locais ilegais espalhados por todo país! Todos que ignoram essa determinação e continuam apenas pensando no seu bolso, são também cúmplices dos efeitos desfigurantes que o câncer de pele pode deixar nas pessoas, alguns levando à morte", finalizou.

 

https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2020/05/18/acredito-que-ja-nao-tenho-mais-nada-diz-kelly-key-sobre-cancer-de-pele.htm

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Como a oncologia de precisão promove avanços no tratamento do câncer

 Terapias genéticas inovadoras prometem um cenário cada vez mais otimista na luta contra tumores malignos, mas ainda estão longe de significar a cura da doença. Entenda

·         MARÍLIA MARASCIULO

30 ABR 2020 - 13H27 ATUALIZADO EM 30 ABR 2020 - 13H27

 

Se o corpo humano fosse um castelo em guerra contra a invasão e disseminação de células cancerígenas, os tradicionais métodos de combate — a quimioterapia, a radioterapia ou a cirurgia — seriam o equivalente a uma bazuca: até conseguem eliminá-las, mas podem provocar danos irreparáveis à estrutura do castelo. Como se não bastasse, é difícil saber exatamente por onde os invasores tentarão entrar para ganhar o controle do castelo — enquanto a mira está na porta, pode ter outra tropa prestes a entrar pela janela.

Mas, nos últimos anos, um novo campo de estudo da medicina começou a mudar este cenário. Na chamada oncologia de precisão, desenvolvida a partir dos anos 2000, saem as bazucas e entram os snipers. A ideia é saber exatamente quando, como e onde atacar o tumor para ter os melhores resultados com os menores efeitos colaterais. Uma das estratégias mais promissoras é a das terapias genéticas. Como o nome sugere, elas miram nas mutações genéticas das células defeituosas para eliminá-las.

Para entender como os novos tratamentos funcionam, é preciso compreender o que é e como surgem os tumores malignos, ou câncer, termo que engloba um conjunto de mais de 100 doenças causadas pelo crescimento desordenado das células. Em nosso corpo, existem 10 trilhões delas, e no DNA de cada uma existem instruções de como devem crescer e se multiplicar.

Às vezes, pequenas mutações podem alterar essas ordens — em geral, o sistema imunológico consegue identificar as falhas e eliminá-las antes que se espalhem. Mas isso nem sempre acontece: nossa imunidade tem mecanismos para evitar reações exageradas que podem ser prejudiciais ao organismo. E o câncer se aproveita justamente disso, seja se escondendo dessas defesas, seja usando táticas para enganá-las e inibir um ataque. Assim, as células defeituosas se proliferam e replicam as informações erradas, crescendo desenfreadamente e invadindo os tecidos e órgãos.

 

A primeira geração dessas novas estratégias de combate ao câncer são as terapias-alvo. Trata-se de um ataque às moléculas essenciais para o funcionamento das células cancerígenas, freando sua expansão. A ideia é antiga: o bacteriologista alemão Paul Ehrlich, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina em 1908, já havia sugerido naquela época a possibilidade de desenvolver um remédio que combatesse os mecanismos específicos de doenças infecciosas. Mas foi só a partir de 2000 que tais remédios se tornaram realidade — não para infecções, e sim na luta contra contra o câncer.

 

A ideia é atacar células específicas de tumores específicos. Por exemplo: existem diferentes tipos de mutações para câncer de mama, e a terapia foca em uma delas. Portanto, não serve para todos os pacientes. Por serem extremamente precisos, têm taxa de resposta alta e menos efeitos colaterais. O problema é que o tratamento depende de um “match” perfeito, e nem todo tumor tem o alvo ou a mutação específica para as quais os medicamentos funcionam.

 

Atualmente, existem terapias-alvo disponíveis para câncer de pulmão, tireóide, rim, pele, melanoma, sarcoma, fígado, cólon, reto, ovário, mama e leucemias e linfomas. No entanto, elas costumam ser mais recomendadas somente para esses três últimos tipos de câncer.

Quando o corpo é o melhor remédio
Um passo à frente da terapia-alvo, a imunoterapia usa nossas próprias células de defesa contra o câncer. É mais um método que, embora tenha evoluído só nos últimos cinco anos, vem sendo testado há pelo menos 100 anos.

 

Tudo começou no século 19, com o cirurgião americano William Coley. Ao observar que uma vítima de câncer se curou após uma grave infecção, ele desenvolveu a teoria de que, se super ativado, nosso sistema imunológico seria capaz de acabar com um tumor. O cirurgião chegou a fazer experimentos infectando propositalmente pacientes com câncer, sem sucesso.

Os anos passaram e os cientistas descobriram que a teoria de Coley não estava incorreta. Os maiores responsáveis por provar isso foram os imunologistas James P Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, que venceram o Prêmio Nobel de Medicina em 2018 pela descoberta. Eles mostraram que é possível, sim, estimular o sistema imunológico para combater as células cancerígenas: basta bloquear o mecanismo utilizado por elas para enganar nossas defesas. Ele consiste na liberação de proteínas que se encaixam em receptores dos linfócitos T — o “cérebro dinâmico” do sistema imunológico e o responsável por reconhecer a célula danificada e emitir a ordem para que outras células a destruam — e bloqueiam o sinal de alerta.

 

Os remédios imunoterápicos atuam impedindo a liberação dessas proteínas ou obstruindo os receptores dos linfócitos T. Sem serem enganados, eles comandam o ataque. Apesar de também provocar efeitos colaterais, o método é menos agressivo e mais eficaz que os tratamentos tradicionais.

Super-heróis feitos sob medida
Dentro da imunoterapia, um método ainda mais moderno e inovador tem sido desenvolvido. O tratamento com as chamadas células CAR-T consiste na modificação genética em laboratório dos linfócitos T para que desenvolvam um receptor capaz de identificar as células tumorais. “Eles se transformam em super-heróis direcionados para o câncer”, exemplifica o oncologista Bernardo Garicochea, membro do Comitê de Oncogenômica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Os linfócitos são então reinseridos no corpo do paciente para realizarem a missão.

 

Parece coisa de ficção científica, mas o tratamento já foi aprovado nos Estados Unidos para casos raros de câncer de sangue (linfomas e leucemia) resistentes aos métodos tradicionais. No fim de 2019, foi testado pela primeira vez na América Latina por pesquisadores brasileiros.

 

Feito na modalidade de tratamento compassivo, que permite o uso de terapias não aprovadas no país em casos graves sem outras opções disponíveis, o teste ampliou a expectativa de sobrevida de um paciente que sofria com linfoma não Hodgkin. Além disso, reduziu os sintomas clínicos e a necessidade de remédios para dor. E o método desenvolvido por aqui custa bem menos que o oferecido nos Estados Unidos — R$ 150 mil, em vez dos US$ 400 mil (mais de R$ 2 milhões) necessários por lá.

Entusiasmo cauteloso
O alto custo não é o único desafio para esses novos tipos de terapias, nem o mais difícil de se contornar: no Brasil, por exemplo, fica levemente acima do valor de um transplante de medula óssea (R$ 110 mil é o repasse do SUS). Há também a expectativa de que os preços diminuam à medida em que os tratamentos se tornem disponíveis para mais gente.

 

A parte mais complicada é identificar as mutações ou particularidades que possam ser usadas como alvos, na visão de especialistas. “São muitos passos até desvendar o quebra-cabeça de um tumor”, diz o oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e consultor científico da Escola Europeia de Oncologia.

Mello é o responsável por uma pesquisa para sequenciar o código genético dos tumores de pacientes não fumantes com câncer de pulmão. “Nós queremos identificar quais os genes mais responsáveis pelo câncer e, a partir disso, desenvolver medicamentos que inibam esses genes”, explica de Mello, que acredita que a pesquisa deve durar dez anos. O desafio é que os tumores no pulmão de pessoas que não fumam são minoria: entre os 1,5 milhão de casos de câncer de pulmão diagnosticados a cada ano no mundo apenas 15% se dão entre não fumantes.

 

Na explicação de Garicochea, para identificar todos os possíveis alvos, seria necessário um atlas do genoma humano e dos tumores para compará-los, e entender o que está errado. Uma tentativa neste sentido foi divulgada em fevereiro deste ano, na revista Nature. Durante uma década, 1,3 mil pesquisadores do consórcio Pan-Cancer Analysis of Whole Genomes, mais conhecido como Pan-Cancer, analisaram 2,6 mil tumores de 38 tipos de câncer. Eles mapearam o genoma destes tumores e apontaram quais falhas no DNA levaram ao desenvolvimento da doença.

 

Entre as descobertas que mais chamaram a atenção são as diferenças entre o câncer de um paciente e outro, e a interrelação entre os diferentes genes. “Existe comunicação cruzada dentro do próprio tumor, a chamada cross-talk, então às vezes quando você descobre como consertar uma pecinha [do quebra-cabeça], o danado vem e desmancha outra para atrapalhar”, diz o oncologista da Unifesp.

 

Esses são alguns dos motivos pelos quais os cientistas são receosos em anunciar as terapias como potenciais curas para o câncer. “Elas não são a salvação da pátria, são mais um passo dessa caminhada, vão falhar em muitos pacientes, vão curar algumas vidas, nós vamos aprender a melhorá-las e aprender muitas coisas com elas”, diz Garicochea.

Mesmo assim, elas entusiasmam não só pelo potencial de tratamento, mas por também incentivarem avanço nas pesquisas que trazem descobertas importantes também para a prevenção. O especialista da Unifesp não esconde o otimismo: “estamos em uma nova era, o câncer está cada vez mais se tornando uma doença crônica quando bem abordado. Em 2040 talvez o câncer seja tratado como hoje é o diabetes.”

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/04/como-oncologia-de-precisao-promove-avancos-no-tratamento-do-cancer.html

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Vacina contra câncer tem sucesso em testes com animais



Vacina obteve sucesso em testes pré-clínicos com animais. Pesquisadores da Austrália acreditam que proteção pode funcionar para diversos tipos da doença
Por Tamires Vitorio
Publicado em: 09/07/2020 às 17h06

Cientistas do Translational Research Institute e da Universidade de Queensland, ambos na Austrália, tiveram sucesso em um estudo pré-clínico de uma vacina contra o câncer. Segundo a líder da pesquisa, Kristen Radford, a expectativa é que a vacina possa ser usada para o tratamento de doenças sanguíneas, como a leucemia mielogênica aguda, bem como linfomas não Hodgkin, mieloma múltiplo, câncer de mama, renal, de ovários e de pâncreas.

A vacina foi feita com anticorpos humanos e proteínas dos tumores. Agora, o estudo busca pesquisar a capacidade de ela atingir as células humanas para ativar a memória das células. Um estudo pré-clínico acontece antes das fases 1, 2 e 3 de uma vacina e é realizado com animais para testar a toxicidade e os efeitos gerais de uma provável proteção. Os pesquisadores afirmam estar prontos para iniciar os testes em humanos.

O estudo foi publicado na prestigiada revista científica Clinical and Translational Immunology.


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Covid-19 atrasou o tratamento de 43% dos pacientes com câncer Motivos vão de risco de contágio à priorização de pacientes, mas apenas aqueles com neoplasias hematológicas são considerados grupo de risco


Aline Chalet, do R7*
 24/06/2020 - 02h00


Doenças que afetam células sanguíneas, como leucemia, estão no grupo de risco

Cerca de 43% dos pacientes com câncer tiveram o tratamento impactado pela pandemia de covid-19, como cancelamento ou adiamento de procedimentos, segundo uma pesquisa online realizada pelo Instituto Oncoguia. Na região Norte, 63% dos participantes da pesquisa afirmaram ter tido impacto no tratamento. A região Sul foi a menos atingida, com 32% pacientes afetados.

A pesquisa foi realizada com 566 pacientes oncológicos e seus familiares, desses 429 estão em tratamento no momento.

Dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), 60% tiveram impacto no tratamento, contra 33% que utilizam serviço privado de saúde.

Entre esses 43%, os cancelamentos ou adiamentos de tratamentos ocorreram devido a decisões institucionais, ou seja, tomadas pelo hospital ou clínica. Os motivos fornecidos pelas instituições de saúde são: risco de contágio, priorização de pacientes, redução de equipe e impacto na infraestrutura.

Cerca de 12% dos pacientes tomaram a decisão por conta própria e 3% tomou a decisão em conjunto com o médico.

"O ideal seria a personalização dessa fase, ou seja, que médico e paciente determinassem juntos a melhor forma de continuar realizando o tratamento minimizando ao máximo os riscos em relação ao coronavírus", afirma Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.

Dentre os pacientes que tiveram alterações em seus tratamentos após o início da quarentena, 34% fazem quimioterapia, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e 9% terapia-alvo.

Segundo o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Albert Einstein e diretor científico do Oncoguia, a conversa com o médico é fundamental para o tratamento oncológico não ser prejudicado. “Existem exames, consultas e até cirurgias que podem ser adiados por algum tempo, mas isso tem que ser uma decisão médica após a avaliação de cada caso individualmente.”

A pesquisa mostrou que 70% dos pacientes oncológicos se consideram grupo de risco para a covid-19.

Segundo Kaliks, dos pacientes com câncer, apenas os que apresentam neoplasias hematológicas (doenças que afetam as células sanguíneas como leucemias e linfomas), que passaram por transplante de medula óssea e que estão em tratamento com quimioterapia são considerados de grupo de risco.

Os pacientes que possuem outras doenças associadas como diabetes e doenças do coração também são do grupo de risco.

“Pacientes oncológicos que trataram um câncer e estão apenas em acompanhamento não são considerados imunodeprimidos e ex-pacientes oncológicos que estão sem evidência de câncer e que não estão em tratamento oncológico têm o risco aproximado de uma pessoa da mesma idade que não teve câncer."

Segundo dados da pesquisa, 52% dos pacientes sentiram impacto da pandemia de coronavírus na área emocional de suas vidas, 46% na área social, 33% na saúde e 32% na área financeira.

"A área emocional já é a mais afetada diante do câncer e curiosamente temos isso novamente diante da covid-19. Os pacientes estão sim muito mais frágeis e inseguros diante dessa doença que, além de tudo, também impede o contato, as relações e os abraços tão necessários para o enfrentamento do câncer", completa Luciana.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
https://noticias.r7.com/saude/covid-19-atrasou-o-tratamento-de-43-dos-pacientes-com-cancer-24062020

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Pandemia de coronavírus provoca redução de até 90% de outros exames no Brasil


Estimativa é de que 50 mil pessoas deveriam ter sido diagnosticadas com câncer em um mês. Mas, com a falta de atendimento e a queda no número de biópsias, não descobriram a doença.
Por TV Globo
14/05/2020
Um levantamento das Sociedades Brasileiras de Cirurgia Oncológica e de Patologia mostram que, por causa da pandemia do novo coronavírus, houve redução de até 90% de exames que deveriam ser oferecidos em hospitais. Pacientes oncológicos, gestantes e doentes crônicos não estão sendo atendidos.
De 11 de março a 11 de maio de 2020, pelo menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer por falta de exames, segundo os órgãos. Nessas semanas, na cidade de São Paulo, foram feitas 5.940 biópsias na rede pública. No mesmo período do ano passado, foram 22.680.
A mesma redução é observada em um centro de referência em saúde do Ceará: o número de biópsias caiu de cerca de 18 mil, em 2019, para menos de 5 mil, em 2020.
Segundo Clovis Klock, médico da Sociedade Brasileira de Patologia, o diagnóstico tardio provocado pela redução do número de exames pode prejudicar não só a saúde do paciente, mas também a economia, já que tratamentos mais complexos e caros serão necessários futuramente.
Além da questão oncológica, consultas para gestantes estão sendo canceladas, por causa da pandemia. A dona de casa Karina Picoli teve o bebê há 5 meses - e, até agora, não conseguiu fazer o acompanhamento do pós-parto. "Tinha consulta agendada com ginecologista e clínico geral em abril, mas, quando estava próximo da consulta, ligaram e cancelaram", diz.
A secretaria municipal de saúde de São Paulo afirma que apenas as cirurgias eletivas devem ser desmarcadas. De acordo com o secretário Edson Aparecido, as unidades de saúde que não estão atendendo a população serão cobradas para que mantenham seus serviços.