By NICHOLAS D. KRISTOF
Published: December 5, 2009
The New York Times http://www.nytimes.com/2009/12/06/opinion/06kristof.html?_r=1&scp=39&sq=&st=nyt
Observação: A tradução deste artigo do Nicholas Kristof foi feita pelo Vida com Câncer.
A batalha sobre cuidados de saúde (nos Estados Unidos) tem se concentrado no acesso ao seguro saúde ou no tumulto como o que eclodiu sobre a novo manual de orientações da mamografia.
Com os pés no chão
Mas, o que acontece com o aumento dos desafios da saúde pública? O que acontece se o câncer de mama nos Estados Unidos tem menos a ver com seguro ou mamografia e mais com contaminantes em nossa água ou ar - ou em certos recipientes de plástico na nossa cozinha? O que acontece se o aumento da asma e da leucemia na infância refletem, em parte, os venenos que nós impomos a nós mesmos?
Na semana passada participei de um simpósio fascinante no Mount Sinai School of Medicine em Nova Iorque, que explorou se determinados produtos químicos comuns no nosso cotidiano estão relacionados com o câncer de mama e outras afecções.
O Dr. Philip Landrigan, Presidente do Departamento de Medicina Preventiva do Monte Sinai, disse que o risco de uma mulher branca de 50 anos de idade desenvolver o cancer de mama (nos Estados Unidos) disparou para 12 % hoje em dia, quando era de 1% em 1975. (se bem que parte disso pode ser atribuído como resultado de uma melhor detecção da doença). Jovens parecem também estar desenvolvendo o câncer de mama: este ano uma menina de 10 anos de idade na Califórnia, Hannah, está lutando contra o cancer de mama e gravando sua luta em um blog.
Da mesma forma, as taxas de asma triplicaram nos últimos 25 anos, disse o Dr. Landrigan. A leucemia infantil está aumentando em 1% ao ano. A obesidade tem aumentado. Um fator pode ser mudanças no estilo de vida — como menos exercício físico, mais stress e fast food — mas alguns produtos químicos também podem estar desempenhando um papel.
Tomemos como exemplo o câncer de mama. Um quebra-cabeça é o fato de que a maioria das mulheres que vivem na Ásia têm baixas taxas de câncer de mama, mas mulheres de etnias asiáticas, nascidas e criadas nos Estados Unidos não usufruem desse benefício. No Simpósio, a Dra. Alisan Goldfarb, uma cirurgiã especializada em câncer de mama, apontou para um gráfico mostrando taxas de câncer de mama pela etnia.
"Se uma mulher asiática se muda para Nova York, suas filhas estarão nesta coluna, ela disse, apontando para "brancos". "Isto tem algo a ver com o ambiente".
O que está acontecendo? Uma teoria começa com o sabido fato de que as mulheres com mais tempo de ciclos de vida menstrual têm maior risco de desenvolver câncer de mama, porque elas estão expostas a mais estrogênio. Por exemplo, uma mulher que começou a menstruar antes de 12 anos de idade tem um risco superior em 30 % de ter câncer de mama do que aquela que começou com 15 anos ou mais tarde.
Também ficou bem estabelecido que mulheres ocidentais estão começando a puberdade mais cedo e atravessando a menopausa mais tarde. A Dra. Maida Galvez, uma pediatra que gerencia a unidade pediátrica especializada em saúde ambiental do Monte Sinai, disse no simpósio que as meninas americanas no ano de 1800 tinham seu primeiro período menstrual, em média, com cerca de 17 anos de idade. Em 1900 esta média tinha descido para 14 anos. Atualmente é de 12 anos.
Uma série de estudos, principalmente em animais, vincularam a puberdade precoce com a exposição aos pesticidas e outros produtos químicos. Uma classe de produtos químicos que preocupa — embora as provas ainda não são definitivas — são os responsáveis pela ruptura endócrina, que é muitas vezes semelhante ao estrogênio e pode enganar o corpo e desativar configurações de alterações hormonais. Isto está sendo agora tratado com grande seriedade pela Sociedade de Endocrinologia, a associação profissional de especialistas hormonais dos Estados Unidos.
Estes ruptores endócrinos encontram-se em tudo, desde certos plásticos a vários cosméticos. O Dr. Goldfarb disse "Há uma tonelada de coisas em torno que tem material estrogênico". "Existe maquiagem que você passa em sua pele, para uma aparência melhor, que é realmente estrogênio."
Mais de 80.000 novas substâncias químicas foram desenvolvidas desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Centro de Saúde Ambiental da Criança do Monte Sinai. Considerando apenas as principais substâncias químicas, menos de 20 % delas foram testadas quanto a sua toxicidade para as crianças, afirma o centro.
A deputada Louise Slaughter, a única microbiologista na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, introduziu uma legislação neste mês, que estabelece um programa abrangente para monitorar os ruptores endócrinos. É uma excelente idéia, porque, enquanto nós estamos examinando nosso sistema de saúde, se cria um precedente notável para um esforço de saúde pública contra substâncias tóxicas. A remoção do chumbo da gasolina, por exemplo, resultou em uma redução de 80% nos níveis de chumbo no nosso sangue desde 1976 — juntamente com um ganho de 6 pontos no Q.I. das crianças, disse o Dr. Landrigan.
Perguntei a estes médicos, o que fazer em nossas próprias casas para reduzir os riscos. Eles disseram para evitar pote de plástico para alimentos do tipo que pode ser colocado no microondas ou colocar plástico na máquina de lavar louça, porque o calor pode desprender produtos químicos nocivos. Só usar os potes de plástico que já existem no mercado e não são nocivos.
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