http://colunistas.ig.com.br/paulocleto/2010/04/09/break-point-3/
Martina Navratilova, assim como seu maior ídolo, Billie Jean King, sempre procurou ser mais uma porta-voz do que uma simples jogadora com opinião sobre tudo.
Talvez por ter tomado uma posição política logo cedo na carreira que mudou o curso de sua vida, ao “fugir” da Tchecoslováquia e pedir áxilo nos EUA, Martina vem vivendo uma vida de posições, pelo menos supostamente, politicamente corretas acima de qualquer outra coisa.
Ela foi uma das fundadoras da WTA e uma das primeiras, senão a primeira, grande tenista a admitir publicamente seu homossexualismo. O que não é pouco, já que há várias que vivem escondidinhas no armário até hoje, anos após abandonarem as quadras. Não só admitiu, como fez questão que o mundo inteiro soubesse e aceitasse.
Mesmo antes de abandonar as quadras pela primeira vez, sempre procurou estar próxima de alguma causa social. Buscou um ponto de equilíbrio que expusesse a parte de sua vida que acreditava que o mundo deveria saber e esconder o que achava que não deveriam saber. De caso bem pensado e com a clara prioridade de estar fazendo algum tipo de “statement”.
A descoberta do câncer na mama não fugiu a esse raciocínio. Enquanto que uma boa parte das pessoas prefere esconder o diagnóstico dessa terrível doença, Martina chegou à conclusão, após pensar em ficar quieta a respeito, que havia uma razão para divulgá-la.
Martina, que sempre procurou ter o controle de sua vida, dentro e fora das quadras, confessa que desabou e chorou quando descobriu o câncer e que nesse departamento não há campeão que intimide e ludibrie. Para sua sorte, a descoberta foi precoce, o que deve ajudar no combate ao câncer que não é intrusivo.
E é exatamente aí que Martina faz seu “statement”. Ao invés de ocultar, decidiu expor sua doença e o erro que cometeu ao ficar quatro anos sem fazer os exames devidos. Sua decisão é exatamente para alertar as mulheres sobre a importância dos exames de mama. Diz que mais alguns meses e estaria com problemas ainda mais sérios. Decidiu também que participará de palestras e encontros pelos EUA, onde vive, para divulgar a importância dos exames de mama.
Em Janeiro ela passou pela cirurgia que extirpou o tumor. Como agora chutou o pau da barraca, em Maio comentará Roland Garros para o Tennis Channel enquanto faz a radioterapia em Paris. Vai atrair mais atenção da mídia do que as meninas em quadra.
Martina, a original, tem 18 títulos de Grand Slams em simples e 41 em duplas, o ultimo em 2006, com Bob Bryan, um mês antes de completar 50 anos e foi a 1ª do ranking mundial por 331 semanas.
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