sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pesquisas curiosas sobre o diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer – Parte 2

Flor Egípcia

Um novo remédio feito com uma flor que já tinha usos medicinais no Egito antigo pode destruir células de câncer, segundo uma pesquisa realizada por cientistas britânicos. A nova droga produzida a partir do açafrão-do-prado (Colchicum autumnale) circula na corrente sanguínea, mas só é ativada por uma substância química emitida por tumores malignos.

Ela atacaria então as células cancerígenas, mas deixaria intactos os tecidos saudáveis. O remédio foi testado com sucesso em camundongos contra câncer de mama, intestino, pulmão e próstata, mas deve ser eficiente contra qualquer tipo de tumor sólido.

Vírus

Curar uma doença com um vírus parece pouco sensato, mas cientistas canadenses descobriram que um vírus modificado é capaz de combater apenas as células cancerígenas, deixando incólume o tecido saudável.

A pesquisa ainda não é conclusiva, já que apenas 23 pacientes foram submetidos aos testes. No grupo de oito pessoas que recebeu alta dosagem, o tratamento teve resultados positivos em sete pacientes.

A terapia viral no combate ao câncer não é novidade. Até agora, no entanto, o vírus era diretamente aplicado no tumor, e não na corrente sanguínea.

Maconha

Os componentes ativos da maconha e seus derivados poderiam reduzir o crescimento do câncer de mama e a aparição de metástases, constatou uma equipe de cientistas espanhóis que testou os efeitos da droga em camundongos.

Os pesquisadores da Universidade Autônoma de Madri afirmaram que os cannabinoides podem deter e mesmo eliminar as células derivadas desse tipo de tumor. Os cientistas concluíram que a propriedade antitumoral surge do receptor de cannabinoides CB2, enquanto os efeitos psicotrópicos da maconha surgem do receptor CB1.

A maconha mostrou ter o mesmo efeito em câncer de próstata, em outro estudo realizado em Madri, na Universidade de Alcalá de Henares. Mas a diretora da organização "Cancer Research UK", Lesley Walker, adverte aos pacientes sobre os malefícios de fumar maconha e garante: ninguém vai combater o câncer fumando a droga.

Suco de Romã

Componentes do suco de romã podem inibir o crescimento de células cancerosas e a metástase do câncer de próstata, de acordo com pesquisadores da Universidade Riverside, nos Estados Unidos.

Cientistas aplicaram o suco de romã em células de câncer de próstata resistentes a outros tratamentos e constataram que houve diminuição da metástase, já que as células ganharam mais adesão e passaram a se separar menos. Agora, os pesquisadores trabalham para identificar as substâncias da romã que causam o efeito benéfico e criar novos medicamentos

Calor

Cientistas acreditam que a termoterapia pode ser uma alternativa à quimioterapia no combate ao câncer, segundo um estudo apresentado na American Physical Society.

O tratamento consiste em aquecer apenas o tumor a uma temperatura de 56ºC, o que destrói o tecido cancerígeno enquanto mantém o tecido em volta sadio, a não mais de 41ºC.

Até o momento, foram realizados apenas experimentos 'in vitro', mas está prevista a continuação do estudo com animais.

Veneno de Escorpião

Médicos cubanos já trataram mais de 10 mil pacientes de câncer com um medicamento homeopático feito a partir do veneno do escorpião azul. O produto teve "resultados positivos na melhora da qualidade de vida e detenção" do tumor, disse Isabel González, diretora de Pesquisas e Desenvolvimento do Grupo Empresarial Labiofam.

O medicamento é indicado como um auxiliar a outras terapias e tem propriedades analgésicas e antiinflamatórias.

Transplante de Tumor

Quando o americano Mark Gregoire foi diagnosticado com câncer de pâncreas, os médicos lhe deram poucas semanas de vida. Mas pesquisadores da Universidade John Hopkins conseguiram curar o paciente após transplantar células de seu tumor a camundongos. Quando os animais ficaram doentes, os cientistas puderam testar neles diversas possibilidades de tratamento até descobrir qual seria a melhor para Mark.

Quando conseguiram curar um camundongo com uma determinada droga, aplicaram a mesma ao paciente, que hoje está recuperado.

Abelhas

Cientistas de St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveram um método que usa veneno de abelhas para matar células de tumores, ao mesmo tempo em que deixa células saudáveis intactas. Os pesquisadores acoplaram a toxina melitina, presente no veneno, a moléculas, ou nanopartículas, que foram introduzidas em ratos que possuíam tumores.

De acordo com os pesquisadores, as partículas pousam na superfície das células e depositam sua carga de melitina, que rapidamente se funde com as células-alvo. "Mostramos que a toxina da abelha é levada para as células, onde faz furos em suas estruturas internas", afirmou um dos autores do estudo, Samuel Wickline.

Após algumas aplicações das "nanoabelhas", os tumores dos ratos teriam encolhido ou parado de crescer, de acordo com os cientistas.

Óleo de Peixe

Um ácido graxo Ômega 3, encontrado em óleos provenientes de peixes, pode reduzir o tamanho de tumores e aumentar os efeitos positivos do remédio cisplatina, usado na quimioterapia, afirmam cientistas egípcios da Universidade de Mansoura.

A equipe estudou os efeitos do ácido graxo DHA em tumores sólidos em ratos e concluiu que o DHA eliminou efeitos colaterais da quimioterapia, como cancelar os danos que o medicamento costuma causar nos rins. O estudo ainda não passou da fase de testes.

Erva Brasileira

Uma erva comum no Brasil e que cresce na mata pluvial da costa litorânea pode se tornar futuramente uma aliada dos especialistas na luta contra o câncer. Análises feitas por uma equipe de pesquisadores de Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, demonstraram que compostos isolados da erva-de-são-simão (Vernonia scorpiodes) são capazes de destruir vários tipos de células tumorais, sem causar efeitos expressivos às células não tumorais.

Testes em camundongos mostraram bons resultados, mas Tania Mari Bellé Bresolin, coordenadora do estudo, afirma que existe um longo caminho a percorrer para saber se a planta pode servir como fonte de um medicamento.

Ela também alertou sobre os riscos da ingestão da erva-de-são-simão devido à sua toxicidade, que pode ser nociva ao ser humano se usada na alimentação. As substâncias benéficas só podem ser processadas em laboratório.

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