A recente aprovação de um imunoterápico com ação extremamente promissora
para câncer de pulmão simboliza uma grande grande esperança no tratamento da
doença
Por Giulia Vidale – Veja.com
access_time26 out 2016, 18h03 - Atualizado em 26
out 2016, 19h23
Os imunoterápicos, medicamentos que utilizam o
próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer, são os grandes
protagonistas dos congressos médicos sobre o assunto e a grande aposta de médicos
e pesquisadores contra a doença. (iStock/Getty Images)
Há alguns
anos, os imunoterápicos, medicamentos que utilizam o próprio sistema
imunológico do paciente para combater o câncer, têm sido os grandes
protagonistas dos congressos médicos sobre o assunto e a grande
aposta de médicos e pesquisadores. Essa semana, houve outra grande vitória no
avanço de tratamentos contra a doença.
Na
segunda-feira, a Food and Drug Administration (FDA), agência americana que
regula fármacos, aprovou uma nova droga para o tratamento de câncer de
pulmão. Trata-se do pembrolizumabe, medicamento indicado como primeira
linha de tratamento para pacientes com tumores pulmonares em estágio de metástase.
A
aprovação é importante pois essa é a primeira vez que um fármaco imunoterápico
é indicado como primeiro tratamento para pacientes com esse diagnóstico,
em vez da tradicional quimioterapia. A FDA também expandiu a aprovação
para o tratamento de pessoas com a doença que tenham realizado quimioterapia.
De acordo
com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que entre 2016 e 2017
haverá 28.190 novos casos de câncer de pulmão no país. Um estudo conduzido pela
Sociedade Americana do Câncer em parceria com a Agência Internacional para
Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), aponta que o câncer de pulmão é a principal
causa de morte pela doença entre homens e mulheres em países desenvolvidos.
Segundo uma matéria publicada em
VEJA dessa semana, o medicamento é uma esperança para os pacientes
diagnosticados com o letal câncer de pulmão. Dos 30 000 brasileiros que
recebem o diagnóstico a cada ano, apenas 6 000 sobreviverão à doença em
cinco anos. Estudos com pembrolizumabe mostraram que o composto reduziu
pela metade o risco de progressão da doença e em 40% o risco de morte.
“São
resultados que representam uma quebra de paradigma”, diz o oncologista Artur
Katz, chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital Sírio Libanês, em São
Paulo.
O
medicamento age bloqueando a PD-1, proteína presente nas células de defesa do
corpo humano, os linfócitos T, mas que, em pessoas com câncer, permite que o
tumor se esconda do sistema imunológico. Ao bloquear a PD-1, o medicamento faz
com que os linfócitos-T ataquem o câncer.
Para Philip
Greenberg, chefe de imunologia do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson
em Seattle, nos Estados Unidos, a imunoterapia já é o quarto pilar do
tratamento anticâncer, ao lado da radioterapia, quimioterapia e cirurgia,
segundo informações da rede americana CNN. “Há momentos em que ela será usada sozinha, e haverá momentos em que será
usada em conjunto com outras terapias, mas há muito pouco a questionar que esta
vai ser uma parte importante do tratamento do câncer daqui para
frente.”, disse Greenberg.
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