Remédio que combate inflamação e terapia genética são as duas novas
armas contra a doença
Bárbara
Libório, de Barcelona
01.09.17 - 18h00
A redução
da inflamação diminui o risco de doença cardíaca. No domingo 27, no Congresso
Europeu de Cardiologia, a constatação foi confirmada e trouxe implicações
maiores: inibir processos inflamatórios pode derrubar também a incidência e a
mortalidade por câncer de pulmão. O estudo Cantos, comandado por Paul M.
Ridker, diretor de Centro de Prevenção de Doenças Cardiovasculares no Brigham
and Women’s Hospital, em Boston (EUA), e Peter Libby, especialista em medicina
cardiovascular do mesmo hospital, mostrou que a administração do
anti-inflamatório canakinumabe em pacientes com taxas de colesterol moderadas,
que tiveram anteriormente um ataque cardíaco e apresentavam elevados níveis de
proteína C reativa, um marcador de inflamação, diminuiu em 15% o risco de um
novo evento como o infarto e o acidente vascular cerebral e a chance de morte.
O estudo
revelou ainda que o remédio reduziu em 77% as taxas de mortalidade por câncer,
especialmente o de pulmão, assim como sua incidência (67%). Isso sugere que a
mesma via inflamatória que é um fator de risco para doenças cardíacas também
pode iniciar ou estimular o crescimento de tumores. “Os dados são emocionantes
porque apontam para a possibilidade de retardar a progressão de certos tipos de
câncer”, disse Ridker à ISTOÉ. Para Libby, o resultado abre uma nova porta no
tratamento dessa doença. “É um resultado preliminar que tem que ser estudado
mais profundamente, mas é uma nova era anti-inflamatória que pode ser muito
eficaz.”
A outra
boa novidade foi a liberação para a venda, pelo órgão regulador americano FDA,
da primeira terapia genética contra o câncer. Conhecida como CAR-T, ela
consiste na alteração de células do próprio paciente para que identifiquem e
combatam com maior eficácia as células tumorais. “É uma nova fronteira na luta
contra a doença”, disse Scott Gottlieb, diretor da FDA.
DUAS
DOENÇAS, O MESMO ALVO
Como age o medicamento
• Ele reduz a inflamação
• Hoje se sabe que o processo está envolvido em várias patologias, entre elas a depressão, ou eventos como o infarto
• Estudos indicam que está relacionado também ao câncer, em especial o de pulmão
• Por isso, a pesquisa sobre a droga gerou a hipótese de que o tratamento e a redução da inflamação pode reduzir a incidência e a mortalidade desse tipo de tumor
Como age o medicamento
• Ele reduz a inflamação
• Hoje se sabe que o processo está envolvido em várias patologias, entre elas a depressão, ou eventos como o infarto
• Estudos indicam que está relacionado também ao câncer, em especial o de pulmão
• Por isso, a pesquisa sobre a droga gerou a hipótese de que o tratamento e a redução da inflamação pode reduzir a incidência e a mortalidade desse tipo de tumor
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