quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Outubro Rosa - Prevenção do Câncer de Mama

Com o objetivo de alertar as pessoas para a importância da detecção precoce do câncer de mama e considerando que estamos no período do Outubro Rosa, o Vida com Câncer publica alguns artigos que tratam desse assunto.

Câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos, diz estudo

Estadão 03/10/2016

Embora o Ministério da Saúde recomende a realização periódica da mamografia somente a partir dos 50 anos, um novo estudo feito pelo A.C. Camargo Cancer Center traz de volta a polêmica sobre a idade a partir da qual as mulheres devem fazer o exame capaz de detectar o câncer de mama.
Levantamento do hospital com 4.527 pacientes mostra que 40% das mulheres que receberam o diagnóstico da doença entre os anos de 2000 e 2010 no centro médico tinham menos de 50 anos e não descobririam o tumor se tivessem seguido a orientação do ministério. Do total de pacientes acompanhadas, 11,4% descobriram a doença até os 39 anos e outras 28,7%, entre os 40 e os 49 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o exame a partir dos 40 anos.
"Não podemos dizer que os dados do A.C. Camargo refletem toda a realidade brasileira, até porque somos um centro de referência em oncologia e isso leva a mais diagnósticos precoces. No entanto, esse estudo mostra que vale a pena investir na mamografia mais cedo. Sabemos que a curva de incidência da doença começa a aumentar a partir dos 40 anos e, quanto mais cedo descoberto o tumor, maior a chance de cura", diz Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e diretora de Mastologia do A.C. Camargo.
Os dados do levantamento provam o quanto o diagnóstico precoce é decisivo no sucesso do tratamento. Do total de mulheres que descobriram a doença no estágio 1, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No grau 2, eram 89,2%. No estágio 3, o índice foi de 71,6%, número que caiu para 30,3% no estágio 4, o mais avançado.
Sinal. Diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos, a supervisora de vendas Patrícia Rosa Moreira, hoje com 40, atribui à sorte a realização da mamografia que a fez descobrir a doença. "Foi por acaso. Eu fui doar sangue e deu uma alteração nas plaquetas. Resolvi fazer um check-up e pedi para a médica uma guia para fazer mamografia. Ela não queria dar de jeito nenhum, disse que eu ainda não estava na idade, mas eu bati o pé e ela deu", conta.
O exame feito em 2014 detectou o tumor no grau 2. A supervisora teve de retirar a mama esquerda, fazer 16 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. "O câncer já estava com 4 centímetros e eu não tinha nenhum sintoma, ele não era palpável. Nunca descobriria sem um exame. Se eu tivesse feito a mamografia aos 50 anos, ele já estaria espalhado pelo corpo."
O tratamento terminou em dezembro de 2015 e, hoje, Patrícia aguarda pela cirurgia de reconstrução mamária, prevista para dezembro ou janeiro. "Enquanto eu estava no hospital, conheci muitas moças, de menos de 30 anos, com a doença. Acho errado passarem a mamografia só a partir dos 50 anos."
O Ministério da Saúde diz que segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de realização da mamografia para fins de rastreamento entre os 50 e 69 anos, porque "essa é a faixa etária com maior efetividade na prevenção e que possui evidência científica de impacto na mortalidade".
A pasta diz ainda que orienta os médicos a solicitarem o exame antes às pacientes que tenham histórico da doença na família, especialmente se uma parente de primeiro grau tenha recebido o diagnóstico antes dos 50 anos. Nesses casos, a recomendação é que as mulheres passem por avaliação médica a partir dos 35 anos para que sejam definidos os exames necessários. Isso porque, no caso de mulheres mais jovens, com estrutura mamária diferente por causa da idade, nem sempre a mamografia é suficiente - podem ser solicitados ultrassom ou ressonância magnética.
Polêmica
Há quem critique a realização de mais mamografias para fins de rastreamento por causa do risco de resultado falso positivo - quando o exame inicial aponta a presença de uma lesão que não se confirma maligna em exames adicionais.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, a recomendação para realização da mamografia periodicamente não resultou em queda da taxa de mortalidade por câncer de mama. Além disso, diz a entidade, o falso positivo pode causar danos às mulheres, como ansiedade, estresse e procedimentos desnecessários.

A oncologista do A.C. Camargo afirma que os benefícios do rastreamento são maiores do que os malefícios. "Por mais que, em alguns casos, a mamografia aponte a suspeita e ela seja descartada depois, em outros casos, o exame vai possibilitar que a mulher descubra mais cedo e tenha mais chances de cura", afirma Fabiana. 
Inclusão de medicamento no SUS aumentaria em dois anos sobrevida de pacientes com câncer de mama
Ministério da Saúde afirma que benefício do Trastuzumabe é muito baixo
16/08/2016 - 14h19min | Atualizada em 16/08/2016 - 16h35min

Foto: Cris B. / Fotolia

O acréscimo de um medicamento à quimioterapia hoje oferecia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderia aumentar em dois anos a sobrevida de pacientes com câncer de mama metastático HER2 Positivo, um tipo comum que atinge 20% das mulheres com a doença. A revelação é parte de um estudo realizado por médicos brasileiros e divulgado neste mês no Journal of Global Oncology, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
O levantamento sugere que o Trastuzumabe, um medicamento considerado essencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), seja oferecido para quem tem a doença em estágio avançado. Desde 2013, essa droga é utilizada no SUS somente em casos câncer de mama inicial e localmente avançado. A terapia foi disponibilizada em 1999 na rede privada.

— Pelo SUS, as mulheres com câncer só têm acesso à quimioterapia geral. O Ministério da Saúde diz que não há custo-benefício no tratamento. Todos os estudos internacionais mostram que é possível alcançar uma sobrevida de dois anos com esse medicamento, em comparação a quem tem a mesma categoria de doença e não usa esse tratamento. Estamos questionando: o custo da vida de uma pessoa é que está sendo levado em conta? — pergunta a chefe do Serviço Médico de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento Maira Caleffi, uma das autoras do estudo.
Para embasar o relatório, o grupo de especialistas utilizou estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) que apontam que, só neste ano, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil, dos quais mais de 73% serão tratados no SUS. Com base nesses dados, os autores calculam que, das 2.008 mulheres diagnosticadas com doenças metastáticas HER2 Positivo neste ano, 808 poderiam ter dois anos a mais de vida se submetidas ao tratamento convencional oferecido atualmente pelo SUS. Com a presença do Trastuzumabe, o número de pacientes com chances alcançar dois anos de sobrevida pularia para 1.408. Já com a combinação da quimioterapia, Trastuzumabe e Pertuzumabe, outro medicamento que não oferecido pela rede pública e considerado o "padrão ouro" de tratamento, 1.576 mulheres poderiam viver dois anos mais.
— Estamos ficando muito defasados entre quem tem acesso a convênio e quem não tem. É comum a pessoa já chegar ao médico em estágio avançado em função da falta de acesso a exames e especialistas. Essas pacientes serão submetidas a uma quimioterapia menos focada — avalia Maira.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde, por meio de nota, informou que "o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa". Ainda segundo a pasta, o medicamento traz mais benefícios do que riscos quando prescrito para casos iniciais da doença, como é feito atualmente.
Leia a íntegra da nota enviada pelo Ministério da Saúde:
"O Ministério da Saúde esclarece que o medicamento Trastuzumabe é /aprovado em bula, como quimioterapia adjuvante do Câncer de Mama HER2 positivo, usado após o tratamento convencional (cirurgia + radioterapia + quimioterapia). O tempo de manutenção do uso nesse caso é de um ano e há evidências que esse tratamento adjuvante traga benefício adicional, pois aumenta o tempo médio em que uma doente fica livre de uma recaída. O medicamento também traz eventos adversos, mas, com o tempo limitado de uso a, no máximo, um ano, minimiza esses prejuízos.
É importante destacar que o trastuzumabe, para essa indicação, tem maior probabilidade de trazer mais benefícios que riscos a essas mulheres. No entanto, o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa. Mesmo assim, a Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec) recomendou a incorporação, e o SUS incorporou o tratamento adjuvante.
O Ministério da Saúde tem atuado no sentido de fortalecer os serviços e as ações que visam qualificar a atenção à saúde das pessoas com câncer. Além do esforço para organização dos serviços assistenciais, a pasta tem apoiado os estados e o Distrito Federal na ampliação do número de hospitais capacitados para tratamento do câncer. Nos últimos 5 anos, na assistência oncológica cresceu quase 63%, passando de R$ 2,1 bilhões em 2010 para R$ 3,5 bilhões em 2015. No período, houve aumento de 34% no número de pessoas com câncer atendidas no SUS, ampliando de 292,9 mil para 393 mil. Nesse mesmo período, o número de procedimentos de tratamento (radioterapia, quimioterapia e cirurgia oncológica) e de prevenção (mamografia e papanicolau) saiu de 21 milhões para 22,9 milhões".

AUTO EXAME


"Lembrem-se de que 80% dos nódulos mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

No Chuveiro ou Deitada: Coloque a mão direita atrás da cabeça. Deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda a mama direita, repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda."

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