quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Fosfoetanolamina é uma fantasia que mais fere do que ajuda
Noam Pondé
Especial para o UOL15/12/201506h00
A fosfoetanolamina se tornou nos últimos meses um dos
mais frequentes assuntos discutidos entre os profissionais que trabalham com
oncologia. Apesar dos avanços no tratamento do câncer e de que pacientes
curados tenham se tornado comuns nos consultórios, a triste realidade é que o
câncer ainda causa muitas mortes e muito sofrimento. Sofrem os pacientes e
todos que os cercam –familiares, amigos e profissionais da saúde. Como
oncologista, poucas situações são mais desafiadoras do que lidar com um
paciente ou uma família em desespero.
Quando o câncer entra em nossas vidas, queremos bani-lo, temos a
esperança que tudo volte a ser como antes e relutamos a aceitar que isso nem
sempre é possível. Diante desta realidade, todos nós fazemos uma escolha,
consciente ou inconscientemente: aceitamos a realidade –mesmo que aos poucos– e
construímos novas formas de esperança ou negamos a realidade e deixamos que a
esperança se transforme em fantasia. O câncer é impiedoso com fantasias, e,
inevitavelmente, elas são quebradas, para o enorme sofrimento dos que as
construíram. Todos os profissionais da oncologia já presenciaram esse triste
processo, e, frequentemente, o tratamento do tumor é mais simples do que o
tratamento das fantasias que ele provoca.
É da fantasia que gera a profusão de remédios milagrosos e
terapias alternativas que prometem a cura do câncer. Todo oncologista aprende a
conviver, tolerar e, por vezes, até respeitar práticas alternativas –a ponto de
algumas delas, modernamente serem integradas à prática, após estudos sobre sua eficácia
e segurança. Mas, em algumas situações, especialmente quando o manto da ciência
é usado para encobrir o pensamento mágico, a convivência entre oncologia e
terapia alternativa se torna difícil. A fosfoetanolamina é um destes
casos.
O problema da comunidade científica não é, como vem sendo
alegado pelos "pesquisadores" envolvidos na exposição de seres
humanos de maneira irregular a uma substância experimental, em interesses
financeiros, falta de apreço pelo português ou pelo Brasil, ou mesmo falta de
empatia pelo sofrimento dos pacientes. São questionamentos relevantes de ordem
ética, científica e a preocupação com as consequências para pacientes e para o
SUS.
Como falar em ética e regras em pesquisa quando pessoas estão
sofrendo e morrendo? Será que não deveríamos tomar medidas excepcionais quando
pacientes estão desesperados? É especialmente por respeitar a solenidade desta
situação tão comum que não devemos tomar medidas excepcionais e sim seguir as
regras que garantem que não vamos adicionar mais sofrimento a essa situação.
Pacientes e familiares têm o direito de se desesperar, já médicos e
pesquisadores, não.
No passado, cientistas inescrupulosos usaram das mais diversas
formas o poder que o desespero e a falta de informação de pacientes conferem para
realizarem seu desejo por fama, por respeito e até por dinheiro. Escândalos
como os experimentos nazistas e o estudo de sífilis em Tuskegee levaram
governos e pesquisadores a perceberem que a ciência, descolada do respeito à
autonomia do paciente e da honestidade, pode cometer crimes graves. Foi
construído um sistema para impedir que isso se repetisse.
Pacientes devem saber exatamente o potencial da substância em
estudo. Devem ser livres para entrar e sair de estudos e nunca podem ser
forçados ou manipulados. A transparência deve ser total. Dados devem
publicados, avaliados, hipóteses testadas repetidamente por diferentes grupos.
Cientistas sérios apresentam suas conclusões e suas dúvidas em
congressos na frente de milhares de colegas que estão lá para aprender e para
questionar cada detalhe. Dados referentes a centenas ou milhares de pacientes
são necessários antes de declarar uma substância eficaz. Apelos emocionais
não são lançados para apoiar dados –pois emoções não apoiam dados e sim colocam
em questão sua qualidade e até sua própria existência. Do ponto de vista ético,
a fosfoetanolamina não pode ser considerada um remédio, pois ainda não passou
por todo esse processo.
A prática clínica e a pesquisa em biologia celular nos mostram
todos os dias o adversário que enfrentamos. Drogas que no laboratório parecem
funcionar e matam células cancerígenas podem não ser eficazes quando aplicadas
ao paciente. Drogas que são eficazes, muitas vezes, deixam de ser para um
paciente, pois o tumor se adapta, evolui e passa a resistir a elas. A
célula cancerígena é flexível e adaptável e pode escapar de um único remédio de
muitas maneiras diferentes.
Portanto, do ponto de vista científico, está claro que um
remédio nunca será "a cura do câncer". As declarações sobre a polivalência
da fosfoetanolamina, que age supostamente sobre qualquer tumor e em qualquer
cenário clínico (seja tumor localizado ou disseminado) não fazem sentido do
ponto de vista científico. Inibir o crescimento de células em laboratórios é
uma coisa, em seres humanos é outra.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Novidades no tratamento de câncer de mama
O combate ao câncer de mama ganhou um novo e poderoso aliado.
Desde o ano passado, está disponível no mercado nacional uma nova droga que vem
somar de forma inovadora o tratamento do câncer de mama. A ANVISA autorizou o
início da comercialização do medicamento Kadcyla (nome comercial do TDM1, o Trastuzumab
emtansine), que representa uma nova esperança para as pacientes com câncer de mama avançado
(metastático) HER 2 –
tipo que equivale 32% do total dos casos da doença.
A
nova droga, uma associação de um anticorpo carregado com um quimioterápico,
funciona ao ser injetada na circulação sanguínea e fixar-se na célula alvo para
entrar no tumor, liberando a quimioterapia dentro dele. O efeito do TDM1 sobre
o organismo é menor, sendo mais potente no interior da célula cancerígena do
que o causado pela droga utilizada no tratamento quimioterápico do câncer de
mama.
O
TDM1, que deve ser utilizado num tratamento clínico sob orientação médica, é
fruto da linha de pesquisa de tratamento do câncer de mama HER 2, intitulada
“Emília”, considerado pela comunidade científica como um passo posterior ao
primeiro tratamento de câncer de mama HER 2.
A
oncologista Dra. Vanessa Dybal, explica que o “Emília” é um marco no tratamento
do câncer de mama em fase de metástase tanto pelo ganho de benefício de vida da
paciente, que já foi tratada previamente, como no ganho de menor toxicidade e
na criação de um novo modo conceitual de fornecer quimioterapia.
A
especialista esclarece que os novos tratamentos para esse estágio da doença têm
como objetivo transformar o câncer de mama HER 2 (metastático) em doença crônica. Ela salienta que o TDM1 não é só
aplicável para quem passou pelo “Cleópatra’, mas também aos pacientes que
fizeram um primeiro tratamento de câncer de mama metastático (qualquer
tratamento de bloqueio do HER 2 com quimioterapia) e não ficaram curados.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Câncer de Mama - Tatuagem
O cabelo volta a crescer e a angústia (felizmente!) é superável, mas o tempo não cura todas as marcas deixadas pelo câncer de mama. Para as mulheres que passam por mastectomia há a possibilidade de reconstrução do seio e até mesmo do bico do mamilo, mas a pigmentação característica acaba sendo perdida. Alguns cirurgiões plásticos realizam a micropigmentação da aréola e do mamilo, mas os tatuadores são cada vez mais requisitados, pois dominam melhor a técnica artística do desenho.
Do ponto de vista médico, não há contraindicações para esse tipo de procedimento. "Mas é muito importante que a mama esteja totalmente cicatrizada", alerta o Dr. Rafael Kaliks, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Para ele, o ideal é que haja o intervalo de um ano entre a mastectomia e a tatuagem reparadora.
Além da espera pela cicatrização total, a escolha de um tatuador entendido no assunto também é superimportante. Por isso, o preço pode sair salgado e chegar a R$1.300 em alguns estúdios, mas há profissionais gabaritados que oferecem esse trabalho gratuitamente. É a junção de muito talento com uma grande vontade de fazer o bem!
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
É possível um único remédio curar o câncer?
Camila Neumam
Do UOL,em São Paulo
Do UOL,em São Paulo
26/10/201506h00
Quem pede pela liberação da
fosfoetanolamina sintética fabricada e distribuída na USP São Carlos acredita
que a substância pode curar qualquer tipo de câncer. Mas é possível um único
composto tratar mais de cem tipos de doenças? Segundo os oncologistas
consultados pelo UOL a resposta é não.
"É errado chamar o câncer de doença porque na verdade é um
conjunto de mais de cem doenças que são tratadas de forma específica",
afirma Gustavo dos Santos Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica.
Segundo Fernandes, há de se levar em conta que cada câncer surge
e afeta um órgão ou parte do corpo de forma diferente, por isso necessitam de
medicações específicas.
"Os genes ativados de um tumor são diferentes no pulmão e
no intestino, por exemplo, e cada órgão é atingido de uma forma diferente. Não
há um único agente capaz de curar todas essas doenças", diz.
Mito da pílula
milagrosa
A crença no poder de cura da fosfoetanolamina sintética
remonta do antigo mito da 'pílula milagrosa contra o câncer', comum no começo
do século passado, afirma a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz,
coordenadora da Oncologia Clínica do Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).
A oncologia moderna, no entanto, pegou o caminho oposto, por
oferecer cada vez mais tipos específicos de medicamentos de acordo com as
características da doença, explica a oncologista.
"Nos diversos mecanismos celulares que podem levar ao
câncer, é muito difícil ter um único remédio. O que prevalece hoje é uma
estratégia individualizada com uma grande gama de medicamentos para um
tratamento mais personalizado", afirma.
Entenda
Após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o Tribunal
de Justiça de São Paulo derrubou a suspensão da distribuição das cápsulas do
IQSC (Instituto de Química de São Carlos) para quem conseguisse liminar na
Justiça, o que obrigou a USP a voltar a produzir e distribuir a
fosfoetanolamina sintética. Com isso, mais de 700 liminares foram expedidas e o
IQSC ficou sobrecarregado. A USP pede na Justiça a suspensão da entrega das cápsulas.
Segundo os pesquisadores, a fosfoetanolamina se aliaria a
lipídios para entrar na célula e ativar a mitocôndria. Com isso, o sistema de
defesa do organismo reconheceria a célula como "anormal" e a
atacaria. Em pesquisas com camundongos com câncer renal os efeitos foram
positivos.
Oncologistas, a USP, o ICQS e os próprios pesquisadores alertam
que a substância nunca foi testada em humanos, o que a inviabiliza como
remédio. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável por
registrar e permitir o comércio de qualquer medicamento no país, diz que a distribuição da droga é ilegal por nunca ter passado por testes
clínicos.
Câncer no Brasil
O câncer se caracteriza pelo crescimento desordenado de células
que invadem tecidos e órgãos. Por se dividirem rapidamente, quase de forma
incontrolável, formam-se tumores malignos que podem se espalhar para outras
regiões do corpo. Esses tumores podem surgir em diferentes tipos de células.
O tratamento do câncer é feito por meio de uma ou várias
modalidades combinadas. A principal é a cirurgia, que pode ser feita em
conjunto com a radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. O
tratamento mais adequado leva em conta a localização, o tipo do câncer e a
extensão da doença.
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), estima-se que 576
mil novos casos de câncer, incluindo os casos de pele não-melanoma,
surjam em 2015, e pelo menos 189.454 pessoas morram em
decorrência do câncer.
O câncer de pele do tipo não-melanoma (182 mil casos novos) será
o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69
mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago
(20 mil) e colo do útero (15 mil). Entre os tumores que devem causar
mais mortes estão o câncer do pulmão (24.490 casos); cólon e reto (15.415
casos), mama feminina (14.206 casos); estômago (14.182 casos); próstata (13.772
casos) e colo do útero (5.430 casos).
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Animais ajudam a tratar crianças com câncer
Visitas de cães a hospitais melhora pressão e ansiedade dos pacientes,
diz estudo
POR CLARISSA
PAINS / LUIZA SOUTO
24/10/2015
7:00
A pequena Beatriz Kubo, de 6 anos, brinca
no Graacc com o cachorro Joe, ao lado da mãe, Érica - Arquivo pessoal
SÃO PAULO e RIO — Diagnosticado com
câncer em 2011, o ator Reynaldo Gianecchini vez ou outra visita o Grupo de
Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), do qual é embaixador, na
Zona Sul da capital paulista. Quando o galã chega ao local, a meninada ali em
tratamento esquece, por um instante, a doença e corre para o ator. Com a menina
Beatriz Anderson Kubo, de 6 anos e há dois com leucemia, é diferente. Ela se
diverte com a visita do ator, mas o colírio de seus olhos mesmo é Joe, um
golden retriever de 11 anos, que visita os pacientes da unidade todas as
quintas-feiras. Há dez anos, o animal vem ensinando a familiares e médicos que
a ajuda para o tratamento pode chegar das mais variadas formas.
— A cada 21 dias, Beatriz faz
quimioterapia por oito horas seguidas, e seu acompanhante é o Joe. Dia desses,
o Gianecchini veio e ela nem deu bola. Minha filha fica emocionada quando o
cachorro chega: faz carinho, abraça, conversa. Ela fica melhor nos dias em que
está com ele — celebra a mãe da menina, Érika Kubo, de 39 anos.
Joe faz parte do projeto Amicão,
conduzido por Angela Borges, de 56 anos, e Luci Lafusa, de 60. Em 2005, elas
assistiram em um programa americano que os animais podiam ajudar no tratamento
de doenças, visitando pacientes. De lá para cá, Joe e outros cinco cachorros
interagem com pacientes e suas famílias em cinco hospitais especializados na
capital paulista.
— O cão não cura, mas faz com que o
paciente libere o hormônio da alegria, que é a endorfina. E a maioria das
pessoas gosta de cachorro. Então, quem não se apaixona? — comenta Luci.
Um estudo da Academia Americana de
Pediatria publicado esta semana na revista “Science” comprova a percepção. Os
pesquisadores coletaram dados de pressão sanguínea, frequência de batimentos e
nível de ansiedade em crianças antes e depois de elas receberem a visita de
“cães terapeutas”. A conclusão foi de que os meninos e meninas que participaram
da Terapia Assistida com Animais (TAA) permaneceram com quadros mais estáveis
do que os que não participaram.
Foi analisado o comportamento do
organismo de 68 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos diagnosticadas com
câncer. Destes, 39 faziam terapia com animais e 29 não. Além de melhorar o
estado deles, a terapia com cães ajudou a diminuir os níveis de ansiedade dos
parentes que acompanhavam as sessões.
— Este estudo será um marco na
compreensão dos benefícios do vínculo vital entre pessoas e animais — pontuou a
principal autora do estudo, Amy McCullough, diretora nacional de pesquisas e
terapias da Associação Humana Americana. — Esperamos que os resultados aumentem
ainda mais o acesso a animais em ambientes hospitalares, e que o treinamento
dos cães seja aperfeiçoado para melhorar o bem-estar das crianças e das
famílias que enfrentam os desafios do câncer infantil.
Para Sergio Petrilli,
superintendente-médico e um dos fundadores do Graacc, não há dúvidas quanto aos
benefícios dessas sessões terapêuticas.
— Está provado que isso só melhora a
aderência da criança ao tratamento, e nos ajuda no processo. O câncer hoje é
uma doença curável. Mas, se antes costumava-se tratar a qualquer preço, hoje
podemos promover um menor impacto sobre a criança — analisa o oncologista.
MENOS REMÉDIOS PARA DOR
Um trabalho na mesma linha é
desenvolvido pela ONG Patas Therapeutas, comandada pela psicanalista Silvana
Fedeli Prado, de 50 anos. Além de contar com 50 cães de diferentes raças, ela
tem a ajuda de quatro gatos, dois coelhos e uma ave. Entre as oito instituições
de diferentes segmentos em que atua, estão o Hospital Infantil Darcy Vargas e a
ala de Pediatria da Santa Casa de Misericórdia, ambas em São Paulo.
— No dia em que os animais vão a esses
hospitais, as crianças tomam menos remédio para a dor. É como se a gente
fizesse um resgate para o mundo externo — emociona-se Silvana.
— Os animais, em especial cães devido à
docilidade, são de grande ajuda para a reabilitação de qualquer doença. Mas
principalmente para o câncer, porque é um tratamento muito doloroso, invasivo e
longo. Os cachorros fazem com que as crianças participem mais e de uma forma
melhor — comenta Rilder Campos, presidente da instituição.
Em geral, as ONGs aceitam voluntários e
não há distinção de raça para os animais. Mas os cães precisam passar por
exames de comportamento e saúde, recebendo uma higienização antes de entrar nos
hospitais. Seus donos também são avaliados, tanto em relação ao tempo que têm
para visitar os pacientes, quanto ao fato de estarem ou não preparados para
lidar com eles.
Leia
mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/animais-ajudam-tratar-criancas-com-cancer-17865810#ixzz3phI8ChsCquarta-feira, 11 de novembro de 2015
Dieta mediterrânea reduz incidência de câncer de mama, mostra estudo
ESTADÃO Em São Paulo
26/10/2015 11h22
Classificada como um dos modelos mais saudáveis de alimentação,
a dieta mediterrânea teve ação comprovada para a redução de incidência de
câncer de mama, segundo um estudo da Universidade de Navarra, na Espanha, que
avaliou 4.282 mulheres entre 60 e 80 anos.
Durante a avaliação, que durou seis anos, as mulheres foram
divididas em três grupos: o primeiro fez a dieta mediterrânea suplementada com
azeite de oliva extravirgem, o segundo fez a dieta mediterrânea suplementada
com oleaginosas e o terceiro recebeu uma dieta com recomendação para reduzir o
consumo de gorduras.
A pesquisa, intitulada Predimed (Prevención com Dieta
Mediterránea), foi publicada no mês passado na revista científica da área
médica Jama.
A redução da incidência de câncer de mama foi de 62% no primeiro
grupo. Entre todas as participantes, foram diagnosticados 35 casos da doença no
período. "Esse foi o primeiro estudo desenhado com tamanho adequado e que
conseguiu quantificar o benefício da dieta mediterrânea. Isso comprova também a
parte tradicional e recomendada de não fumar, ter baixo peso e boa alimentação",
explica o oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, Stephen Stefani.
Stefani explica que o azeite foi o ingrediente de destaque
dentro da pesquisa. "O estudo mostrou que a dieta exclusiva não trouxe um
impacto tão grande quanto o da associada ao azeite de oliva. Ele é o protetor
das mutações, ajuda na correção e na prevenção primária de tumores e tem efeito
antioxidante."
Segundo o oncologista, a partir da pesquisa, é possível que
especialistas passem a recomendar o tipo de dieta para prevenir novos casos.
"A dieta mediterrânea é preventiva, mas não tem efeitos quando a doença já
está instalada", destaca.
Composição
Peixes, oleaginosas, como nozes e castanhas, azeite, vinho,
leite e derivados estão entre os ingredientes que fazem parte da dieta mediterrânea.
"É uma dieta mais natural, com ingredientes frescos e com pouco consumo de
carne vermelha e de carboidratos", diz a nutricionista da clínica MAE
Roseli Ueno.
Roseli diz que, para ter o efeito desejado, a dieta deve ser
incluída no dia a dia das mulheres e que o segredo para manter o cardápio é
organizar as compras com antecedência. Apesar dos benefícios, ela alerta que a
dieta deve ser adotada após a consulta com um profissional. "É uma boa
dieta, mas tem de se encaixar com o perfil calórico da pessoa."
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Linguiça, bacon e presunto são cancerígenos, diz OMS
BBC Brasil James Gallagher
26/10/201510h27
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o consumo de carne processada - como bacon, salsichas e presunto - causa câncer. Segundo o documento, 50 gramas de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%.
De forma mais branda, pela falta de provas mais contundentes, a
organização também reforçou o alerta em relação à carne vermelha, dizendo que
ela seria "provavelmente cancerígena".
De acordo a correspondente da BBC em Genebra, Imogene Foulkes,
no caso da carne vermelha o "quadro não é tão claro". "O
estudo mostra provas limitadas de que comer carne bovina, carne de porco ou
cordeiro pode causar câncer, mas outras explicações não podem ser
descartadas", afirmou.
A correspondente da BBC afirmou ainda que a OMS destaca que o
consumo baixo de carne traz benefícios à saúde. Mas os consumidores precisam
saber que também existem riscos no baixo consumo, sendo o mais
recomendável comer carne com moderação.
A carne vermelha é uma grande fonte de ferro, zinco e vitamina B12.
A carne vermelha é uma grande fonte de ferro, zinco e vitamina B12.
Aditivos
Carne processada é a carne que foi modificada para aumentar seu
prazo de validade ou manipular o gosto. São as carnes defumadas, curadas ou que
recebem aditivos, como sal ou conservantes. São estes aditivos que podem aumentar
o risco de desenvolver câncer.
A OMS chegou a essas conclusões após aconselhamento de sua
Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, que avalia os melhores dados
científicos disponíveis.
Com isso, a carne processada passa a estar na mesma categoria
que plutônio e bebidas alcoólicas, substâncias que comprovadamente causam
câncer.
No entanto, isso não significa que consumir bacon, por exemplo, seja tão ruim quanto fumar.
"Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal (no intestino) por causa do consumo de carne processada continua pequeno, mas este risco aumenta com a quantidade de carne consumida", disse Kurt Straif, da OMS.
Para o professor da Universidade de Oxford Tim Key, que também é membro da organização beneficente britânica voltada para pesquisa do câncer Cancer Research UK, é uma questão de moderação.
"Esta decisão não significa que você precisa parar de comer qualquer tipo de carne vermelha ou processada, mas se você come muito, há boas razões para pensar em diminuir. Comer bacon de vez em quando não vai causar muito dano - uma dieta saudável é baseada na moderação", afirmou.
No entanto, isso não significa que consumir bacon, por exemplo, seja tão ruim quanto fumar.
"Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal (no intestino) por causa do consumo de carne processada continua pequeno, mas este risco aumenta com a quantidade de carne consumida", disse Kurt Straif, da OMS.
Para o professor da Universidade de Oxford Tim Key, que também é membro da organização beneficente britânica voltada para pesquisa do câncer Cancer Research UK, é uma questão de moderação.
"Esta decisão não significa que você precisa parar de comer qualquer tipo de carne vermelha ou processada, mas se você come muito, há boas razões para pensar em diminuir. Comer bacon de vez em quando não vai causar muito dano - uma dieta saudável é baseada na moderação", afirmou.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
A droga da USP contra o câncer funciona?
Camila Neumam
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
22/10/201518h28
Histórias de pessoas que tomaram a
fosfoetanolamina sintética produzida na USP (Universidade de São Paulo) de São
Carlos para tratar o câncer não faltam na internet. A maioria diz que teve bons
efeitos, com menos sintomas e prolongamento dos dias de vida, alguns até falam
em cura, mas há também os que dizem que não notaram nenhuma melhora. Apesar de
serem tocantes, esses depoimentos não podem ser garantia de eficácia ou
não do composto sem antes da análise clínica desses pacientes, segundo Marcello
Fanelli, diretor do Departamento de Oncologia Clínica do A.C Camargo Cancer
Center.
Para o oncologista, o caso de São
Carlos mostra "uma falha no método científico" que desvalida a chance
de ela ser encarada como um remédio. Isso porque a substância foi usada
diretamente em doentes antes de serem feitos os testes clínicos para
testar sua eficácia e segurança – o que é obrigatório antes de se registrar um
medicamento.
Diante disso, qualquer relato de
melhora deve ser encarado apenas como uma percepção, não como garantia de bons
resultados, segundo o oncologista.
"Uma percepção do médico ou do
paciente não serve para embasar nenhum tipo de conduta. Tudo tem que ser
registrado, auditado e conferido com um número relevante de acontecimentos que
estatisticamente tira a situação do acaso e seja demonstrado. Se não aconteceu
dessa forma é porque infelizmente houve uma falha no método científico".
A pessoa pode melhorar por diversos
fatores, tanto pelo efeito placebo (quando um remédio sem nenhum efeito é dado
para pacientes para comparar com os reais efeitos do composto, e eles
geralmente sentem a melhora dos efeitos em cerca de 20%), quanto por outras
interações medicamentosas. Como a pessoa é acompanhada, não é possível dizer o
que a fez melhorar e se ela realmente melhorou.
Além da falha, Fanelli vê uma
"inversão de valores" entre as pessoas que querem a liberação da
fosfoetanolamina sintética. Para ele deveria haver uma pressão social para
impulsionar os testes do composto em humanos antes de ele ser oferecido a
população.
"O coro deveria ser no sentido de
cobrar a eficácia e segurança do composto no ponto de vista científico, não de
liberar; isso é uma inversão de valor", diz.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Infecções são causa de 30% das internações de quem tem câncer
GABRIEL ALVES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
28/09/2015 02h00
Um levantamento do Icesp (Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) mostra que 30% das internações
de pacientes com câncer se devem a infecções generalizadas (também conhecida
como sepse), o que equivale a cerca de 100 pacientes por mês na instituição.
O objetivo do estudo é ressaltar a importância de
os hospitais padronizarem o atendimento a quem tenha suspeita de sepse –isso
acontece no Icesp, mas não em boa parte dos hospitais, o que deve fazer com que
os números sejam ainda mais altos em outras instituições.
Um dos problemas é que os sintomas são
inespecíficos, o que significa que o diagnóstico nem sempre é imediato.
No caso de pacientes com câncer, é especialmente
preocupante. O organismo já é naturalmente imunologicamente mais frágil nesses
pacientes, o que justifica tomar uma série de cuidados, como, por exemplo,
lavar as mãos e ter bons hábitos de higiene.
O choque séptico é a forma mais grave da sepse,
quando a função dos órgãos já está comprometida. O índice de mortalidade no
país é de 55%. Na Europa, América do Norte e Austrália o índice é de 25%, de
acordo com a cardiologista especialista em UTI do Icesp, Ludhmila Abrahão
Hajjar, que também é professora da Faculdade de Medicina da USP.
Infográfico: Caminho da infecção
TRATAMENTO DE CÂNCER
O próprio tratamento contra o câncer podem aumentar
o risco de infeção, explica o oncologista do Centro Oncológico da Beneficência
Portuguesa de São Paulo Fernando Maluf.
Isso porque técnicas como a quimioterapia e a radioterapia também podem agredir as células brancas do sangue ou provocar lesões locais, respectivamente.
No primeiro caso, o organismo perderia a principal
linha de defesa interna ao organismo. Já no segundo, as lesões funcionam como
porta de entrada para germes.
No entanto, as chances variam de acordo com o tipo
de tumor. No caso de um câncer no sangue como a leucemia, por exemplo, a chance
de a internação se dever a uma infecção é muito maior do que quando uma mulher
está fazendo controle de metástase com uma quimioterapia, diz Maluf.
No tratamento de alguns cânceres mais complicados,
que apresentam risco de gerar infecção, podem ser administrados antibióticos
profilaticamente e existe até um medicamento injetável que é capaz de estimular
a produção de células brancas para proteger o organismo.
Uma doença aumenta aumenta muito agressividade da
outra, explica Ludhmila: um paciente com câncer tem uma chance maior de morrer.
"O pior é que depois do choque séptico, a
pessoa fica pelo menos 20 dias internada. O paciente fica débil, fraco,
desnutrido e para voltar ao tratamento oncológico pode demorar de meses a
anos."
A sepse atinge 400 mil pessoas anualmente no país e
grande parte das pessoas morre por conta de uma demora em iniciar o tratamento
–algumas horas podem fazer a diferença.
Entre as possíveis causas da da infecção
generalizada e do choque séptico estão infecções mal resolvidas, como a
urinária, a gástrica ou mesmo uma pneumonia. Os pacientes que tenham infecções
recorrentes também devem estar atentos e procurar um médico.
A reação inflamatória provocada pelos micróbios
acaba afetando o funcionamento de todos os órgãos, lesando os tecidos e
prejudicando seu funcionamento normal. "O rim para, o fígado para é
complicado", diz a médica.
-
CAMINHO DA INFECÇÃO
Por que a sepse é um problema (também) para quem tem câncer
Por que a sepse é um problema (também) para quem tem câncer
30%
é a fração de internações de pacientes com câncer por causa de infecções*
é a fração de internações de pacientes com câncer por causa de infecções*
55%
é o índice de mortalidade de sepse no Brasil
é o índice de mortalidade de sepse no Brasil
400 mil
novos casos de sepse são relatados por ano no Brasil
novos casos de sepse são relatados por ano no Brasil
DICAS QUE VALEM PARA TODOS, COM CÂNCER OU NÃO
> Lavar as mãos frequentemente
> Procurar um médico no caso de infecções
recorrentes
> Não tomar antibióticos por conta própria
Fonte: Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias
de Oliveira), Fernando Maluf (oncologista); Estudo Spread
terça-feira, 22 de setembro de 2015
'Science': A aposta nas células-tronco tumorais
Pesquisadores esperam que testes clínicos provem teoria controversa e
ofereça novos tratamentos
A Science, renomada
revista científica, publicou recentemente um artigo de Jocelyn Kaiser sobre um
estudo que vem sendo feito no combate ao câncer. Robert Weinberg é um dos
pesquisadores de câncer mais conhecidos do mundo, graças em grande parte a seu
trabalho pioneiro na identificação de genes que baseiam o desenvolvimento de
tumores.
Ele já viu a esperança para tratamentos de câncer ir e vir.
“Estou
nesse ramo, para o bem ou para o mal, há 40 anos. Muitas das coisas nas quais
trabalhamos se mostraram relativamente inúteis na clínica.” Mas, aos 72 anos,
ele está otimista de novo. “Essa é realmente a primeira vez onde eu estou
posicionado para ajudar a efetuar o desenvolvimento de um agente ou de agentes
que realmente vão beneficiar pacientes de câncer,” diz ele.
O pesquisador do Instituto
de Tecnologia de Massachusetts está agora arriscando parte de sua considerável
reputação, e quase US$ 200 milhões que investidores deram a uma empresa da qual
ele é um co-fundador, em uma ousada teoria que dividiu o campo do câncer.
Weinberg e outros argumentam que tumores contém um pequeno número de células
que são distintas porque elas parecem com as células-tronco que dão origem a
tecidos normais. Eles acreditam que essas sementes do câncer, capazes de
resistir à quimioterapia e voltar meses ou anos depois do tratamento,
podem explicar os trágicos recaídas que as pessoas costumam experimentar.
Acredita-se que ao mirar especificamente nessas células tronco tumorais, será
possível manter a doença sob controle.
A Verastem Inc., empresa de
Weinberg em Needham, Massachusetts, é uma das várias que estão lançando uma
nova rodada de testes clínicos para descobrir se a teoria realmente funciona.
Além da promessa de mudar o tratamento de câncer, tos riscos financeiros são
enormes. A OncoMed Pharmaceuticals Inc., outra líder nessa área, poderia ganhar
US$ 5 milhões em financiamento adicional de grandes empresas farmacêuticas se
seus testes obtiverem sucesso.
Mas como Weinberg e outros
no campo reconhecem, pode ser difícil traçar conclusões definitivas dessas
experiências. Diferente da quimioterapia tradicional, não se espera que as
drogas que estão passando por testes diminuam rapidamente os tumores, porque
elas são desenvolvidas para matar só os minúsculos subgrupos de células que
semeiam e reabastecem o principal tumor. Logo, detectar se as drogas estão
funcionando na maneira que se pretende não é simples. Realmente, para tumores
sólidos, os pesquisadores carecem de análises simples, rigorosas para medir o
número de células-tronco tumorais. De acordo com o modelo de célula-tronco
tumoral, a quimioterapia mata o grosso das células cancerígenas mas raras
células-tronco tumorais permanecem intactas. Essas células em seguida semeiam
um novo crescimento do tumor. Matar as células-tronco poderia levar à regressão
do tumor com o tempo, mas combinar uma droga que detenha as células-tronco
tumorais com a quimioterapia poderia ser ainda mais rápido.
Os estudos também enfrentam
um forte ceticismo: muitos ainda não acreditam que as células tumorais existam
como um tipo de célula diferente de outras células tumorais, e alguns sugerem
que as empresas estão alardeando ou pelo menos simplificando demais a premissa.
Uma vitória na clínica poderia solucionar parte da controvérsia. “Eu acho que o
ônus está sobre todos nós na comunidade que estamos desenvolvendo terapias de
células-tronco tumorais para mostrar sem dúvida que essas terapias realmente
funcionam,” diz Max Wicha da Universidade de Michigan, Ann Arbor.
Por enquanto, pacientes com
câncer, pesquisadores e investidores em empresas como a Verastem vão esperar
ansiosamente pelos dados para começar os exames clínicos. Para quem se
interessa em tratamentos, os resultados poderão trazer esperança. Porém, para
pesquisadores que debatem a realidade das células cancerígenas, elas podem não
trazer uma resolução. Jeremy Rich da Cleveland Clinic em Ohio, que está
estudando células-tronco no câncer de cérebro, afirma: “Até mesmo se obtivermos
um grande sucesso, o que não acredito que vai acontecer, não acho que haverá
uma resposta em preto e branco”.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Comentários sobre a postagem anterior (leucemia linfócita)
De:
Data: 24 de agosto de 2015 11:38
Assunto: Sugestão para o Vida com Câncer - Respostas positivas ao tratamento de leucemia linfócita crônica
Para: fbittencourt95@gmail.com
Data: 24 de agosto de 2015 11:38
Assunto: Sugestão para o Vida com Câncer - Respostas positivas ao tratamento de leucemia linfócita crônica
Para: fbittencourt95@gmail.com
Bom dia,
O Venetoclax, composto em desenvolvimento pela AbbVie, em
parceria com a Genetech e Roche, apresenta resposta positiva no tratamento de
pacientes com leucemia linfócita crônica refratária ou reincidente, com deleção
no cromossomo 17 p, em estudo de fase 2. A deleção do 17 é uma mutação
genética, em que falta uma parte do cromossomo e está presente em 3-10% dos
pacientes com leucemia linfócita crônica e em 30-50% na variação refratária
reincidente. A expectativa de vida média dos pacientes com LCC e deleção do
cromossomo 17 é de menos de 2-3 anos – por isso, a importância desse estudo.
No Brasil, segundo o INCA, em 2014, foram registrados 9.370
casos novos de leucemia e, segundo documento da American Cancer Society, 30% dos
casos de leucemia são do tipo linfócita crônica.
Com base nos resultados do estudo de fase 2, a AbbVie deve
iniciar o processo de aprovações regulatórias de venetoclax até o final deste
ano. Abaixo, informações completas sobre o estudo.
Abaixo, segue release com informações detalhadas do
estudo.
Será que conseguimos uma nota no blog?
Fico à disposição.
Abraço,
Pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)
Refratária/Reincidente Respondem ao Tratamento com Venetoclax em Estudo de Fase
2
A AbbVie planeja
submeter venetoclax à aprovação da agência regulatória dos Estados Unidos, Food
and Drug Administration (FDA), e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA),
antes do final de 2015.
Em 2015, a FDA
concedeu a classificação de Terapia Inovadora para venetoclax, para tratamento
em LLC em pacientes com mutação genética de deleção do
17p.
A AbbVie (NYSE:ABBV), companhia biofarmacêutica global,
anuncia que o estudo de Fase 2 com seu medicamento em fase de pesquisa
venetoclax atingiu sua meta inicial, de obter taxas gerais de resposta em
pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) e deleção do cromossomo 17p sem
tratamento prévio, ou com a doença refratária/reincidente, conforme análise
independente. O estudo, de protocolo aberto, avaliou a eficácia e a segurança
de venetoclax, um inibidor da proteína de célula B (BCL-2) que está sendo
desenvolvido em parceria da AbbVie com a Genentech e a Roche.
Os dados deste estudo serão apresentados nas próximas
conferências médicas e utilizados para submissões a aprovações pela FDA, EMA e
outras autoridades sanitárias. O perfil de segurança foi similar a estudos
anteriores.
“Os resultados deste estudo demonstram a atividade clínica
de venetoclax em pacientes com LLC, portadores da deleção do 17p, um grupo de
pacientes que, historicamente, é difícil de tratar”, afirma o médico Michael
Severino, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento e principal
executivo científico da AbbVie. “Com base nestes resultados, planejamos ir
adiante com os pedidos regulatórios de aprovação para venetoclax e manter o
compromisso de continuar as pesquisas com este e outros medicamentos de nosso
pipeline (conjunto de compostos em pesquisa), com a meta de oferecermos novas
opções de tratamento para pessoas afetadas pelo câncer”.
Em 2015, a FDA concedeu a classificação de Terapia Inovadora
para venetoclax, para tratamento em LLC em pacientes com mutação genética de
deleção do 17p.
Leucemia Linfocítica Crônica e Deleção do
17p
LLC é um câncer de progressão lenta da medula óssea e do
sangue no qual a medula óssea produz excesso de linfócitos, um tipo de célula
branca do sangue.1 É o tipo mais comum de leucemia diagnosticada em adultos em
países ocidentais.2 Nos Estados Unidos, a LLC soma cerca dos 14.520 novos casos
de leucemia diagnosticados a cada ano.3
No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(INCA) 4 (http://www2.inca.gov.br/favicon.ico) foram registrados 9.370
novos casos de leucemia em 2014. De acordo com documento da American Cancer
Society5, cerca de 30% dos casos de leucemia são LLC.
Cerca de 3-10% dos pacientes com LLC apresentam deleção do
17p à época do diagnóstico e isso ocorre em 30-50% de pacientes com LLC
refratária ou reincidente. A mutação de deleção do 17p é uma alteração genômica
na qual falta uma parte do cromossomo 17.5 A expectativa média de vida para
pacientes com LLC e deleção do 17 p é de menos de 2-3 anos.6
Sobre o Estudo de Fase 2
O estudo de Fase 2, multicêntrico, internacional e de
protocolo aberto, foi estruturado para avaliar a eficácia e a segurança de
venetoclax em pacientes com LLC e deleção do 17 p que recaíram ou foram
refratários aos tratamentos existentes, ou não foram tratados previamente para
LLC. O estudo incluiu 157 pacientes, sendo 107 no corte principal do estudo,
para avaliação de eficácia, e 50 pacientes na expansão do estudo sobre
segurança.
A meta básica em eficácia foi a taxa de resposta global e a
principal meta em segurança foi o número e a porcentagem de pacientes que
apresentaram efeitos adversos relacionados ao tratamento, alterações nos exames
físico, incluindo sinais vitais, alterações no testes clínicos laboratoriais e
alterações na avaliação cardíaca. Os resultados secundários do estudo medem
taxa de remissão completa, remissão parcial e duração da resposta e sobrevida
global e sobrevida livre da progressão, entre outros fatores.
Sobre Venetoclax
Venetoclax é um inibidor oral, em fase de pesquisa, de
célula B (BCL-2), para o tratamento de pacientes com vários tipos de câncer. A
proteína BCL-2 previne a apoptose de algumas cédulas, incluindo linfócitos e
pode estar expressa em alguns tipos de câncer. Venetoclax é desenhado para
seletivamente inibir a função da proteína BCL-2. Venetoclax está sendo
desenvolvido em parceria com Genentech eRoche. Juntas, as companhias têm o
compromisso da pesquisa sobre BCL-2 com venetoclax, o qual está sendo avaliado
em Fase 3 de estudo clínico para o tratamento de LLC refratária/reincidente,
para o estudo de diversos tipos de câncer.
No Brasil, venetoclax ainda será submetido à aprovação da
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não se tratando, portanto,
de um medicamento aprovado pelo órgão sanitário brasileiro para uso
comercial.
Sobre AbbVie Oncologia
A pesquisa em oncologia da AbbVie está focada na descoberta e
no desenvolvimento de terapias-alvo contra os processos que alguns tipos de
câncer necessitam para sobreviver. Ao pesquisar novas tecnologias e novas
abordagens, a AbbVie está vencendo barreiras em alguns dos tipos de câncer mais
difíceis de tratar, incluindo glioblastoma multiforme, mieloma múltiplo e
leucemia linfocítica crônica. A pesquisa da AbbVie em oncologia inclui várias
novas moléculas em estudos clínicos em mais de 15 diferentes tipos de câncer e
tumores.
Sobre a AbbVie
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global de pesquisa,
formada em 2013, a partir da separação da Abbott Laboratories. A missão da
companhia é usar seu conhecimento, equipes dedicadas e foco em inovação, para
desenvolver e comercializar tratamentos avançados que atendam as necessidades de
algumas das mais complexas e sérias doenças do mundo. Junto com sua subsidiária
Pharmacyclics, a AbbVie emprega mais de 28,000 pessoas em mais de 170 países.
Para mais informação sobre a companhia, seu portfolio e compromissos, acesse www.abbvie.com.br. Siga
@abbvie no Twitter ou conheça oportunidades de carreira nas suas páginas no
Facebook ou LinkedIn.
No Brasil, foi criada no início de 2014.
REFERÊNCIAS
1 American Cancer
Society (2013) “Leukemia – Chronic Lymphocytic.” http://www.cancer.org/acs/groups/cid/documents/webcontent/003111-pdf.pdf.
2 Eichhorst, B. et
al. “Chronic Lymphocytic Leukemia: ESMO Clinical Practice Guidelines for
diagnosis, treatment
and follow-up.”
Annals of Oncology 22 (Supplement 6): vi50-vi54, 2011
3 American Cancer
Society (2015) "Leukemia – Chronic Lymphocytic (CLL)
Topics."
5 Cancer Facts and
Figures 2014, American Cancer Society 2014
6 Schnaiter, A. et
al. (2013) “17p Deletion in Chronic Lymphocytic Leukemia: Risk Stratification
and Therapeutic
Approach.” Hematol
Oncol Clin N Am 27 (2013) 289–301
7 Selner, L. et al.
(2013) “What Do We Do with Chronic Lymphocytic Leukemia with 17p Deletion?”
Curr Hemetol Malig Rep.
8(1):81-90.
8 Stilgenbaur, S, and
Zenz, T, (2010) “Understanding and Managing Ultra High-Risk Chronic Lymphocytic
Leukemia.” ASH Education Book.
2010(1):481-488.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Cientistas transformam célula do câncer em imunológica
Cientistas descobriram que é
possível forçar as células da leucemia a amadurecer como um tipo de célula
imunológica, que, ironicamente, pode ajudar o corpo a combater outras células
tumorais
18 Mar 2015
Algumas descobertas importantes foram
feitas “sem querer” na história da ciência, como o caso da penicilina. Foi
o que parece ter acontecido com um grupo de cientistas britânicos da
Universidade de Standford, que podem ter encontrado uma forma de combater
células de câncer de um tipo agressivo durante experimentações recentes. As
informações são do IFL Science.
cientistas
descobriram que é possível forçar as células da leucemia a amadurecer em um tipo
de célula imunológica, que, ironicamente, pode ajudar o corpo a combater outras
células tumorais
Foto:
IFL Science / Reprodução
Depois de várias tentativas de
encontrar uma maneira de prevenir as células cancerígenas de morrer durante as
experiências, os cientistas descobriram que é possível forçar as células da
leucemia a amadurecer em um tipo de célula imunológica, que, ironicamente, pode
ajudar o corpo a combater outras células tumorais. O estudo foi publicado na
Proceedings of the National Academy of Sciences.
O câncer analisado pelo estudou foi
a leucemia linfocítica aguda (LLA) é um tipo de rápida progressão, que
atinge as células brancas (leucócitos) do sangue caracterizada pela
produção maligna de linfócitos imaturos na medula óssea. Neste estudo, era
analisado o tipo “B-ALL” do LLA, do qual se sabe muito pouco. Assim, o estudo
de Standford tentou encontrar alguma possibilidade de manter as células
isoladas do câncer (pertencentes a um paciente).
Assim, depois de expor as células a
um determinado fator de transcrição, os cientistas observaram que elas
começaram a mudar de tamanho e forma, adotando a morfologia característica de
um tipo de glóbulo branco responsável por devorar as células danificadas ou
material estranho, conhecido como um dos macrófagos.
Os pesquisadores também acreditam que
essas células convertidas não só poderão ser neutralizadas sobre sua antiga
identidade de célula cancerosa, mas também podem ajudar o corpo a dar uma
resposta imunológica contra outras células cancerosas remanescentes. A próxima
etapa do projeto será, portanto, investigar maneiras de conseguir a conversão
das células de uma forma clinicamente viável.
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