sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mesotelioma

O Vida com Câncer recebeu recentemente um e-mail de um nosso leitor, o Sr. Virgil Anderson, dos Estados Unidos, que fornece uma contribuição importante para os portadores de Mesothelioma. Assim, estamos publicando na íntegra este e-mail com a devida autorização do remetente:

Virgil Anderson foi recentemente diagnosticados com mesotelioma, que é um cancro causado pela exposição ao amianto. Ele trabalhou em vários postos de trabalho ao longo de sua vida na indústria automotiva e em serviços de demolição, os quais contribuíram para a sua exposição ao amianto. Em alguns postos de trabalho, o ar estava tão denso de detritos e amianto que você poderia prová-lo em sua boca.   Quando Virgil foi diagnosticado com mesotelioma, precisava de atenção médica imediata. Ele encontrou alguns sites na internet, que são supostamente para ajudar as pessoas com este tipo de câncer, mas ninguém deu retorno.   Em seguida, ele encontrou o Mesothelioma.net. Virgil entrou em contato com eles em um domingo e um advogado dos defensores dos pacientes deu-lhe um telefonema de volta em poucos minutos. Deram-lhe uma grande quantidade de informações úteis sobre os médicos e os recursos disponíveis para ele.   Como resultado da atenção deste site, Virgil está agora sendo tratado no Instituto Nacional do Câncer e os defensores dos pacientes lhe forneceram assistência financeira para que ele pudesse pagar um lugar para viver durante seu tratamento de câncer. Virgil é sempre grato por encontrar este centro de suporte, já que ele ainda poderia estar em busca de apoio financeiro e médico. Virgil está se recuperando e voltou para West Virginia, onde ficará com sua sobrinha.


The Vida com Câncer (Life with Cancer) recently received an email from one of our readers, Mr. Virgil Anderson, of the United States, which provides an important contribution for patients with mesothelioma. Thus, we are publishing in full this email with the sender's authorization:

Virgil Anderson was recently diagnosed with mesothelioma, which is a cancer caused by exposure to asbestos. From automotive to demolition work, he had many jobs in his life that contributed to his exposure. He said on some jobs, the air was so thick with debris and asbestos you could taste it in your mouth.
 
When Virgil was diagnosed with mesothelioma he needed immediate medical attention. He found a few websites on the internet that are supposed to help people with my type of cancer but nobody got back to me.
 
Then he found Mesothelioma.net. Even though Virgil contacted them on a Sunday one of their patient advocates gave him a call back within minutes. They gave him a great deal of helpful information on doctors and resources available to him.
 
As a result of their website Virgil is now being treated at the National Cancer Institute and the patient advocates have even provided him with financial assistance so he could afford a place to live during his cancer treatments. Virgil is ever grateful for finding this support center, as he could still be in search of financial and medical support.

Virgil is currently recovering back in West Virginia and staying with his niece.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Nobel de medicina premia estudo que ajuda na luta contra o câncer

Autofagia, processo estudado por Ohsumi, é um mecanismo de autodestruição celular envolvido em doenças como Alzheimer, Parkinson e câncer
O trabalho do japonês Yoshinori Ohsumi, que ganhou nesta segunda-feira oprêmio Nobel de 2016 de medicina e fisiologia, é fundamental no combate de doenças como câncer e Alzheimer. Desde os anos 1990, o cientista, atualmente professor do Instituto de Tecnologia de Tóquio, pesquisa mecanismos de autofagia, um processo celular de reciclagem e autodestruição.

Etimologicamente, a palavra autofagia significa “comer a si próprio”. Por meio dessa ação, a célula consegue eliminar proteínas, organelas e moléculas velhas, sem função ou que poderiam prejudicar o organismo. Além disso, o mecanismo tem importante papel na “limpeza” de microrganismos invasores, combatendo infecções, envelhecimento e doenças ligadas a esses processos.
De acordo com comunicado da Assembleia do Nobel, que concede o prêmio de Medicina, embora a autofagia fosse conhecida desde os anos 1960, seus detalhes só começaram a ser realmente compreendidos quando Ohsumi descobriu quinze genes fundamentais para o processo, descritos em trabalho publicado em 1993. Em seus experimentos subsequentes, o pesquisador japonês clonou diversos desses genes e revelou suas funções e papel para as células.
Com isso, os cientistas perceberam que problemas na degradação e reciclagem dos componentes celulares estão ligados ao surgimento de doenças como Parkinson, diabetes tipo 2 e distúrbios relacionados ao envelhecimento, como Alzheimer. Além disso, mutações nos genes envolvidos na autofagia podem favorecer o aparecimento de alguns tipos de câncer. A autofagia pode rapidamente fornecer combustível para produzir energia e construir estruturas para a renovação de componentes celulares – por isso, o conhecimento sobre o processo também pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos.

“A descoberta dos genes ligados à autofagia e a elucidação desse mecanismo molecular levou a um novo paradigma na compreensão de como a célula recicla seus conteúdos. Devido a seu trabalho pioneiro, a autofagia é atualmente reconhecida como um processo fundamental na fisiologia celular com grandes implicações para saúde humana”, afirmou a Assembleia do Nobel.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Células-tronco do fluxo menstrual podem inibir câncer

Câncer de próstata reagiria mais facilmente ao tratamento
Por: AFP
15/09/2016 - 12h00min | Atualizada em 15/09/2016 - 12h37min

Foto: OHSU / Divulgação
As células-tronco contidas no fluxo menstrual apresentam propriedades antitumorais que poderiam ser utilizadas para melhorar as terapias atuais contra o câncer, afirma um estudo científico divulgado nesta quarta-feira em Santiago. Uma equipe de pesquisadores da Universidade dos Andes concluiu que os exossomas - pequenas vesículas secretadas por vários tipos de células que são encarregados da comunicação intercelular - inseridos no fluxo menstrual inibem a propagação dos tumores cancerígenos.
O exossomas do fluxo menstrual "são capazes de inibir a formação de vasos sanguíneos", comentou Francisca Alcayaga, uma das cientistas que participou da pesquisa realizada pelo projeto Cells for Cells da universidade chilena. Desta forma, se corta a rota do tumor, "que gera vasos sanguíneos para poder se nutrir e se oxigenar, com o objetivo de continuar crescendo", de acordo com o estudo.

As células-tronco do fluxo menstrual são recuperadas da parede do útero antes da menstruação, em um momento em que ainda apresentam "propriedades antiangiogênicas, sendo capazes de inibir a vasculatura tumoral", afirmou Alcayaga. Segundo os estudos preliminares, se constatou que o câncer de próstata é uma das patologias que reagem mais facilmente à presença dos exossomas.
Com a presença dos exossomas do fluxo menstrual, "o crescimento do tumor é mais lento, por isso vamos continuar a pesquisa e ver a atividade complementar destes exossomas com as terapias convencionais que existem hoje", disse a cientista.
O próximo passo é combinar a quimioterapia com um tratamento que contenha esta descoberta, para comprovar sua efetividade, e conseguir um sistema em que os exossomas possam ser distribuídos em casos de metástase, já que nos testes eles foram injetados diretamente em cada tumor.
Mulheres em idade fértil e livres de anticoncepcionais foram as doadoras de células para a realização do estudo.
No Chile, entre 20% e 25% das mortes estão vinculadas a algum tipo de câncer, sendo este a segunda causa de morte, atrás das doenças cardiovasculares, segundo dados oficiais. O estudo foi publicado na revista científica americana Oncotarget.


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Reconstrução imediata da mama reduz trauma de cirurgia após câncer

Do UOL, em São Paulo
13/10/201606h00
A retirada das mamas, após o câncer, é uma situação traumática. Mas, segundo um estudo publicado pela "Plastic and Reconstructive Surgery", o jornal médico oficial da Sociedade Norte-Americana de Cirurgiões Plásticos, a reconstrução imediata das mamas pode proteger pacientes da sensação de angústia, diminuição do bem-estar sexual e de problemas de autoestima.
O estudo, de pesquisadores da Universidade de Toronto, foi realizado com 106 pacientes submetidas a retirada dos seios após o câncer de mama. Trinta pacientes fizeram a reconstrução imediata. Os outros 76 pacientes apenas três anos depois.
Os dois grupos responderam questionários para avaliar fatores psicológicos antes do procedimento e depois. A pesquisa avaliou as diferenças no impacto psicossocial no processo de recuperação dos pacientes. Em ambos os grupos, a ansiedade diminuiu após a reconstrução da mama.
Antes da cirurgia, 26% dos pacientes mostravam um nível de ansiedade considerado anormal e 9% apresentavam índices de depressão. Após a mastectomia, mulheres que não fizeram a reconstrução imediata apresentaram insatisfação com o corpo, sexualidade e assuntos relacionados à qualidade de vida.

https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1476362903171
Seis meses após a reconstrução, não havia mais diferenças em como os grupos se enxergavam. Após 12 e 18 meses as diferenças nos problemas de sexualidade também haviam desaparecido. Segundo os pesquisadores, as questões de sexualidade exigem um período maior de tempo.
Embora o estudo não seja o primeiro a mostrar os benefícios psicológicos da reconstrução rápida fornece novas informações sobre o período da recuperação.
No Brasil, onde o número de pacientes com diagnóstico de câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos, uma lei sancionada em 2013, determina que o SUS (Sistema Único de Saúde) arque com os custos da reconstrução imediata das mamas.
De acordo com a norma, as cirurgias de retirada e reconstrução devem ser feitas em um só procedimento. Se as condições da paciente não forem favoráveis, a lei determina que a cirurgia plástica seja realizada assim que a mulher estiver em condições para fazê-la.


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Agência propõe novo atendimento de planos de saúde contra câncer

Raquel Cunha/Folhapress
Ação do Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, no parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo

NATÁLIA CANCIAN
DE BRASÍLIA
04/10/2016  02h00 

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai propor um novo modelo de atendimento e cuidados em relação ao câncer para a rede de planos de saúde.
A ideia do projeto, que será lançado na quarta (5) em parceria com entidades na área de oncologia, é que planos e prestadores de serviços –como hospitais e clínicas– adotem ações para corrigir gargalos e passem a organizar em conjunto os caminhos do paciente dentro da rede.

A proposta, em caráter de testes, visa buscar meios para a aceleração do diagnóstico e do tratamento de câncer na rede suplementar, que reúne 48 milhões de usuários.

Hoje, a avaliação é que esse sistema é fragmentado. O usuário fica perdido entre consultas e exames, gastando muito tempo até identificar corretamente um problema e iniciar seu tratamento.

"A maior parte dos gargalos que temos não são de acesso, mas de informação", afirma a diretora de desenvolvimento setorial da ANS, Martha Oliveira. "Um exemplo é o paciente que faz um exame e não vai buscar, mas o resultado era positivo, ou que faz e não sabe onde levar", diz.

Para a diretora da agência, o sistema vive um paradoxo, com alto número de exames realizados na rede e, ao mesmo tempo, de pacientes que procuram assistência com diagnóstico tardio.

"Estamos recebendo muitos pacientes com câncer avançado e, por outro lado, tendo muitos exames desnecessários. Estamos fazendo muito e errado", avalia a diretora. "E a pessoa que não está conseguindo fazer?"

Neste ano, a estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) é de 596 mil novos casos de câncer no país.

PROCEDIMENTOS PARA CÂNCER - Feitos em planos de saúde, no Brasil

Consultas em oncologia: 2014 – 934.343; 2015 – 972.354
Quimioterapia e radioterapia: 2014 - 2.596.170; 2015 - 2.582.803
Internações por neoplasia: 2914 – 309.040; 2015 – 334.381
596 mil é o número de novos casos de câncer no Brasil previstos para este ano
48 milhões é o total de usuários de planos de saúde no país

"O grande problema é que a epidemia de câncer ainda não começou no Brasil. O boom deve ser daqui a 15 anos, porque é uma doença muito ligada ao envelhecimento da população. Se o sistema já está desorganizado, imagina quando o número crescer?", questiona José Eduardo de Castro, consultor da Fundação do Câncer, instituição que auxilia no projeto.

Apelidada de OncoRede, a iniciativa prevê que laboratórios e clínicas criem um alerta de forma a garantir que resultados críticos cheguem a quem solicitou o exame.

Também será recomendada a adoção de laudos integrados, em que o paciente deixa de receber resultados separados e passa a ter uma só avaliação compartilhada entre vários profissionais.

A ANS irá propor equipes multiprofissionais e grupos de decisão para avaliar os casos.

A proposta inclui ainda a presença de um coordenador de cuidado, profissional para fazer busca ativa de pacientes e direcioná-los dentro da rede. O modelo é semelhante ao já aplicado em países como Inglaterra e Canadá. Também deve haver estímulo à prevenção e diagnóstico precoce.

A adesão dos planos e hospitais será voluntária. As iniciativas serão acompanhadas pela ANS e entidades por um ano. Em seguida, a ideia é estender parte das experiências para todo o setor.

Para que as ações ocorram, operadoras devem testar novas formas de pagamento a quem presta o serviço. A ideia é deixar de pagar só pela quantidade de procedimentos e remunerar também por resultados obtidos e qualidade.

Para Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia, que representa pacientes com câncer, a iniciativa é positiva, mas precisa de incentivo e adesão das operadoras para sair do papel.

"Não adianta ter essa proposta se não virar prática para beneficiar os pacientes", afirma. "Hoje o paciente reclama muito do quanto é jogado de um especialista a outro e o diagnóstico não fecha."

Para Solange Mendes, presidente da FenaSaúde, que representa operadoras de planos de saúde, o projeto "trata de mudanças de paradigma", sendo preciso buscar "melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros".

Ela diz ser favorável também à discussão sobre novas formas de pagamento a quem presta serviços aos pacientes. "Esse atual modelo, o fee for service [que paga por serviço prestado], estimula a superutilização dos recursos da medicina e, muitas das vezes, sem a real necessidade clinicamente comprovada."
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Principais pontos do modelo
Novo sistema de atendimento em oncologia nos planos de saúde foi proposto pela ANS e por entidades

Alerta de riscos
Clínicas e laboratórios identificam laudos com resultados críticos e emitem alerta para garantir que eles sejam entregues
Laudo integrado
Paciente tem acesso não mais a resultados de exames separados, mas a um laudo conjunto, o que facilita o diagnóstico
Informações compartilhadas
Sistema de registro permite troca de informações sobre o paciente com ele mesmo e entre profissionais que o atendem
Decisões em conjunto
"Times multiprofissionais" e "grupos de decisão" definem quais linhas de tratamento devem ser adotadas
Coordenador do cuidado
Profissional de saúde ("navegador") monitora o paciente desde a entrada no sistema de saúde e tem contato direto com ele
Cuidados paliativos
Planos estimulam iniciativas para aliviar sintomas e dão suporte geral ao paciente, em especial a quem não teve resposta aos tratamentos
Criação de indicadores
Modelo deve ser monitorado por indicadores, definidos entre os participantes, como tempo para conclusão do tratamento e satisfação do paciente
Modelos de remuneração
Incentivo a novas formas de remuneração de funcionários pelos planos, com foco nos resultados, e não no volume de procedimentos
Fontes: ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Fundação do Câncer e ONG Oncoguia


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Outubro Rosa - Prevenção do Câncer de Mama

Com o objetivo de alertar as pessoas para a importância da detecção precoce do câncer de mama e considerando que estamos no período do Outubro Rosa, o Vida com Câncer publica alguns artigos que tratam desse assunto.

Câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos, diz estudo

Estadão 03/10/2016

Embora o Ministério da Saúde recomende a realização periódica da mamografia somente a partir dos 50 anos, um novo estudo feito pelo A.C. Camargo Cancer Center traz de volta a polêmica sobre a idade a partir da qual as mulheres devem fazer o exame capaz de detectar o câncer de mama.
Levantamento do hospital com 4.527 pacientes mostra que 40% das mulheres que receberam o diagnóstico da doença entre os anos de 2000 e 2010 no centro médico tinham menos de 50 anos e não descobririam o tumor se tivessem seguido a orientação do ministério. Do total de pacientes acompanhadas, 11,4% descobriram a doença até os 39 anos e outras 28,7%, entre os 40 e os 49 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o exame a partir dos 40 anos.
"Não podemos dizer que os dados do A.C. Camargo refletem toda a realidade brasileira, até porque somos um centro de referência em oncologia e isso leva a mais diagnósticos precoces. No entanto, esse estudo mostra que vale a pena investir na mamografia mais cedo. Sabemos que a curva de incidência da doença começa a aumentar a partir dos 40 anos e, quanto mais cedo descoberto o tumor, maior a chance de cura", diz Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e diretora de Mastologia do A.C. Camargo.
Os dados do levantamento provam o quanto o diagnóstico precoce é decisivo no sucesso do tratamento. Do total de mulheres que descobriram a doença no estágio 1, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No grau 2, eram 89,2%. No estágio 3, o índice foi de 71,6%, número que caiu para 30,3% no estágio 4, o mais avançado.
Sinal. Diagnosticada com câncer de mama aos 37 anos, a supervisora de vendas Patrícia Rosa Moreira, hoje com 40, atribui à sorte a realização da mamografia que a fez descobrir a doença. "Foi por acaso. Eu fui doar sangue e deu uma alteração nas plaquetas. Resolvi fazer um check-up e pedi para a médica uma guia para fazer mamografia. Ela não queria dar de jeito nenhum, disse que eu ainda não estava na idade, mas eu bati o pé e ela deu", conta.
O exame feito em 2014 detectou o tumor no grau 2. A supervisora teve de retirar a mama esquerda, fazer 16 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. "O câncer já estava com 4 centímetros e eu não tinha nenhum sintoma, ele não era palpável. Nunca descobriria sem um exame. Se eu tivesse feito a mamografia aos 50 anos, ele já estaria espalhado pelo corpo."
O tratamento terminou em dezembro de 2015 e, hoje, Patrícia aguarda pela cirurgia de reconstrução mamária, prevista para dezembro ou janeiro. "Enquanto eu estava no hospital, conheci muitas moças, de menos de 30 anos, com a doença. Acho errado passarem a mamografia só a partir dos 50 anos."
O Ministério da Saúde diz que segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de realização da mamografia para fins de rastreamento entre os 50 e 69 anos, porque "essa é a faixa etária com maior efetividade na prevenção e que possui evidência científica de impacto na mortalidade".
A pasta diz ainda que orienta os médicos a solicitarem o exame antes às pacientes que tenham histórico da doença na família, especialmente se uma parente de primeiro grau tenha recebido o diagnóstico antes dos 50 anos. Nesses casos, a recomendação é que as mulheres passem por avaliação médica a partir dos 35 anos para que sejam definidos os exames necessários. Isso porque, no caso de mulheres mais jovens, com estrutura mamária diferente por causa da idade, nem sempre a mamografia é suficiente - podem ser solicitados ultrassom ou ressonância magnética.
Polêmica
Há quem critique a realização de mais mamografias para fins de rastreamento por causa do risco de resultado falso positivo - quando o exame inicial aponta a presença de uma lesão que não se confirma maligna em exames adicionais.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, a recomendação para realização da mamografia periodicamente não resultou em queda da taxa de mortalidade por câncer de mama. Além disso, diz a entidade, o falso positivo pode causar danos às mulheres, como ansiedade, estresse e procedimentos desnecessários.

A oncologista do A.C. Camargo afirma que os benefícios do rastreamento são maiores do que os malefícios. "Por mais que, em alguns casos, a mamografia aponte a suspeita e ela seja descartada depois, em outros casos, o exame vai possibilitar que a mulher descubra mais cedo e tenha mais chances de cura", afirma Fabiana. 
Inclusão de medicamento no SUS aumentaria em dois anos sobrevida de pacientes com câncer de mama
Ministério da Saúde afirma que benefício do Trastuzumabe é muito baixo
16/08/2016 - 14h19min | Atualizada em 16/08/2016 - 16h35min

Foto: Cris B. / Fotolia

O acréscimo de um medicamento à quimioterapia hoje oferecia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) poderia aumentar em dois anos a sobrevida de pacientes com câncer de mama metastático HER2 Positivo, um tipo comum que atinge 20% das mulheres com a doença. A revelação é parte de um estudo realizado por médicos brasileiros e divulgado neste mês no Journal of Global Oncology, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
O levantamento sugere que o Trastuzumabe, um medicamento considerado essencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), seja oferecido para quem tem a doença em estágio avançado. Desde 2013, essa droga é utilizada no SUS somente em casos câncer de mama inicial e localmente avançado. A terapia foi disponibilizada em 1999 na rede privada.

— Pelo SUS, as mulheres com câncer só têm acesso à quimioterapia geral. O Ministério da Saúde diz que não há custo-benefício no tratamento. Todos os estudos internacionais mostram que é possível alcançar uma sobrevida de dois anos com esse medicamento, em comparação a quem tem a mesma categoria de doença e não usa esse tratamento. Estamos questionando: o custo da vida de uma pessoa é que está sendo levado em conta? — pergunta a chefe do Serviço Médico de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento Maira Caleffi, uma das autoras do estudo.
Para embasar o relatório, o grupo de especialistas utilizou estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) que apontam que, só neste ano, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil, dos quais mais de 73% serão tratados no SUS. Com base nesses dados, os autores calculam que, das 2.008 mulheres diagnosticadas com doenças metastáticas HER2 Positivo neste ano, 808 poderiam ter dois anos a mais de vida se submetidas ao tratamento convencional oferecido atualmente pelo SUS. Com a presença do Trastuzumabe, o número de pacientes com chances alcançar dois anos de sobrevida pularia para 1.408. Já com a combinação da quimioterapia, Trastuzumabe e Pertuzumabe, outro medicamento que não oferecido pela rede pública e considerado o "padrão ouro" de tratamento, 1.576 mulheres poderiam viver dois anos mais.
— Estamos ficando muito defasados entre quem tem acesso a convênio e quem não tem. É comum a pessoa já chegar ao médico em estágio avançado em função da falta de acesso a exames e especialistas. Essas pacientes serão submetidas a uma quimioterapia menos focada — avalia Maira.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde, por meio de nota, informou que "o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa". Ainda segundo a pasta, o medicamento traz mais benefícios do que riscos quando prescrito para casos iniciais da doença, como é feito atualmente.
Leia a íntegra da nota enviada pelo Ministério da Saúde:
"O Ministério da Saúde esclarece que o medicamento Trastuzumabe é /aprovado em bula, como quimioterapia adjuvante do Câncer de Mama HER2 positivo, usado após o tratamento convencional (cirurgia + radioterapia + quimioterapia). O tempo de manutenção do uso nesse caso é de um ano e há evidências que esse tratamento adjuvante traga benefício adicional, pois aumenta o tempo médio em que uma doente fica livre de uma recaída. O medicamento também traz eventos adversos, mas, com o tempo limitado de uso a, no máximo, um ano, minimiza esses prejuízos.
É importante destacar que o trastuzumabe, para essa indicação, tem maior probabilidade de trazer mais benefícios que riscos a essas mulheres. No entanto, o benefício adicional de incluir o trastuzumabe ao tratamento convencional é pequeno e o custo do tratamento é alto, o que resulta em razão de custo efetividade entre media e baixa. Mesmo assim, a Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec) recomendou a incorporação, e o SUS incorporou o tratamento adjuvante.
O Ministério da Saúde tem atuado no sentido de fortalecer os serviços e as ações que visam qualificar a atenção à saúde das pessoas com câncer. Além do esforço para organização dos serviços assistenciais, a pasta tem apoiado os estados e o Distrito Federal na ampliação do número de hospitais capacitados para tratamento do câncer. Nos últimos 5 anos, na assistência oncológica cresceu quase 63%, passando de R$ 2,1 bilhões em 2010 para R$ 3,5 bilhões em 2015. No período, houve aumento de 34% no número de pessoas com câncer atendidas no SUS, ampliando de 292,9 mil para 393 mil. Nesse mesmo período, o número de procedimentos de tratamento (radioterapia, quimioterapia e cirurgia oncológica) e de prevenção (mamografia e papanicolau) saiu de 21 milhões para 22,9 milhões".

AUTO EXAME


"Lembrem-se de que 80% dos nódulos mamários são benignos e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

No Chuveiro ou Deitada: Coloque a mão direita atrás da cabeça. Deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda a mama direita, repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda."

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Radioterapia, cirurgia ou nenhuma intervenção contra o câncer de próstata oferecem risco de morte semelhantes, diz estudo

Pesquisadores analisaram mais de 1,6 mil homens durante 10 anos
Por: AFP
15/09/2016 - 10h21min | Atualizada em 15/09/2016 - 10h24min

Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Homens com câncer de próstata localizado têm baixa probabilidade de morrer no período de 10 anos após o diagnóstico, independentemente de se optarem pela cirurgia, radioterapia ou por nenhuma intervenção, disseram pesquisadores na quarta-feira. O estudo publicado no periódico New England Journal of Medicine incluiu mais de 1,6 mil homens com idades entre 50 e 69 anos que concordaram em ser aleatoriamente indicados para cirurgia para remoção do tumor, radiação para reduzi-lo ou vigilância ativa - ou seja, o acompanhamento dos pacientes para monitorar sinais de progressão da doença.
Cerca de 1% dos homens do estudo morreram durante os 10 anos após o diagnóstico de câncer de próstata, "independentemente do tratamento atribuído, uma taxa consideravelmente inferior à prevista no início dos ensaios", disse o estudo, liderado por Freddie Hamdy, da Universidade de Oxford.

Dos 1.643 homens no estudo, 17 morreram de câncer de próstata na primeira década após o diagnóstico - oito no grupo de vigilância ativo, cinco no grupo de cirurgia e quatro no grupo de radioterapia.
Aqueles no grupo de vigilância ativa tinham mais chances de ter o câncer espalhado para outras partes do corpo, um processo conhecido como metástase.
No entanto, esta progressão da doença não fez uma diferença significativa na probabilidade de morrer de câncer ou de qualquer outra causa nos 10 anos após o diagnóstico, segundo o estudo.
Um artigo separado na mesma revista analisou questões de qualidade de vida entre os homens que escolheram diferentes opções. A cirurgia para remover a próstata teve o maior impacto negativo sobre a função sexual e a incontinência urinária, enquanto os homens no grupo de radiação tendiam a ter mais problemas intestinais após o tratamento do que os dos outros grupos.
— A função sexual parece ser melhor no grupo de terapia com radiação — disse Louis Potters, presidente do departamento de radiação da rede de saúde Northwell Health em Nova York, que não esteve envolvido no estudo.
Potters elogiou a pesquisa como "o primeiro esforço real para avaliar abordagens de tratamento para o câncer de próstata".
— Apesar da alta prevalência de câncer de próstata como o câncer número um entre os homens, não há um estudo recente que tenha abordado diretamente a observação, cirurgia ou radioterapia. Como resultado, os homens tiveram de tomar decisões de tratamento com base em dados não comparativos — afirmou.
Para John Burn, professor de genética clínica da Universidade de Newcastle, o estudo fornece "informações valiosas para homens confrontados com escolhas difíceis".
— A conclusão parece ser que para esses homens com câncer de próstata localizado, a vigilância ativa não é significativamente mais perigosa e evita a sobrecarga potencial do comprometimento sexual ou intestinal medicamente induzidos. Muitos vão concluir que não fazer nada é preferível à cirurgia ou à radioterapia. Obviamente, se houver evidência de metástase, a situação é diferente — acrescentou Burn, que não participou do estudo.