sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Reconstrução imediata da mama reduz trauma de cirurgia após câncer

Do UOL, em São Paulo
13/10/201606h00
A retirada das mamas, após o câncer, é uma situação traumática. Mas, segundo um estudo publicado pela "Plastic and Reconstructive Surgery", o jornal médico oficial da Sociedade Norte-Americana de Cirurgiões Plásticos, a reconstrução imediata das mamas pode proteger pacientes da sensação de angústia, diminuição do bem-estar sexual e de problemas de autoestima.
O estudo, de pesquisadores da Universidade de Toronto, foi realizado com 106 pacientes submetidas a retirada dos seios após o câncer de mama. Trinta pacientes fizeram a reconstrução imediata. Os outros 76 pacientes apenas três anos depois.
Os dois grupos responderam questionários para avaliar fatores psicológicos antes do procedimento e depois. A pesquisa avaliou as diferenças no impacto psicossocial no processo de recuperação dos pacientes. Em ambos os grupos, a ansiedade diminuiu após a reconstrução da mama.
Antes da cirurgia, 26% dos pacientes mostravam um nível de ansiedade considerado anormal e 9% apresentavam índices de depressão. Após a mastectomia, mulheres que não fizeram a reconstrução imediata apresentaram insatisfação com o corpo, sexualidade e assuntos relacionados à qualidade de vida.

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Seis meses após a reconstrução, não havia mais diferenças em como os grupos se enxergavam. Após 12 e 18 meses as diferenças nos problemas de sexualidade também haviam desaparecido. Segundo os pesquisadores, as questões de sexualidade exigem um período maior de tempo.
Embora o estudo não seja o primeiro a mostrar os benefícios psicológicos da reconstrução rápida fornece novas informações sobre o período da recuperação.
No Brasil, onde o número de pacientes com diagnóstico de câncer de mama antes dos 50 anos chega a 40% dos casos, uma lei sancionada em 2013, determina que o SUS (Sistema Único de Saúde) arque com os custos da reconstrução imediata das mamas.
De acordo com a norma, as cirurgias de retirada e reconstrução devem ser feitas em um só procedimento. Se as condições da paciente não forem favoráveis, a lei determina que a cirurgia plástica seja realizada assim que a mulher estiver em condições para fazê-la.


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