Câncer de próstata reagiria mais facilmente ao tratamento
Por: AFP
15/09/2016 -
12h00min | Atualizada em 15/09/2016 - 12h37min
Foto: OHSU / Divulgação
As células-tronco contidas no fluxo
menstrual apresentam propriedades antitumorais que poderiam ser utilizadas para
melhorar as terapias atuais contra o câncer, afirma um estudo científico
divulgado nesta quarta-feira em Santiago. Uma equipe de pesquisadores da
Universidade dos Andes concluiu que os exossomas - pequenas vesículas
secretadas por vários tipos de células que são encarregados da comunicação
intercelular - inseridos no fluxo menstrual inibem a propagação dos tumores
cancerígenos.
O exossomas do fluxo menstrual
"são capazes de inibir a formação de vasos sanguíneos", comentou
Francisca Alcayaga, uma das cientistas que participou da pesquisa realizada
pelo projeto Cells for Cells da universidade chilena. Desta forma, se corta a
rota do tumor, "que gera vasos sanguíneos para poder se nutrir e se
oxigenar, com o objetivo de continuar crescendo", de acordo com o estudo.
As células-tronco do fluxo menstrual
são recuperadas da parede do útero antes da menstruação, em um momento em que
ainda apresentam "propriedades antiangiogênicas, sendo capazes de inibir a
vasculatura tumoral", afirmou Alcayaga. Segundo os estudos preliminares,
se constatou que o câncer de próstata é uma das patologias que reagem mais
facilmente à presença dos exossomas.
Com a presença dos exossomas do fluxo
menstrual, "o crescimento do tumor é mais lento, por isso vamos continuar
a pesquisa e ver a atividade complementar destes exossomas com as terapias
convencionais que existem hoje", disse a cientista.
O próximo passo é combinar a quimioterapia
com um tratamento que contenha esta descoberta, para comprovar sua efetividade,
e conseguir um sistema em que os exossomas possam ser distribuídos em casos de
metástase, já que nos testes eles foram injetados diretamente em cada tumor.
Mulheres em idade fértil e livres de
anticoncepcionais foram as doadoras de células para a realização do estudo.
No Chile, entre 20% e 25% das mortes estão
vinculadas a algum tipo de câncer, sendo este a segunda causa de morte, atrás
das doenças cardiovasculares, segundo dados oficiais. O estudo foi publicado na
revista científica americana Oncotarget.
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