http://veja.abril.com.br/saude/metodo-com-laser-e-bacterias-marinhas-trata-cancer-de-prostata/
O novo método usa laser e um medicamento feito de bactérias para
eliminar os tumores, sem causar os severos efeitos colaterais de terapias
tradicionais
Um novo método promete
tratar o câncer de próstata sem efeitos colaterais. O tratamento inovador
utiliza lasers, bem como um remédio feito de bactérias marinhas para
eliminar os tumores e já é considerado um avanço significativo no
combate à doença. De acordo com o estudo publicado recentemente na revista
científica The Lancet Oncology, a abordagem
foi completamente efetiva em quase metade dos pacientes submetidos a ela.
As
terapias disponíveis atualmente envolvem cirurgia e radioterapia e,
frequentemente, deixam como sequelas a impotência e diferentes graus de
incontinência urinária. Isso é uma das razões pelas quais muitos homens demoram
para procurar tratamento. “Isso [o novo tratamento] muda tudo”, explica Mark
Emberton, cientista e médico que testou a nova terapia no University College de
Londres, na Inglaterra.
Abordagem inovadora
O
medicamento utilizado no novo tratamento é feito de bactérias que vivem em
regiões profundas do oceano, praticamente na escuridão, e que ativam suas
toxinas quando expostas à luz. A intervenção com o laser é feita através da
inserção de dez fibras óticas na região do períneo – o espaço entre o ânus e os
testículos para alcançar a próstata.
A
ativação dos laseres estimula o medicamento injetado na corrente sanguínea,
responsável por “matar” os tumores. Os testes clínicos, realizados em 47
hospitais europeus com 413 pacientes mostrou que 49% dos pacientes entraram em
remissão completa após o tratamento. Posteriormente, apenas 6% dos homens
precisaram ter a próstata removida, em comparação com 30% dos pacientes que não
foram submetidos à nova terapia.
Efeitos colaterais
O
impacto na potência sexual e no ato de urinar durou apenas três meses – nenhum
dos pacientes teve efeitos colaterais significativos dois anos após o
tratamento.
Um desses pacientes, o
britânico Gerald Capon, de 68 anos, contou à rede britânica BBC que está totalmente curado. “Sinto-me
extremamente afortunado por ter sido aceito no programa de testes. Sinto que
poderei passar o resto da minha vida sem preocupações”, disse.
Para Emberton,
essa nova tecnologia representa um momento tão significativo para o
tratamento de câncer de próstata e como a remoção localizada do tecido canceroso
em vez do seio inteiro foi para as mulheres com câncer de mama.
“A
decisão de buscar tratamento sempre foi um balanço entre benefícios e danos. Os
danos sempre foram os efeitos colaterais – a incontinência urinária e as
dificuldades sexuais para a maioria dos homens. É uma grande transformação
termos um novo tratamento que é virtualmente livre de sequela,”, disse afirmou
o médico.
No
Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 61.000 novos casos da doença em
2016 e 13.000 mortes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário