Pesquisa mostra necessidade de continuar combate ao cigarro
no Brasil
POR O GLOBO 29/08/2016 16:35 / atualizado 29/08/2016 16:57
Filmes com consumo de cigarro devem ser restritos a adultos,
segundo orientação da OMS - Reprodução/ Independent
RIO - A mortalidade por câncer de pulmão vem caindo em os
homens, mas subindo entre as mulheres. Esta é a constatação de um estudo
inédito divulgado nesta segunda-feira, feito com base em dados do Sistema de
Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
Segundo o Ministério, o hábito de fumar gera cerca de 200
mil mortes por ano no Brasil, em decorrência de doenças vasculares e/ou respiratórias,
entre outros males. E 90% dos homens com câncer de pulmão fumaram em algum
momento da vida .
De acordo com o levantamento, após décadas de elevação, a
taxa padronizada (que elimina os efeitos do envelhecimento populacional) de
óbitos por câncer de pulmão entre homens caiu de 18,5 por 100 mil habitantes em
2005 para 16,3 por 100 mil habitantes em 2014. Já entre as mulheres, o número
subiu de 7,7 para cada 100 mil em 2005, passando a 8,8 por cada 100 mil em
2014.
- No Brasil, as mulheres começaram a fumar depois dos
homens, com a popularização de marcas de cigarros para o público feminino nas
décadas de 70 e 80. A taxa de mortalidade entre as mulheres continua subindo,
mas nossa previsão é que, futuramente, comece a cair, se mantivermos a
tendência de queda no uso do tabaco no país - analisa a médica, epidemiologista
e gerente da Divisão de Pesquisa Populacional do Instituto Nacional do Câncer
(Inca), Liz Almeida.
Os números foram divulgados durante um evento nesta segunda
para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Realizado na Casa Brasil, no
Pier Mauá, no Rio, o evento lançou também a campanha "#MostreAtitude: sem
o cigarro, sua vida ganha mais saúde", para incentivar as pessoas a
abandonar o hábito de fumar.
Números dão conta de que os brasileiros estão deixando o
cigarro de lado. Na população em geral, a taxa de fumantes caiu
consideravelmente. Em 2006, 15,7% dos brasileiros fumavam. Já em 2014, a
parcela era de 10,4%. Entre os homens, a porcentagem de fumantes nesse período
passou de 20,3% para 12,8%. Enquanto, entre as mulheres, caiu de 12,8% para
8,3%.
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